Editorial
_________________________________________________________
|
Valorização dos procuradores
traz benefícios ao Estado de
São Paulo
Os procuradores do Estado
exercem funções essenciais à Justiça, conforme dispõe a Constituição
Federal. Em termos de proficiência, os fatos e os depoimentos provindos de
diferentes fontes atestam constituir a Procuradoria do Estado de São Paulo
um padrão de referência para órgãos congêneres dos demais Estados e
para a própria Advocacia Geral da União, em todas as áreas de atuação.
Todavia, para bem
desempenhar suas funções, os procuradores precisam ser permanente e
continuamente valorizados pelo Estado. Essa valorização deve se
exteriorizar de duas maneiras: estrutura adequada e remuneração digna.
De um lado, é fundamental
que o Estado forneça aos procuradores estrutura compatível para o
exercício de suas relevantes funções públicas. Embora o número de
cargos preenchidos atualmente seja satisfatório e tenha havido
significativa melhoria das instalações da maior parte das Unidades, a
Instituição carece de servidores de apoio e da implementação de um
consistente projeto de informatização.
De outro lado, a
valorização também se manifesta pelo estímulo à permanência dos
procuradores na Instituição, a fim de que a advocacia do Estado continue a
ser exercida por profissionais vocacionados e comprometidos com a
intransigente defesa do interesse público. Isso pode parecer óbvio, mas
nem sempre o foi na PGE.
Durante anos, a estrutura
de trabalho dos procuradores foi consideravelmente aquém do mínimo
necessário. Também durante anos, a remuneração dos procuradores foi
consideravelmente menor que a de outras carreiras similares, trazendo como
conseqüência a evasão dos quadros, com tangíveis reflexos para o
exercício das atribuições institucionais. Os que ficaram sentiram-se
desestimulados, seja pela falta de reconhecimento, seja pelo acréscimo de
tarefas.
Mas, no final de 1994, os
procuradores alcançaram com muita luta e perseverança a paridade
remuneratória com a Magistratura e com o Ministério Público,
estancando-se a endêmica evasão de quadros, de maneira que a PGE pôde
melhor se estruturar para desempenhar suas atribuições. Todavia, essa
política remuneratória - constitucional, justa e inteligente - foi rompida
no início do segundo semestre de 2000.
Instalou-se então grave
crise na Instituição, somente debelada quando o Governo – pressionado
pela Carreira – estabeleceu uma sistemática segundo a qual o incremento
do repasse dos recursos do fundo da verba honorária se daria na mesma
proporção do aumento da arrecadação do ano anterior, com o objetivo de
que, durante a gestão Alckmin/Lembo, houvesse a reconquista da paridade
remuneratória, tantas vezes defendida e acenada pelo chefe da
Instituição.
Portanto, nos próximos
dias, o Governo terá a oportunidade de decidir se cumpre o que foi tantas
vezes afiançado pelo procurador geral do Estado: o restabelecimento da
paridade!
Restabelecer a paridade
significará fortalecer e valorizar corretamente essa imprescindível
Carreira. Adiá-la significará a volta da instabilidade, do desestímulo,
da evasão de colegas, com graves conseqüências para o interesse público.
Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo
Presidente da Apesp
|