08 Jun 17 |
Para cumprir lei, Alckmin inclui até aposentadoria em gasto de educação
O
Estado
de
São
Paulo,
atualmente
sob
o
comando
do
governador
Geraldo
Alckmin
(PSDB)
e
há
21
anos
nas
mãos
dos
tucanos,
calcula
como
gasto
mínimo
constitucional
em
educação
valores
que,
na
prática,
não
chegam
às
atividades
educacionais. Em
uma
manobra
alvo
de
questionamentos,
o
governo
tem
colocado
nessa
conta
o
pagamento
de
aposentados.
Essa
operação
representou,
só
nos
últimos
três
anos,
cerca
de
R$
13
bilhões
–perto
de
metade
do
orçamento
anual
da
Secretaria
de
Educação. Só
no
ano
passado,
R$
5,1
bilhões
declarados
como
investimentos
em
educação
são,
na
prática,
repasses
para
aposentadorias. A
manobra
entrou
na
mira
do
Ministério
Público
de
Contas,
órgão
ligado
ao
TCE
(Tribunal
de
Contas
do
Estado).
O
próprio
TCE
deve
apontar
correções
na
análise
de
contas
do
governador
de
2016
por
causa
desse
procedimento. Em
outra
frente,
o
procurador-geral
da
República,
Rodrigo
Janot,
ingressou
na
segunda-feira
(5)
com
ação
no
STF
(Supremo
Tribunal
Federal)
contra
uma
lei
paulista,
de
2007,
que
permite
a
inclusão
de
inativos
no
cálculo
de
gasto
mínimo
com
educação. A
Constituição
paulista
exige
que
30%
das
receitas
sejam
investidos
na
manutenção
e
desenvolvimento
do
ensino.
Só
levando
em
conta
as
aposentadorias,
porém,
é
que
o
governo
alcança
o
índice. O
governo
Alckmin
diz
que
gastou
31%
das
receitas
com
educação
em
2016.
O
percentual
cai
para
25%
ao
descontar
o
gasto
com
aposentados. GASTO
DIRETO Ações
de
assistência
estudantil
e
até
merenda,
por
exemplo,
não
entram
na
conta
porque
não
têm
relação
direta
com
o
ensino.
O
governo
pode
incluir
os
recursos
do
ensino
superior,
mas
a
etapa
definida
como
prioridade
do
Estado
é
o
ensino
médio. Ao
excluir
o
orçamento
das
universidades
estaduais,
a
educação
básica
recebe
19%
da
receita
total:
R$
21
bilhões. A
Constituição
federal
fala
em
reservar
25%
das
receitas
para
a
educação.
Para
a
procuradora
Elida
Graziane,
do
MP
de
Contas,
Alckmin
deve
atender
ao
texto
paulista
–que
prevê
meta
de
30%. "Com
as
dificuldades
na
educação
básica,
o
Estado
não
poderia
se
dar
ao
luxo
de
não
aplicar
o
que
se
exige." O
Estado
registra
223
mil
jovens
de
15
a
17
anos
fora
da
escola
(12%
do
total
dessa
faixa
etária).
Os
indicadores
de
qualidade,
tanto
Ideb
(federal)
quanto
Idesp
(estadual),
têm
resultados
nos
anos
finais
do
fundamental
e
no
ensino
médio
estagnados
em
níveis
baixos.
Só
nos
anos
iniciais
há
ritmo
de
melhora. A
rede
de
SP
tem
só
6%
dos
alunos
de
ensino
médio
em
tempo
integral.
O
Plano
Nacional
de
Educação
estipula
25%
até
2024.
Os
docentes
da
rede
não
recebem
reajuste
do
piso
salarial
desde
2014. Membro
do
Conselho
Nacional
de
Educação,
Cesar
Callegari
presidiu
CPI
na
Assembleia
entre
1999
e
2000
cujo
relatório
já
apontava
a
distorção.
"Mas
o
governo
sempre
manteve
a
manobra,
com
o
respaldo
do
TCE." Priscila
Cruz,
do
Todos
pela
Educação,
diz
que,
pelo
potencial
econômico
de
São
Paulo,
os
resultados
deveriam
ser
melhores.
"O
fato
de
um
Estado
fazer
isso
há
tantos
anos
mostra
seu
real
compromisso
com
a
educação." Os
R$
5,1
bilhões
declarados
em
educação
em
2016,
mas
não
investidos
na
área,
seriam
suficientes
para
viabilizar
27
mil
turmas.
Financiaria
ainda
o
transporte
escolar
na
rede
por
cinco
anos. Em
defesa
da
medida,
o
governo
diz
que
suas
contas
têm
sido
aprovadas
pelo
TCE.
O
conselheiro
Roque
Citadini,
relator
das
contas
de
2016,
adiantou
que
o
tribunal
não
deve
permitir
mais
isso. "Os
gastos
com
inativos
não
devem
ser
computados
como
educação,
o
Estado
deve
retira-lo
da
conta",
diz
Citadini.
O
relatório
do
TCE
vai
sugerir
uma
ressalva
nas
contas,
indicando
correção
no
próximo
orçamento,
de
2018. O
conselheiro
exigirá
o
atendimento
ao
piso
federal,
de
25%.
Segundo
ele,
a
baixa
transparência
nas
contas
dificulta
concluir
se
ao
menos
os
25%
têm
sido
respeitados. "LEGAL
E
TRANSPARENTE" Para
o
governo
Geraldo
Alckmin
(PSDB),
considerar
gastos
com
inativos
no
cálculo
do
investimento
mínimo
em
educação
é
uma
medida
"legal
e
transparente". A
gestão
defende
que
se
respalda
em
lei
de
2007
e
que
"sempre
teve
o
aval
do
Tribunal
de
Contas
do
Estado". Em
2007,
o
governo
incluiu
na
lei
que
criou
a
SPPREV,
entidade
gestora
da
previdência
dos
servidores,
um
artigo
que
autoriza
a
manobra. Segundo
o
governo,
os
repasses
da
Secretaria
de
Estado
de
Educação
para
a
SPPREV
têm
"o
objetivo
de
honrar
o
pagamento
da
aposentadoria
aos
inativos". A
proporção
dos
gastos
de
educação
transferidos
para
pensionistas
tem
aumentado.
Representava
3,7%
do
total
de
receitas
em
2014.
No
ano
passado,
esse
percentual
foi
de
4,6%.
São
Paulo
registra
183
mil
inativos
da
educação. O
Procurador-Geral
da
República,
Rodrigo
Janot,
questionou
o
dispositivo
da
lei
paulista
de
2007
em
ação
no
STF
(Supremo
Tribunal
Federal)
nesta
semana.
Na
avaliação
da
procuradoria,
esse
trecho
da
lei
é
inconstitucional. A
Procuradoria-Geral
do
Estado
de
São
Paulo
diz
não
ter
tido
acesso
formal
à
ação
e,
por
isso,
não
a
comentaria. A
pasta
de
Planejamento
argumenta
que
os
gastos
totais
com
a
"função"
Educação
chegaram
a
R$
41,3
bilhões
em
2016.
Esses
valores
envolvem
outros
gastos
não
identificados
apenas
como
"manutenção
e
desenvolvimento"
do
ensino
e
que
também
não
fazem
necessariamente
parte
do
orçamento
da
secretaria
de
Educação. O
orçamento
executado
pela
secretaria
de
Educação
em
2016
foi
de
R$
28,7
bilhões.
Representa
um
recuo
de
3%
com
relação
a
2015
(considerando
valores
atualizados
pela
inflação).
Houve
recuo
de
6,5%
da
receita
total
do
Estado
de
São
Paulo
no
período. A
pasta
afirma
que
os
resultados
do
Ideb
(Índice
de
Desenvolvimento
da
Educação
Básica)
avançaram
em
2015
-na
prática,
com
exceção
dos
anos
iniciais,
o
comportamento
é
de
estagnação
nos
anos
finais
do
fundamental
e
no
ensino
médio.
Ressaltou
que
alfabetiza
98,7%
das
crianças
até
o
2º
ano. De
acordo
com
a
secretaria,
a
pasta
"trabalha
diariamente
para
cumprir
o
que
prevê
o
Plano
Nacional
e
Estadual
de
Educação". A
ampliação
das
escolas
de
tempo
integral
é
constante,
afirma
a
pasta,
atingindo
544
escolas.
A
rede
estadual
tem
5,3
mil
unidades. Sobre
os
jovens
de
15
a
17
anos
fora
da
escola,
ela
afirma
que
tem
600
mil
vagas
no
sistema
que
podem
ser
ocupadas.
"São
Paulo
mantém
as
menores
taxas
de
abandono
escolar
do
país",
diz
a
secretaria. OUTROS
ESTADOS A
inclusão
de
aposentados
no
gasto
mínimo
com
educação
já
foi
questionada
em
outros
Estados
do
país,
como
Minas
Gerais,
Paraíba,
Espírito
Santo
e
Rio
Grande
do
Norte
-seja
por
tribunais
de
contas
ou
pelo
Ministério
Público. Interpretações
da
legislação
dão
margem
à
manobra.
A
LDB
(Lei
de
Diretrizes
e
Bases
da
Educação),
de
1996,
descreve
o
que
é
"manutenção
e
desenvolvimento"
da
educação.
Não
inclui
os
aposentados,
embora
seja
omissa
em
citar
a
exclusão. Manuais
de
prestação
de
contas
do
MEC
são
claros
em
excluir
inativos.
Atos
do
Conselho
Estadual
de
São
Paulo
vão
na
mesma
linha. "Existem
divergências
e
interpretações
possíveis.
Só
o
STF
tem
competência
para
dar
a
orientação
definitiva",
diz
Carlos
Ari
Sunfeld,
professor
de
Direito
Constitucional
da
FGV-SP. João
Batista
de
Oliveira,
do
Instituto
Alfa
e
Beto,
afirma
que
o
debate
sobre
financiamento
precisa
se
intensificar.
"Tudo
que
amarra
recurso
tende
a
ser
ineficiente.
O
Brasil
tem
de
discutir
vinculações
e
levar
em
conta
outras
variáveis,
como
a
demografia
[quantidade
de
crianças
vem
diminuindo]",
defende.
Fonte: Folha de S. Paulo, de 8/6/2017
Operação
Game
Over
combate
sonegação
fiscal
no
setor
de
videogames A
Secretaria
da
Fazenda
deflagra
a
operação
Game
Over
contra
empresas
distribuidoras
e
varejistas
do
ramo
de
eletrônicos
nesta
quinta-feira,
8/6.
Indícios
apontam
que
um
grupo
de
40
empresas
estão
envolvidas
no
esquema
fraudulento
e
teriam
movimentado,
desde
2015,
cerca
de
R$
800
milhões
em
vendas
de
videogames.
Estima-se
que
o
valor
sonegado
possa
alcançar
aproximadamente
R$
250
milhões. Iniciadas
há
um
ano,
as
investigações
indicam
que
o
grupo
abriu
diversas
empresas
de
fachada,
utilizando-se
de
sócios
laranjas
para
emitir
Notas
Fiscais
com
o
objetivo
de
“esquentar”
as
mercadorias
e
simular
o
recolhimento
do
ICMS
devido
em
operações
sujeitas
ao
regime
de
substituição
tributária.
Com
aparência
de
legalidade,
empresas
distribuidoras,
também
pertencentes
ao
grupo,
recebiam
essas
mercadorias
e
as
revendiam
a
grandes
redes
varejistas.
Estas
comercializavam
com
os
consumidores
finais
por
meio
de
suas
plataformas
e-commerce
e
de
suas
lojas
físicas. A
operação
é
em
conjunto
com
a
Polícia
Civil
e
conta
com
o
apoio
do
Ministério
Público
do
Estado
de
São
Paulo.
Foram
mobilizados
cerca
de
100
agentes
fiscais
de
seis
delegacias
tributárias
e
70
policiais
civis.
Serão
cumpridos
14
mandados
de
busca
e
apreensão
em
empresas,
escritórios
de
contabilidade
e
residências,
além
de
12
ordens
de
fiscalização
nas
cidades
de
São
Paulo,
Osasco,
Barueri,
São
Caetano
e
Guarulhos. O
objetivo
da
ação
é
apreender
livros,
documentos
fiscais,
controles
paralelos
e
realizar
cópia
e
autenticação
de
arquivos
digitais,
de
forma
a
ampliar
o
conjunto
probatório
a
ser
utilizado
nas
esferas
fiscal
e
penal,
no
sentido
de
desarticular
a
fraude,
desqualificar
as
empresas
simuladas
e
as
pessoas
interpostas,
responsabilizando
os
articuladores
e
beneficiários
do
esquema. Fonte: site da SEFAZ-SP, de 8/6/2017
MP
não
pode
propor
ação
contra
o
fim
da
Banda
Sinfônica
do
Estado
de
São
Paulo O
Ministério
Público
não
pode
obrigar
o
Executivo
a
fazer
políticas
públicas,
pois,
se
o
fizer,
descumprirá
a
separação
dos
Poderes.
Esse
foi
o
entendimento
do
desembargador
Maurício
Fiorito
ao
extinguir
ação
movida
pelo
MP
paulista
contra
o
fim
da
Banda
Sinfônica
do
Estado
de
São
Paulo. O
MP-SP
questionava
a
Fazenda
Pública
paulista,
representada
pela
procuradora
Mirna
Cianci,
porque
o
órgão
pretendia
selecionar
uma
Organização
Social
para
gerir
projetos
culturais
do
estado.
Entre
eles
estavam
a
Jazz
Sinfônica,
o
Theatro
São
Pedro
e
sua
orquestra,
o
Teatro
Caetano
de
Campos
e
o
Centro
Cultural
de
Estudos
Superiores
Authos
Pagano. Essa
OS
também
deveria
cuidar
da
produção
do
Prêmio
Governador
do
Estado
de
São
Paulo
e
apoiar
grupos
musicais
estáveis
do
estado.
Em
2011,
foi
publicado
o
Contrato
de
Gestão
08/2011,
que
deixava
a
cargo
do
Instituto
Pensarte
a
gestão
da
Sinfônica
paulista
até
2016.
Em
Janeiro
do
ano
seguinte,
foi
publicada
convocação
pública
que
não
incluiu
o
grupo
musical
entre
os
projetos.
Isso
foi
entendido
pelo
MP-SP
como
uma
ato
para
extinguir
a
banda. A
Fazenda
paulista
esclareceu
que
o
grupo
não
foi
extinto,
mas
reformulado.
Segundo
o
órgão,
o
modelo
de
pagamento
fixo
foi
substituído
pela
remuneração
por
apresentação,
pois
assim
a
atividade
seria
“mais
eficiente
e
menos
onerosa
aos
cofres
públicos”. Na
decisão,
o
desembargador
destacou
que
em
momento
algum
houve
qualquer
ato
formal
extinguindo
a
Sinfônica.
Disse
ainda
que
é
impossível
obrigar
a
Fazenda
paulista
a
tomar
essa
atitude
caso
o
Executivo
julgasse
necessário. “Entendo
que
não
restou
caracterizado
o
suposto
desmantelamento
da
BSESP,
mas
apenas
(como
defendido
pela
FESP)
modificação
de
gerência,
adaptada
a
novos
tempos
de
sérias
restrições
orçamentárias,
do
que
resulta
ato
discricionário
e
plenamente
ao
alcance
do
Executivo,
sem
contar
a
inadequação
do
tratamento
de
definitividade
pretendido
pelo
Autor
da
Tutela
Antecipada
Antecedente,
ora
agravado”,
afirmou. Fonte: Conjur, 7/6/2017
Comunicado
do
Centro
de
Estudos Fonte:
D.O.E,
Caderno
Executivo
I,
seção
PGE,
de
8/6/2017 |
||
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