Frentas se reúne com Deputado Carlos Sampaio na Sede da APMP
A fim de discutir assuntos relevantes referentes às carreiras jurídicas, principalmente a Reforma da Previdência, entidades que compõem a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas) se reuniram, nesta quinta-feira (21), com o deputado Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara dos Deputados, na sede executiva da Associação Paulista do Ministério Público (APMP), em São Paulo. O principal objetivo do encontro foi apresentar ao parlamentar, que é membro do Ministério Público de São Paulo (MPSP), as preocupações com o novo texto da Reforma da Previdência (PEC 6/10), apresentada pelo Governo Federal em 20 de fevereiro último, principalmente ao que tange as carreiras públicas.
Carlos Sampaio, que se mostrou sensível às preocupações apresentadas, se comprometeu a levar as informações coletadas durante o encontro aos parlamentares do PSDB e também aos interlocutores do Governo Federal.
Estiveram presentes ao encontro o presidente da APMP, Paulo Penteado Teixeira Junior, na qualidade de assessor especial da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP), representando o presidente da entidade nacional, Victor Hugo Azevedo; o 1º secretário, Tiago de Toledo Rodrigues e o 1º tesoureiro, Renato Kim Barbosa. Também esteve reunido com o parlamentar Fernando Bartoletti, presidente da Associação Paulista dos Magistrados (APAMAGIS), na ocasião representando o presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), Jayme de Oliveira. Representando o presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (ANAMATRA), Guilherme Feliciano, que atualmente coordena a Frentas, participou a desembargadora Silvana Abramo Margherito Ariano, secretária-geral da entidade; esteve também Carlos Eduardo Delgado, vice-presidente da 3ª Região da Associação de Juízes Federais (AJUFE), representando o presidente, Fernando Marcelo Mendes, acompanhado pelos diretores Otávio Henrique Martins Port e Paulo Sérgio Domingues, diretores da Associação ds Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul (AJUFESP); pela Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM), participou seu diretor Adilson Gutierrez, representando o presidente, Antonio Pereira Duarte. Os defensores públicos do Estado de São Paulo foram representados pelo presidente da APADEP, Augusto Guilherme Amorim Santos Barbosa e por seu diretor, Rafael Galati Sábio. As sugestões formuladas pela Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo (APESP) também foram encaminhadas ao parlamentar por seu presidente, Marcos Nusdeo, que não pôde estar presente no encontro por conta de agenda simultânea em Brasília.
A diretoria da APMP tem se empenhado semanalmente na defesa das prerrogativas de seus associados em Brasília, com especial atenção à Reforma da Previdência, matéria que deverá ser analisada apela Câmara dos Deputados ainda neste semestre.
Fonte: site da APMP, de 21/3/2019
Maia ameaça deixar articulação política da Previdência
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avisou ontem ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que deixará a articulação política pela reforma da Previdência. Maia tomou a decisão após ler mais um post do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), com fortes críticas a ele. Irritado, o deputado telefonou para Guedes e disse que, se é para ser atacado nas redes sociais por filhos e aliados de Bolsonaro, o governo não precisa de sua ajuda.
A ligação do presidente da Câmara para o titular da Economia foi presenciada por líderes de partidos do Centrão. Maia está irritado com a ofensiva contra ele nas redes, com a falta de articulação do Palácio do Planalto e com a tentativa do ministro da Justiça, Sergio Moro, de ganhar mais protagonismo na tramitação do pacote anticrime. “Eu estou aqui para ajudar, mas o governo não quer ajuda”, disse o presidente da Câmara, segundo deputados que estavam ao seu lado no momento do telefonema. “Eu sou a boa política, e não a velha política. Mas se acham que sou a velha, estou fora.”
Carlos Bolsonaro, o filho “zero dois” do presidente, compartilhou ontem nas redes a resposta de Moro à decisão de Maia de não dar prioridade agora ao projeto que prevê medidas para combater o crime organizado e a corrupção. “Há algo bem errado que não está certo!”, escreveu Carlos no Twitter. O texto acompanhava nota de Moro, divulgada na noite de quarta-feira, rebatendo ataques de Maia à sua insistência em apressar a tramitação do pacote. “Talvez alguns entendam que o combate ao crime pode ser adiado indefinidamente, mas o povo brasileiro não aguenta mais”, afirmou Moro. Além disso, no Instagram, Carlos lançou uma dúvida: “Por que o presidente da Câmara está tão nervoso?”.
Ao ler essas mensagens, Maia não se conteve, pois, dias antes, já havia sido chamado de “achacador”. A interlocutores, o deputado disse que não era possível ajudar a obter votos favoráveis ao governo nem mesmo construir a base aliada de Bolsonaro na Câmara sendo atacado desse jeito. Além disso, deputados e senadores do PSL – partido de Bolsonaro – comemoraram ontem a prisão do ex-presidente Michel Temer, que é do MDB, e houve quem associasse o presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo. Em conversas reservadas ao longo do dia, Maia disse não entender esses movimentos, que só afastam possíveis aliados do MDB e do PSDB.
Muitos 'bombeiros' entraram em ação
Guedes procurou acalmar Maia. O presidente da Câmara tem fama de “temperamental” e há até mesmo entre seus amigos quem o esteja aconselhando a recuar da decisão de deixar a articulação pela reforma, da qual é o fiador na Câmara. Na prática, muitos bombeiros entraram em ação para apagar o novo incêndio político.
Bolsonaro foi, mais uma vez, aconselhado a conter seu filho para evitar uma crise em um momento no qual o governo precisa de votos para aprovar as mudanças nas regras da aposentadoria, consideradas fundamentais para o ajuste das contas públicas. No sábado, em um churrasco na casa de Maia, um interlocutor também já havia dito a Bolsonaro que ou ele dava “um basta” na guerra promovida nas redes sociais ou a situação ficaria complicada para o governo. O recado ali, como mostrou o Estado, foi o de que até mesmo ele poderia ser considerado avalista das agressões virtuais. Bolsonaro respondeu que não tinha como controlar seus milhões de seguidores.
Nos bastidores, o presidente da Câmara avalia que é o próprio Bolsonaro quem alimenta essas manifestações. Para Maia, ao não condenar a ofensiva de ódio na internet, Bolsonaro está desprezando o seu trabalho de articulador político para angariar votos favoráveis à reforma.
Fonte: Estado de S. Paulo, de 22/3/2019
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