29 Jan 18 |
Relator admite 'pacote de mudança' em reforma da Previdência
Sem
voto suficiente para aprovar a reforma da Previdência, o relator da
proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), admitiu nesta quarta-feira
(24) a negociação de um "pacote de mudanças" em troca
do apoio de parlamentares ao texto. As
alterações em negociação são exatamente aquelas que podem
beneficiar grupos específicos, como servidores que pretendem
receber aposentadoria integral e policiais em busca de regras
diferenciadas. "Nós
temos de fazer uma avaliação agora muito objetiva sobre o que traz
voto. O que trouxer voto e não trouxer uma transformação nos
pontos essenciais, nós podemos absorver", disse. A
possível flexibilização de regras para servidores públicos
enfraquece o discurso do governo de que a reforma combate privilégios. "É
melhor fazer concessões e garantir aprovação de regime previdenciário
igual para todos do que não fazer essa mudança", defendeu o
deputado. Arthur
Maia negou que, no fim das contas, o texto possa afetar apenas os
trabalhadores vinculados ao INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social). "Não
há possibilidade de isso acontecer [alterar apenas regras do
INSS]", disse. Após
reunião com o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), o próprio
Arthur Maia mencionou a chamada bancada da bala, que é o grupo de
deputados que defende os interesses de policias no Congresso. "As
conversas estão em processo de afunilamento, como uma discussão
com a bancada da bala. Eles têm algumas reivindicações que podem
ser atendidas ou não. Uma delas é algum tipo de regra de transição,
que na minha opinião já existe, mas eles pretendem ter uma
diferente para policiais. Outros solicitam que aquele policial que
seja morto em serviço tenha direito a aposentadoria [pensão]
integral. Isso é discutível? Depende da quantidade de votos
apresentados", disse. Os
servidores que ingressaram no funcionalismo até 2003 vêm brigando
por uma regra de transição mais benéfica. Pela última proposta,
esses servidores teriam que esperar até os 65 anos (homem) e 62
anos (mulher) para ter direito à integralidade do benefício e
paridade (reajuste igual ao de servidores da ativa). Arthur
Maia disse que ainda "é preciso saber quantos votos essa mudança
traria". Durante
a reunião, o governo apresentou, de acordo com o deputado, um
mapeamento com 275 votos a favor do texto da forma como ele está e
outros 55 a 60 deputados que são considerados indecisos. Apesar
de dizer que o placar é positivo, Arthur Maia disse que seria
"temerário" levar pra votação sem expectativa de
conquistar 320 a 330 votos. "A
ideia que temos em relação ao projeto seria: acertando um pacote
de mudanças que traga os votos necessários, seria apresentada pela
base aliada uma emenda aglutinativa que seria absorvida ao
parecer." DATA Arthur
Maia disse que foi "afastada" a hipótese de votar a
Previdência em novembro. Nesta terça (23), Marun contradisse a
equipe econômica e afirmou que a reforma previdenciária será
votada em fevereiro "de qualquer jeito". Com
o risco de não haver apoio suficiente no mês que vem, assessores e
auxiliares presidenciais começaram a cogitar a possibilidade da
iniciativa ser retomada em novembro, hipótese revelada pela Folha
na segunda-feira (22). Nesta
quarta-feira (24), em entrevista à imprensa, Marun criticou as
entidades de servidores públicos que, segundo ele, adotam estratégia
de "terra arrasada" em relação à reforma previdenciária. Para
ele, ao não dialogarem com o Palácio do Planalto sobre eventuais
mudanças, adotam postura "equivocada". "Talvez fosse
o caso de de sentarem conosco de forma responsável. A estratégia
de terra arrasada, ou seja, não quero e não falo, é errada",
disse. Segundo
Marun, apesar de aplaudirem as reivindicações dos agentes
penitenciários, parlamentares da base aliada acabam não apoiando
politicamente as demandas, o que as enfraquecem. "São
representações falsas", criticou. Em
vídeo divulgado nesta quarta-feira (24) nas redes sociais, o
presidente Michel Temer afirmou que a reforma tem como objetivo
principal garantir o pagamento de aposentadorias e disse que a
iniciativa é pelo interesse do país, não de seu governo. "Nós
estamos empenhados em fazer a reforma. Se não fizermos hoje uma
readequação previdenciária, você vai ter prejuízos, porque
acontecerá o que aconteceu na Grécia e em Portugal",
ressaltou, em referência a países que tomaram medidas duras para
reduzir gastos com aposentadoria. Fonte: Folha de S. Paulo, de 25/1/2018
Mudanças
na reforma da Previdência, só com votos, diz relator Na
retomada dos trabalhos em torno da reforma da Previdência, o
relator da proposta, deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA)
admitiu ontem que o texto pode sofrer novas alterações desde que
as mudanças resultem concretamente em votos. Segundo ele,
levantamento apresentado pelo ministro da Secretaria de Governo,
Carlos Marun, apontou que o governo teria “275 parlamentares a
favor do texto, sem nenhum tipo de mudança, e 50, 60 parlamentares
indecisos”. As
possíveis mudanças tendem a vir justamente para atender grupos -
como os servidores públicos - que já têm privilégios nas regras
para se aposentar e na forma como são calculados os benefícios. O
parlamentar citou como exemplo de reivindicação as mudanças
sugeridas pela “bancada da bala” (que reúne deputados a favor
do endurecimento de políticas de segurança pública) e disse que
elas eventualmente podem ser atendidas. Entre as sugestões estão a
pensão integral a familiares de policiais mortos em serviço e uma
regra de transição diferente da proposta aos segurados do INSS. “Temos
de fazer uma avaliação agora muito objetiva do que é que traz
voto. O que trouxer voto, e que não traga alterações nos pontos
essenciais, fim dos privilégios e idade mínima, podemos sim
absorver”, declarou, após reunião no Planalto com o presidente
da Câmara e presidente da República em exercício, Rodrigo Maia. Sobre
concessões a servidores admitidos até 2003, o relator também
destacou que é preciso avaliar quantos votos virão com eventuais
alterações no texto. A proposta que será levada ao plenário da Câmara
cobra que esses servidores cumpram as idades mínimas de 65 anos
(homens) e 62 anos (mulheres) para manter a integralidade (direito
de se aposentar com o último salário da carreira) e a paridade
(reajustes iguais aos funcionários da ativa). O
deputado disse que o governo ainda não acertou um pacote de mudanças
na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e se eventualmente as
sugestões forem acatadas, elas terão de ser apresentadas ao plenário
via emenda aglutinativa com indicação favorável dele. A discussão
da emenda aglutinativa só acontecerá, segundo Maia, em data mais
próxima da votação. Marun
repetiu ontem ter “certeza absoluta” de que a reforma será
aprovada em fevereiro. “Mudanças só serão realmente avaliadas
caso um número significativo de parlamentares tenham o desejo de
fazer algum aprimoramento no texto se comprometendo a trazer votos
para aprovação da reforma.” Fonte: Estado de S. Paulo, de 25/1/2018
Rodrigo
Maia discute Reforma da Previdência e extrateto com ministra Cármen
Lúcia O
presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, reuniu-se
nesta quarta-feira (24) com a presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministra Cármen Lúcia, para discutir a Reforma da Previdência
e o projeto de lei que regulamenta o extrateto do salário do
funcionalismo público em tramitação na Câmara dos Deputados. “Tenho
um ótimo diálogo com a ministra Cármen Lúcia. Discutimos temas
que têm relação da Câmara dos Deputados com o Poder Judiciário
e de mais interesse para a sociedade e para a carreira dos juízes,
e que geram alguma polêmica. Vamos continuar dialogando. É preciso
que essas pautas sejam construídas de forma harmônica entre os
dois poderes e assim tem sido feito e assim será feito nessas duas
votações que devem ocorrer no início do ano”, disse. O
presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Jayme
de Oliveira, participou do final do encontro. Presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia está no exercício da Presidência da
República devido à viagem do presidente Michel Temer a Davos (Suíça). Fonte: site do STF, de 24/1/2018
Maia
reafirma intenção de votar reforma da Previdência em fevereiro O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu a votação da reforma
da Previdência ainda em fevereiro e disse que espera ter, a partir
do dia 20, pelo menos os 308 votos necessários para a aprovação
do texto. Segundo
Maia, apesar de o calendário estar mantido, a base ainda está
buscando apoio à proposta. O presidente destacou que a resistência
na sociedade à reforma está diminuindo e que o maior desafio é
convencer os parlamentares acerca da importância da reforma. Maia
concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (25) à noite após
participar de um evento em Goiânia. “Essa
reforma é a reforma da igualdade, na qual o trabalhador que ganha
um salário mínimo vai ter o mesmo sistema previdenciário daquele
que ganha 30 mil ou o teto do INSS. Nosso desafio não é mais
apenas convencer parte da sociedade, nosso desafio é mostrar ao
deputado e à deputada que o nosso objetivo é ter um novo sistema
(previdenciário) com igualdade”, defendeu. Contagem
de votos Nesta
quarta-feira (26), o relator da reforma da Previdência na Câmara,
deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) afirmou que o governo ainda não
tem os votos para aprovar a proposta, mas que a base está empenhada
para conquistar os parlamentares indecisos. Ele disse que o ministro
da Secretaria de Governo, Carlos Marun, informou que há, no
momento, 275 votos certos para aprovar a reforma e, aproximadamente,
55 parlamentares indecisos. Agenda O
presidente Rodrigo Maia também destacou nesta quinta-feira a agenda
de votações da Câmara neste semestre, que inclui uma pauta sobre
segurança pública e projetos para serem votados na semana do dia 8
de março focados no combate à violência contra a mulher. Em
relação aos projetos de segurança pública, Maia destacou
propostas para endurecer o combate ao tráfico de armas e drogas no
País e alterar a legislação em relação ao sistema carcerário. “Hoje,
o sistema não é mais uma escola para o crime, hoje é QG do crime.
Precisamos criar uma nova estrutura onde a gente tire o QG do crime
de dentro dos presídios”, disse. Ele
também afirmou que pretende colocar em votação uma nova legislação
que flexibilize o desarmamento no País. “Vamos trabalhar com
responsabilidade, não liberando tudo, mas organizando para que
depois de cumprida todas as obrigações, a Polícia Federal dê de
forma respeitosa o direito à posse de armas”, explicou. Fonte: Agência Câmara, de 27/1/2018
Governo
de SC questiona norma sobre compensação de títulos de empresa pública
com débitos de ICMS O
governador de Santa Catarina ajuizou no Supremo Tribunal Federal
(STF) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5882
questionando norma estadual que regula características e atributos
de títulos emitidos pela Santa Catarina Participação e
investimentos S.A. (INVESC S.A.). O governo explica que o
dispositivo legal foi inserido por emenda parlamentar durante
processo legislativo de medida provisória e, apesar de vetado pelo
Executivo catarinense, foi mantido pela Assembleia Legislativa na
derrubada do veto. O
artigo 6º da Lei estadual 17.302/2017 permite a compensação de créditos
de debêntures da INVESC com débitos tributários de ICMS. Segundo
a ADI, a emenda parlamentar que incluiu esse dispositivo não
apresentou qualquer estimativa de impacto orçamentário e
financeiro, o que desrespeitaria regra da Constituição Federal
(artigo 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
– ADCT) segundo a qual é obrigatória tal estimativa na proposição
legislativa que crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de
receita. Ressalta também que não há pertinência temática entre
o conteúdo da medida provisória – que dispunha sobre a instituição
do Programa Catarinense de Recuperação Fiscal – e o dispositivo
atacado. Sustenta ainda que, como o projeto estabelecendo o programa
de recuperação fiscal é de iniciativa exclusiva do chefe do
Executivo, a inclusão de regra aumentando despesas por emenda
legislativa é vedada pelo artigo 63, inciso I, da Constituição
Federal. Segundo
o governo, ao permitir a compensação, a norma teria potencial
“devastador” sobre as finanças públicas, pois implica perda
significativa de receita tributária anual do estado e que, em um
contexto de crise econômica, afetaria a continuidade de políticas
públicas essenciais e a capacidade de custeio da administração
estadual. Assim, em caráter liminar, o governo de Santa Catarina
pede a suspensão dos efeitos do artigo 6º da Lei estadual
17.302/2017 e, no mérito, a declaração de sua
inconstitucionalidade. Presidência A
presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, entendeu que o caso dos
autos não se enquadra na previsão do artigo 13, inciso VIII, do
Regimento Interno do Supremo, segundo o qual compete à Presidência
do Tribunal decidir questões urgentes nos períodos de recesso ou
de férias, e determinou que o processo seja encaminhado ao gabinete
do relator, ministro Gilmar Mendes, a quem caberá a análise do
tema após as férias forenses. Fonte: site do STF, de 26/1/2018
Justiça
do DF restabelece auxílio-moradia para tribunal e MP de Contas Os
conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal e os
procuradores do Ministério Público de Contas voltarão a receber
auxílio-moradia. A decisão é do Tribunal de Justiça local. Por
dois votos a um, os desembargadores da 6ª Turma Cível decidiram,
nesta quarta-feira (24/1), restabelecer o pagamento, que havia sido
suspenso em setembro do ano passado em liminar pelo desembargador e
relator do caso, Carlos Rodrigues. Na sessão, o relator foi voto
vencido. Uma
ação popular foi impetrada alegando a ilegalidade e pedindo que
fosse declarada a nulidade da decisão do TC que deferiu auxílio-moradia.
Na peça, o argumento usado é o de que servidor público só pode
receber aumento salarial ou novas vantagens mediante lei específica,
não por extensão. Esses benefícios foram concedidos "por
extensão" à corte de contas depois que liminar do Supremo
Tribunal Federal garantiu o benefício aos magistrados de todo o país. O
pedido foi negado em primeiro grau. O autor da ação recorreu com
agravo de instrumento e conseguiu a suspensão até que se fosse
julgado o mérito do recurso, o que aconteceu nesta quarta. Carlos
Rodrigues defendeu que o benefício deveria ficar suspenso até o
julgamento do mérito da questão. Segundo ele, o pagamento com base
em decisão provisória é temerário, pois, caso seja revertida no
mérito, "implicará na impossibilidade ou considerável
dificuldade de restituição ao erário dos valores recebidos". Ele
pontuou que, diante do patamar salarial dos conselheiros, os R$
4.377,73 não fariam falta até que a decisão definitiva seja
tomada. Como foi derrotado, sete conselheiros do TC-DF e três
procuradores do MP de Contas voltam a receber a quantia. O
relator argumentou que, ainda que exista uma equiparação entre as
carreiras do Poder Judiciário e as dos tribunais de contas, seria
preciso avaliar se o TC-DF poderia estender administrativamente os
efeitos de uma decisão judicial restrita aos integrantes do Poder
Judiciário. O
desembargador José Divino abriu a divergência afirmando ser este
um direito constitucional. “O mérito ainda será votado. Não
vejo porque o auxílio ser suspenso. Se há a possibilidade de o
dinheiro não retornar ao erário, também existe a probabilidade de
os que têm direito ao benefício ficarem sem ele”, argumentou.
Esdras Neves ratificou a posição. Desde
agosto O
caso teve início em agosto do ano passado, quando a Presidência do
TC-DF autorizou o pagamento retroativo do auxílio em um período
acumulado de dois anos. Na época, a concessão garantiria aos
conselheiros e procuradores valor total de R$ 1,3 milhão, mesmo
havendo orientação do Supremo Tribunal Federal contra o pagamento
de atrasados. Em
setembro de 2014, ao deferir duas liminares, o ministro do STF Luiz
Fux determinou que os tribunais fossem notificados para iniciar o
pagamento do benefício, por entender que o auxílio-moradia está
previsto na Lei Orgânica da Magistratura. De
acordo com a Advocacia-Geral da União, o custo anual do auxílio é
de aproximadamente R$ 435 milhões. O caso chegou ao Supremo por
meio de ações de alguns magistrados e a Associação dos Juízes
Federais (Ajufe). Todos alegaram que o auxílio-moradia está
previsto pela Loman. O
acórdão da decisão ainda não foi publicado. Fonte:
Conjur, de 27/1/2018 |
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