Em reportagem da Revista Toda Teen, Secretário Geral da APESP tratou da importância do SUS

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Na reportagem “Entenda a importância do SUS e porque devemos defendê-lo”, publicada pela revista Toda Teen, o Secretário Geral da APESP, José Luiz Souza de Moraes, explicou que o Sistema é o único acesso da população brasileira a um serviço de saúde universal e gratuito.  Acesse aqui

Entenda a importância do SUS e porque devemos defendê-lo

Por Giulia Poltronieri

No dia 27 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da economia, Paulo Guedes, assinaram um decreto que autorizava a equipe econômica do governo a pensar em um modelo de privatizações para unidades básicas do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi altamente criticada e o presidente desistiu da ideia em pouco tempo.

Contudo, com essa situação, o tema de defesa do SUS surgiu novamente nas redes sociais e, por isso, trouxemos aqui uma breve explicação para mostrar porque esse sistema é tão importante e no que ele impacta no país. Para isso, a todateen conversou com José Luiz Souza de Moraes, Procurador do estado de São Paulo.

Segundo ele, a nossa Constituição reconhece o direito à saúde como um direito de todos e um dever do Estado. “Esse direito é protegido como uma cláusula pétrea, isto é, algo que não pode ser alterado nem mesmo por uma emenda constitucional. O SUS é a garantia de que esse direito será cumprido, pois tem como princípios a Universalidade e a Gratuidade, isto significa que ele pode ser utilizado por todos os brasileiros e estrangeiros que aqui se encontrem sem que seja necessário pagar nada por isso“, explica ele.

José ainda explica que o SUS é o maior serviço público de saúde do mundo, atendendo a quase 210 milhões de pessoas. “Mesmo aqueles que têm planos de saúde precisam do SUS pois, a vacinação, a atenção básica de saúde e todos os transplantes do Brasil somente são realizadas pelo SUS. Com a COVID-19, o Sistema mostrou ainda mais a sua importância, atendendo gratuitamente milhões de pessoas pelo país inteiro. Em países como os EUA isso não existe e muitas pessoas foram condenadas a pagar contas de milhões de dólares por tratamento ou simplesmente morreram sem atendimento“, relata. “Privatizar o SUS é permitir que o particular cobre pela utilização de algo que deve ser gratuito e, portanto, é contrário ao que manda a nossa Constituição, é o que chamamos de uma medida inconstitucional“.

Além dele, conversamos também com as irmãs Helena e Ana Petta, criadoras da série nacional chamada Unidade Básica, do canal Universal TV, produzida pela Gullane, para entender melhor o lado dos médicos nisso tudo. Inspirada em fatos reais, a ficção acompanha a rotina de trabalho de profissionais de saúde que atuam em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), justamente a parte que Bolsonaro gostaria de privatizar.

Helena, que trabalhou em uma UBS de Campinas, contou que a ideia de fazer a série surgiu quando sua irmã, que é atriz, teve vontade de retratar a rotina dos profissionais. “Há 10 anos, não havia série médica no Brasil. E quando decidimos fazer, em vez de mostrar o hospital e falar sobre isso, pensamos em criar outra narrativa, para mostrar o dia-a-dia de uma Unidade Básica. A ideia era mostrar a realidade para pessoas que não usam e que não conhecem o serviço“, explica.

Para ser feita, a série teve todo um trabalho de pesquisa. Os roteiros são baseados em histórias reais e Helena conta que roteiristas foram levados para as UBS para ouvir os pacientes.

Segundo Ana, a primeira temporada tem um conflito entre duas visões de medicina. “O doutor Paulo (Caco Ciocler) que já está na comunidade, já tem uma relação com os pacientes. Ele faz um trabalho super humanizado, enquanto a doutora Laura (Helena), chega sem saber muito o que é aquilo. Ela tem uma formação que não da conta daquela complexidade. Os casos falam das questões emocionais, e ela não dá conta. Eles entram em conflito o tempo todo. Durante a temporada ela vai entendendo, vai se transformando. Na segunda temporada, ela traz um empoderamento muito maior“.

Ana ainda acrescenta que, por mostrar uma realidade pouca vista, a série incentiva alguns estudantes de medicina a trabalharem no SUS e que elas já receberam até depoimentos dessas pessoas, contando como foram tocadas pela história.

Tudo isso aproxima o espectador de uma visão mais realista das UBS’s e do SUS, e mostra o quão importante ele é na vida das pessoas. Helena também destaca que ele não é apenas o hospital, como muita gente pensa, mas traz um serviço enorme por trás.

“Ele tem todo um sistema de vigilância em saúde. Há um conjunto de profissionais que acompanha o numero de doenças, então, por exemplo, quando uma doença começa a crescer muito, é necessário que se faça uma ação para as pessoas não serem contaminadas. Esse sistema foi modelo pro mundo inteiro“, ela explica. “Além disso, o SUS cuida e fiscaliza a higiene dos restaurantes. Ele também está por trás da politica de imunização, mexendo com as vacinas“.

E assim, com todos esses relatos, fica clara a importância desse Sistema para toda a sociedade, em todos os aspectos, certo?