10 Jun 16 |
Aumentos de servidor e do teto do STF são incompatíveis com déficit, diz Renan
O
presidente
do
Senado,
Renan
Calheiros
(PMDB-AL),
voltou
a
criticar
hoje
(8)
os
projetos
de
criação
de
14
mil
cargos,
reajustes
de
diversas
categorias
do
funcionalismo
público
e
o
aumento
no
teto
do
salário
dos
ministros
do
Supremo
Tribunal
Federal
(STF),
aprovados
semana
passada
na
Câmara
dos
Deputados. Renan
afirmou
que,
caso
o
governo
acate
as
medidas,
o
Congresso
Nacional
foi
“equivocadamente
convencido"
sobre
a
necessidade
de
aprovar
a
nova
meta
fiscal,
que
prevê
um
rombo
nas
contas
públicas
de
R$
170,5
bilhões. “É
fundamental
que
saibamos
se
o
déficit
foi
equivocado,
porque,
se
não
foi
equivocado,
fica
difícil
compatibilizar
aumento
de
teto,
criação
de
cargos
e
reajuste
de
salário”,
disse
Calheiros
logo
após
a
reunião
com
governadores
para
tratar
de
mudanças
no
Surpersimples. Para
o
presidente
do
Senado,
os
aumentos
são
incompatíveis
com
a
aprovação
do
déficit
fiscal.
Renan
informou
que
é
preciso
que
o
tema
seja
esclarecido
“definitivamente.
Questionado
se
pretendia
debater
o
assunto
com
o
presidente
interino
Michel
Temer,
Renan
defendeu
que
o
Senado
deve
ouvir
antes
o
ministro
da
Fazenda,
Henrique
Meirelles,
para
dar
explicações
e
esclarecer
as
dúvidas
a
respeito. “É
fundamental
que
tenhamos
primeiro
uma
conversa
com
o
ministro
da
Fazenda,
de
modo
que
ele
possa
nos
responder
essa
pergunta:
se
o
déficit
de
R$
170
bilhões
está
certo
e,
se
está
certo,
fica
difícil
dar
aumento,
criar
cargos
e
aumentar
o
teto.
Se
não
está,
melhor,
porque
podemos
dar
aumentos,
reajustar
teto
e
criar
cargos,
mas
ele
vai
ter
de
responder
essa
pergunta”,
reiterou. Segundo
Calheiros,
o
Senado
deve
convidar
Meirelles
na
próxima
semana
para
falar
sobre
o
buraco
nas
contas
públicas
e
reajustes
aprovados
na
Câmara.
Semana
passada,
os
deputados
aprovaram
o
reajuste
de
diversas
categorias,
entre
elas
o
de
servidores
do
Judiciário
que
tiveram
seus
vencimentos
reajustados
em
41%
de
forma
escalonada,
em
oito
parcelas,
de
2016
a
julho
de
2019,
além
de
reajuste
nos
vencimentos
do
procurador-geral
da
República
e
dos
ministros
do
STF. O
aumento
dos
atuais
salários
dos
ministros,
de
R$
33.763,00
para
R$
39.293,38,
pode
causar
um
impacto
maior
no
Orçamento
e
no
novo
défícit,
por
terem
efeito
cascata
nos
demais
órgãos
do
Judiciário Fonte: Agência Brasil, de 9/6/2016
TJ-SP
admite
primeiro
incidente
de
resolução
de
demandas
repetitivas A
Turma
Especial
de
Direito
Privado
2
do
Tribunal
de
Justiça
de
São
Paulo
admitiu,
em
sessão
realizada
ontem
(8),
o
processamento
do
primeiro
Incidente
de
Resolução
de
Demandas
Repetitivas
(IRDR)
suscitado
no
Estado
de
São
Paulo.
O
incidente
é
uma
inovação
prevista
no
artigo
976
do
Novo
Código
de
Processo
Civil.
O
pedido
foi
suscitado
porque
os
autores
–
que
possuem
aplicações
junto
a
instituição
financeira
que
foi
liquidada
extrajudicialmente
em
2013
–
resgataram
apenas
parte
dos
valores
investidos
após
a
liquidação
tendo
como
base
limite
estabelecido
pelo
estatuto
do
fundo
à
época
da
intervenção.
Com
posterior
alteração
estatutária
que
aumentou
o
valor
dessa
garantia,
pleitearam
o
recebimento
da
diferença.
O
incidente
foi
suscitado
sob
o
fundamento
de
que
há
inúmeras
demandas
semelhantes
em
tramitação
no
foro,
com
idênticos
pedido
e
causa
de
pedir,
além
de
haver
acentuada
divergência
jurisprudencial
sobre
as
teses
em
debate,
de
caráter
exclusivamente
jurídico.
Em
seu
voto,
o
desembargador
Ricardo
Pessoa
de
Mello
Belli,
relator
do
incidente,
entendeu
que
estão
presentes
os
requisitos
para
admissão
do
pedido.
“Tal
cenário
não
deixa
dúvida
quanto
ao
‘risco
de
ofensa
à
isonomia
e
à
segurança
jurídica’.
É
o
que
basta
para
dizer
que
admitir
a
instauração
deste
Incidente
de
Resolução
de
Demandas
Repetitivas,
na
forma
prevista
no
artigo
976,
CPC,
como
instrumento
preordenado
a
dirimir
a
celeuma,
com
força
de
precedente
obrigatório
no
âmbito
da
competência
territorial
deste
Tribunal,
notadamente
para
os
juízos
a
ele
vinculados,
e
a,
com
base
na
tese
assim
fixada,
julgar
o
recurso
afetado,
por
este
mesmo
colegiado.”
Com
a
admissão
do
incidente
todos
os
processos
em
tramitação,
nos
juízos
de
primeiro
e
segundo
graus
vinculados
ao
TJSP,
que
versem
sobre
o
tema
em
questão,
ficarão
suspensos
pelo
prazo
de
um
ano
–
com
exceção
das
situações
urgentes.
Além
disso,
será
dada
ampla
publicidade
ao
incidente,
inclusive
no
âmbito
do
CNJ,
para
que
todos
aqueles
que
tenham
interesse
no
tema
em
discussão
possam
apresentar
argumentos
voltados
ao
acolhimento
da
tese
que
consideram
acertada.
Incidente
de
Resolução
de
Demandas
Repetitivas
nº
2059683-75.2016.8.26.0000 Fonte: site do TJ SP, de 9/6/2016
Estados
rejeitam
proposta
do
governo
interino
para
renegociação
de
dívida A
nova
proposta
para
a
renegociação
da
dívida
dos
Estados
deve
ter
um
custo
para
a
União
de
cerca
de
R$
28
bilhões.
Apesar
do
valor
bilionário,
os
governos
estaduais
não
gostaram
dos
termos
impostos
pelo
Ministério
da
Fazenda
e
rejeitaram
a
proposta. Segundo
os
secretários
de
Fazenda
estaduais
que
se
reuniram
nesta
quinta-feira
(9)
com
Tarcísio
Godoy,
secretário-executivo
do
Ministério,
a
negociação
com
o
novo
governo
avançou
pouco
em
relação
ao
anterior.
Nas
palavras
dos
secretários,
a
proposta
frustrou
as
expectativas. O
governo
propôs
escalonar
a
suspensão
do
pagamento
da
dívida
pedida
pelos
Estados.
Seria
dado
um
desconto
por
18
meses,
mas
com
um
aumento
gradual
no
valor
das
parcelas
—no
primeiro
mês,
os
estados
não
pagariam
nada,
mas
no
segundo,
pagariam
em
torno
de
5%,
e
assim
por
diante
até
chegar
a
100%
no
19º
mês. A
proposta
do
novo
governo
não
difere
muito
da
que
foi
feita
pela
gestão
anterior.
A
Fazenda
havia
proposto
um
desconto
de
40%
nas
parcelas
da
dívida
durante
24
meses.
O
custo
dessa
operação
também
seria
de
aproximadamente
R$
28
bilhões. Os
Estados
são
contrários
às
duas
propostas.
Eles
pedem
24
meses
de
suspensão,
a
chamada
carência,
sobre
o
valor
total
das
parcelas. Outro
pedido
dos
Estados
é
a
suspensão
dos
gastos
com
a
Copa
do
Mundo.
Os
secretários
pedem
para
que
essa
parte
do
endividamento
com
o
BNDES
seja
incluída
na
proposta
que
foi
feita
pelo
governo
para
renegociar
as
dívidas
com
o
banco. Em
março,
o
governo
Dilma
ofertou
aos
Estados
um
prolongamento
da
dívida
com
uma
suspensão
dos
pagamentos
por
4
anos. "Saímos
com
um
sentimento
claro
de
que
a
proposta
[da
Fazenda]
não
atende
totalmente
o
que
foi
pedido,
mas
também
entendemos
que
há
restrições
por
parte
do
Tesouro.
Temos
de
chegar
em
um
meio
termo.
A
proposta
que
foi
colocada
hoje
não
é
a
que
vai
gerar
esse
acordo",
afirmou
a
secretária
de
Fazenda
de
Goiás,
Ana
Carla
Abrão
Costa. Segundo
os
secretários,
a
proposta
feita
pelo
governo
Dilma
foi
o
que
motivou
os
Estados
a
entrarem
com
ações
no
STF
(Supremo
Tribunal
Federal)
pedindo
a
redução
das
parcelas.
Desde
março,
o
Supremo
concedeu
liminares
para
16
Estados
—porém,
elas
vencem
em
27
de
junho. Como
o
governo
vem
perdendo
receita
com
a
judicialização
da
dívida,
ele
exige
que
o
escalonamento
da
proposta
comece
a
contar
da
data
em
que
cada
estado
conseguiu
sua
liminar.
Os
secretários
fazendários
também
foram
contra
essa
exigência
e
querem
que
a
carência
passe
a
ser
contabilizada
após
a
conclusão
das
negociações. Com
a
proximidade
do
vencimento
das
liminares,
os
Estados
devem
pedir
à
Fazenda
mais
60
dias
de
suspensão
do
pagamento
das
dívidas.
"Estamos
pagando
salários
com
base
nas
liminares",
diz
Antônio
Gavazzoni,
secretário
da
Fazenda
de
Santa
Catarina. Segundo
os
secretários,
as
contrapropostas
exigidas
pelo
governo
já
foram
aceitas.
Caso
a
renegociação
se
concretize,
os
Estados
vão
precisar
limitar
o
crescimento
do
gasto
corrente
à
inflação.
Assim,
quando
a
economia
dos
Estados
voltar
a
crescer,
a
relação
entre
os
gastos
e
a
geração
de
riquezas
tende
a
diminuir. Agora,
os
secretários
estaduais
devem
levar
os
termos
impostos
pela
Fazenda
para
os
governadores.
Está
prevista
uma
nova
rodada
de
negociação,
mas
somente
após
a
troca
do
secretário-executivo
do
Ministério.
Tarcísio
Godoy
está
deixando
a
pasta
para
assumir
a
presidência
do
IRB
Brasil
RE,
estatal
que
atua
no
mercado
de
resseguros.
Fonte: Folha de S. Paulo, de 10/6/2016
Estados
rejeitam
plano
da
União
para
dívida A
nova
proposta
de
renegociação
da
dívida
dos
Estados,
apresentada
nesta
quinta-feira,
9,
pelo
Ministério
da
Fazenda,
frustrou
secretários
estaduais
que
vieram
a
Brasília
para
discutir
o
tema.
Eles
rejeitaram
o
plano
da
equipe
econômica
e
continuam
reivindicando
carência
total
de
dois
anos
nos
pagamentos
das
parcelas.
O
governo
também
considerou
inviável
trocar
o
índice
de
correção
da
dívida
dos
Estados,
e
os
secretários
já
falam
em
estender
as
negociações
por
60
dias
além
do
prazo
estipulado
pelo
Supremo
Tribunal
Federal
(STF)
–
que
termina
no
fim
deste
mês
–
para
fechar
um
acordo
sobre
a
questão.
Na
reunião,
a
equipe
econômica
indicou
que
é
“inviável”
mexer
no
estoque
da
dívida.
Os
Estados
pleiteiam
a
troca
do
indexador,
que
hoje
é
a
Selic
(em
14,25%
ao
ano),
para
IPCA
mais
4%,
com
vigência
retroativa
ao
início
dos
contratos. A
sugestão
tem
o
objetivo
de
acabar
com
a
disputa
judicial
sobre
a
cobrança
de
juros
simples
ou
compostos
sobre
os
débitos.
Em
27
de
abril,
o
STF
deu
60
dias
para
que
Estados
e
União
chegassem
a
um
acordo.
Os
governos
estaduais
abririam
mão
de
liminares
sobre
a
correção
de
juros
se
a
fórmula
passasse
a
ser
essa
proposta
no
documento.
A
secretária
do
Tesouro
Nacional,
Ana
Paula
Vescovi,
agora
do
outro
lado
da
mesa
de
negociações
(antes,
ela
era
secretária
de
Fazenda
do
Espírito
Santo),
deixou
claro
que
não
há
condições
para
aceitar
a
troca,
segundo
os
secretários
presentes
à
reunião.
Ele
ressaltou
que
o
governo
busca
a
negociação
“possível”.
“O
alívio
imediato
aos
Estados
é
a
ponte
para
o
reequilíbrio
das
contas
públicas”,
disse.
Ao
todo,
representantes
de
14
Estados
compareceram. “O
Tesouro
colocou
claramente
uma
inviabilidade
do
ponto
de
vista
fiscal.
Não
haveria
espaço
fiscal
para
discutir
a
correção
do
estoque.
Esse
é
um
ponto
que,
para
alguns
Estados,
é
fundamental.
Nossa
proposta
prevê
a
mudança
de
indexador,
retroagindo
desde
a
origem
do
contrato,
mas
isso
foi
colocado
como
inviável”,
disse
a
secretária
de
Fazenda
de
Goiás,
Ana
Carla
Abrão,
após
a
reunião,
que
durou
mais
de
três
horas.
O
governo
tampouco
acatou
o
pedido
de
carência
de
24
meses,
período
em
que
os
Estados
ficariam
livres
do
pagamento
das
parcelas
da
dívida
com
a
União.
Os
secretários
propuseram
a
medida
como
um
ajuste
ao
Projeto
de
Lei
Complementar
257/2016,
mas
a
alternativa
apresentada
pela
Fazenda
foi
de
um
desconto
de
100%
apenas
no
primeiro
mês.
A
partir
daí,
o
desconto
cairia
pouco
mais
de
cinco
pontos
porcentuais
a
cada
mês,
totalizando
18
meses
com
algum
desconto
na
parcela. O
desconto
estaria
limitado
a
R$
160
milhões
mensais
para
cada
Estado,
uma
forma
de
evitar
que
a
medida
consuma
todo
o
espaço
fiscal
de
R$
28
bilhões
que
o
Tesouro
planeja
dedicar
à
renegociação
da
dívida. O
governador
do
Rio
Grande
do
Sul,
José
Ivo
Sartori,
afirmou
em
Porto
Alegre
que
a
carência
oferecida
não
é
a
desejada
pelos
Estados.
No
mesmo
evento,
o
secretário
da
Fazenda
gaúcho,
Giovani
Feltes,
afirmou
que
a
contraproposta
do
Ministério
da
Fazenda
é
“absolutamente
insuficiente
e
tímida”.
“Sendo
um
governo
novo,
imaginávamos
ter
um
espaço
ainda
mais
ampliado
para
se
aproximar
mais
das
nossas
necessidades
e
da
nossa
realidade”,
disse
Feltes.
Em
Brasília,
o
secretário
estadual
de
Fazenda
do
Mato
Grosso
do
Sul,
Marcio
Monteiro,
fez
coro.
“A
proposta,
na
nossa
avaliação,
é
extremamente
acanhada.
Frustrou
nossas
expectativas.
Certamente
aguardamos
desdobramentos
para
que
haja
nova
proposta,
algo
que
venha
a
proporcionar
novo
oxigênio
para
os
Estados
poderem
avançar
no
seu
desenvolvimento
para
tirar
o
País
da
crise.”
Há
ainda
o
pleito
de
tratar
em
separado
os
Estados
do
Rio
Grande
do
Sul,
Rio
de
Janeiro
e
Minas
Gerais,
em
situação
mais
grave.
A
secretária
do
Tesouro
sinalizou
de
que
isso
poderá
ser
atendido.
Um
dos
poucos
pontos
de
consenso
foi
o
alongamento
da
dívida
por
mais
20
anos
além
do
prazo
já
estipulado
nos
contratos,
disse
o
secretário
estadual
de
Fazenda
de
Santa
Catarina,
Antonio
Gavazzoni.
Mas
ele
também
avaliou
a
proposta
do
Ministério
como
insuficiente. “A
carência
é
necessária
para
conseguir
sobreviver
sem
colapsar
outras
áreas,
como
a
saúde”,
disse
o
secretário
catarinense.
“A
retomada
do
crescimento
do
País
não
vai
acontecer
com
os
Estados
quebrados.”
Sem
previsão
de
acordo,
Gavazzoni
afirmou
que
os
secretários
pediram
ao
Ministério
da
Fazenda
mais
60
dias
para
dar
continuidade
às
negociações.
Fonte:
Estado
de
S.
Paulo,
de
10/6/2016 |
||
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