O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, foi alvo de críticas do senador Ricardo Ferraço (PDMB-ES), nesta quarta-feira (14), por sua atuação durante o julgamento das contas de 2014 do governo de Dilma Rousseff no Tribunal de Contas da União (TCU). Para o senador, Adams “extrapolou a sua missão e se tornou um mero advogado da presidente”. O parlamentar apresentou proposta de emenda à Constituição para mudar os critérios de escolha do titular da AGU. A PEC 125/2015 propõe que o Advogado-Geral da União deva ser nomeado pelo presidente da República, escolhido a partir de uma lista tríplice, submetido à sabatina e aprovação pela maioria absoluta do Senado para um mandato de dois anos. – O advogado-geral da União tem que servir ao Estado e não ao governo ou a um grupo político. Ele precisa e deve ter um mandato autônomo, independente. Porque nós vivemos um tempo em que Estado e governo se confundem, como no velho patrimonialismo, em que não há fronteira entre o privado e o público – afirmou. Ferraço destacou que Adams ganhou a reprovação e o descrédito dos seus pares ao tentar evitar o julgamento das contas da presidente Dilma e, depois, defender manobras como as pedaladas fiscais do governo. Para o senador, o ministro deveria se afastar da AGU. O parlamentar ressaltou ainda que Adams pode ter incorrido no crime de advocacia administrativa, por utilização indevida das facilidades do cargo em favor de interesses privados.
Fonte: Agência Senado, de 14/10/2015