ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO

 

   
 

Boletim Informativo da Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo – APESP –  Nº 27 - 20.04.2004



Assuntos institucionais _________________________________________________________


Nova diretoria da APESP reuniu-se 
com o Procurador Geral do Estado

A recém-empossada Diretoria da APESP foi recebida em audiência pelo Procurador Geral do Estado no dia 06 de abril. O encontro perdurou por mais de duas horas, e os principais assuntos discutidos foram, resumidamente, os seguintes:

VERBA HONORÁRIA A Diretoria da APESP reiterou o pleito da carreira no sentido de obtenção da paridade remuneratória com a Magistratura e o MP, argumentando que o elevado resíduo acumulado da verba honorária nos últimos dois anos (cerca de R$ 74 milhões) permite que esse objetivo seja atingido ainda em 2004, e que, para tanto, bastaria um reajuste de cerca de 19% sobre os atuais pagamentos dessa verba.

Ademais, a Diretoria da APESP apontou que, apenas para que seja reposta a corrosão inflacionária dos últimos 12 meses (cerca de 9% sobre o total de nossa remuneração), seria necessário um reajuste de cerca de 12% sobre os atuais valores dessa verba. Menos do que isso, significaria, em termos reais, uma diminuição de nossa remuneração, perspectiva temida pela carreira e que, se concretizada, alastraria grande descontentamento.

De sua parte, o Senhor Procurador Geral do Estado externou que sempre concordou com nossa reivindicação de paridade remuneratória com as demais carreiras jurídicas e que vem trabalhando para obtê-la ainda no mandato do atual Governador. Contudo, ponderou que diversas carreiras do Estado pleiteiam reajustes e que os Procuradores já obtiveram um subteto superior ao do restante do funcionalismo, configurando-se uma situação política de dificuldades, tanto para atingir-se a paridade neste ano, como também para a obtenção de um reajuste muito expressivo da verba honorária em 2004. Mas reiterou que prossegue envidando esforços junto à Administração para que, esse reajuste seja o melhor possível, considerada a conjuntura política.

A Diretoria da APESP reiterou que deseja somar esforços com o Procurador Geral do Estado na luta pela paridade, estabelecendo uma parceria que seja benéfica a toda a carreira. O Senhor Procurador Geral mostrou-se receptivo à idéia de parceria. Frisou, contudo, que as esferas de atuação da PGE e da APESP nessa questão são diferentes e não podem ser confundidas.

ACOMPANHAMENTO AOS OFICIAIS DE JUSTIÇA – A Diretoria da APESP expressou que vem tomando vulto em diversos setores de nossa carreira o descontentamento com os termos da Resolução PGE que determinou que os Procuradores da área do Contencioso devem acompanhar os Oficiais de Justiça nas diligências de penhoras, descontentamento esse tanto pelas dificuldades de algumas Unidades em cumprir aquela Resolução, face ao excesso de serviço, como por dúvidas quanto à sua eficácia.

A APESP sugeriu que o GPG promova uma avaliação concreta dos efeitos dessa Resolução, consultando os colegas encarregados de implementá-la, à busca de soluções alternativas capazes de atingirem o objetivo de incentivar a arrecadação da Dívida Ativa, mas sem sobrecarregar ainda mais os Procuradores.

A sugestão foi recebida favoravelmente pelo Procurador Geral do Estado e o Senhor Subprocurador Geral da área do Contencioso manifestou, inclusive, o propósito de promover reuniões para dialogar sobre esse assunto diretamente com os colegas de cada Unidade, e não só com as respectivas Chefias.

NOVOS PROCURADORES – A Diretoria da APESP reiterou mais uma vez a situação de exaustão dos Procuradores pelo volume imenso de trabalho decorrente da falta de pessoal, o que torna crucial a rápida nomeação dos novos Procuradores.

O senhor Procurador Geral manifestou-se otimista quanto à possibilidade de, ao término deste quadrimestre, o Estado sair do limite prudencial da lei de Responsabilidade Fiscal, face ao desempenho positivo da arrecadação fiscal neste início de ano.

Ademais, a Diretoria da APESP indagou sobre rumores veiculados pela imprensa de que a nomeação dos novos Procuradores não seria prioritária para o Governo do Estado. O senhor Procurador Geral frisou com muita veemência que, se o relatório de gestão fiscal a ser divulgado no final de maio indicar que o Estado efetivamente saiu do limite prudencial, a nomeação dos novos Procuradores será um compromisso de Governo sobre cujo cumprimento ele, pessoalmente, não admitirá transi-gências.

DEFENSORIA PÚBLICA – A Diretoria da APESP transmitiu os sentimentos generalizados de inconformismo, desânimo e tristeza que grassa entre os colegas da PAJ devido ao fechamento de várias de suas Unidades, num processo de "sucateamento" dessa área (expressão utilizada inclusive por Juizes) que gera apreensão quanto ao futuro desse trabalho. Destacou ainda a Diretoria da APESP a necessidade cada vez mais premente de criação da Defensoria Pública como instituição autônoma, para que seja colocado um ponto final a esse processo de esvaziamento da PAJ.

O senhor Procurador Geral do Estado disse compreender que essa situação é certamente ruim, mas que é a única possível no momento, enquanto não se nomeiam os novos Procuradores, uma vez que as funções das áreas do Contencioso e da Consultoria são, constitucionalmente, indelegáveis; e que as funções da PAJ podem ser delegadas, malgrado prejuízos que isso acarrete aos assistidos. Informou também que pretende encaminhar ao Governador o projeto de lei relativo à criação da Defensoria em conjunto com o projeto de nova lei orgânica da PGE, o que espera possa ocorrer no segundo semestre deste ano.

BANCO DE DADOS – A Diretoria da APESP entregou ao Senhor Procurador Geral do Estado oficio pleiteando o rápido atendimento de antiga reivindicação da carreira: a criação, no Centro de Estudos, de banco de dados reunindo trabalhos dos Procuradores (pareceres e peças processuais) que possam ser acessa-dos eletronicamente pelos colegas de todo o Estado.

O senhor Procurador Geral informou que a proposta é viável, já está em estudos, e que esse banco de dados incorporará, numa primeira fase, os pareceres da área de Consultoria mais representativos de cada tema estudado, abrangendo posteriormente aos trabalhos das áreas do Contencioso e PAJ.

ENCERRAMENTO – No encerramento da audiência, a Diretoria da APESP e o senhor Procurador Geral do Estado expressaram a conveniência de, sempre que os pontos de vista forem convergentes, somarem esforços na defesa dos direitos dos Procuradores, no fortalecimento da PGE e no aperfeiçoamento das condições de trabalho. Isso, aliás, já se mostrou positivo em duas oportunidades recentes: na questão da ADIN contra o artigo 100, parágrafo único, da Constituição estadual, e no processo de aprovação da PEC estadual nº 18, que unifica a advocacia pública do Estado.

Ficou estabelecido que, mantida a necessária independência entre a APESP e o Gabinete do PGE, os participantes buscarão reunir-se periodicamente para troca de informação e para debate de questões de interesse da instituição e da carreira.

 

 

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