Informatização
é o principal desafio
para a Consultoria
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Maria Christina Tibiriçá Bahbouth
assume novamente o cargo de subprocuradora
geral da Consultoria – a primeira vez foi entre março de
1999 e
setembro de 2000 – com a importante
missão de
conduzir o processo de informatização
da área. Nos
últimos anos, a Consultoria tem contribuído para
reforçar a importância institucional da PGE, balizando
a atuação de servidores, procuradores e
gestores públicos em prol dos interesses do Estado. Na
entrevista a seguir, Maria Christina Tibiriçá fala dos
principais desafios e do atual quadro de
procuradores da área, da integração com o Contencioso
e da assunção das autarquias. |
JP – Quais os principais desafios da área
de
Consultoria?
Maria Christina Tibiriçá – Um
dos grandes desafios é o processo de informatização.
Com relação à Procuradoria Administrativa,
temos que disponibilizar acesso
on
line aos
pareceres mais antigos – anteriores a junho de 2006, quando
o processo foi iniciado. Nas Consultorias
Jurídicas das Secretarias estamos trabalhando para que
os procuradores possam atuar em rede, imprimindo
os pareceres apenas quando definitivamente
aprovados. Isso facilitará a rotina de
trabalho, possibilitando uma maior praticidade na
alimentação dos bancos de dados. Uma empresa está
desenvolvendo o sistema e logo uma Consultoria
será indicada para que seja implantado um
projeto piloto. Na AJG já há um sistema similar e
brevemente os pareceres do órgão estarão
disponíveis on
line. Outro
desafio importante refere-se à efetiva unificação das Unidades
Processantes Permanentes
(UPPs), para que possamos ter uma atuação conjunta, padronizando teses e
criando rotinas de trabalho. Caso isso não seja
feito, acredito que a PGE possa perder essa
importante atribuição. O volume de trabalho nas UPPs
é muito grande e vital em algumas Secretarias
como, por exemplo, a SAP, onde a correição
dos funcionários dos presídios depende de uma
atuação eficiente das
UPPs.
JP – Nos últimos anos, uma maior
interação
entre as áreas do Contencioso e da
Consultoria
sempre é colocada como meta. Que ações a
senhora
pretende implantar nesse sentido?
Maria Christina Tibiriçá – A
informatização e a uniformização de teses possibilitarão
também uma maior integração com o Contencioso.
Muitas das teses, ou pelo menos a maioria
delas, discutidas no Contencioso, já foram objetos
de parecer na Consultoria. Porém, essa
integração vai além, passando também por uma mudança
de mentalidade. O Contencioso precisaria
buscar mais teses na Consultoria. Algumas teses,
principalmente as emitidas pela PA, podem ser objeto
importante de defesa nas ações movidas
contra o Estado. Por outro lado, acredito também que
a Consultoria, quando emite um parecer,
precisa estar mais atualizada com a jurisprudência.
JP – Qual o real impacto da assunção das
autarquias
para a área da Consultoria?
Maria Christina Tibiriçá – O
impacto não será grande. Já prevíamos a demanda das
autarquias novas, que não possuem procuradores
autárquicos. Acredito que o impacto será pequeno
e recairá em grande parte no Gabinete. Quando
os superintendentes de autarquias tiverem
algum problema grave na área de Consultoria,
procurarão o Gabinete da PGE e a demanda
será encaminhada para a PA. Porém, isso já
ocorre, e não apenas com as autarquias. Acontece
também com a Administração indireta, pois as
grandes questões de Metrô, de Sabesp, EMTU etc.
passam pela Consultoria da
PGE.
JP – A Consultoria vem reforçando a
importância
de sua atuação junto aos gestores públicos?
Maria Christina Tibiriçá – A
PGE tem atualmente um papel institucional que não tinha
antes. Hoje, os secretários nos consultam
para tudo. Além dos marcos legais – como a Lei
das Licitações –, que os obriga a nos
consultar, os secretários necessitam de uma assessoria
jurídica sempre presente. Não são apenas os
procuradores das Consultorias Jurídicas das Secretarias
que “brigam” por mais colegas de trabalho,
os próprios secretários têm feito
solicitações nesse sentido.
JP – Que avaliação a senhora faz do atual
quadro
de procuradores classificados na Consultoria?
Maria Christina Tibiriçá –
O quadro ficou problemático porque, quando se decidiu
a quantidade de procuradores que iriam para
a Consultoria, não foi previsto os que seriam
convidados para assumir outras funções.
Outro fator sobre o qual não temos muito controle
são as aposentadorias. Assumi faz poucos meses e
três procuradores da Consultoria já se
aposentaram.
Teoricamente, os procuradores mais antigos
encontram- se na Consultoria. Além disso, não se
tinha idéia também que o atual governador
iria fazer um redesenho da Administração pública
e aumentar o número de Secretarias. Foram
criadas a Secretaria de Gestão, a Secretaria de
Ensino Superior e a Secretaria de Relações Institucionais.
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