Últimos
dias para a sociedade contribuir com sugestões
ao novo CPC
Termina
em três dias o prazo para o encaminhamento
de sugestões à Comissão Especial do
Senado que analisa o projeto (PLS 166/2010)
de reforma do Código de Processo Civil
(CPC). Até a próxima quinta-feira, dia 30
de setembro, as sugestões podem ser
encaminhadas por meio do formulário eletrônico
disponível no portal da Secretaria de
Pesquisa e Opinião. O link com o formulário
ficará disponível no site do Senado
Federal.
Como
parte das atividades da comissão, neste último
mês ocorreram diversos encontros com o
objetivo de tratar da reformulação do Código
de Processo Civil. Foram várias audiências
públicas, em diferentes estados. Em Brasília,
nos últimos dias 23 e 24 de setembro, foi
realizada a 7º edição do Seminário Ítalo-Ibero-Brasileiro
de Estudos Jurídicos, no auditório do
Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Durante
o seminário, o senador Valter Pereira
(PMDB-MS), relator-geral do novo CPC,afirmou
que as propostas apresentadas nos vários
encontros serão comparadas àquelas
recebidas dos cidadãos.
O
Alô Senado já contabilizou mais de 550
sugestões.Dentre os participantes, 82% são
homens, 78% têm entre 20 e 49 anos, 44% têm
graduação e 49% pós-graduação, sendo a
Região Sudeste a que, até agora,
contribuiu com o maior número de sugestões.
Fonte:
Agência Senado, 27/09/2010
Ajufe
recorre ao Supremo para garantir juízes de
carreira na composição do STJ
A
Associação dos Juízes Federais do Brasil
(Ajufe) ajuizou Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI 4466) no Supremo
Tribunal Federal na qual contesta a forma de
preenchimento dos cargos de ministro do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), mais
especificamente em relação ao um terço de
integrantes oriundos dos Tribunais Regionais
Federais (TRFs). Dos 33 ministros do STJ, 11
são provenientes dos TRFs (a segunda instância
da Justiça Federal tem cinco tribunais no
país), mas, segundo a associação de
classe, advogados e membros do Ministério Público
(MP) que compõem esses tribunais estão
tomando lugar dos juízes federais de
carreira no Superior Tribunal de Justiça, o
que compromete o equilíbrio estabelecido na
Constituição de 1988 (art. 104).
“Na
discussão dessa matéria, tem-se
argumentado que o advogado e o representante
do Ministério Público, uma vez ingressados
nos Tribunais Regionais Federais pelo quinto
constitucional, tornam-se juízes como os
magistrados de carreira, não se admitindo
qualquer distinção. Daí porque poderiam
ascender ao STJ na vaga destinada aos
integrantes dos TRFs. Esse entendimento,
conquanto verdadeiro em sua primeira parte,
no que diz respeito aos deveres,
prerrogativas e direitos dos juízes, há de
ser interpretado com temperamento, pois a
origem de advogado ou de membro do MP que
ingressou no tribunal pelo quinto
constitucional acompanha o novo
magistrado”, argumenta a entidade.
Na
ADI, a Ajufe pede que os ministros do STF
declarem a inconstitucionalidade do inciso I
do art. 1º da Lei nº 7.746/89, que dispôs
sobre a composição e instalação do
Superior Tribunal de Justiça. A lei definiu
que, dos 33 ministros, um terço devia ser
juízes dos Tribunais Regionais Federais
(Justiça Federal); outro terço,
desembargadores dos Tribunais de Justiça
(Justiça Estadual); e o restante, dividido,
em partes iguais, entre advogados e membros
do Ministério Público Federal, Estadual e
do Distrito Federal e Territórios,
alternadamente. Para a associação, o
Congresso Nacional, quando tratou da composição
do STJ, deveria ter deixado expresso no
texto da lei que os magistrados indicados
pelos Tribunais Regionais Federais e pelos
Tribunais de Justiça deveriam ser,
necessariamente, juízes de carreira.
De
acordo com o artigo 107 da Constituição,
um quinto dos lugares dos Tribunais
Regionais Federais deve ser composto por
membros do Ministério Público e por
advogados. Para ser promovido ao TRF, a
Constituição exige que o juiz federal
tenha mais de cinco anos de magistratura. Já
a nomeação dos membros do MP e da
advocacia está condicionada ao exercício
de, no mínimo, dez anos de exercício
profissional. A Ajufe argumenta que todos
levam para os TRFs sua experiência
profissional, seja como magistrado, seja
como advogado ou membro do MP, mas a
Constituição não estabeleceu qualquer
prazo de permanência nos TRFs para que seus
integrantes ascendam ao STJ. Por isso, é
possível que um integrante do TRF com
apenas um ano de permanência na corte
inferior chegue ao STJ.
“Em
ocorrendo tal hipótese – e ela vem se
verificando –, o juiz federal levará para
o Superior Tribunal de Justiça pelo menos
seis anos de experiência na magistratura,
ao passo que o juiz oriundo do quinto
constitucional, que terá apenas um ano de
exercício no TRF, estará levando para o
Superior Tribunal de Justiça não sua
experiência na magistratura, que exerceu
por um ano, mas sua experiência adquirida
como advogado ou membro do Ministério Público.
Inegável, assim, que estará ocorrendo
desvirtuamento da composição mesclada do
STJ, com vagas destinadas aos juízes
federais sendo ocupadas por juízes dos TRFs
sem tempo de experiência na magistratura
que justifique possam eles concorrer com os
juízes federais de carreira”, argumenta a
Ajufe.
O
relator da ADI é o ministro Dias Toffoli.
Fonte:
site do STF, 27/09/2010
Secretário
da Segurança sabia de caixa 2, diz delegado
O
secretário da Segurança Pública de São
Paulo, Antonio Ferreira Pinto, e o
delegado-geral, Domingos de Paulo Neto,
sabiam que a Polícia Civil fazia pagamentos
com caixa dois, segundo o delegado Everardo
Tanganelli Jr., ex-diretor do Denarc
(Departamento de Narcóticos).
A
Polícia Civil pagou R$ 40 mil, em notas, a
um empreiteiro que reformara um prédio do
Denarc no ano passado, sem exigir recibo ou
nota fiscal, características do uso de
caixa dois. O caso foi revelado pela Folha
anteontem.
"O
Domingos me falou que o secretário tinha
autorizado o pagamento. O Domingos é
medroso e não pagaria sem autorização do
secretário", disse Tanganelli à
Folha.
O
secretário refuta de maneira veemente que
soubesse de pagamentos sem recibo. O
delegado-geral diz que não se lembra da
conversa.
O
pagamento foi feito por um órgão chamado
Apafo (Assistência Policial para Assuntos
Financeiros e Orçamentários), a diretoria
financeira da Delegacia-Geral.
Segundo
Tanganelli, foi o atual delegado-geral que
lhe indicou quem faria o pagamento. O
ex-diretor do Denarc, afastado no início de
2009 devido a suspeitas de que policiais de
sua equipe recebiam propina, diz que a
conversa dele com o delegado-geral ocorreu
por volta de 25 de março do ano passado.
O
secretário estava no cargo havia uma
semana.
Tanganelli
Jr. foi até o delegado-geral para buscar
uma solução para o empreiteiro Wandir
Falsetti, que havia reformado o prédio do
Denarc sem licitação em fevereiro de 2009,
na gestão de Ronaldo Marzagão.
O
pagamento em dinheiro não é o único episódio
heterodoxo. Orçada em R$ 200 mil, a obra
foi paga parcialmente pelos policiais.
Tanganelli Jr. deu R$ 20 mil, policiais
contribuíram com R$ 33 mil e o chefe dos
investigadores entregou um carro de R$ 28
mil. Eles dizem que pagaram porque isso é
rotina.
Todos
os policiais que deram dinheiro para a
reforma estão sob investigação da
Corregedoria. O secretário diz suspeitar
que, em casos como esse, policiais tentem
recuperar o que gastaram por meio de
expedientes ilícitos.
O
ex-diretor do Denarc diz que a investigação
contra os policiais é absurda porque não
foi iniciativa deles mudar a delegacia.
Segundo ele, foi decisão do
ex-delegado-geral Maurício Lemos e do
ex-secretário Marzagão, que diz não ter
sabido do caso.
Tanganelli
Jr. afirma que teve reuniões no gabinete de
Marzagão sobre a reforma. "É uma
piada culpar policiais."
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 28/09/2010
"Jamais
chegou ao meu conhecimento", diz
Ferreira Pinto
O
secretário da Segurança Pública Antonio
Ferreira Pinto disse à Folha que só tomou
conhecimento do caso sobre a reforma do prédio
do Denarc (Departamento de Narcóticos)
quando recebeu uma carta enviada pelo
empreiteiro Wandir Falsetti.
Na
carta, o empreiteiro relata que
investigadores e delegados tinham dado
dinheiro do próprio bolso e que o governo
lhe devia recursos.
"Mandei
a Corregedoria investigar o caso na mesma
hora. Não é normal que policiais coloquem
dinheiro do bolso numa obra do Estado",
afirma o secretário.
Sobre
a autorização para que o pagamento fosse
em dinheiro vivo, o secretário disse que:
"Isso jamais chegou ao meu
conhecimento".
Ferreira
Pinto afirmou que o uso de dinheiro vivo
para pagamentos era comum em operações
especiais, em que policiais precisam comprar
drogas, por exemplo.
O
TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontou
que houve descontrole sobre essas verbas nas
gestões dos ex-secretários da Segurança
Saulo de Castro Abreu Filho e Ronaldo Marzagão.
"Era
uma orgia. Ninguém sabia o que acontecia
com esse dinheiro", afirmou o atual
secretário da Segurança.
PEDIDOS
Ele
disse que inicialmente colocou o controle
dessa verba na Delegacia-Geral.
Como
o controle sobre esses recursos continuava
precário, na visão do próprio Ferreira
Pinto, ele decidiu que a verba ficaria
alocada no seu gabinete. É assim desde
outubro de 2009.
Ele
relatou que até hoje recebe pedidos estapafúrdios.
"Tem policial que pede verba para fazer
campana, como se campana não fizesse parte
do trabalho policial", disse.
O
delegado Domingos de Paulo Neto afirmou que
não se recorda de ter conversado com
Everardo Tanganelli Jr. sobre dívidas em
relação à reforma do prédio do Denarc.
"Eu
não me lembro de ele ter falado que devia
algo a alguém. Eu, com certeza absoluta,
jamais diria a ele que o pagamento teria
sido autorizado pelo secretário",
afirmou o delegado.
Para
Paulo Neto, o que houve foi uma conversa de
minutos, na qual ele comunicou que
Tanganelli seria afastado do Denarc. (MCC)
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 28/09/2010
Plenário
do CNJ discute Irregularidades em cartórios
judiciais
O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza
nesta terça-feira (28/09), a partir das 9h,
sua 113ª. sessão plenária. Dentre os 42
processos da pauta, destacam-se o pagamento
de honorários periciais em casos de
beneficiários de justiça gratuita e a
situação de serventias judiciais exercidas
em caráter privado nos estados do Paraná e
do Espírito Santo e irregularidades em
serventias de Goiás e do Pará.
Também
serão analisados pelos conselheiros os
pedidos de providências (PP) com denúncia
de irregularidades ocorridas nos processos
de remoção interna dos servidores lotados
no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª.
Região (TRT 8) e um pedido para que o CNJ
apure a contratação de voluntários pela
Justiça Federal das 1ª. e 4ª. Regiões,
para a realização de atividades diversas
nestes dois órgãos.
A
pauta inclui, ainda, um procedimento de
controle administrativo (PCA) solicitado
pela seccional da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, que pleiteia
a revogação de ato normativo do Tribunal
de Justiça daquele estado (TJRJ). O ato em
questão é referente a medidas processuais
a serem adotadas para possibilitar o
cumprimento de programas e finalidades
estabelecidas pela resolução 70 do CNJ –
que dispõe sobre o planejamento e gestão
estratégica no âmbito do Judiciário.
Outro
processo a ser votado é o que pede providências
com relação ao pagamento de remunerações,
pensões e aposentadorias acima do teto
constitucional pelo Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Sul (TJRS). A pauta também
traz um procedimento de controle
administrativo (PCA) da seccional da OAB do
Ceará e do juízo da vara de execuções
criminais e corregedoria de presídios da
comarca de Fortaleza, que tem como objetivo
a edição de uma recomendação, por parte
do CNJ, determinando que “em hipótese
alguma” se permita a manipulação dos
autos “sem o devido mandato”. A sessão
acontecerá no plenário do CNJ – 2º.
Andar do Anexo II do do prédio do Supremo
Tribunal Federal (STF), em Brasília.
Fonte:
Agência CNJ, 28/09/2010