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PGE passa por momento institucional histórico
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O
Contencioso da PGE passa por um momento único em toda a sua história. Para o
primeiro semestre de 2007, serão implantados os programas de gerenciamento da dívida ativa pela PGE (leia texto nas p. 4 e 5) e
o de gerenciamento de processos judiciais, GPJ. Ademais, o setor receberá novos colegas – oriundos da
Assistência Judiciária – e absorverá os prováveis reflexos que a assunção do serviço
jurídico das autarquias trará. O subprocurador geral do Contencioso, Ary Eduardo Porto, traça na
entrevista a seguir as perspectivas e os desafios para a área.
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JP –
Quais as principais ações e medidas que o
senhor pretende desenvolver na sua gestão à frente
da área do Contencioso? Ary Porto – O
Contencioso está plenamente integrado ao plano de
ação traçado para a PGE, assim todas as ações e
medidas serão pensadas de forma sistemática. Isso
significa dizer que o Contencioso atuará não só de
forma defensiva, mas buscando prevenir litígios
judiciais, o que ensejará maior integração com a
área da Consultoria Jurídica. Medidas atinentes ao
incremento da arrecadação da dívida ativa e ao
combate à sonegação são prioritárias, até porque
condizentes com as diretrizes estabelecidas pelo atual
governo.
O
tratamento diferenciado às ações com maior
potencialidade de recuperação do crédito fazendário
é uma das nossas prioridades. Nesse sentido, o
estabelecimento e o acompanhamento da realização de
metas progressivas de arrecadação para cada uma das
Unidades da PGE, a implantação de um sistema
informatizado que permitirá o gerenciamento da
inscrição e cobrança da dívida ativa, das
execuções fiscais e de outras ações tributárias, o
banco de devedores com emissão de certidões, a
celebração de acordos de parcelamento e emissão de
guias pela internet, a identificação de teses
superadas com dispensa para interposição de recursos,
a atuação judicial para implementar a penhora on
line, esforços para aceitação judicial do
protesto das certidões de dívida ativa e a tentativa
de cobrança administrativa prévia ao ajuizamento de
ações são alguns exemplos que traduzem os objetivos
do Contencioso, no que concerne à área fiscal.
Em
matéria não tributária, mostra-se necessário
promover a integração das diversas unidades da PGE e
delas com as demais Secretarias de Estado, não só para
efeito de colaboração mútua, como para
uniformização de defesa e representação. Há
previsão de instituição de núcleos especializados
permanentes, identificação de situações em que seria
oportuno propor solução administrativa de questões
discutidas no Judiciário, implantação de cadastro
informatizado de ações judiciais e substituição de
contendas de pequena expressão financeira por pedidos
administrativos, enfim, ações visando adequação da
representação judicial e extrajudicial do Estado à
realidade.
JP –
Na opinião do senhor quais os maiores
desafios da
área do Contencioso?
Ary
Porto – Não só a área do Contencioso, mas toda a
PGE vem se preparando para um momento institucional
histórico, seja em razão da assunção da defesa e
representação jurídica das autarquias, seja em
virtude do recebimento dos procuradores do estado que
atuavam na Assistência Judiciária e não optaram pela
Defensoria Pública. Compatibilizar essa situação
peculiar sem que haja descompasso com a necessidade de
efetivamente gerenciar e incrementar a arrecadação da
dívida ativa, aprimorando a representação judicial e
extrajudicial do Estado, sem perder de vista a
tendência à criação de processos inteiramente
digitais, representa o maior desafio da gestão atual da
carreira.
JP –
Quais os principais impactos e demandas
esperados com
essa nova realidade?
Ary
Porto – A notícia da assunção da representação
jurídica das autarquias já era conhecida, de forma que
já se vinha buscando mitigar o impacto do volume de
demandas esperadas, por meio de estabelecimento de
estratégias administrativas.
Nesse
sentido, a paulatina transferência da defesa e
representação das autarquias vem possibilitando melhor
adequação, caso a caso, à nova realidade, visando
melhor aproveitamento, tanto dos procuradores do estado,
quanto dos procuradores autárquicos.
JP –
A área do Contencioso está preparada
estrutural e administrativamente para recepcionar
esses colegas?
Ary
Porto – Conforme dito, faz parte da estratégia de
assunção da representação das autarquias o
aproveitamento da estrutura material e administrativa
desses entes, ainda que sob a supervisão da PGE, de
forma que será plenamente viável a integração desses
colegas. Também vêm sendo empreendidos esforços para
adequação estrutural e administrativa das diversas
unidades da PGE para receberem os colegas egressos da
Assistência Judiciária.
JP –
Qual o impacto do programa de gerenciamento
de processos judiciais, GPJ, para o contencioso judicial?
Ary
Porto – O gerenciamento de processos judiciais
proporcionará aos procuradores do estado que atuam na
área os mesmos benefícios indicados no setor fiscal.
Ou seja, lhes possibilitará atuar de forma otimizada,
auxiliando-os no controle das bancas e na adoção de
medidas processuais oportunas, eficientes e integradas,
a partir do setor de recebimento de mandados como
núcleo estratégico.
JP –
O senhor é favorável a uma maior especialização
dos procuradores
das Regionais?
Ary
Porto – Os procuradores do estado classificados nas
Regionais em geral observam como critério de divisão
de trabalho mais a questão geográfica e menos a
natureza das ações, principalmente em razão do grande
número de municípios em que atuam e da distância
entre os mesmos. Isso porque utilizar a especialização
como critério uniforme poderá ensejar que um único
procurador do estado seja obrigado a atuar em mais
comarcas do que já atua, o que em princípio tornaria o
trabalho excessivo. Todavia, existem Procuradorias
Regionais com bancas especializadas em determinada
matéria, proporcionando bons resultados, além do que o
transporte de processos judiciais por malote diminui
sensivelmente os deslocamentos entre comarcas. Dessa
forma, será observada a realidade de cada Procuradoria
Regional, para identificar o modo mais produtivo de
divisão do trabalho.
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