12 Jul 17 |
SP quer criar classificação para contribuinte
A
Secretaria
da
Fazenda
do
Estado
de
São
Paulo
(Sefaz-SP)
quer
criar
uma
espécie
de
"rating"
dos
contribuintes
para
beneficiar
aqueles
que
cumprirem
a
legislação
tributária.
Hoje
será
aberta
consulta
pública
à
minuta
de
projeto
de
lei
que,
se
for
aprovado
pela
Assembleia
Legislativa,
permitirá,
por
exemplo,
que
os
contribuintes
melhor
classificados
sejam
privilegiados
na
liberação
de
créditos
acumulados
de
ICMS. A
medida
de
modernização
da
relação
entre
Fisco
e
contribuinte
–
que
é
chamada
de
"amigável"
porque
não
apenas
cobra
o
imposto
–
é
inovadora
no
país.
Para
a
elaboração
da
minuta,
já
participaram
de
debates
representantes
da
Federação
das
Indústrias
do
Estado
(Fiesp),
Associação
Comercial
de
São
Paulo
(ACSP),
Sindicato
das
Empresas
de
Serviços
Contábeis
paulista
(Sescon-SP)
e
FGV
Direito
SP,
entre
outros. Segundo
a
Sefaz-SP
adiantou
ao
Valor,
o
ranking
será
A+,
A,
B,
C,
D
ou
E.
Um
dos
benefícios
para
os
bem
classificados
é
a
possibilidade
da
análise
fiscal
prévia.
Assim,
antes
de
autuar,
se
o
Fisco
averiguar
uma
irregularidade,
sempre
vai
primeiro
notificar
o
contribuinte,
que
terá
30
dias
para
corrigir
o
problema.
Este,
se
discordar,
poderá
levar
o
caso
para
a
análise
de
um
comitê,
evitando
o
auto
de
infração
e
a
abertura
de
um
processo
administrativo
ou
judicial. A
minuta
também
prevê
que
as
garantias
prévias
estabelecidas
na
legislação
tributária
poderão
ser
reduzidas
ou
dispensadas
para
o
contribuinte
melhor
classificado.
"Hoje,
a
regra
geral
é:
se
o
contribuinte
pede
a
liberação
de
crédito
acumulado,
o
Fisco
só
libera
se
for
apresentada
fiança
bancária
de
150%
do
valor
pleiteado",
afirma
o
secretário-adjunto
Rogério
Ceron. A
classificação
será
publicada
e
atualizada
a
cada
mês.
"Mas
se
ocorrer
um
lapso,
não
reduziremos
a
classificação
de
imediato.
Comunicaremos
via
Domicílio
Eletrônico
do
Contribuinte
(Dec)
e
haverá
um
período
de
ajuste
de
três
meses
para
resolver
a
inconsistência",
diz
Ceron. Também
terá
um
"rating"
mais
alto
o
contribuinte
que
contratar
fornecedores
bem
classificados.
"Se
um
fornecedor
da
empresa
ficar
inadimplente,
vai
prejudicá-la.
O
fornecedor
poderá
se
regularizar
ou
a
empresa
poderá
trocar
de
fornecedor
para
não
perder
pontos",
afirma
o
secretário. Segundo
Ceron,
ao
estimular
que
contribuintes
contratem
empresas
regulares,
evita-se
a
inadimplência
e
aumenta-se
a
atividade
econômica,
levando
a
uma
redução
do
contencioso
e
um
aumento
da
arrecadação.
"Criaremos
um
ambiente
favorável
a
investimentos,
que
fomente
a
competição
leal.
Hoje,
quem
não
cumpre
a
lei
acaba
tendo
condições
de
oferecer
um
preço
menor
no
mercado." Pelos
critérios
que
constam
atualmente
na
minuta,
a
Sefaz-SP
prevê
que
pelo
menos
80%
dos
contribuintes
paulistas
vão
estar
bem
classificados.
Mas
o
tributarista
Júlio
de
Oliveira,
do
Machado
Associados,
critica
o
cenário
atual.
"Há
tempos
a
legislação
do
ICMS
é
caótica
e
comporta
múltiplas
interpretações,
que
levam
a
absurdos
autos
de
infração",
diz. Para
Oliveira,
a
análise
fiscal
prévia
poderá
evitar
autuações
e
a
aplicação
dessas
penalidades
abusivas.
"É
como
uma
premiação
ao
bom
contribuinte.
A
única
ressalva
é
que
deve
haver
total
transparência
dos
critérios,
sob
pena
da
criação
de
privilégios
indevidos
a
alguns." Fonte: Valor Econômico, de 12/7/2017
Justiça
determina
reajuste
em
salário-base
de
professores O
juiz
Evandro
Carlos
de
Oliveira,
da
7ª
Vara
da
Fazenda
Pública
da
Capital,
julgou
procedente
ação
civil
pública
ajuizada
pelo
Sindicato
dos
Professores
do
Ensino
Oficial
do
Estado
de
São
Paulo
(Apeoesp)
para
que
a
Fazenda
do
Estado
promova
o
reajuste
salarial
do
vencimento
inicial
(salário-base)
dos
professores
do
Estado
de
São
Paulo
ao
patamar
do
piso
salarial
nacional
vigente. Na
sentença,
o
magistrado
determinou
que
seja
incorporado
ao
salário-base
o
abono
estabelecido
no
Decreto
nº
42.500/17,
com
repercussão
na
carreira
e
nas
demais
vantagens
incorporáveis.
Também
decidiu
que
as
verbas
atrasadas
sofrerão
correção
monetária
de
acordo
com
a
tabela
do
Tribunal
de
Justiça
do
Estado
de
São
Paulo,
modulada
em
razão
da
declaração
de
inconstitucionalidade
da
Lei
Federal
nº
11.960/09,
a
partir
dos
respectivos
vencimentos
e
acrescidas
de
juros
de
mora
desde
a
citação. A
Apeoesp
ajuizou
ação
pelo
fato
de
o
Estado
ter
concedido
aos
professores,
para
fins
de
cumprimento
do
piso
salarial
nacional,
ao
invés
de
reajuste
no
salário-base,
um
abono
complementar
aos
vencimentos,
o
que,
segundo
a
associação,
afrontaria
os
dispositivos
constitucionais
e
legais,
por
entender
que
o
piso
nacional
deve
corresponder
ao
salário-base,
com
reflexo
em
toda
a
carreira
e
demais
vantagens. “Ao
estabelecer
que
o
valor
do
abono
complementar
não
será
considerado
para
efeito
do
cálculo
de
qualquer
vantagem
pecuniária,
exceto
no
cômputo
do
décimo
terceiro
salário
e
no
cálculo
do
terço
de
férias,
o
Executivo
Estadual,
por
via
indireta,
promove
minoração
indevida
do
valor
do
piso
salarial
mínimo,
sendo,
portanto,
de
rigor
a
procedência
dos
pedidos
do
autor”,
afirmou
o
magistrado. Ação
Civil
Publica
nº
1012025-73.2017.8.26.0053 Fonte: site do TJ SP, de 11/7/2017
OAB
critica
aprovação
da
PEC
da
Relevância
pela
CCJ
do
Senado A
Ordem
dos
Advogados
do
Brasil
criticou
a
aprovação
da
PEC
da
Relevância
pela
Comissão
de
Constituição
e
Justiça
do
Senado.
A
Proposta
de
Emenda
Constitucional
10/2017
atribui
requisito
de
admissibilidade
aos
recursos
especiais
no
Superior
Tribunal
de
Justiça.
A
medida
foi
votada
no
colegiado
no
último
dia
5. Segundo
o
presidente
do
Conselho
Federal
da
Ordem,
Claudio
Lamachia,
a
proposta
discute
meios
de
ampliar
o
acesso
à
Justiça
e
lança
um
olhar
equivocado
sobre
como
resolver
o
congestionamento
processual
no
STJ.
“A
prestação
jurisdicional
é
um
bem
tão
essencial
como
saúde,
educação
e
segurança,
não
sendo,
portanto,
razoável
que
a
população
seja
dela
privada
por
falta
dos
investimentos
necessários
ao
seu
funcionamento”,
disse. Ele
também
destacou
ser
preciso
que
a
sociedade
discuta
mais
o
alcance
dessa
proposta,
“que
vai
afetar
individualmente
cada
jurisdicionado
quando
precisar
reclamar
seus
direitos
na
Justiça”.
Antes
da
apreciação
da
matéria
na
CCJ,
a
OAB
foi
ao
Senado
e
apresentou
argumentos
técnicos
contrários
à
proposta,
inclusive
com
decisão
anexa
do
Conselho
Pleno
da
Ordem.
A
OAB
critica
essa
ideia
desde
2012. O
texto
prevê
que
o
recorrente
terá
de
demonstrar
a
relevância
das
questões
de
direito
federal
infraconstitucional
discutidas
no
caso
e
que
o
tribunal,
para
recusar
o
recurso,
precisará
do
voto
de
dois
terços
do
órgão
competente
para
julgar. Os
autores
defendem
que
a
proposta
evitará
o
congestionamento
de
recursos
no
STJ
relativos
a
causas
corriqueiras,
como
multas
por
infração
de
trânsito,
cortes
no
fornecimento
de
água
e
telefone,
entre
outros. A
Constituição
Federal
prevê
que
se
recorra
ao
STJ,
na
forma
de
recurso
especial,
contra
decisões
que,
na
visão
do
recorrente,
contrarie
tratado
ou
lei
federal;
negue
sua
vigência;
julgue
válido
ato
de
governo
local
contestado
em
face
de
lei
federal;
ou
dê
à
lei
federal
interpretação
divergente
da
de
outro
tribunal. De
acordo
com
a
maioria
dos
ministros
do
STJ,
que
já
saiu
em
defesa
da
proposta
diversas
vezes,
os
dados
demonstram
a
relação
direta
entre
o
aumento
do
número
de
recursos
e
o
crescimento
das
despesas
do
tribunal.
O
custo
de
um
processo
na
corte
passou
de
R$
2
mil
para
R$
3
mil
no
mesmo
período.
Nos
últimos
16
anos,
a
distribuição
de
processos
saltou
de
150
mil
para
335
mil
em
2016,
um
aumento
de
122%. Atualmente,
chegam,
em
média,
cerca
de
1.300
recursos
por
dia
ao
STJ.
Quase
a
metade
deles
sequer
ultrapassa
a
análise
de
admissibilidade.
Entre
os
que
são
admitidos,
grande
parte
se
refere
a
interesses
exclusivamente
das
partes,
sem
qualquer
reflexo
abrangente
para
o
restante
da
sociedade
e
sem
impacto
algum
na
formação
da
jurisprudência. Aprovada
na
Câmara
como
PEC
209/2013,
a
PEC
10/2017
agora
segue
para
o
Plenário
da
Casa
antes
de
ser
encaminhada
à
sanção
presidencial.
Com
informações
da
Assessoria
de
Imprensa
do
Conselho
Federal
da
OAB. Fonte: Conjur, de 12/7/2017
CNJ
fará
pesquisa
para
acelerar
recuperação
do
crédito
tributário O
Conselho
Nacional
de
Justiça
lançou
edital
para
elaborar
a
terceira
edição
da
Série
Justiça
Pesquisa.
Um
dos
seis
temas
a
serem
estudados
é
o
impacto
de
formas
pré-processuais
de
recuperação
do
crédito
tributário
e
a
efetividade
dos
mecanismos
eletrônicos
para
utilização
do
patrimônio
do
devedor
na
execução
fiscal. Segundo
o
CNJ,
dados
do
Justiça
em
Números
2016
mostram
que
o
principal
foco
de
morosidade
do
Judiciário
está
na
fase
de
execução
processual.
O
relatório
apontou
que
39%
de
todos
os
processos
e
75%
das
execuções
pendentes
são
execuções
fiscais. A
pesquisa
será
feita,
diz
o
CNJ,
para
que
possam
ser
definidos
meios
alternativos
à
judicialização,
como
o
protesto
da
Certidão
de
Dívida
Ativa
junto
aos
Cartórios
de
Protestos
de
Título
antes
do
ajuizamento
da
ação.
Em
relação
a
mecanismos
mais
ágeis
de
localização
e
coação
do
devedor,
o
órgão
destaca
a
pacificação
da
jurisprudência
de
que
a
penhora
eletrônica
de
ativos
bancários
deve
ser
considerada
penhora
de
dinheiro. O
levantamento
que
ainda
será
feito
também
buscará
informações
sobre
o
impacto
de
decisões
judiciais
que
contribuíram
para
pacificar
entendimento
sobre
o
uso
da
penhora
on-line
e
incentivaram
medidas
legislativas
para
legalização
do
protesto
da
CDA
nas
execuções
fiscais
no
Brasil. Outros
temas Além
de
meios
para
acelerar
as
execuções
fiscais,
a
terceira
edição
da
Série
Justiça
Pesquisa
fará
outros
cinco
estudos.
São
eles: -superpopulação
do
sistema
prisional; -transparência
nos
tribunais; -gestão
de
processos; -combate
ao
trabalho
escravo
e
ao
tráfico
de
pessoas;
e -combate
à
violência
doméstica
e
familiar
contra
a
mulher. De
acordo
com
o
edital,
as
instituições
selecionadas
para
a
pesquisa
serão
divulgadas
em
60
dias.
Os
levantamentos
deverão
ser
feitos
em
até
nove
meses,
que
passarão
a
ser
contados
a
partir
da
data
de
assinatura
da
contratação.
Fonte: Assessoria de Imprensa do CNJ, de 11/7/2017
Para
economistas,
desafio
agora
é
reforma
da
Previdência A
aprovação
da
reforma
trabalhista
no
plenário
do
Senado
foi
uma
demonstração
da
capacidade
de
articulação
do
governo
de
Michel
Temer,
mas
não
é
garantia
de
que
a
reforma
da
Previdência,
a
outra
grande
aposta
do
governo
para
colocar
a
economia
nos
trilhos,
será
aprovada
pelo
Congresso,
na
avaliação
de
economistas. “A
[reforma
da]Previdência
precisa
de
uma
maioria
qualificada,
dois
terços
dos
parlamentares,
com
votação
em
dois
turnos
na
Câmara
e
no
Senado.
Mesmo
antes
da
delação
da
JBS,
o
governo
não
tinha
essa
maioria”,
disse
o
economista
e
sócio
da
4E
Consultoria,
Juan
Jensen.
Ele
diz
que
apenas
uma
versão
muito
desidratada
da
reforma
previdenciária
poderia
passar.
“Talvez,
eventualmente,
apenas
as
alterações
na
idade
mínima
e
regras
de
transição.” Senado O
economista
lembra
que,
para
isso,
entretanto,
Temer
terá
de
articular
a
base
para
impedir
o
encaminhamento
da
denúncia
contra
ele
ao
Supremo
Tribunal
Federal
(STF).
“Ele
precisa
de
apenas
um
terço
dos
votos
na
Câmara:
não
é
tanto
para
um
presidente
que
sabe
fazer
essa
articulação
e
já
liderou
o
Congresso
por
alguns
mandatos”,
avalia. Para
o
professor
do
Insper,
Carlos
Melo,
o
“governo
vai
bater
bumbo,
aproveitar
o
resultado
para
mostrar
que
está
forte,
mas
o
que
vale
para
o
Senado
não
vale
para
a
Câmara”. Na
avaliação
do
analista
político
da
XP
Investimentos,
Richard
Back,
a
votação
expressiva
em
favor
da
reforma
trabalhista
contou
com
a
contribuição
de
fatores
alheios
ao
governo.
“A
reforma
trabalhista
andou,
em
parte,
sozinha.
Teve
a
liderança
de
Romero
Jucá,
assim
como
o
comprometimento
do
PSDB
com
a
pauta”,
afirmou. Para
o
analista,
o
governo
ainda
tem
alguma
credibilidade,
mas
o
resultado
em
si
não
representa
um
fortalecimento
de
Michel
Temer,
que
ainda
se
encontra
em
situação
delicada.
O
analista
da
XP
lembra
que
a
equipe
econômica
também
teve
um
papel
essencial
na
aprovação
da
matéria.
“Na
situação
em
que
Temer
está,
qualquer
respiro
é
positivo”,
afirmou.
Por
isso,
o
presidente
deve
tentar
recuperar
algum
capital
político
com
a
aprovação.
Ainda
assim,
diz
Back,
a
aprovação
por
uma
margem
ampla
no
Senado
deve
ter
efeitos
neutros
na
situação
de
Temer
em
relação
à
denúncia
apresentada
pela
Procuradoria-Geral
da
República
e
que
terá
seu
encaminhamento
ao
STF
votado
na
Câmara. Já
o
ex-secretário
de
Política
Econômica
Márcio
Holland
avalia
que
a
aprovação
da
reforma
trabalhista
sugere
consciência
do
Congresso
sobre
a
urgência
da
implementação
de
reformas
no
País,
independentemente
da
crise
política.
“Minha
leitura
é
de
que
a
passagem
das
reformas,
seja
a
trabalhista,
seja
a
previdenciária,
acaba
acontecendo
pela
necessidade
dessas
medidas”,
comenta
Holland,
que
é
professor
da
FGV. O
economista
diz
manter
a
confiança
na
aprovação
da
reforma
da
Previdência
até
o
fim
do
ano,
mesmo
que
numa
versão
com
impacto
fiscal
entre
30%
e
40%
inferior
ao
previsto
na
proposta
original
encaminhada
à
Câmara.
“Acho
que
o
Congresso
está
entendendo
que
temos
uma
crise
fiscal
gravíssima.”
Fonte:
Estado
de
S.
Paulo,
Opinião,
de
12/7/2017 |
||
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