20 Out 17 |
TJ-RJ suspende processos que questionam incidência de ICMS nas tarifas de energia
A
Seção
Cível
do
Tribunal
de
Justiça
do
Rio
de
Janeiro
admitiu,
na
tarde
desta
quinta-feira
(19/10),
incidente
de
resolução
de
demandas
repetitivas
(IRDR)
para
uniformizar
entendimento
sobre
a
inclusão
da
Tarifa
de
Uso
do
Sistema
de
Transmissão
(Tust)
e
da
Tarifa
do
Uso
do
Sistema
de
Distribuição
(Tusd)
—
que
se
referem
ao
uso
da
rede
básica
de
energia
elétrica
—
na
base
de
cálculo
do
ICMS. Com
isso,
todos
os
milhares
de
processos
sobre
o
tema
no
Rio,
individuais
ou
coletivos,
em
primeira
ou
segunda
instância,
ficarão
suspensos
até
que
o
TJ-RJ
decida
a
questão,
conforme
estabelece
o
artigo
982,
I,
do
novo
Código
de
Processo
Civil. A
inclusão
de
Tust
e
Tusd
na
base
de
cálculo
do
ICMS
vem
sendo
discutida
em
todo
o
país.
Há
decisões
afirmando
que
o
ICMS
não
pode
ser
cobrado
sobre
tarifas
de
energia,
devendo
incidir
somente
sobre
a
energia
efetivamente
consumida,
e
outras
que
declaram
a
legalidade
da
cobrança. Mesmo
no
Superior
Tribunal
de
Justiça
não
há
consenso
sobre
o
tema.
Em
geral,
a
corte
avalia
que
a
Tusd
não
integra
a
base
de
cálculo
do
ICMS
sobre
consumo
de
energia
elétrica,
uma
vez
que
o
fato
gerador
ocorre
apenas
no
momento
em
que
a
energia
sai
do
estabelecimento
fornecedor
e
é
efetivamente
consumida. No
entanto,
em
março
deste
ano,
a
1ª
Turma
do
STJ
decidiu
ser
legal
a
cobrança
do
ICMS
sobre
a
Tusd,
alegando
que
não
é
possível
dividir
as
etapas
do
fornecimento
de
energia
elétrica
para
definir
exatamente
a
incidência
do
ICMS
em
cada
uma
delas.
O
colegiado
concluiu
que
a
base
de
cálculo
do
imposto
nesse
caso
inclui
os
custos
de
geração,
transmissão
e
distribuição. Questão
polêmica O
advogado
Leonardo
Augusto
Bellorio
Battilana,
do
escritório
Pinheiro
Neto,
também
considera
ilegal
a
cobrança.
Ele
afirma,
em
artigo
publicado
na
ConJur,
que
não
é
válido
cobrar
o
tributo
sobre
subvenção
econômica
de
energia
elétrica.
Em
outro
texto,
o
advogado
destaca
casos
em
que
tribunais
brasileiros
têm
reconhecido
a
não
incidência
de
ICMS
sobre
encargos
de
energia
elétrica.
No
Recurso
Extraordinário
986.040,
o
relator,
ministro
Dias
Toffoli,
definiu
liminarmente
que
a
Tusd
não
integra
a
base
de
cálculo
do
imposto. Segundo
o
ministro,
a
Súmula
166
do
STJ
define
que
“não
constitui
fato
gerador
do
ICMS
o
simples
deslocamento
de
mercadoria
de
um
para
outro
estabelecimento
do
mesmo
contribuinte”.
Esse
recurso
está
pronto
para
ser
julgado
desde
fevereiro
deste
ano. O
mesmo
entendimento
foi
aplicado
nos
REs
1.016.986,
também
relatado
por
Dias
Toffoli,
e
1.028.110,
que
tem
a
ministra
Rosa
Weber
como
relatora.
Além
da
Súmula
166,
o
STJ
tem
a
391,
que
limita
a
incidência
de
ICMS
ao
valor
da
tarifa
de
energia
elétrica
correspondente
à
demanda
de
potência
efetivamente
utilizada. Nessa
mesma
linha,
a
advogada
Nathália
Christina
Caputo
Gomes
e
o
engenheiro
André
Lopes
Marinho
dos
Santos
argumentam
ser
impossível
a
incidência
de
Tust
e
Tusd
na
base
de
cálculo
do
ICMS. Isso
porque
o
fato
gerador
do
ICMS
só
ocorre
no
momento
da
transmissão
da
propriedade
de
mercadoria,
que
não
se
verifica
nas
etapas
de
distribuição
e
transmissão
da
energia.
Portanto,
Nathália
e
Santos
dizem
ser
ilegal
incluir
tais
taxas
na
tributação
do
ICMS
levando
em
conta
todo
o
processo
de
geração
e
consumo
de
energia. Fonte: Conjur, de 19/10/2017
Nomeação
tardia
de
professora
aprovada
em
concurso
não
gera
indenização É
jurisprudência
consolidada
que
o
Estado
não
deve
pagar
indenização
por
danos
materiais
a
aprovado
em
concurso
que
espera
até
o
fim
de
processo
judicial
para
assumir.
Com
esse
entendimento,
a
8ª
Turma
do
Tribunal
Superior
do
Trabalho
isentou
o
município
de
Pindamonhangaba
(SP)
de
indenizar
uma
professora
que
foi
aprovada
em
concurso
público
para
outro
cargo
de
professor
na
Secretaria
de
Educação
local,
mas
só
foi
nomeada
mais
tarde
por
decisão
judicial. Segundo
a
relatora,
ministra
Dora
Maria
da
Costa,
a
indenização
sem
a
prestação
de
serviços
configura
enriquecimento
ilícito. A
professora
afirmou
que
havia
compatibilidade
de
horário
entre
o
cargo
de
professora
do
ensino
fundamental,
no
período
vespertino,
e
do
ensino
infantil,
no
período
matutino.
Segundo
ela,
havia
intervalo
de
uma
hora
entre
as
duas
jornadas. O
pedido
foi
julgado
improcedente
pelo
juízo
de
primeiro
grau,
mas
o
Tribunal
Regional
do
Trabalho
da
15ª
Região
considerou
que
se
tratava
de
caso
de
arbitrariedade
flagrante
o
município
não
dar
posse
à
professora,
e
apontou
que
o
Supremo
Tribunal
Federal,
embora
tenha
firmado
entendimento
de
que
o
servidor
nomeado
por
decisão
judicial
não
tem
direito
a
indenização,
excepcionou
os
casos
de
arbitrariedade
flagrante.
Assim,
condenou
o
município
a
pagar
o
saldo
salarial
do
período,
conforme
pedido
pela
professora. No
entanto,
o
município
conseguiu
a
reforma
da
decisão
em
recurso
ao
TST.
A
ministra
Dora
Maria
da
Costa
observou
que,
segundo
o
Regional,
a
não
nomeação
estaria
em
desacordo
com
o
estabelecido
no
artigo
37,
inciso
XVI,
da
Constituição
Federal,
que
permite
a
acumulação
quando
há
compatibilidade
de
horário. No
entanto,
assinalou
que
a
Oitava
Turma,
seguindo
jurisprudência
consolidada
do
Superior
Tribunal
de
Justiça
e
do
Supremo
Tribunal
Federal,
considera
indevida
a
indenização
material
pelo
tempo
durante
o
qual
se
aguarda
decisão
judicial
definitiva
para
que
se
proceda
à
nomeação
de
candidato
aprovado
em
concurso
público,
sob
pena
de
configurar
enriquecimento
ilícito,
por
não
haver
a
prestação
de
serviços
ao
ente
público. Por
unanimidade,
a
Turma
restabeleceu
a
sentença
que
julgou
improcedente
o
pedido
de
reparação. Fonte: Assessoria de Imprensa do TST, de 19/10/2017
Pesquisa
indica
uso
de
ações
coletivas
para
defesa
de
direitos
individuais No
Brasil,
as
ações
coletivas
são
usadas
estrategicamente
para
a
defesa
de
direitos
individuais
homogêneos
ou
mesmo
só
de
direitos
individuais.
Essa
é
uma
das
conclusões
de
estudo
desenvolvido
pela
Sociedade
Brasileira
de
Direito
Público
que
investigou
como
se
dá
a
formação,
o
julgamento
e
a
execução
de
ações
coletivas
no
país. O
levantamento,
que
integra
a
2ª
edição
da
Série
Justiça
Pesquisa,
do
Conselho
Nacional
de
Justiça
(CNJ),
foi
feito
em
14
tribunais
de
diferentes
estados,
regiões,
ramos
de
Justiça
e
portes. A
pesquisa
“Ações
coletivas
no
Brasil:
temas,
atores
e
desafios
da
tutela
coletiva”
buscou
justamente
traçar
um
desenho
sobre
a
tutela
coletiva
em
seus
diversos
estágios.
Nesse
contexto,
analisa
desde
a
formação
das
demandas,
passando
pela
tramitação
dos
processos
até
o
efetivo
cumprimento
das
decisões
judiciais
e
acordos
homologados
para
a
proteção
de
direitos
coletivos. O
estudo
faz
parte
da
2ª
edição
da
série
Justiça
Pesquisa,
idealizada
e
custeada
pelo
CNJ,
que
abordou
seis
temas
relacionados
ao
Judiciário
brasileiro.
Os
resultados
dessas
pesquisas
foram
apresentados
nesta
quinta-feira
(19),
no
Supremo
Tribunal
Federal
(STF),
durante
o
Seminário
Justiça
Pesquisa
2017,
organizado
pelo
CNJ..
O
levantamento
foi
dividido
em
três
frentes,
em
que
a
primeira
delas
o
exame
de
52
mil
ações
coletivas
e
processos
que
utilizam
essas
ações
como
precedente
nos
sites
dos
tribunais
superiores
(Supremo
Tribunal
Federal,
Superior
Tribunal
de
Justiça
e
Tribunal
Superior
do
Trabalho)
e
de
seis
tribunais
estaduais
(Alagoas,
Ceará,
Goiás,
Pará,
São
Paulo
e
Rio
Grande
do
Sul).
A
segunda
e
terceira
fase
incluíram
entrevistas
com
operadores
do
sistema
de
justiça
sobre
a
tutela
coletiva
no
país,
como
valiam
sua
eficiência,
como
fazem
uso
dos
instrumentos
legais
e
processuais,
além
de
problemas
e
diagnósticos
Formação
das
demandas O
uso
estratégico
de
ações
civis
públicas
para
a
defesa
de
direitos
individuais
homogêneos
ou
mesmo
só
individuais
foi
revelado
pela
análise
dos
dados.
No
tema
saúde,
por
exemplo,
prevaleceu
a
busca
por
satisfação
de
demandas
pontuais.
Na
amostra
analisada,
não
houve
sequer
uma
ação
que
pretendesse
reforma
estrutural
da
política,
como
a
incorporação
ao
SUS
de
medicamento,
insumo
ou
serviço.
A
pesquisa
mostrou
que
a
jurisprudência
dos
tribunais
analisados
facilita
este
tipo
de
demanda,
uma
vez
que
deixa
a
critério
do
autor
a
vinculação
à
ação
coletiva
em
trâmite.
Segundo
o
estudo,
o
principal
problema
dessa
estratégia
é
que
ela
distorce
um
instrumento
voltado
à
defesa
de
direitos
coletivos
em
sentido
estrito
ou
difusos
e
enfraquece
as
possibilidades
de
diálogo
e
mobilização
social.
A
ampliação
da
publicidade
da
tutela
coletiva
é
apontada
como
uma
possível
solução
para
esse
problema.
Além
disso,
a
mudança
na
concepção
dos
próprios
magistrados
sobre
o
assunto
também
se
faz
importante,
uma
vez
que
a
maioria
dos
juízes
entrevistados
(62%)
responderam
que
ações
individuais
têm
mais
chance
de
sucesso
do
que
as
coletivas.
Ainda
em
relação
à
fase
de
formação
de
demanda,
houve
destaque
para
a
controvérsia
sobre
a
necessidade
de
supervisão
judicial
do
inquérito
civil.
Os
críticos
desse
instrumento
argumentam
que
o
MP
abusa
da
ferramenta
para
obter
extrajudicialmente
resultados
que
não
alcançaria
pela
via
judicial.
Grande
parte
dos
juízes
entrevistados
(83%),
no
entanto,
discordam
dessa
avaliação.
Os
termos
de
ajustamento
de
conduta
e
os
inquéritos
civis,
em
especial,
são
vistos
como
instrumentos
que
comportam
diferentes
usos
estratégicos
por
parte
de
promotores
(nos
dois
casos)
e
de
defensores
(somente
no
segundo
caso).
A
conclusão
é
que,
para
essas
instituições
submeterem
esses
mecanismos
ao
controle
judicial,
significaria
um
grande
revés.
Tramitação
Nesta
fase,
merece
destaque
a
fragilidade
percebida
pelos
próprios
juízes
a
respeito
do
conhecimento
que
possuem
sobre
direitos
coletivos,
uma
vez
que
89,3%
dos
respondentes
não
consideram
plenamente
adequada
a
formação
da
magistratura
em
temas
relacionados
aos
direitos
coletivos
e
processuais.
A
pesquisa
sugere
a
necessidade
da
implantação
de
políticas
para
tutelar
tais
direitos.
A
falta
de
estrutura
do
Judiciário
foi
apontada
como
uma
das
causas
da
dificuldade
de
processamento
das
ações
coletivas,
uma
vez
que
são
mais
complexas
e
despertam
na
sociedade
anseios
de
uma
justiça
rápida
e
eficaz.
O
levantamento
listou
ainda
fatores
de
desestímulo
a
demandas
coletivas
que
envolvam
questões
ambientais
ou
relacionadas
à
improbidade
administrativa.
Ficou
claro
que
a
possibilidade
de
êxito
em
tais
ações
está
muito
ligada
à
capacidade
do
demandante
de
produzir
provas
técnicas
e
materiais
do
dano
ambiental,
no
caso
da
ação
ambiental,
e
do
elemento
subjetivo
do
agente
público
(dolo)
no
caso
da
improbidade. Execução Nesta
etapa,
são
apontadas
dificuldades
diversas
para
execução
da
sentença
judicial.
Para
98,5%
dos
entrevistados,
a
estrutura
do
Judiciário
é
insatisfatória
de
alguma
maneira.
Outra
conclusão
diz
respeito
ao
acompanhamento
e
fiscalização
do
cumprimento
dos
acordos
e
decisões,
especialmente
pela
ausência
de
mecanismos
institucionais
voltados
para
tal
propósito.
Muitos
atores
ouvidos
no
estudo
defenderam
a
necessidade
de
um
Código
de
Processo
Coletivo
que
seja
capaz
de
harmonizar
o
conjunto
de
leis
e
de
procedimento
nessa
área.
Especificamente
em
relação
às
ações
de
improbidade
administrativa,
duas
propostas
de
aperfeiçoamento
da
legislação
emergiram
como
raros
consensos
entre
juízes
e
promotores.
A
primeira
seria
a
eliminação
da
fase
de
notificação
preliminar
em
ação
de
improbidade,
podendo
o
requerido
ser
citado
sem
apresentação
de
defesa
prévia.
A
segunda,
introduzir
a
possibilidade
de
firmar
acordos
de
leniência
com
pessoas
físicas
e
jurídicas
no
âmbito
deste
tipo
de
processo
civil. Fonte: Agência CNJ de Notícias, de 19/10/2017
Ministra
Laurita
Vaz
destaca
importância
do
controle
interno
no
atual
cenário
da
administração
pública Ao
participar
na
manhã
desta
quinta-feira
(19)
da
abertura
do
IX
Fórum
Brasileiro
da
Atividade
de
Auditoria
Interna
Governamental,
a
presidente
do
Superior
Tribunal
de
Justiça
(STJ),
ministra
Laurita
Vaz,
destacou
a
importância
da
atividade
de
controle
interno
na
gestão
de
instituições,
num
contexto
desafiador
como
a
realidade
do
setor
público
na
atualidade. “Os
desafios
de
administrar
num
contexto
de
grandes
demandas
sociais,
de
baixa
credibilidade
das
instituições
e
de
forte
restrição
orçamentária
exigem
dos
gestores
um
esforço
muito
grande
de
coordenação
das
diversas
estruturas
e
recursos
dos
órgãos
para
garantir
não
só
a
eficácia,
mas
a
eficiência
dos
processos
de
trabalho
e
o
cumprimento
dos
objetivos
e
missões
institucionais”,
afirmou
a
ministra. “Neste
cenário”,
continuou,
“destaco
a
importância
de
uma
auditoria
interna
forte
e
presente
no
dia
a
dia
das
instituições
e
a
necessidade
de
seu
reconhecimento
dentro
dessas
instituições,
como
um
elemento
estratégico
e
essencial
para
que
uma
organização
alcance
seus
objetivos
de
forma
segura
e
eficiente.” Dicon O
IX
Fórum
Brasileiro
da
Atividade
de
Auditoria
Interna
Governamental,
que
acontece
no
auditório
do
STJ
e
vai
até
esta
sexta-feira
(20),
é
promovido
pelo
Conselho
de
Dirigentes
de
Órgãos
de
Controle
Interno
da
União
(Dicon). Além
da
presidente
do
STJ,
compuseram
a
mesa
de
abertura
do
fórum
o
presidente
do
Tribunal
de
Contas
da
União
(TCU),
ministro
Raimundo
Carreiro;
o
ministro
da
Transparência
e
Controladoria-Geral
da
União
(CGU),
Wagner
Rosário,
e
o
presidente
do
Dicon
e
atual
secretário
de
Auditoria
Interna
do
STJ,
Geovani
de
Oliveira. O
evento
conta
com
a
participação
de
dirigentes
e
servidores
de
diversas
unidades
de
auditoria
e
controle
dos
órgãos
integrantes
dos
três
poderes
na
esfera
federal. Conjugar
esforços Em
seu
pronunciamento,
Laurita
Vaz
também
destacou
a
relevância
do
trabalho
do
TCU
e
do
Conselho
Nacional
de
Justiça
para
o
estabelecimento
de
uma
sólida
estrutura
normativa
para
a
auditoria
interna
governamental,
além
das
importantes
contribuições
trazidas
pela
CGU
para
a
governança
institucional. A
ministra
ressaltou
o
apoio
dado
em
sua
gestão
ao
desenvolvimento
das
atividades
de
auditoria
interna,
crucial
para
o
alcance
de
bons
resultados,
como
a
redução
de
gastos
no
STJ.
“É
preciso
conjugar
esforços
para
o
bem
comum”,
disse,
destacando
a
necessidade
de
troca
de
experiência
e
boas
práticas
entre
os
gestores
e
auditores,
visando
construir
juntos
a
melhoria
dos
processos
de
trabalho
para
o
fortalecimento
e
a
credibilidade
das
instituições. No
STJ,
segundo
ela,
“a
auditoria
interna
é
parte
fundamental
na
governança
institucional,
e
não
mero
cumprimento
de
obrigação
legal”.
Laurita
Vaz
afirmou
que
já
houve
muitos
avanços
no
tribunal,
mas
ainda
há
“um
longo
caminho
a
percorrer”. Quebra
de
paradigmas O
ministro
da
Transparência
e
Controladoria-Geral
da
União,
Wagner
Rosário,
enfatizou
a
necessidade
de
quebra
de
paradigmas
em
relação
ao
custo
público
e
de
revisão
dos
processos
de
trabalho,
em
face
do
momento
de
grande
austeridade
na
administração
pública.
E
elencou
os
desafios
para
a
auditoria
interna:
a
incorporação
da
consultoria
na
atividade
de
controle,
a
gestão
de
riscos
diante
do
tamanho
da
administração
pública
e
a
eficiência
do
trabalho.
“É
necessário
modificar
os
métodos
de
trabalho
para
alcançar
eficiência”,
afirmou. O
presidente
do
TCU,
Raimundo
Carreiro,
destacou
a
pertinência
dos
temas
propostos
pelo
fórum
também
com
os
desafios
existentes
no
controle
externo,
em
consonância
com
os
objetivos
estabelecidos
no
atual
plano
estratégico
do
órgão,
de
induzir
o
aperfeiçoamento
da
gestão
de
risco
e
controle
interno
da
administração
pública
e
intensificar
sua
ação
com
base
no
risco. “As
atividades
de
auditoria
conduzidas
pelos
órgãos
de
controle
interno
e
externo
constituem
os
pilares
da
boa
governança,
e
a
articulação
coordenada
proporciona
o
aumento
da
eficiência
de
suas
ações”,
afirmou
o
ministro.
Carreiro
destacou
a
necessidade
de
uma
metodologia
baseada
em
risco,
aplicada
com
o
objetivo
de
alinhamento
e
coordenação
das
atividades
de
auditoria.
“É
preciso
auditar
o
que
realmente
importa”,
ressaltou
o
ministro. Liberdade
e
compromisso Geovani
de
Oliveira,
presidente
do
Dicon
e
secretário
de
Auditoria
Interna
do
STJ,
agradeceu
o
apoio
recebido
dos
dirigentes
do
STJ
para
o
desenvolvimento
das
atividades
do
conselho
e
acentuou
a
importância
do
evento
como
uma
oportunidade
de
trabalho
conjunto
para
a
resolução
dos
desafios
macro
e
prementes
colocados
e
para
a
adoção
de
medidas
para
estruturação
da
atividade
de
auditoria
interna. O
presidente
do
Dicon
deu
ênfase
também
à
questão
da
liberdade
e
do
comprometimento
institucional
do
auditor
no
desenvolvimento
de
suas
atividades.
“Buscar
a
independência,
mas
reforçando
o
relacionamento
institucional
com
os
gestores”,
segundo
ele,
é
um
desafio
para
os
dirigentes
das
unidades
de
auditoria
nos
órgãos
da
administração
pública. Boa
governança
em
prática A
primeira
palestra
do
dia
foi
conduzida
pelo
secretário
de
Modernização
Estratégica
do
Ministério
Público
Federal
(MPF),
Cristiano
Rocha
Heckert.
Ele
ratificou
as
palavras
do
presidente
do
TCU
em
relação
à
importância
da
boa
governança
na
esfera
pública,
citando
exemplos
do
MPF.
“O
primeiro
passo
foi
dado
em
2010
e,
de
lá
para
cá,
muita
coisa
foi
implementada”,
lembrou. Alguns
exemplos
citados
por
Heckert
foram:
a
criação
do
portal
da
transparência,
do
pregão
eletrônico
e
do
sistema
de
compras
compartilhadas.
“Todas
essas
ações,
em
conjunto
com
um
minucioso
mapeamento
de
processos
de
trabalho,
já
documentadas
em
cerca
de
197
manuais
de
procedimentos,
traduzem
a
busca
por
eficiência
e
melhores
práticas
de
governança,
essenciais
para
momentos
de
restrição
orçamentária
como
o
atual”,
encerrou
o
secretário. Fonte:
site
do
STJ,
de
19/10/2017
'Sinto
tensão
com
o
Ministério
do
Trabalho',
diz
secretária
da
Cidadania Prestes
a
sair
do
cargo
rumo
à
CIDH
(Comissão
Interamericana
de
Direitos
Humanos),
a
secretária
nacional
de
Cidadania
da
gestão
Michel
Temer,
Flávia
Piovesan,
se
viu
no
dever
de
criticar
o
governo
nesta
semana
por
causa
das
mudanças
nas
regras
para
inspeção
do
trabalho
escravo. Para
ela,
a
autonomia
foi
uma
das
marcas
de
sua
passagem
pelo
governo.
"Às
vezes
com
preço,
às
vezes
com
uma
censura
posterior." Piovesan
diz
que
enfrentou
pressões
internas,
principalmente
do
Ministério
do
Trabalho.
Cobrava
providências
do
órgão
contra
o
problema
não
só
como
secretária,
mas
também
como
presidente
da
Comissão
Nacional
para
a
Erradicação
do
Trabalho
Escravo.
Foi
como
representante
do
conselho
que,
em
nota
divulgada
na
segunda-feira
(16),
ela
pediu
a
revogação
da
medida. No
governo
desde
maio
de
2016,
quando
a
Secretaria
de
Direitos
Humanos
era
subordinada
ao
Ministério
da
Justiça,
em
fevereiro
a
professora
e
advogada
passou
a
responder
à
ministra
de
Direitos
Humanos,
mas
suas
funções
foram
mantidas. Ela
concedeu
a
entrevista
em
seu
apartamento,
em
São
Paulo,
cidade
que
trocará
no
ano
que
vem
por
Washington
(EUA),
onde
fica
a
OEA
(Organização
dos
Estados
Americanos),
à
qual
a
CIDH
é
ligada. * Folha
-
Sua
indicação
ao
cargo
na
gestão
foi
acompanhada
de
críticas
e
pedidos
para
que
recusasse.
Um
dos
argumentos
era
que
o
governo
é
"golpista".
Como
lidou
com
isso? Flávia
Piovesan
-
Saio
com
a
consciência
tranquila.
Sei
que
a
conjuntura
é
extremamente
delicada,
complexa,
mas
acho
que
fiz
o
meu
melhor.
Eu
me
vejo
como
um
quadro
técnico.
Meu
contato
com
o
presidente
não
tem
origem
na
política,
mas
na
PUC-SP.
Há
um
conflito
de
narrativas
e
a
nossa
pasta
é
muito
sensível.
Nunca
me
convenci
da
narrativa
do
golpe.
Para
mim
foi
um
processo
dentro
das
balizas
constitucionais. Como
foi
o
diálogo
com
outros
ministérios? Difícil,
difícil.
Desafiador.
Algumas
horas
com
algumas
tensões.
Eu
sentia
e
sinto
tensões
com
o
Ministério
do
Trabalho.
Foi
uma
das
áreas
mais
sensíveis,
ao
defendermos
a
lista
suja
do
trabalho
escravo
e
criticarmos
a
nova
portaria,
que
no
nosso
entendimento
compromete
a
fiscalização. O
chefe
da
Divisão
para
Erradicação
do
Trabalho
Escravo,
André
Roston,
foi
exonerado
do
governo
em
meio
às
negociações
para
barrar
a
segunda
denúncia
contra
Temer. Tenho
imensa
admiração
pelo
trabalho
combativo
do
André.
Liguei
para
ele,
disse
que
a
secretaria
estava
aberta. Esse
tipo
de
coisa
desestimula? Desafia.
Sou
um
tanto
quanto
obstinada
pela
causa.
Lançamos
várias
notas
públicas.
A
mais
recente
foi
contra
a
lei
que
amplia
a
jurisdição
militar.
Ainda
que
isso
tensione
com
o
Ministério
da
Defesa,
que
defende
a
lei,
lamentavelmente
sancionada.
Temos
que
ser
esse
ponto
de,
entre
aspas,
instabilidade. A
sra.
tinha
autonomia
para
lançar
essas
notas? Sempre
achei
que
tinha
[risos].
Foi
a
condição
para
que
eu
aceitasse:
ter
a
máxima
independência
e
minha
voz
audível.
Isso
foi
respeitado.
Às
vezes
com
preço,
às
vezes
com
uma
censura
posterior. A
Folha
mostrou
em
setembro
que
pautas
de
viés
conservador
têm
avançado
rápido
na
gestão
Temer.
A
que
se
deve? Sob
o
prisma
global,
vivemos
um
momento
tendencialmente
desafiador.
Ganham
força
discursos
xenófobos,
homofóbicos,
do
ódio,
da
intolerância.
O
"trumpismo"
tem
impacto
nisso.
Cria
uma
zona
de
conforto
na
qual
essas
vozes
se
fortalecem.
Também
me
preocupa
a
ascensão
de
Bolsonaro,
por
exemplo.
E
desponta
a
defesa
de
intervenção
militar,
uma
afronta
ao
Estado
democrático
de
Direito. Mas
o
governo
Temer
é
associado
à
maior
da
força
das
bancadas
de
viés
conservador. Difícil.
Creio
que
há,
e
as
estatísticas
mostram,
o
Congresso
mais
conservador
dos
últimos
anos.
As
bancadas
religiosas,
da
bala,
do
boi
se
viram
cada
vez
mais
fortes.
É
por
isso
que
me
senti
no
dever
de
dar
alguma
contribuição. Há
grupos
contrários
que
dizem
que
as
reformas
trabalhista
e
previdenciária
ferem
direitos
humanos.
Concorda? Tenho
preocupação,
na
reforma
trabalhista,
com
o
"negociado
acima
do
legislado",
em
razão
da
vulnerabilidade
de
trabalhadores,
sobretudo
os
rurais.
Temos
que
avaliar
passo
a
passo
a
implementação.
Na
Previdência,
o
tema
é
a
sustentabilidade.
É
fundamental
que
direitos
previdenciários
sejam
respeitados,
mas
que
haja
um
pacto
geracional. Temer
é
uma
pessoa
afeita
ao
tema
dos
direitos
humanos? Respeito
o
presidente,
que
escuta
mais
do
que
fala.
O
fato
de
me
respeitar,
jamais
ter
cassado
a
minha
voz,
é
um
exemplo
de
respeito
ao
pluralismo
e
às
divergências.
[Continuei]
manifestando
posições
que
defendo.
Por
exemplo
sobre
aborto,
esse
tema
tem
que
ser
tratado
à
luz
da
saúde
pública. Antes
da
sua
campanha
para
a
CIDH,
o
governo
quitou
dívida
com
a
OEA
e
fez
uma
doação
extra.
Como
isso
interferiu? Isso
foi
antes
de
eu
ter
aceitado
a
candidatura.
O
Brasil
se
prontificou
e
eu
aplaudo
isso,
porque
acredito
no
multilateralismo
e
acho
que
tem
que
pagar
todas
as
dívidas.
Lamento
a
posição
do
[Donald]
Trump
de
sair
da
Unesco.
Isso
[quitação]
foi
bom,
mas
não
há
essa
associação.
Foi
uma
campanha
totalmente
limpa. - RAIO-X Nome Flávia
Piovesan
(48
anos) Formação Direito
pela
PUC-SP,
instituição
onde
fez
mestrado
e
doutorado,
além
de
ser
professora.
Também
leciona
em
universidades
da
Espanha
e
da
Argentina Atuação É
procuradora
do
Estado
de
SP
(licenciada)
e
secretária
nacional
de
Cidadania
(até
o
fim
deste
mês).
Foi
eleita
em
junho
para
mandato
de
quatro
anos
na
CIDH - TRABALHO
ESCRAVO O
que
mudou? ↳
Lista
suja É
necessário
ter
determinação
expressa
do
ministro
do
Trabalho,
cargo
ocupado
hoje
por
Ronaldo
Nogueira
(PTB),
para
divulgar
o
nome
de
uma
empresa
que
manteve
trabalhadores
em
situação
análoga
à
escravidão.
Antes,
a
divulgação
cabia
à
área
técnica
do
ministério ↳
Periodicidade A
portaria
prevê
que
a
lista
será
divulgada
duas
vezes
por
ano,
nos
últimos
dias
úteis
de
junho
e
novembro,
no
site
do
Ministério
do
Trabalho.
Antes,
ela
podia
ser
divulgada
em
qualquer
momento,
desde
que
não
ultrapassasse
um
período
de
seis
meses
sem
atualização ↳
Fiscalização O
auditor
fiscal
agora
precisará
ser
acompanhado
nas
operações
por
uma
autoridade
policial,
que
registrará
um
boletim
de
ocorrência.
Fotos
da
fiscalização
e
identificação
dos
envolvidos
passam
a
ser
obrigatórias
no
relatório
da
ação ↳
Classificação Para
que
o
trabalho
seja
considerado
análogo
à
escravidão,
é
preciso
que
haja
privação
da
liberdade
de
ir
e
vir,
segundo
a
portaria.
Antes,
usava-se
o
entendimento
do
artigo
149
do
Código
Penal,
que
considera
crime
a
submissão
do
indivíduo
ao
trabalho
forçado,
a
uma
jornada
exaustiva
e
a
condições
degradantes,
podendo
haver
ou
não
restrição
da
locomoção
Fonte: Folha de S. Paulo, 20/10/2017
Comunicado
do
Centro
de
Estudos Fonte:
D.O.E,
Caderno
Executivo
I,
seção
PGE,
de
20/10/2017 |
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