O Procurador Geral, de trinta dias para cá, externou sucessivamente
à nossa carreira seu otimismo quanto a uma solução que, conforme
disse, se não fosse ainda a paridade integral para todos, ao menos
seria a paridade para a maioria:
a proposta que apresentou ao Governo foi de um reajuste linear
(o mesmo para todos os Níveis) das cotas de nossa verba que, segundo
divulgou, restauraria a paridade remuneratória para os colegas dos
Níveis I a IV, deixando os colegas
do Nível V em patamar 5% inferior ao do nível paradigma das demais
carreiras jurídicas. Não seria ainda a paridade para todos numa só
tacada.
Mas,
repito, entramos na segunda semana desde a entrega dessa proposta ao
governador,e até agora continuamos sem definição. Nossa carreira
inquieta-se.
Já transitou da ansiedade para a dúvida, e começa a transitar da
dúvida para
o receio de vir a ser brindada com alguma resposta desrespeitosa deste
tipo:
"...tendo em vista as reivindicações salariais do conjunto
do funcionalismo,
o Governo considera que, neste ano, ainda não teria condições de...".
Claro: por ora, isso é apenas uma hipótese (soturna). Mas temos
motivos para temê-la. Já aconteceu no passado, mais de uma vez. Se
acontecer novamente neste ano, a terra tremerá. Porque estaríamos
diante de uma deslealdade do Governo. Ao expressar-se desta maneira
grave, a APESP apenas expressa a gravidade que perpassa os
corações de todos os Procuradores e Procuradoras
– é só querer ouvi-los.
A
APESP nunca cessou, e não cessa, sua luta pelos objetivos
definidos democraticamente por nossa carreira. Estamos atentíssimos,
articulando, dialogando e mobilizando. Caso desabe sobre nós algum
resultado humilhante,
a APESP convocará, no menor prazo estatutário possível, uma
Assembléia Geral Extraordinária. A carreira decidirá, nossa
lealdade é com ela.
Não ficaremos nas mãos de ninguém, usaremos nossas próprias mãos.
José Damião de Lima Trindade - Presidente da APESP
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