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Dez
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Projeto do Teto em SP abre brecha para reajustes

 

Às vésperas do início do ano eleitoral, a base aliada do governador Geraldo Alckmin (PSDB) negocia a votação de uma emenda ao projeto do teto dos gastos que abre brecha para a concessão de reajuste aos servidores a fim de evitar protestos e greves em 2018.

 

Prevista para ser votada nesta quarta-feira, 13, a proposta limita por dois anos os gastos do governo à correção da inflação do ano anterior, numa medida semelhante à adotada pelo presidente Michel Temer com a PEC do Teto, que congelou as despesas federais por 20 anos.

 

Apresentada pelo deputado Barros Munhoz (PSDB), líder do governo na Assembleia Legislativa, a emenda aglutinativa diz que o congelamento dos gastos não impedirá a “concessão de reajustes ou adequação de remuneração de servidores e empregados públicos, civis e militares; a concessão de promoções e progressão funcional; e a realização de concursos públicos”. 

 

Segundo Munhoz, “aprovar o projeto com a emenda aglutinativa é proteger todo o funcionalismo estadual, seus direitos e vantagens, além de preservar a saúde financeira do Estado e assegurar os investimentos”.

 

A política adotada por Alckmin em relação ao funcionalismo é considerada hoje por aliados um dos gargalos a se resolver antes da campanha presidencial. A lei do teto estadual é necessária, segundo Alckmin, para que o governo paulista honre o acordo firmado com a União, que possibilitou a renegociação de sua dívida – em 2016, Temer estendeu os prazos, alterou o indexador e reduziu encargos dos débitos dos Estados desde que uma reorganização das despesas fosse aprovada pelas Assembleias Legislativas.

 

Além de barrar a correção dos salários do funcionalismo, o corte de gastos também pode reduzir investimentos em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança pública, segundo a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha.

 

“O governo quer garantir a renegociação da dívida oferecendo a cabeça do servidor. Não vamos aceitar isso. Os professores, por exemplo, estão sem reajuste há três anos. Hoje, a defasagem já é de 24% e pode chegar a 50% caso esse projeto que congela o orçamento passar”, disse.

 

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo, Douglas Izzo, o projeto é parte de uma política de arrocho salarial. “Ele (Alckmin) diz que governar é escolher e ele tem mesmo escolhido não estar ao lado dos servidores. Ele só aceita negociar com greve e, se for preciso, será então dessa maneira”, afirmou.

 

Emendas. Deputados aprovaram nesta terça-feira, em primeiro turno, a PEC de autoria do deputado Campos Machado (PTB) que torna impositivo o pagamento de emendas parlamentares, principal ferramenta usada por eles para contemplar as bases.

 

Fonte: Estado de S. Paulo, de 13/12/2017

 

 

 

Conselho veta auxílio-moradia a cônjuges que morem no mesmo local

 

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) confirmou o entendimento de que o auxílio-moradia não deve ser pago caso o cônjuge também receba o benefício e more no mesmo local.

 

Liminar concedida em agosto pelo então conselheiro Walter de Agra Júnior autorizava que o Ministério Público do Estado da Paraíba e o Ministério Público do Estado do Mato Grosso efetuassem o pagamento do auxílio-moradia a quem se encontrava naquela situação.

 

O entendimento foi reafirmado em julgamento realizado nesta terça-feira (12), quando o plenário acompanhou –por unanimidade– o entendimento do conselheiro Erick Venâncio, relator do processo (*).

 

Segundo informa o CNMP, essa regra está prevista na Resolução nº 117 de 2014, que regulamenta também outros aspectos do auxílio-moradia no âmbito do Ministério Púbico.

 

No entendimento da Associação Paraibana do Ministério Público, que iniciou o processo, o CNMP não poderia adicionar, por meio de resolução, uma exceção à lei que prevê o pagamento do auxílio-moradia.

 

Prevaleceu, porém, o entendimento do relator, que reforçou o caráter indenizatório da verba e afirmou que esta não deve ser entendida como forma indireta de aumento salarial. “Devemos nos ater à finalidade do auxílio-moradia”, afirmou Venâncio.

 

(*) Pedido de Providências 1.00661/2017-09

 

Fonte: Blog do Fred, de 12/12/2017

 

 

 

Fux nega ação para barrar auxílio-moradia a juízes

 

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou uma ação popular movida contra decisão que autorizou o pagamento de R$ 4,3 mil em auxílio-moradia a juízes, promotores e conselheiros de Tribunais de Contas.

 

A ação foi movida pelo Sindicato dos Servidores da Justiça de 2ª Instância de Minas Gerais, para que sejam declarados inconstitucionais os valores pagos a magistrados já morem na mesma comarca onde trabalham.

 

Segundo a entidade, o pagamento do benefício na forma de indenização (em que o servidor é ressarcido pelos gastos) vem sendo utilizado, na prática, como uma forma de aumentar a remuneração dos juízes.

 

Em sua decisão, Fux levou em conta precedentes do Supremo, segundo os quais não é possível questionar decisões por meio de ações populares.

 

Desde setembro de 2014, quando o próprio Fux autorizou o pagamento do auxílio-moradia em ação movida por um conjunto de magistrados, benefício já custou R$ 4,5 bilhões aos cofres públicos, de acordo com estimativa da ONG Contas Abertas.

 

Também segundo a entidade, atualmente há 17 mil magistrados e 13 mil procuradores do Ministério Público Federal com potencial para receber o auxílio-moradia.

 

Fonte: Veja.com, de 12/12/2017

 

 

 

Servidores intensificam campanha contra reforma da Previdência

 

Servidores adotaram a mesma estratégia dos empresários e passaram a fazer corpo a corpo nos gabinetes dos deputados para convencê-los a votar contra a reforma da Previdência. Um grupo de servidores ligados ao Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que representa 29 entidades, resolveu intensificar, há duas semanas, a campanha contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que modifica as regras de aposentadoria para servidores públicos e empregados da iniciativa privada promete atuar até o início do recesso de fim de ano.

 

Reforma da Previdência

 

O grupo se apresenta aos parlamentares com folhetos onde contestam os argumentos do governo em prol da proposta. Os servidores definem a PEC como “uma farsa”, dizem que as mudanças propostas são “paliativas” e alegam que as medidas são “crueldades” contra trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público.

 

“Caro parlamentar, a nova proposta de reforma segue cruel e draconiana! Reduz os valores das aposentadorias e pensões e a renda das famílias na velhice, com efeitos imediatos”, diz o folheto. “Lembre-se que, em 2018, teremos eleições gerais! Nossa arma será o título de eleitor”, completa.

 

“Estamos usando o argumento de que a reforma é ruim”, disse Rudinei Marques, presidente da Fonacate. Segundo o grupo, os parlamentares estão sendo bem receptivos aos pontos apresentados pelos servidores. Eles alegam que a reforma foi mal conduzida pelo governo e que mudar o sistema de aposentadoria significa interferir na economia local de muitos municípios do interior do País, onde a principal renda fomentadora é a dos benefícios previdenciários. “A reforma não está atacando só o servidor público”, disse Marques.

 

Temer admite que votação da reforma da Previdência pode ficar para fevereiro

 

No mesmo dia em que recebeu apoio de alguns dos principais setores empresariais do País, o presidente Michel Temer começou a preparar terreno para deixar a votação da reforma da Previdência para 2018. Embora algumas lideranças do governo ainda considerem necessário colocar a proposta em votação de qualquer forma, o adiamento é praticamente dado como certo pelo relator da reforma, deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA).

 

Após cerimônia no Palácio do Planalto com cerca de 100 empresários, mais esvaziado do que a expectativa do governo, o relator disse que a maior probabilidade é de que a reforma seja votada em fevereiro, após o recesso, porque o governo não tem margem de segurança para submetê-la à votação no ano que vem. Ele minimizou o impacto que essa decisão terá sobre o mercado: “Não diria que seja uma hipótese negativa não votar a reforma neste ano.”

 

Para Maia, em fevereiro, o clima estará muito mais favorável para a apreciação da proposta pelos parlamentares. O relator disse que não há decisão fechada no governo, mas, nos bastidores, a decisão é considerada inevitável. Até o último momento, porém, o governo vai insistir na importância de votar a reforma ainda neste ano na Câmara.

 

Mais cedo, Temer já tinha admitido que, se o governo não tiver os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência, a votação ficará para fevereiro. Em almoço oferecido ao presidente da Macedônia Gjorge Ivanov, Temer confirmou que a discussão sobre o texto começará nesta quinta-feira, 14, na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o governo vai avaliar até segunda-feira, 18, se tem a quantidade mínima de votos necessários para aprovar a proposta. Caso contrário, as discussões serão encerradas na Câmara e a votação ficará para fevereiro de 2018.

 

Sem decisão. O presidente disse que, até segunda-feira, não haverá decisão se a PEC será votada no plenário. “A não ser que na quinta-feira tenha uma avalancha de votos”, afirmou. Ele afirmou que o texto não será votado sem a garantia de vitória. “Não se submete os deputados a esse constrangimento. Tendo os votos necessários, acredito ser possível.”

 

“Entre quinta-feira e segunda ou terça se verifica: se tiver os 308, vai a voto agora. Caso contrário, se espera o retorno em fevereiro e marca-se a data em fevereiro”, reforçou o presidente ao deixar o almoço no Palácio do Itamaraty.

 

Em São Paulo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que está preparado para a votação no início do ano que vem. Meirelles reconheceu a possibilidade de a reforma não ser votada na semana que vem por pelo menos três vezes durante a sua palestra a banqueiros e executivos de bancos no almoço anual da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e na entrevista que concedeu após o evento. “O ideal é votar na semana que vem. Mas estamos preparados para a necessidade de votar no início de 2018.”

 

Fonte: Estado de S. Paulo, Opinião, de 13/12/2017