ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO

 

 Voz das Regionais


O Jornal do Procurador inaugura a seção “Voz das Regionais”, com o objetivo de retratar a profícua atuação dos procuradores classificados nessas Unidades, apesar da crescente demanda e das prementes dificuldades. Nesta edição, a equipe do JP visitou as Regionais da Grande São Paulo (PR1) e Ribeirão Preto (PR6).

Em destaque, a realidade das regionais

PR1: quadro funcional insuficiente não impede excelência do trabalho

Os números que envolvem a Procuradoria Regional da Grande São Paulo – relativos ao tamanho das bancas, à arrecadação com execuções fiscais e à dimensão territorial – apontam para uma Unidade mais significativa do que muitas PGEs do Brasil. A PR1 abrange 37 municípios, 30 fóruns (11 em Osasco; 7 em Guarulhos; 5 em Mogi das Cruzes; 5 em Santo André; 2 em Diadema) e as Delegacias Tributárias de Guarulhos, Osasco e ABC.

O volume de processos nas bancas da Regional é de aproximadamente 240 mil ações – 10 mil não fiscais (trabalhistas e judiciais) e 230 mil execuções fiscais –, uma média de 4 mil ações por procurador. Em fevereiro, a recuperação de créditos inscritos na dívida ativa pela PR1 ultrapassou o montante de R$ 6 milhões, de um total de R$ 21 milhões em todo o Estado.

O principal problema detectado foi com relação ao quadro de 67 procuradores classificados na Unidade. O Decreto nº 51.238, de 31/10/2006, que “estabelece o número de procuradores dos órgãos de execução das áreas do Contencioso e da Consultoria PGE”, define o número de cargos para a PR1 em 87. Porém, para atender a toda essa demanda, avalia-se que 100 colegas seriam necessários. Vale destacar ainda que três procuradores – todos atuando na Seccional de Mogi das Cruzes – continuarão prestando assistência judiciária, durante a segunda etapa da transição, que se encerrará em 30 de setembro.

O quadro de servidores também é insuficiente. A Regional conta com apenas 60 estagiários – 12 por Seccional – e 51 funcionários. A inexistência de técnicos de apoio, principalmente nas áreas contábil e de informática, é outro entrave. Para contornar a situação, a solução encontrada foi a contratação de contadores credenciados para auxiliar os procuradores nos cálculos judiciais, principalmente em ações trabalhistas.

A locomoção foi outra dificuldade constatada. A PR1 apresenta problemas das regionais do interior, com longas distâncias entre as comarcas, e da capital, com excesso de tráfego. Não é por acaso que todas as comarcas de difícil atendimento, definidas pelo Decreto n° 39.879, encontram-se sob jurisdição da Unidade. Contudo, os valores pagos pelas diárias e pela dedicação às comarcas de difícil atendimento (5% do valor da RAP) não são suficientes para cobrir os custos com transporte e pedágios.

Dessa forma, muitos procuradores têm receio de atuar na PR1, por não saber em qual Seccional – Santo André, Diadema, Osasco, Guarulhos, Mogi das Cruzes – trabalharão. Tal fato foi demonstrado no último concurso de remoção, realizado em dezembro de 2006, quando das 24 vagas oferecidas na Regional, 15 foram preenchidas e 9 ficaram em aberto.

O projeto de lei orgânica que tramita no Conselho da PGE propõe uma divisão da Regional em três: ABC; Guarulhos e Mogi das Cruzes; e Osasco.

Além disso, com o objetivo de amainar o atual quadro, a PR1 tem contratado transportadoras para realizar a entrega de processos. O Gabinete da PGE autorizou também a contração do transporte de processos por malote, em comarcas com pequeno volume.

Por outro lado, a estrutura física foi um ponto positivo encontrado na Unidade. A sede administrativa, as Seccionais e os Setores estão instalados em prédios reformados, com equipamentos de informática e mobiliário em bom estado. Existe um computador Pentium 4 e uma impressora jato de tinta disponível para cada procurador e uma impressora laser à disposição para cada grupo de cada 3 ou 4 pessoas. Em todo caso, é evidente que a estrutura sempre precisará de aprimoramentos. Outro destaque é que, por não apresentar nenhum equipamento de informática ou mobiliário vinculados ao “FAJ”, a PR 1 estava preparada para receber os colegas oriundos da assistência judiciária.

Com relação à especialização de bancas, a Regional tem caminhado nesse sentido, dentro das possibilidades. Todavia, a falta de procuradores não permite uma especialização muito profunda, ficando a critério dos procuradores chefes, que distribuem o trabalho da forma mais produtiva para a sua Seccional, sempre com o aval da sede administrativa.

Organograma

Sede administrativa
Rua José Bonifácio, n° 278, 6º andar,
São Paulo, SP CEP 01003-000
Chefe da PR 1: Elisabete Nunes Guardado
Assistente: Maria Regina Domingues Alves
1ª Subprocuradoria: José Renato Ferreira Pires
(até a 31/05/2007)
2ª Subprocuradoria: Telma Maria Freitas Alves dos Santos

1ª Subprocuradoria
1) Seccional Santo André
Chefe:
Marcos Nunes da Silva.
Equipe:
11 procuradores
Setor:
não há
2) Seccional Diadema
Chefe:
Lucília Aparecida dos Santos.
Equipe:
12 procuradores
Setor:
São Bernardo

2ª Subprocuradoria
3) Seccional Osasco
Chefe: Sonia Aparecida Luz Ribeiro
Equipe: 16 procuradores
Setor: Cotia
4) Seccional Guarulhos
Chefe: Hélio Osaki Barbosa
Equipe: 15 procuradores
Setor: Franco da Rocha
5) Seccional Mogi das Cruzes
Chefe: Suely Mitie Kusano
Equipe: 9 procuradores
Setor: Poá

PR6: uma Regional preparada para o futuro

Apujante contribuição econômica da região abrangida pela Procuradoria de Ribeirão Preto (PR6) impressiona pelos números.

Em 2006, cerca de R$ 1,4 bilhão foi arrecadado em ICMS, proveniente principalmente da agroindústria – citricultura, canicultura, setor sucroalcooleiro etc. –, do comércio e da prestação de serviços – intensos no Município de Ribeirão Preto. A PR6 engloba 71 municípios, 41 comarcas e uma vara distrital, e duas DRTs. Na sede, situada em Ribeirão Preto, estão instaladas a 1ª e 2ª Subprocuradorias, sendo a 1ª Subprocuradoria formada por duas Seccionais – fiscal e ações em geral – e a 2ª Subprocuradoria composta por três Seccionais fisicamente instaladas – Franca, Orlândia e Ituverava.

Em 2006, os colegas da Unidade recuperaram mais de R$ 143 milhões de débitos inscritos na dívida ativa. As bancas da Regional apresentam 39.835 ações referentes às execuções e outras matérias fiscais e 4.822 ações judiciais. Ademais, desde agosto de 2006, a PR6 assumiu o contencioso do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP, com um acervo de aproximadamente 1.850 ações judiciais. Contudo, somente com a Resolução Conjunta PGE/ HCFMRP n° 1, de 24/05/2007 (leia na p. 6), é que foi enfim disciplinada a assunção da integralidade do Contencioso, inclusive com fornecimento de apoio material da autarquia.

Sede da PR6: reforma em prédio supre antigo pleito da Unidade.

Para absorver toda essa demanda, a Regional conta com 30 procuradores (3 dos quais continuarão prestando assistência judiciária até o dia 30/09). Atualmente, o número é considerado adequado, porém é notório que o quadro encontra-se no limite, por conta das possíveis exonerações e aposentadorias. Contudo, a falta de funcionários – problema crônico, que aflige todas as Unidades da PGE – é a principal dificuldade para a PR6, que atualmente tem 16 servidores.

Desse quadro, 3 pertencem ao quadro do DER (a PGE está tentando a prorrogação do afastamento deles perante a autarquia), 4 desempenham funções técnicas no SECI-6 e mais 2 ficarão afastados da PGE para a Defensoria Pública, até o início de 2008.

Devido à impossibilidade da realização de concursos públicos para a contração de funcionários, uma solução que amenizaria a situação seria a admissão de estagiários administrativos. Na PR6, a experiência já se mostrou viável, por meio do Convênio PGE/FAJ/FUNDAP, que permitiu o recrutamento de estagiários – principalmente na função de secretariado – na Escola Técnica da Fundação Paula Souza. O número de estagiários de direito também é insuficiente; a regional conta apenas com 30, sendo que o ideal seria um quadro de 60 estagiários da área. Num quadro completo e na medida do possível, cada procurador poderia contar com dois estagiários, um no período da manhã e outro à tarde.

A estrutura administrativa da PR6 foi bastante desfalcada também com a desativação, em 1995, da Seção de Material e Patrimônio, um setor fundamental para a contabilidade e patrimoniamento de bens permanentes e de consumo. Por outro lado, a PR6 conta com recursos e a disponibilidade de profissionais de confiança para realizar o credenciamento de contadores.

Relativamente à especialização de bancas, a PR6 tem incentivado tal postura. Na Comarca de Ribeirão Preto já existe há anos a divisão de bancas em ações fiscais e ações em geral. No âmbito da 2ª Subprocuradoria (comarcas fora da sede), tal experiência foi introduzida já há algum tempo pela Seccional de Franca. A PR6, ao disciplinar a recente escolha de vagas (para os 9 novos colegas classificados na PR6, quando do último concurso de remoção), promoveu a especialização de bancas em toda a Regional.

Na 1ª Subprocuradoria, por conta do acervo do HCFMRP, justificou-se introduzir, além das bancas de ações fiscais e judiciais, também a banca de ações trabalhistas (Fazenda/autarquias).

Já na 2ª Subprocuradoria foram montadas duas bancas de ações em geral, abrangendo diversas comarcas.

Sobre o programa de gerenciamento de dívida ativa, os colegas da Regional entendem ser essa uma atribuição constitucional da PGE, que deve ser executada em sua plenitude. Porém, será necessário – ao menos no início – ter o apoio da Secretaria da Fazenda e Postos Fiscais para auxiliar no atendimento ao contribuinte.

Com relação à estrutura física, o prédio da sede da Regional foi recém reformado (leia matéria na p. 6), apresentando mobiliário moderno e equipamentos de informática em número suficiente.

Apesar da PR6 ter duas viaturas oficiais, as distâncias são percorridas, em muitos casos, com carros próprios, tendo o procurador que arcar com o custo dos pedágios. Os valores das diárias não são suficientes para o ressarcimento.

Para abrandar o panorama, a Regional mantém contrato com os Correios, na Seccional de Franca, para transporte de autos. No entanto, a idéia é ampliar tal serviço para as demais comarcas.

Organograma

Sede administrativa
Rua Cerqueira César, n° 333, Ribeirão Preto, SP
CEP 14010-130
Chefe da PR6: Paulo Henrique Neme
Procurador assistente: Mamor Getulio Yura

1ª Subprocuradoria
chefe: João Fernando Ostini
Seccional fiscal – Chefe Ana Lúcia Ceoloto Guimarães.

Seccional de ações em geral
– Chefe Aloísio Pires de Castro.

2ª Subprocuradoria
chefe: Silvia Aparecida Salviato
Seccional de Franca – Chefe: José Borges da Silva
Seccional de Orlândia – Chefe Luiz Sérgio da Silva Sordi
Seccional de Ituverava - Chefe Paulo Roberto Mota Ferreira

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