19 Fev 18 |
Temer diz que vai suspender intervenção no RJ durante votação da reforma da Previdência
O
presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira (16) que vai
cessar a intervenção federal no Rio de Janeiro no período em
que for votada a reforma da Previdência. "Ajustamos
ontem [quinta, 15] à noite, com participação muito expressiva
do presidente Rodrigo Maia e do presidente Eunício Oliveira a
continuidade da tramitação da reforma da Previdência, que é
uma medida também extremamente importante para o futuro do país.
Quando ela estiver para ser votada, segundo avaliação das casas
legislativas, eu farei cessar a intervenção. No instante que se
verifique, segundo critérios das casas legislativas, que há
condições para votação, reitero, farei cessar a intervenção",
disse. Durante
a intervenção, a Constituição Federal não pode ser alterada e
a reforma da Previdência em andamento na Câmara é uma proposta
de emenda à Constituição (PEC). A reforma só será aprovada na
Câmara se tiver o apoio de ao menos 308 deputados em dois turnos
de votação. Temer
assinou nesta sexta-feira (16) o decreto de intervenção federal
na segurança pública no estado do Rio de Janeiro. A medida prevê
que as Forças Armadas assumam a responsabilidade do comando das
polícias Civil e Militar no estado do Rio até o dia 31 de
dezembro de 2018. A decisão ainda terá que passar pelo Congresso
Nacional. Votação
da reforma Após
a assinatura do decreto, o ministro da Defesa, Raul Jungmann,
explicou como funcionaria a proposta de Temer de cessar a intervenção
para votar a reforma da Previdência. Em caso de aprovação, será
enviado ao Congresso um novo decreto de intervenção. Conforme
o ministro, com a intervenção em curso, continuam as articulações
na Câmara em busca dos necessários para aprovar a proposta. No
momento em que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e os líderes
aliados ao governo informarem que há condições de aprovar a
reforma, a intervenção será revogada e será editado um novo
decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com prerrogativas
ampliadas para as Forças Armadas. "O
presidente vai revogar o decreto, em seguida ele vai decretar um
GLO ampliada. Vai se colocar uma GLO ampliada, aonde nós teremos
não apenas a parceria, mas nós ficaremos com a gestão da
segurança", explicou Jungmann. Segundo
o ministro, a GLO em curso no Rio não prevê que as Forças
Armadas fiquem no comando da segurança. O modelo ampliado daria
esse comando, porém sem a prerrogativa de promover mudanças na
estrutura de segurança, prevista na intervenção. Se
a reforma da Previdência for aprovada, conforme Jungmann, será
enviado ao Congresso um novo decreto de intervenção federal na
segurança do Rio, que também precisará ser aprovado pelos
parlamentares. Na
manhã desta sexta-feira (16), o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), disse que "fica difícil" votar a reforma
da Previdência na semana que vem, como estava inicialmente
previsto, se o decreto de intervenção federal na segurança do
Rio de Janeiro estiver na pauta do Congresso. “Minha
opinião é que o decreto, se publicado hoje [sexta-feira], será
votado na Câmara na segunda e terça, e no Senado terça e
quarta-feira. Se está na pauta a votação de um decreto que veda
a tramitação constitucional, você está dizendo que na próxima
semana fica difícil votar qualquer emenda constitucional,
inclusive a da Previdência”, disse. Maia
afirmou que também é "difícil" adiar o início da
discussão da reforma da Previdência para março. Ele reiterou
que a última semana de fevereiro é o momento para se tentar
votar a proposta. "Essa
é uma pauta de fevereiro, eu tenho trabalhado que seja possível
[votar neste mês]", afirmou. "Acho difícil [jogar para
março]. Acho que a última semana de fevereiro é o limite para
constituir votos para votar a Previdência", frisou. Nesta
quinta-feira (15), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos
Marun, afirmou que a discussão da proposta de reforma da Previdência
será iniciada na terça-feira (20), no plenário da Câmara,
mesmo se o governo não tiver votos suficientes para a aprovação. Fonte: Portal G1, de 16/2/2018
Decreto
sobre intervenção federal no Rio dificulta votação da reforma
da Previdência, afirma Maia O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou nesta sexta-feira
(16), em entrevista coletiva, que a votação da autorização ou
não do decreto presidencial sobre intervenção federal na área
de segurança pública no estado do Rio de Janeiro restringe o
calendário de votação da reforma da Previdência (PEC 287/16).
Maia lembrou que o decreto impede o Congresso de aprovar emendas
constitucionais, como a da Previdência, cuja retomada de análise
na Câmara estava prevista para a próxima segunda-feira (19). A
Constituição Federal não pode ser emendada durante a decretação
de estados de sítio, de defesa ou de intervenção federal. Ele
informou que a Casa deve votar a autorização na segunda-feira
(19) à noite ou na terça (20) pela manhã. Assim que for votado,
o texto será encaminhado para votação pelos senadores. Segundo
Maia, ainda será analisado se durante a vigência do decreto a Câmara
ficará impedida apenas de votar emendas constitucionais ou se não
poderá nem mesmo discuti-las. Mesmo
assim, o presidente da Câmara não acredita que seja viável
votar a reforma da Previdência após fevereiro. “O prazo-limite
para análise da reforma da Previdência é este mês”. De
acordo com o presidente, a previdência é uma pauta de fevereiro
e vários parlamentares da base, mesmo favoráveis ao texto da
reforma, se sentem desconfortáveis em começar a votação em março.
"Mesmo
para aqueles que são a favor, não será um desconforto pequeno
começar a votar a previdência em março. Começando no final de
fevereiro, é outra coisa. Tem o ano eleitoral”, destacou. “Eu
tenho convicção do que eu defendo em relação à Previdência,
mas não são todos os deputados que vêm para o Congresso com uma
pauta fiscal. Não posso exigir deles a mesma compreensão que eu
e outros temos. E a sociedade ainda é majoritariamente contra a
reforma da Previdência. O reflexo da opinião dos deputados é o
reflexo do seu eleitor", analisou o presidente. Governadores Maia
informou ainda que está mantida uma reunião em Brasília na próxima
segunda-feira (19) com governadores para debater assuntos fiscais.
Segundo Maia, a agenda de redução das despesas do Estado
brasileiro é permanente e vai continuar. “Vou votar o decreto,
mas vou continuar articulando maioria para votar a reforma do
Estado brasileiro”, disse o presidente. O
presidente negou que a edição e a votação do decreto de
intervenção seja uma “cortina de fumaça” de uma eventual
derrota do governo na votação da reforma. “É
um decreto de tamanha força, de tamanho risco, que eu tenho
certeza que ninguém, nem o presidente, poderia colocar esse tema
para retirar um outro tema. Uma decisão de intervenção em um
estado brasileiro de forma nenhuma pode ser motivo para você
tirar o outro assunto da pauta, isso não seria uma coisa responsável",
disse. Segurança
pública Mesmo
mantendo uma discussão de uma agenda de ajuste fiscal, Rodrigo
Maia afirmou que discutir a pauta de segurança pública no País
passa a ser uma prioridade para a Câmara. Entre os projetos a
serem discutidos e votados em breve estão o anteprojeto a ser
apresentado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes, que torna mais rígida a legislação para tráfico
de drogas e armas, e o que regulamenta artigo constitucional que
trata de sistema de integração da segurança pública no Brasil. Maia
disse ainda que não participou da elaboração do plano de
intervenção, mas que o importante era ter o reconhecimento por
parte do governador do estado, Luiz Fernando Pezão, de que era a
única decisão a ser tomada. “A
decisão de editar o decreto é contundente. O governador do Rio
de Janeiro acha que é o único caminho, por isso concordei com a
intervenção no estado”, disse o presidente. Votação Rodrigo
Maia explicou que a votação de autorização ou não do decreto
de intervenção será feita por maioria simples e que será
definido um relator de Plenário, provavelmente algum integrante
da atual composição da Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania. Fonte: Agência Câmara, de 16/2/2018
Márcio
França começa a montar governo pós-tucano A
um mês e meio de assumir o cargo de governador de São Paulo, Márcio
França (PSB), atual vice de Geraldo Alckmin (PSDB), já começa a
montar a equipe interina que comandará as 25 secretarias
estaduais até dezembro. Com a provável desincompatibilização
do tucano no dia 7 de abril para a disputa presidencial, França
planeja abrir as portas do Bandeirantes a partidos hoje distantes
do Palácio, como PR e PROS – que já anunciaram apoio à sua
reeleição –, e até a legendas que carregam bandeiras de
esquerda, a exemplo do PDT e do PCdoB. A
chegada dos novos aliados deve movimentar a composição da máquina
estadual. O governo tucano é sustentado por seis partidos, além
do PSDB e do PSB – França acumula o cargo de vice e secretário
estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e
Inovação. O PR, por exemplo, deve ser convidado a comandar a
pasta de Logística e Transportes, hoje sob a gestão de Laurence
Casagrande, aliado de Saulo de Castro, atual secretário de
Governo e um dos homens de confiança de Alckmin. Logística
e Transportes foi pleiteada pelo PR ano passado, mas Saulo, que
comandou a pasta entre 2011 e 2014, venceu a queda de braço
partidária e indicou Laurence para o cargo. A secretaria, por
meio da Dersa, é a responsável por algumas das principais obras
do Estado, como a construção do Rodoanel e a nova Tamoios. Além
de recursos, ainda tem força política por operar obras rodoviárias
em todo o Estado. Na
pasta do Emprego e Relações do Trabalho, já sob influência do
Solidariedade, o que deve mudar não é o secretário – José
Luiz Ribeiro –, mas o orçamento. A pedido do presidente
nacional da sigla, deputado federal Paulo Pereira da Silva, o
Paulinho da Força, França estuda aumentar a fatia de recursos
destinada a custear cursos profissionalizantes no Estado. “O
Márcio é outro nível na área social e essa pasta (Trabalho)
foi bem desmontada nos últimos anos. No governo Márcio pode ser
melhorada pela questão social, porque isso é destaque na atuação
dele”, disse Paulinho. O Solidariedade ainda pode levar a pasta
de Turismo. Presidente
estadual do PROS, terceiro partido a declarar apoio oficial a França,
o vereador paulistano Ricardo Teixeira afirma que a posição de
seu partido não prevê participação no governo como
contrapartida. “Nosso namoro com o PSB vem desde o ano passado e
é explicado pela nossa estratégia eleitoral. Precisamos crescer
no Estado e para isso temos de nos aliar a um partido médio, um
pouco só maior que o nosso, como o PSB. Se escolhêssemos um
partido grande iríamos sumir, especialmente por causa da reforma
política (e a aprovação da cláusula de barreira)”, diz.
“Mas é claro que podemos conversar a respeito.” França
diz que as negociações para formação de governo ainda não
começaram. “Nenhum apoio que fechamos teve essa exigência, mas
é natural que os partidos queiram participar da gestão.” Aliado
a bandeiras de esquerda, o PCdoB tem conversado com o
vice-governador de olho das eleições de outubro. Presidente da
sigla em São Paulo, o deputado federal Orlando Silva tem
comandado essa aproximação. Outros partidos que namoram o atual
vice são o PV e o PPS, que já participam do governo. O PSC também
abriu um canal com o atual vice de olho nas eleições (leia mais
abaixo). Continuidade.
Para não passar a imagem de ruptura, o plano é dar à gestão
França uma marca de continuidade. O futuro governador pretende
substituir o secretariado aos poucos, começando pelos nomes que
sairão de forma voluntária, seja para compor a equipe de
campanha de Alckmin seja para disputar um cargo eletivo em
outubro. Rodrigo
Garcia (DEM), enquadrado nesse segundo grupo, foi o primeiro da
fila: exonerado a pedido, o então secretário estadual de Habitação
já reassumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados na semana
passada. O parlamentar também tem se colocado como pré-candidato
ao governo estadual. Outros
que necessariamente vão sair do governo em abril são os secretários
da Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim (PPS); de
Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro (PSDB) – também pré-candidato
–; e o responsável pela Casa Civil, Samuel Moreira (PSDB).
Todos são deputados federais. Alckmin
teria pedido a França para manter alguns quadros técnicos, como
Mágino Alves, secretário da Segurança Pública, Lourival Gomes,
da Administração Penitenciária; e Benedito Braga, de
Saneamento. As áreas são consideradas essenciais para o
governador, que, durante a eleição, não pode correr o risco de
ver seus programas desfeitos ou suas estatísticas, desmentidas. VICE
ANUNCIA HOJE APOIO DO PSC E 18 MINUTOS DE TV Vice-governador
de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Márcio França
(PSB) anuncia nesta segunda-feira o apoio oficial à sua campanha
do PSC, quarto partido a compor a aliança. Os demais são o PR,
Solidariedade e PROS. Com a adesão do PSC ao projeto de França,
o vice calcula ter, até o momento, o maior tempo de TV já
assegurado: mais de 18 minutos por dia. Essa conclusão parte do
princípio de que as legendas com maior tempo hoje – PT e MDB,
que dispõem de cerca de 11 minutos, respectivamente, segundo ele
–, não estarão juntas na campanha e que outros partidos
anunciarão apoio, como o PV, o PPS, o PCdoB e o PHS. O
candidato do PT deve ser o ex-prefeito de São Bernardo Luiz
Marinho e do MDB, caso tenha candidato próprio, Paulo Skaf. França
não projeta, no entanto, uma aliança do MDB com o PSDB, que tem
8 minutos e trinta segundos. Nem a possibilidade de o DEM e o PSD
entrarem nessa possível chapa. Fonte: Estado de S. Paulo, de 19/2/2018
Governadores
negociaram PEC suplementar à reforma da Previdência O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vinha repetindo que
o sucesso da votação da reforma da Previdência estava
condicionado à participação de governadores e prefeitos no
convencimento de suas bancadas no Congresso. Não era apenas
discurso. Existia uma articulação mais ampla, segundo a Folha
apurou. Em
troca de apoio à aprovação da reforma, Maia se comprometeu a pôr
em votação, na sequência, uma PEC suplementar para ajudar a
reestruturar e sanear as previdências públicas dos Estados. Desde
novembro, um pequeno grupo de técnicos e de representantes dos
Estados se dedicou a redigir a proposta. Na última reunião de
avaliação estavam presentes 17 governadores —3 de Estados
governados pelo PT. O texto final seria apresentado nesta
segunda-feira (19). FUNDO O
destaque na PEC suplementar é a criação de um fundo de Previdência
dos Estados. Esse fundo funcionaria no mesmo modelo adotado pelos
grandes fundos de pensão de estatais, como o da Previ, dos
funcionários do BB. Em
linhas gerais, o fundo passaria a operar tudo o que fosse relativo
à -- Previdência arrecadações e despesas. Na
contabilidade pública atual, receitas e despesas administrativas
se misturam. Nas receitas estão a arrecadação de tributos e a
contribuição previdenciária; nas despesas, todos os gastos com
pessoal da ativa, aposentados e pensionistas. Em
muitos Estados, apenas com uma pesquisa mais detalhada é possível
separar funcionários da ativa e inativos para identificar o peso
de cada um na folha de pagamento. Como a criação do fundo, todas
as contribuições e todos os gastos previdenciários seriam
isolados das contas públicas. Ou seja, o fundo seria paraestatal. Como
ocorre com fundos de pensão estatais, ele também poderia fazer
investimentos adicionais e receber outros bens, como imóveis. Essa
segregação da Previdência teria dois efeitos. De um lado, as
contas dos Estados ficariam mais leves. De outro, seria possível
dimensionar o exato tamanho do buraco financeiro nas previdências
estaduais e buscar alternativas para cobri-lo. Procurado
pela reportagem, Maia confirmou as tratativas pela PEC suplementar
dentro do esforço de aprovação da reforma da Previdência, mas
se mostrou desanimado com o avanço da medida após o anúncio da
intervenção na segurança do Rio. "Acho
que a intervenção desmobilizou os governadores", se limitou
a dizer Maia no sábado (17), questionado sobre os entendimentos
com os governadores acerca da PEC suplementar. Um
dos governadores que participaram das reuniões, Wellington Dias
(PT-PI) disse que o encontro marcado para esta semana para
discutir o tema foi adiado e defendeu o instrumento: "Nossa
proposta é organizar um fundo nacional para equilíbrio da Previdência
dos Estados". Segundo
o petista, o fundo seria formado com bens imóveis e créditos com
a União e representaria uma garantia para que Estados obtivessem
receita extra no mercado como forma de equilibrar as contas
previdenciárias. "O
Piauí tem um deficit atuarial de R$ 18 bilhões. Pagamos no ano
passado R$ 1 bilhão. Medidas foram adotadas, mas até alcançar o
equilíbrio são R$ 18 bilhões. Com esse fundo, o objetivo é
encontrar uma fonte separada." Segundo
Dias, a proposta dos governadores se inspirou num projeto
apresentado pelo especialista em finanças públicas Raul Velloso
e que chegou a ser levado ao governo federal há mais de um ano.
Procurado, Velloso disse que não participou da redação do
documento dos governadores, mas confirmou que tem defendido
pessoalmente a criação do fundo de previdência. Fonte:
Folha de S. Paulo, de 19/2/2018 |
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