Consumidos 16 anos do
advento da ordem constitucional para a implantação, neste
Estado, de uma política pública realmente séria, voltada ao
combate e erradicação da exclusão jurídica que flagela
grande parte da população, finalmente, superado todo esse
tempo exaurido numa atonia oca, temos já ao alcance dos olhos
as primeiras proposições normativas oficiais sobre um tema
essencialíssimo em qualquer reflexão honesta que se queira
elaborar sobre a tormentosa questão do acesso à justiça:
a criação da Defensoria Pública. Sim, porque política
pública de acesso à tutela jurisdicional que não abarque a
criação e fortalecimento das Defensorias Estaduais não
passa de retórica estéril. E até hoje estávamos
transitando, errantes, em meio a essa vacuidade, cujo fim
parece estar próximo, embora demasiado tardante.
Finalmente temos o
primeiro projeto para a criação da Defensoria Pública neste
Estado, conce-bido, discutido e modelado no âmbito da PGE
com o que há de mais consentâneo com o tema afeto ao combate
à exclusão jurídica acima demarcado. Esse projeto é
impregnado de instrumentos jurídicos que procuram refletir o
máximo possível o senso democrático proclamado no corpo
constitucional, forjados no escopo de assegurar que a
Defensoria Pública paulista seja, efetivamente, uma parceira
cotidiana dos homens.
Avanços –
Para tanto, o projeto contém um feixe de normas a
direcioná-la à obrigatoriedade de atuar no centro da luta
por uma sociedade livre, justa e solidária, não só
amparando os direitos das populações vitimadas pela
exclusão social como, em especial, reordenando um espectro
maior na democratização da informação jurídica, no anseio
de prevenir conflitos e consolidar a cidadania, de defender os
direitos dos pobres nas mais variadas instâncias, inclusive
com a inédita previsão de acesso ao sistema internacional de
proteção aos direitos humanos.
Busca, também,
democratizar o manuseio de mecanismos processuais tão
relevantes como a legitimação de demandas voltadas à defesa
dos direitos e interesses metaindividuais das coletividades
carentes, tudo para possibilitar a tutela mais ampla possível
de escopos standarts como a promoção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente, das pessoas portadoras
de necessidades especiais ou envoltas nos perturbados meandros
do sistema penitenciário, de temas atreitos à habitação,
urbanismo resvalando pela atualíssima missão de tutelar as
vítimas de qualquer forma de opressão e violência, e tudo
preordenado através da atuação de núcleos especializados a
complementar e amparar o exercício funcional do defensor
público originário.
Garantias –
Para garantir a efetividade desses mecanismos todos, o projeto
consolida conquistas constitucionais recentes e outorga à
nova instituição as necessárias autonomias administrativa,
orçamentária e política, prevendo a escolha direta de seu
dirigente máximo pelos integrantes da carreira, facultando a
iniciativa de seu plano orçamentário, cujos recursos serão
implementados através de duodécimos, com a liberdade, jamais
experimentada no âmbito da PAJ, de se deflagrarem concursos
públicos tão logo o número de vagas atinja o patamar de 10%
dos cargos previstos e com a sublime inovação de ver sua
atuação pautada num plano anual a ser desenvolvido junto à
sociedade civil, gerido e fiscalizado por um ouvidor, também
oriundo dos movimentos sociais.
O projeto não é
inconsútil. Necessita de alguns rearranjos. Mesmo assim
incorpora o que de melhor há na luta pelo pleno acesso da
população aos mecanismos de distribuição de justiça. Seu
envio à Assembléia Legislativa recentemente se consumou. É
necessário estarmos alertas durante esse processo para que
tamanhas conquistas, por ora apenas delineadas em sonhos, não
sejam mutiladas.
Wagner Giron de la Torre
é procurador da área de Assistência Judiciária em
Taubaté. Em 2004, ganhou o prêmio Evandro Lins e Silva,
homenagem anual da OAB federal ao autor do melhor trabalho jurídico do país
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Comida e diversão marcaram as
comemorações juninas da Apesp
Diversão
foi o que não faltou na festa junina da Apesp,
realizada no dia 2 de julho. Para a criançada,
brincadeiras e barracas – a mais concorrida, como
sempre, era a da pesca. As deliciosas guloseimas
típicas do evento – além do churrasco e
cachorro-quente – também deliciaram os mais de 200
convidados que aproveitaram a festança.
A
festa promovida pela Apesp para seus associados foi
realizada no Morumbi Resort, uma grande área verde com
piscinas e quadras, outro atrativo para o belo dia de
sol. Quem fez parte de mais essa atividade já sabe: as
festas da Apesp são sempre imperdíveis! Quem ainda
não participou, já está convidado para os próximos
eventos.
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