02 Ago 17 |
Por Previdência, Planalto pretende poupar infiéis
Na
ofensiva
para
garantir
quórum
no
plenário
da
Câmara
dos
Deputados
e
derrubar
hoje
a
denúncia
por
corrupção
passiva
contra
Michel
Temer,
o
governo
passou
a
garantir
aos
aliados,
nos
bastidores,
que
não
haverá
retaliação
a
quem
se
posicionar
contra
o
presidente.
A
nova
estratégia
tem
como
principal
alvo
o
PSDB
e
mira
não
apenas
na
rejeição
do
processo
contra
Temer,
mas
também
na
reforma
da
Previdência. O
Palácio
do
Planalto
avalia
que
o
plenário
barrará
a
investigação.
Mesmo
assim,
a
crise
política
está
longe
de
ser
resolvida
e,
se
escapar
da
denúncia,
Temer
precisa
da
base
unida
para
aprovar
a
reforma
da
Previdência.
É
justamente
aí
que
seus
problemas
aumentam
ainda
mais. Dividido,
o
PSDB
ameaça
a
todo
instante
deixar
o
governo.
Dos
46
deputados
da
bancada
tucana,
30
já
falam
em
votar
hoje
contra
Temer.
O
PSDB
comanda
quatro
ministérios
e
o
presidente
pediu
ao
senador
Aécio
Neves
(PSDB-MG)
que
o
ajude
a
reverter
votos.
Alvo
de
novo
pedido
de
prisão
apresentado
pelo
procurador-geral
da
República,
Rodrigo
Janot,
Aécio
é
um
dos
principais
defensores
de
Temer
no
PSDB. Embora
até
mesmo
o
ministro
da
Casa
Civil,
Eliseu
Padilha,
esteja
há
tempos
mandando
recados
de
que
os
traidores
perderão
cargos
na
administração,
na
prática
auxiliares
do
presidente
dizem
que
o
momento
não
é
de
confronto.
Em
conversas
reservadas,
alguns
deles
afirmam
que
o
troco
pode
até
ser
dado
aos
infiéis,
mas
não
agora
porque
é
preciso
evitar
um
esgarçamento
ainda
maior
da
base
de
sustentação
de
Temer. “Em
política
não
se
briga
com
ninguém”,
argumentou
o
vice-líder
do
governo
na
Câmara,
deputado
Beto
Mansur
(PRB-SP),
um
dos
integrantes
da
“tropa
de
choque”.
“Queremos
virar
logo
essa
página
para
votar
a
reforma
da
Previdência
e
outras
de
que
o
Brasil
precisa.
Estamos
fazendo
um
apelo
para
que
todos
marquem
presença
no
painel
e,
se
não
puderem
votar
com
o
governo,
que
se
abstenham.” O
presidente
da
Câmara,
Rodrigo
Maia
(DEM-RJ),
disse
ter
certeza
de
que
o
PSDB
não
virará
as
costas
para
Temer.
“O
PSDB
tem
um
papel
importante
no
governo
e
vai
ajudar
o
governo”,
afirmou.
“Recebi
vários
deputados
dizendo
que
iam
votar
contra
o
presidente,
mas
a
favor
da
reforma
da
Previdência.” Pelos
cálculos
do
Planalto,
Temer
terá
hoje
entre
240
e
280
votos
a
seu
favor,
mas
ainda
há
entre
30
e
40
“indecisos”.
Para
que
a
denúncia
seja
aceita,
é
necessário
o
apoio
de
342
dos
513
deputados.
A
ideia
inicial
do
governo
era
fazer
da
votação
de
hoje
um
teste
para
demonstrar
sua
força
–
o
Planalto
precisa
de
308
votos
para
aprovar
a
reforma
da
Previdência.
Percebeu,
porém,
que
o
presidente
pode
ganhar
sobrevida,
mas
está
muito
enfraquecido. A
intenção
do
governo
de
não
punir
os
infiéis
foi
recebida
com
revolta
por
aliados
de
vários
partidos.
“Os
colegas
não
vão
aceitar
isso
e
todos
vão
cobrar
punição
de
quem
for
contra
o
presidente”,
avisou
o
deputado
Mauro
Pereira
(PMDB-RS).
“Quem
votar
contra
tem
de
ser
afastado
porque
não
tem
responsabilidade
com
o
País
e
aposta
no
caos
na
economia.”
Fonte: Estado de S. Paulo, de 2/8/2017
País
age
"com
absoluta
indiferença
à
gravidade
questão
carcerária",
diz
Celso
de
Mello O
Estado
brasileiro,
em
todas
as
suas
esferas,
vive
em
“um
mundo
de
ficção”
quando
o
assunto
é
execução
penal.
De
acordo
com
o
ministro
Celso
de
Mello,
do
Supremo
Tribunal
Federal,
há
“um
assustador
universo
de
cotidianas
irrealidades
em
conflito
e
em
completo
divórcio”
com
a
realidade
que
se
vê
nas
prisões
e
no
cumprimento
de
penas
no
Brasil.
Pior,
diz
o
ministro,
“é
que
o
Estado,
agindo
com
absoluta
indiferença
em
relação
à
gravidade
da
questão
penitenciária”. Esse
quadro
mostra,
segundo
Celso,
que
o
Estado
brasileiro
não
tem
feito
sua
parte
em
relação
às
obrigações
descritas
na
Constituição,
nas
leis
e
em
compromissos
internacionais
assumidos
pelo
Brasil
em
matéria
de
execução
penal. O
país
“tem
permitido
em
razão
de
sua
própria
inércia,
que
se
transgrida
o
direito
básico
do
sentenciado
de
receber
tratamento
penitenciário
justo
e
adequado,
vale
dizer,
tratamento
que
não
implique
exposição
do
condenado
a
meios
cruéis
ou
moralmente
degradantes,
fazendo-se
respeitar,
desse
modo,
um
dos
mais
expressivos
fundamentos
que
dão
suporte
ao
Estado
democrático
de
direito:
a
dignidade
da
pessoa
humana”,
descrito
no
artigo
1º,
inciso
III,
da
Constituição,
afirma
o
ministro. As
falas
demonstram
a
preocupação
do
ministro
mais
antigo
do
Supremo
Tribunal
Federal
com
o
desprezo
com
que
todas
as
esferas
de
poder
tratam
a
questão
penitenciária
no
Brasil.
Foram
feitas
em
voto
no
caso
em
que
o
STF
decidiu
que
o
Estado
deve
indenizar
presos
submetidos
a
condições
degradantes
e
desumanas
enquanto
cumprem
suas
penas. O
ministro
votou
com
a
maioria,
que
seguiu
a
tese
do
ministro
Teori
Zavascki:
"Considerando
que
é
dever
do
Estado,
imposto
pelo
sistema
normativo,
manter
em
seus
presídios
os
padrões
mínimos
de
humanidade
previstos
no
ordenamento
jurídico,
é
de
sua
responsabilidade,
nos
termos
do
artigo
37,
parágrafo
6º,
da
Constituição,
a
obrigação
de
ressarcir
os
danos,
inclusive
morais,
comprovadamente
causados
aos
detentos
em
decorrência
da
falta
ou
insuficiência
das
condições
legais
de
encarceramento".
A
decisão
se
deu
por
sete
votos
a
três. Na
opinião
do
ministro
Celso,
o
dever
de
indenizar
presos
submetidos
a
condições
degradantes
decorre
do
descumprimento
de
obrigações
básicas
do
Estado.
Entre
elas,
evitar
que
condenações
penais
signifiquem
a
perda
da
dignidade
da
população
carcerária. “O
princípio
da
dignidade
da
pessoa
humana
representa
significativo
vetor
interpretativo,
verdadeiro
valor-fonte
que
conforma
e
inspira
todo
o
ordenamento
constitucional
vigente
em
nosso
país
e
que
traduz,
de
modo
expressivo,
um
dos
fundamentos
em
que
se
assenta,
entre
nós,
a
ordem
republicana
e
democrática
consagrada
pelo
sistema
de
direito
constitucional
positivo”,
afirma
o
ministro. Estado
de
coisas Dois
anos
antes
de
definir
que
governos
devem
indenizar
presos
submetidos
a
condições
degradantes,
o
Supremo
declarou
que
o
sistema
penitenciário
brasileiro
vive
um
“estado
de
coisas
inconstitucional”.
Por
maioria,
o
Plenário
afirmou
que
eram
tantas
as
violações
de
direitos
constitucionais
e
de
direitos
humanos
que
não
era
possível
apontar
para
um
problema
concreto
e
determinar
sua
resolução.
Era
preciso
reconhecer
que
a
paisagem
era
inteira
inconstitucional. Venceu
naquela
ocasião
a
tese
do
ministro
Marco
Aurélio,
relator.
Mas
ali
o
ministro
Celso
já
havia
apresentado
sua
tese
de
que
o
Estado
brasileiro
vive
“no
plano
da
ficção
jurídica”
em
relação
ao
sistema
carcerário
e
em
matéria
de
execução
penal. Segundo
o
decano,
o
sentenciado,
ao
ingressar
no
sistema,
sofre
e
tem
sofrido
punições
que
a
Constituição
repudia
por
culpa
da
omissão
estatal.
Ele
lembra
que
já
denunciava
as
violações
de
direitos
quando
era
membro
do
Ministério
Público,
órgão
que
deixou
nos
anos
1980,
quando
foi
trabalhar
na
Presidência
da
República.
“Os
problemas
são
mais
graves
agora.
A
questão
penitenciária
é
aflitiva”,
disse,
ao
reconhecer
o
estado
inconstitucional
de
coisas. A
decisão
do
Supremo
de
que
o
Estado
deve
indenizar
presos
submetidos
a
situações
degradantes
foi
tomada
no
dia
16
de
fevereiro
deste
ano.
No
dia
23
de
março,
Mato
Grosso
do
Sul,
que
estava
no
polo
passivo
do
recurso,
pediu
ressarcimento
à
União. O
governo
do
estado
diz
que,
como
está
numa
região
de
fronteira,
tem
ajudado
o
governo
federal
a
patrulhar
as
fronteiras
e
a
enfrentar
o
tráfico
de
drogas
e
de
armas,
justamente
com
a
investigação,
captura
e
prisão
de
pessoas.
E
por
isso
deve
ser
ressarcido.
O
pedido
ainda
não
foi
julgado. Fonte: Conjur, de 1º/8/2017
Íntegra
do
voto
do
ministro
Celso
de
Mello
no
julgamento
que
determinou
que
Estado
deve
indenizar
preso
em
situação
degradante Leia
a
íntegra
do
voto
proferido
pelo
ministro
Celso
de
Mello
no
julgamento
do
Recurso
Extraordinário
(RE)
580252,
em
que
o
Supremo
Tribunal
Federal
(STF)
reconheceu
a
responsabilidade
civil
do
Poder
Público
pelos
danos
materiais
e
morais
sofridos
pelo
detento
quando
sob
a
custódia
do
Estado.
O
RE
teve
repercussão
geral
reconhecida. Em
seu
voto,
o
ministro
Celso
de
Mello
faz
declarações
incisivas
e
duras
sobre
a
omissão
e
a
indiferença
dos
estados
da
Federação
quanto
ao
direito
fundamental
de
qualquer
sentenciado
de
receber,
por
parte
do
poder
público,
tratamento
penitenciário
digno
e
justo. Leia
aqui
a
íntegra
do
voto
do
ministro
Celso
de
Mello. Fonte: site do STF, de 1º/8/2017
CNJ
aprova
proposta
orçamentária
de
R$
220,7
milhões
para
2018 A
ministra
Cármen
Lúcia,
presidente
do
Conselho
Nacional
de
Justiça
(CNJ)
e
do
Supremo
Tribunal
Federal
(STF),
aprovou,
durante
a
255ª
Sessão
Ordinária
do
CNJ,
a
proposta
orçamentária
para
o
órgão
no
ano
de
2018,
que
deverá
ser
encaminhada
até
o
dia
15
de
agosto
para
o
Congresso
Nacional. A
proposta,
aprovada
por
unanimidade,
respeita
o
limite
estabelecido
pelo
Ministério
do
Planejamento
de
R$
220,750
milhões,
de
acordo
com
o
novo
regime
fiscal
de
controle
de
gastos
aprovado
pela
Emenda
Constitucional
95,
de
2016.
Com
isso,
o
orçamento
do
CNJ
para
o
próximo
ano
será
1,3%
menor
do
que
o
atual.
De
acordo
com
a
ministra
Cármen
Lúcia,
apesar
da
redução
no
orçamento,
não
haverá
perda
da
qualidade
e
eficiência
da
gestão
e
foram
mantidos
nos
mesmos
patamares
de
2017
os
valores
referentes
à
atividade
fim
do
Conselho
–
entre
elas
estão
as
correições,
pesquisas,
projetos,
além
das
atividades
inerentes
aos
julgamentos.
“As
atividades
do
Conselho
estão
previstas
para
serem
desenvolvidas
normalmente
em
2018
porque
estamos
adotando
uma
série
de
providências
para
adequação
ao
limite
constitucional
estabelecido”,
diz
a
ministra
Cármen
Lúcia. Dentre
as
medidas
adotadas,
de
acordo
com
a
ministra,
estão
a
gestão
mais
eficiente
de
recursos,
a
renegociação
dos
valores
de
contratos
e
a
execução
plano
de
logística
sustentável,
cujo
objetivo
é
a
instituição
de
boas
práticas
de
sustentabilidade
e
racionalização
de
recursos
para
maior
eficiência
do
gasto
público.
A
ministra
ressaltou
que,
dentre
as
despesas
necessárias
à
manutenção
e
funcionamento
do
CNJ,
está
a
capacitação
dos
servidores
do
judiciário.
“Com
novas
funcionalidades,
vamos
precisar
capacitar
servidores
do
Judiciário
em
termos
estratégicos
para
que
possam
dar
andamento
às
políticas
públicas
propostas
pelo
CNJ”,
diz
a
ministra.
Fonte:
Agência
CNJ
de
Notícias,
de
1º/8/2017 |
||
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