12 Dez 17 |
Ação pede regulamentação de percentuais para preenchimento de cargos em comissão
O
Conselho
Federal
da
Ordem
dos
Advogados
do
Brasil
(OAB)
ajuizou
Ação
Direta
de
Inconstitucionalidade
por
Omissão
(ADO
44)
em
razão
da
falta
de
regulamentação
do
artigo
37,
inciso
V
da
Constituição
Federal.
O
dispositivo
disciplina
as
condições
e
os
percentuais
mínimos
dos
cargos
de
confiança
ou
em
comissão
no
âmbito
da
Administração
Pública
que
devem
ser
ocupados
por
servidores
de
carreira.
A
OAB
argumenta
que
a
Constituição
veda
a
possibilidade
de
ocupação
desses
cargos
indistintamente
por
particulares,
com
base
nos
princípios
do
concurso
público,
da
moralidade
administrativa,
da
isonomia,
do
interesse
público,
da
proporcionalidade
e
republicano.
Acrescenta
que
passados
quase
20
anos
da
promulgação
da
Emenda
Constitucional
n.
19/1998
–
que
atribuiu
a
atual
redação
ao
inciso
V
do
artigo
37
–
ainda
não
há
lei
ordinária
para
regulamentar
o
dispositivo. O
Conselho
Federal
da
OAB
relata
que
tal
regulamentação
já
foi
objeto
de
várias
leis
estaduais,
muitas
delas
julgadas
inconstitucionais
pelo
STF
e
salienta
que
a
jurisprudência
do
Tribunal
entende
que
a
exigência
de
concurso
público
seja
implementada
com
maior
rigor,
de
forma
a
restringir
a
ocupação
de
tais
cargos
por
não
concursados.
Informa
que
no
Senado
tramita
desde
2015
a
Proposta
de
Emenda
Constitucional
n.
110,
que
pretende
restringir
a
quantidade
de
cargos
em
comissão
na
administração
pública,
mas,
segundo
a
OAB,
a
matéria
não
foi
votada.
O
texto
da
PEC
determina
que
tais
cargos
não
poderão
superar
1/10
dos
cargos
efetivos
de
cada
órgão,
sendo
que
a
metade
deles
deve
ser
reservada
aos
servidores
de
carreira,
restando
aos
demais
o
ingresso
por
meio
de
processo
seletivo.
A
entidade
cita
na
ação
que
além
da
PEC
110
há
outro
projeto
de
lei
sobre
o
tema
e
argumenta
que
a
ausência
de
parâmetro
objetivo
quanto
ao
percentual
de
ocupação
dos
cargos
comissionados
por
servidores
efetivos
acarreta
dificuldade
de
fiscalização
das
contratações.
A
ADO
menciona
estudo
que
aponta
a
existência
de
aproximadamente
100
mil
cargos
comissionados
na
Administração
Federal.
Assim,
pede
na
ADO
a
concessão
de
liminar
para
que
o
presidente
da
República,
da
Câmara
dos
Deputados
e
do
Senado
Federal
sejam
notificados
e
manifestem-se
em
cinco
dias
e
para
que
seja
fixado
um
prazo
para
que
os
poderes
Executivo
e
Legislativo
elaborem
lei
estabelecendo
os
percentuais
mínimos
de
cargos
comissionados
que
devem
ser
ocupados
por
servidores
de
carreira
no
âmbito
da
Administração
Pública,
nos
termos
do
artigo
37,
inciso
V
da
Constituição
Federal.
No
mérito
pede
a
procedência
da
ação
para
que
seja
declarada
a
inconstitucionalidade
por
omissão,
de
forma
a
fixar
um
prazo
de
18
meses
para
que
o
Poder
Executivo
elabore
o
projeto
de
lei
e
o
Congresso
Nacional
aprove
a
matéria.
O
relator
da
ação
é
o
ministro
Gilmar
Mendes
que,
diante
da
relevância
da
matéria
adotou
o
rito
abreviado
previsto
no
artigo
12
da
Lei
9.868/1999,
para
levar
a
ação
diretamente
ao
Plenário
para
julgamento
de
mérito,
dispensando
a
análise
de
liminar. Fonte: site do STF, de 11/12/2017
Temer
avalia
deixar
Nova
Previdência
para
o
ano
que
vem Com
dificuldade
para
obter
votos
até
a
próxima
semana,
Michel
Temer
e
aliados
admitem
a
possibilidade
de
deixar
para
fevereiro
a
votação
da
reforma
da
Previdência. O
balanço
mais
recente
feito
pelo
Planalto
apontou
um
placar
estacionado
em
torno
de
270
votos,
abaixo
dos
308
necessários.
A
ideia
do
governo
é
tentar
votar
o
texto
entre
os
dias
18
e
20,
antes
do
início
do
recesso
parlamentar. Para
tanto,
quer
iniciar
na
quinta
(14)
o
debate
o
em
plenário
como
forma
de
estimular
líderes
partidários
a
sair
publicamente
em
defesa
da
proposta
–ao
mesmo
tempo,
sentir
a
temperatura
do
quadro
de
votos. Porém,
diante
do
risco
de
não
conseguir
levar
a
estratégia
adiante,
o
Planalto
passou
a
formular
o
discurso
de
que
a
votação
pode
ficar
para
fevereiro.
"Se
não
conseguirmos
[votar
na
semana
que
vem],
vou
sentir
que
perdemos
uma
batalha,
mas
não
perdemos
a
guerra",
disse
o
deputado
Carlos
Marun
(PMDB-MS),
que
assume
na
quinta
como
ministro
da
articulação
política
(Secretaria
de
Governo)
com
a
missão
de
angariar
mais
apoio
à
reforma. No
domingo
(10),
em
viagem
a
Buenos
Aires,
Temer
admitira
a
possibilidade
de
adiar
a
votação.
O
discurso
foi
compartilhado
também
pelo
ministro
do
Planejamento,
Dyogo
Oliveira.
"Precisamos
passar
a
reforma.
Se
não
for
para
ser
este
ano,
que
seja
no
próximo.
E,
se
não
der
no
próximo,
será
em
2019." Em
São
Paulo,
o
ministro
Henrique
Meirelles
(Fazenda)
disse
que
a
expectativa
é
votar
a
reforma
entre
terça
(19)
e
quarta
(20)
que
vem. TENTATIVA Mesmo
com
a
expectativa
pessimista,
o
presidente
fará
mais
um
esforço.
Isso
porque
o
governo
considera
que
as
chances
de
derrota
numa
apreciação
em
2018
crescem
em
razão
do
ano
eleitoral. Nesta
segunda
(11),
o
presidente
ordenou
que
as
pastas
da
Saúde,
Cidades
e
Integração
Nacional
agilizem
até
a
próxima
semana
a
liberação
de
emendas
parlamentares. Segundo
a
Folha
apurou,
o
montante
é
de
pelo
menos
R$
500
milhões.
No
caso
da
área
da
saúde,
que
tem
mais
gargalos,
seria
destinado,
por
exemplo,
a
reformas
de
unidades
hospitalares
e
entrega
de
ambulâncias. Nas
últimas
semanas,
integrantes
da
base
aliada
vinham
reclamando
que
emendas
empenhadas
na
época
da
votação
das
denúncias
da
Procuradoria-Geral
da
República
contra
o
presidente
não
tinham
sido
executadas. Além
disso,
Temer
pediu
à
equipe
política
um
levantamento
da
tendência
de
voto
de
todos
os
deputados
governistas.
Pelo
balanço
prévio
feito
pelo
Planalto,
há
cem
deputados
governistas
que
estão
indecisos,
a
maioria
de
partidos
como
PSD
e
PR,
que
têm
resistido
em
fechar
questão
favorável
à
proposta. "Nós
precisamos
de
um
balanço
com
o
nome
dos
deputados,
e
não
uma
visão
global
de
votos",
disse
à
Folha
o
ministro
Moreira
Franco
(Secretaria-Geral). Para
evitar
um
esvaziamento
do
plenário
da
Câmara,
no
caso
de
a
votação
se
confirmar
na
semana
que
vem,
Temer
pediu
ao
presidente
do
Senado,
Eunício
Oliveira
(PMDB-CE),
que
marque
a
votação
do
Orçamento
pelo
Congresso
para
o
dia
19
–assim
garantiria
presença
dos
deputados. Nesta
quarta
(13),
Temer
receberá
prefeitos
para
oficializar
o
repasse
de
R$
2
bilhões
para
quitar
parte
da
folha
de
pagamento
dos
municípios.
E
se
comprometerá
a
liberar
mais
R$
3
bilhões
em
2018
se
a
proposta
for
aprovada.
Fonte: Folha de S. Paulo, de 12/12/2017
Empresários
vão
a
Brasília
pressionar
deputados
a
votar
pela
Previdência Os
empresários
entraram
para
valer
na
campanha
de
convencimento
dos
deputados
para
aprovarem
a
reforma
da
Previdência.
Com
poucos
dias
para
angariar
votos
a
favor
da
proposta,
o
empresariado
decidiu
ir
além
de
e-mails,
telefonemas
e
mensagens
de
celular,
para,
literalmente,
bater
a
porta
dos
parlamentares.
Representantes
da
indústria
de
construção
estão
visitando
a
casa
dos
deputados
para
pedir
voto. Outros
setores
também
começaram
a
se
mobilizar.
Representantes
da
indústria
química
e
da
indústria
de
máquinas
e
equipamentos
tentam,
em
Brasília,
fazer
um
corpo
a
corpo
com
os
congressistas.
“Queremos
falar
com
o
maior
número
possível
de
parlamentares
sobre
a
importância
de
se
aprovar
a
reforma”,
diz
Fernando
Figueiredo,
presidente-executivo
da
Associação
Brasileira
da
Indústria
Química
(Abiquim).
“A
ideia
é
afastar
do
deputado
o
temor
de
que
o
trabalhador
será
prejudicado.” A
Câmara
Brasileira
da
Indústria
da
Construção
(Cbic)
cobrou
empenho
das
85
entidades
filiadas
em
todo
o
País.
Os
membros
de
vários
Sinduscons
(sindicatos
da
construção
civil)
visitaram
pessoalmente
os
deputados
em
suas
casas
para
pedir
apoio
ao
texto.
Segundo
o
presidente
da
Cbic,
José
Carlos
Martins,
entre
sábado
e
segunda
pela
manhã,
15
deputados
indecisos
foram
convencidos
a
votar
pela
Previdência.
A
estratégia
é
focada
principalmente
nesse
grupo,
onde
a
resistência
é
menor. Diretora
do
Sinduscon-PE,
Maria
Elizabeth
Nascimento
entrou
em
campo,
angariando
votos.
Ela
diz
já
ter
conversado
com
12
deputados
pernambucanos
para
convencê-los
a
votar
a
favor
da
reforma.
“Vou
até
a
casa
de
cada
um
no
meu
Estado
ou
em
Brasília,
no
gabinete.
Sou
do
tempo
em
que
a
conversa
tem
que
ser
feita
no
olho
a
olho”,
afirma.
Nas
conversas,
ela
tem
repetido
o
mantra:
“Se
você
não
fizer
hoje,
vai
ser
cobrado
amanhã”.
Maria
Elizabeth
acredita
já
ter
revertido
a
indecisão
de
alguns.
“Mas
vou
lutar
até
o
fim.” O
Placar
da
Previdência,
ferramenta
do
Grupo
Estado,
aponta
que
108
de
512
deputados
se
declaram
indecisos
em
relação
ao
texto
da
reforma.
Apenas
64
deputados
disseram
que
vão
votar
sim.
Outros
227
se
declaram
contrários. O
governo
corre
contra
o
tempo
para
aprovar
a
reforma
ainda
este
ano
na
Câmara.
As
discussões
sobre
o
texto
estão
previstas
para
começar
esta
semana,
na
quinta-feira.
A
votação
ficaria
para
a
semana
do
dia
18
de
dezembro,
caso
o
Planalto
consiga
os
308
votos
necessários
para
aprovar
o
texto. A
mobilização
dos
empresários
atende
a
um
pedido
do
presidente
Michel
Temer,
na
semana
passada.
Em
encontro
com
empresários
da
indústria
química,
Temer
fez
um
apelo
para
que
o
empresariado
pressionasse
os
parlamentares
para
votar
a
favor
da
proposta. “Não
devemos
menosprezar
a
capacidade
deste
governo
de
votar
matérias
no
Congresso”,
disse
Martins.
Ele
contou
ter
visto
um
mapa
de
votações
e
se
disse
impressionado
com
a
forma
como
o
monitoramento
é
feito.
“É
coisa
de
profissional”,
disse.
Os
cruzamentos
de
posições
por
partido,
por
bancada,
por
grupo
profissional
e
por
região
permitem
saber
onde
estão
os
pontos
de
sensibilidade. Segundo
Martins,
muitos
dos
indecisos
compreendem
a
importância
da
reforma,
mas
temem
“queimar
o
filme”
com
o
eleitorado
no
ano
que
vem.
Ao
mesmo
tempo,
não
querem
ficar
mal
com
o
governo,
em
caso
de
vitória.
É
nesse
dilema
que
os
empresários
da
construção
foram
instruídos
a
trabalhar. “O
ponto
é
deixar
claro
que
a
reforma
não
causa
prejuízo
para
as
pessoas
de
baixa
renda,
mas
ataca
os
privilegiados
que
se
aposentam
com
altos
benefícios”,
diz
Fernando
Figueiredo,
presidente-executivo
da
Associação
Brasileira
da
Indústria
Química
(Abiquim). Representantes
da
Associação
da
Indústria
de
Máquinas
e
Equipamentos
(Abimaq)
também
se
encontram
com
parlamentares.
O
presidente
da
entidade,
José
Veloso,
diz
que
há
um
esforço
da
associação
em
alertar
os
270
integrantes
da
frente
parlamentar
que
representa
o
segmento,
a
maioria
deles
da
base
do
governo,
da
importância
de
aprovar
a
reforma. Fonte: Estado de S. Paulo, de 12/12/2017
AGU
protocola
hoje
no
STF
acordo
sobre
planos
econômicos A
advogada-Geral
da
União,
Grace
Mendonça,
deverá
protocolar
nesta
terça-feira,
12,
no
STF,
acordo
relacionado
aos
planos
econômicos
fechado
entre
a
Febraban
–
que
representa
os
bancos
–
e
a
Febrapo,
representante
dos
poupadores
prejudicados
nas
décadas
de
80
e
90. A
disputa
entre
bancos
e
poupadores
se
arrasta
no
Supremo
há
anos
e
o
julgamento
está
suspenso.
Se
homologado,
o
acordo
deverá
encerrar
mais
de
1
milhão
de
ações
na
Justiça. A
ministra
concederá
entrevista
no
fim
do
dia
para
dar
detalhes
do
acordo,
que
envolve
mais
de
R$
10
bilhões
em
indenizações. Sem
quórum No
último
dia
28,
a
AGU
anunciou
que
bancos
e
poupadores
estariam
negociando
os
termos
finais
do
acordo
que
prevê
indenizações
pelas
perdas
provocadas
por
sucessivos
planos
econômicos
nas
décadas
de
80
e
90.
Pelo
acordo,
o
valor
a
ser
pago
será
próximo
de
R$
10
bi,
sendo
a
maior
parte
parcelada. As
ações
que
buscavam
definição
da
questão
das
perdas
dos
poupadores
com
os
planos
econômicos
Bresser
(1987),
Verão
(1989),
Collor
I
(1990)
e
Collor
II
(1991)
tiveram
o
julgamento
iniciado
no
Supremo,
mas
sem
conclusão.
O
ministro
Fachin,
nomeado
para
a
Corte
na
vaga
decorrente
da
aposentadoria
antecipada
do
ministro
Joaquim
Barbosa,
declarou-se
em
2015
impedido
para
julgar
o
tema. Com
a
decisão
de
Fachin,
o
Supremo
ficou
sem
quórum
para
julgar
o
impasse,
pois
seriam
necessários
ao
menos
oito
ministros,
e
outros
três
já
tinham
se
declarado
impedidos:
Cármen
Lúcia,
Luiz
Fux
e
Luís
Roberto
Barroso. Em
fevereiro
de
2016,
o
pai
da
ministra
Cármen
Lúcia,
já
falecido,
desistiu
de
uma
ação
que
movia
contra
uma
instituição
financeira,
liberando
a
filha
para
julgar
a
tese. Fonte: Migalhas, de 11/12/2017
Inconstitucional,
projeto
de
lei
cria
procuradoria
paralela
de
Goiás No
apagar
das
luzes
de
2014,
a
Assembleia
Legislativa
de
Goiás
editou
a
Emenda
Constitucional
(EC)
50,
mais
precisamente
em
11
de
dezembro,
com
o
objetivo
de
transformar
cargos
de
advogados
e
gestores
jurídicos
numa
nova
carreira
paralela
de
procurador
autárquico. Na
época,
a
emenda
foi
objeto
da
Ação
Direta
de
Inconstitucionalidade
(ADI)
5.215,
ainda
pendente
de
julgamento
pelo
Supremo
Tribunal
Federal,
na
qual
se
sustenta
ofensa
à
previsão
dos
procuradores
dos
Estados
e
do
Distrito
Federal
como
carreira
única
e
à
regra
do
concurso
público,
haja
vista
a
transposição
de
cargos. E,
desde
2015,
já
há
pareceres
da
Advocacia-Geral
da
União
(AGU)
e
da
Procuradoria-Geral
da
República
(PGR)
favoráveis
à
declaração
de
inconstitucionalidade
do
artigo
92-A,
inserido
pela
EC
50/2014
na
Constituição
do
Estado. Na
mesma
época,
o
Ministério
Público
e
o
Ministério
Público
de
Contas
expediram
recomendações
ao
governador
de
Goiás,
Marconi
Perillo,
para
que
se
abstivesse
de
enviar
projeto
de
lei
regulamentando
a
procuradoria
paralela,
bem
ainda
de
praticar
qualquer
ato
administrativo
de
enquadramento
até
a
sobrevinda
de
decisão
do
Supremo. Mas,
como
o
STF
ainda
não
definiu
o
tema,
o
governo
de
Goiás
se
viu
na
liberdade
de
encaminhar,
novamente
no
fim
do
ano,
o
projeto
de
lei
que
trata
da
procuradoria
autárquica
e
regulamenta
o
dispositivo
com
inconstitucionalidade
questionada.
A
Assembleia
promete
votar
o
PL
2017004957
em
12
de
dezembro
de
2017,
terça-feira,
novamente
de
afogadilho. Os
servidores
autointitulados
"procuradores
autárquicos",
mesmo
antes
da
aprovação
do
PL,
dizem,
em
defesa
da
aprovação,
que
o
modelo
proposto
seria
similar
ao
da
União,
onde
coexistem
as
carreiras
dos
advogados
da
União,
que
representam
a
administração
direta,
e
dos
procuradores
federais,
atuantes
nas
autarquias
e
fundações
públicas
federais
(administração
indireta). Ocorre
que
a
própria
Constituição
Federal
já
desenhou
a
Advocacia-Geral
da
União
com
diversos
braços
e
uma
única
cabeça:
o
Advogado-Geral
da
União.
Ali
foram
previstos
concursos
específicos
para
"as
carreiras
[plural]
da
instituição"
(artigo
131,
§
2º).
A
Constituição
evidencia
que,
mesmo
com
diversos
braços,
a
Advocacia-Geral
da
União,
sob
pena
de
não
ser
geral,
constitui-se
instituição
única.
É
assim
que
a
Lei
Complementar
73/1993,
com
espelho
na
Constituição,
agrega
advogados
da
união,
procuradores
federais
e
procuradores
da
fazenda
nacional,
todos
compreendidos
na
instituição
una
Advocacia-Geral
da
União. No
caso
dos
estados,
a
Constituição
Federal
fala
em
"procuradores
dos
Estados
e
do
Distrito
Federal,
organizados
em
carreira"
[singular].
Parece
evidente
o
fato
de,
nesse
caso,
a
Constituição
ter
previsto
modelo
de
carreira
única. Além
disso,
a
Procuradoria
Federal
não
foi
instituída
mediante
a
transposição
de
gestores
jurídicos
e
de
advogados
celetistas
da
União
a
procuradores
federais,
como
se
quer
fazer
em
Goiás. De
fato,
o
PL
2017004957,
além
de
criar
uma
carreira
nova
e
paralela
à
Procuradoria-Geral
do
Estado,
intenta
provê-la
integralmente,
sem
concurso
público
específico,
pelos
que
se
autodenominam
"procuradores
autárquicos"
antes
de
editada
a
lei,
que
inserirá
esses
representantes
das
indiretas
no
quadro
funcional
de
uma
das
secretarias
da
administração
direta. Entre
os
contemplados
pelo
projeto,
há,
por
exemplo,
gestor
jurídico
com
remuneração
atual
de
R$
6,7
mil,
advogado
júnior
(R$
5,9
mil),
analista
jurídico
(R$
4,2
mil)
e
advogado
III
(R$
26
mil).
Segundo
o
projeto,
todos
passarão
a
receber,
no
mínimo,
algo
em
torno
de
R$
20
mil,
daí
a
veemência
com
que
defendem
o
projeto. Além
do
substancial
aumento,
o
projeto
ainda
prevê
promoção
post
mortem,
ou
seja,
considera
promovido
o
procurador
autárquico
que
vier
a
falecer,
e
piso
mínimo
de
honorários,
a
serem
complementados
pelo
Estado,
se
fixados
judicialmente
em
percentual
inferior. A
esperança
para
barrar
o
projeto
é
que
o
relator
da
ADI
5.215,
ministro
Luís
Roberto
Barroso,
conceda
a
medida
cautelar
solicitada
pela
Associação
Nacional
dos
Procuradores
dos
Estados
e
do
DF
(Anape)
para
suspender
o
artigo
92-A
da
Constituição
Estadual
e,
por
decorrência,
a
tramitação
do
PL
2017004957. A
não
ser
assim,
a
Constituição
Federal
precisará
ser
emendada
para
que
a
Procuradoria-Geral
do
Estado,
não
sendo
mais
geral,
passe
a
se
chamar
Procuradoria
da
Administração
Direta
do
Estado. Marcello
Terto
e
Silva
é
procurador
do
Estado
de
Goiás
e
conselheiro
federal
da
Ordem
dos
Advogados
do
Brasil. Fonte:
Conjur,
de
12/12/2017 |
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