O desafio de construir um novo futuro
As Procuradorias dos Estados são
Instituições essenciais à justiça, nos termos do artigo 132 da Constituição
Federal. Ao longo dos últimos 18 anos, várias foram as lutas para dar
efetividade a esse dispositivo constitucional.
Temos orgulho em afirmar que os
procuradores do Estado foram vitoriosos em vários desses desafios:
a reforma da previdência em
2003, com a árdua campanha para a inclusão dos procuradores do Estado no
mesmo subteto remuneratório dos magistrados; os embates durante a tramitação
da “PEC Paralela da Previdência”, visando à preservação dos nossos
direitos; as campanhas pela criação da Defensoria Pública e pela assunção
da advocacia das autarquias; a pressão permanente para a correta aplicação
das normas legais pelo governo do Estado em relação à questão remuneratória.
As lutas nunca têm fim, pois
sempre há mais para avançar na defesa do interesse público. Novos
desafios virão e necessitaremos estar atentos e mobilizados para enfrentá-los.
Alguns deles já estão visíveis no horizonte:
Terceirização da cobrança da dívida
ativa – Lutaremos junto com a ANAPE e demais entidades representativas dos
procuradores contra a Resolução n° 33 do Senado que, em violação a vários
dispositivos constitucionais, autoriza a cessão da cobrança da dívida
ativa às instituições financeiras.
Nova reforma da previdência –
A classe política já acena com uma “segunda etapa” da reforma da
previdência. Todos os direitos conquistados nas Emendas Constitucionais ns°
41 e 47 (integralidade da aposentadoria para os antigos servidores, paridade
de reajustes entre ativos e aposentados, idade para a aposentadoria, subteto
emuneratório digno etc.) estarão sob fogo cruzado. Precisaremos erguer
nova e consistente barreira de resistência.
Constituinte em 2007 ou aprovação
de revisão constitucional com quorum reduzido – Se reeleito, o Presidente
da República demonstrou interesse em convocar uma Assembléia Nacional
Constituinte no próximo ano. Não ocorreu qualquer ruptura política
institucional que justifique tal ato que, portanto, dentro do ordenamento
constitucional em vigor, seria totalmente inconstitucional.
Aparentemente ele recuou da idéia,
mas não se sabe se definitiva ou provisoriamente. Paira ainda a
possibilidade de convocação de uma Assembléia de Revisão Constitucional
com quorum reduzido.
Proposta nesse sentido já está
em condições de ser submetida ao Plenário da Câmara dos Deputados.
Aparentemente, não há consenso
para aprovar essa proposta, mas devemos estar permanentemente vigilantes. Se
uma dessas propostas vier a ser aprovada, TODOS os direitos dos servidores
estarão em risco, pois será relativamente fácil emendar a Constituição.
Nova Carreira – Com a criação
da Defensoria e a assunção dos serviços jurídicos das autarquias pela
PGE, nossa Instituição está mudando de face.
Novas e complexas atribuições
nos estão sendo entregues e teremos de estar adequadamente preparados para
executá-las. A par de manter o número de procuradores em atividade, é
imprescindível ampliar o quadro de servidores administrativos e de apoio,
assim como dotar a nossa Instituição de todos os meios tecnológicos
existentes.
Em 2007, haverá também uma nova
realidade política no Estado com a posse do novo governador.
A valorização da advocacia pública
paulista foi sem dúvida sentida nesses últimos anos. Nossos governantes têm
elementos suficientes para reconhecer a qualidade do trabalho realizado
pelos procuradores do Estado. Arrecadamos nos últimos quatro anos cerca de
R$ 2 bilhões de reais. Economizamos, nos últimos anos, uma soma muito
maior do que essa.
Demos segurança para os órgãos
da Administração por meio das consultorias e assessorias. Viabilizamos uma
série de empreendimentos. Enfim, demonstramos que somos uma Carreira
indispensável para o funcionamento do Estado. Esperamos e exigimos, em
contrapartida, um tratamento justo e adequado pelo novo governo em
reconhecimento ao nosso trabalho, competência e dedicação ao interesse público.
O Jornal do Procurador
entrevistou os seis principais candidatos ao governo de nosso Estado,
formulando-lhes cinco perguntas sobre temas fundamentais para a advocacia pública
estadual, para que os associados possam conhecer as propostas dos candidatos
em relação à PGE. A diretoria da APESP espera estar contribuindo para que
os procuradores possam melhor conhecer os candidatos ao Executivo estadual e
suas propostas para a Carreira. Isso é fundamental para que possamos
exercer conscientemente nosso direito de voto.
Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo
PRESIDENTE DA APESP
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