Rebelião
de aliados atrasa votação da SPPrev
Base
esvazia plenário da Assembléia e cobra cargos na Casa
para votar o projeto
Silvia
Amorim
O plano do
governo José Serra (PSDB) de votar a reforma da Previdência
paulista ontem na Assembléia Legislativa naufragou. A
resistência desta vez não veio da oposição, mas da
própria base de sustentação. Parte da bancada do PSDB
se recusou a votar o requerimento do governo para
iniciar a discussão do projeto e abandonou o plenário.
Os tucanos
descontentes cobram cargos prometidos pelo presidente da
Assembléia, Vaz de Lima (PSDB), na eleição da Mesa
Diretora. São cargos na própria presidência da Casa,
perdidos pelos tucanos na legislatura anterior, quando
tomou posse como presidente o deputado Rodrigo Garcia (DEM).
O boicote
provocou uma derrota do governo, que não conseguiu os
48 votos necessários para aprovar no plenário o início
do debate do projeto da Previdência. Pelas regras da
Assembléia, a proposta precisa ser discutida por 12
horas pelos deputados antes de ir à votação.
A missão
foi adiada para hoje. Mas o governo avalia que são mínimas
as chances de aprovar a nova Previdência nesta
quarta-feira, como exigiu Serra à bancada tucana na
semana passada. Para atender ao pedido do governador, o
líder governista na Assembléia, Barros Munhoz (PSDB),
teria que conseguir um acordo com o PT para reduzir as
12 horas de discussão. Mas isso já foi descartado
pelos petistas.
A
expectativa do governo é que a confusão na base seja
resolvida hoje e, em seguida, comece o debate, que deve
se estender até a madrugada de quinta-feira. Vaz de
Lima não comentou o boicote.
Esse é
apenas um dos problemas que atingem a base do governo no
Legislativo, que conta com 70 dos 94 parlamentares. O
Estado revelou na semana passada que dois dos aliados de
maior peso da base governista, PV e DEM, estão em pé
de guerra. A briga deve-se à repartição do comando
das 23 comissões permanentes da Assembléia entre os
dez partidos da base - PSDB, PTB, PPS, PSB, PV, DEM, PR,
PP, PDT, PMDB.
A Comissão
de Transportes e Comunicações é o foco de maior
confusão. DEM e PV exigem do PSDB a presidência do
grupo. Até ontem, não estava definido quem levaria o
cargo.
LISTA DE
REIVINDICAÇÕES
O PT
apresentou ontem ao governo uma lista com 18 emendas ao
projeto da Previdência. Em princípio, os governistas
rejeitaram mudanças. Mais tarde, no entanto, Munhoz
prometeu analisar.
Os
petistas querem que o governo inclua no projeto um
artigo que fixe a contribuição previdenciária do
funcionalismo nos atuais 11% para evitar que o índice
seja reajustado no futuro.
O
superintendente do Instituto de Previdência do Estado (Ipesp),
Carlos Flory, já garantiu aos servidores que não haverá
aumento. O governo julga desnecessário a inclusão
disso no projeto.
A
expectativa em votar ontem a proposta era grande por
parte do governo. Flory foi à Assembléia para
acompanhar a sessão. Ele deixou a Casa após a confusão
na base.
Serra tem
pressa em aprovar o projeto e alega que, se isso não
acontecer, o Estado corre o risco de ficar sem repasses
do governo federal a partir do próximo dia 28, quando
acaba a validade do Certificado de Regularidade
Previdenciária do Estado.
Fonte:
O Estado de S. Paulo, de 23/05/2007
DECRETO Nº 51.830, DE 22 DE MAIO DE 2007
Transfere
da administração da Procuradoria
Geral do Estado para a do Tribunal de Justiça de
São Paulo, o imóvel que especifica
JOSÉ SERRA, Governador do Estado de São Paulo, no uso
de suas atribuições legais,
Decreta:
Artigo
1º - Fica transferido da administração da
Procuradoria Geral do Estado para a do Tribunal de Justiça
de São Paulo, o imóvel consistente em um prédio e
respectivo terreno, localizado na Rua Tabatinguera, nºs
34 e 36, 1º Subdistrito-Sé, neste município, conforme
descrito e caracterizado em Protocolo Especial de
Cadastro do Centro de Engenharia e Cadastro Imobiliário
da Procuradoria Geral do Estado, e conforme consta dos
autos do processo PGE- 296/2005.
Artigo
2º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação,
ficando revogado o Decreto nº 27.148, de 2 de julho de
1987.
Palácio
dos Bandeirantes, 22 de maio de 2007
JOSÉ
SERRA
Aloysio
Nunes Ferreira Filho
Secretário-Chefe da Casa Civil
Publicado
na Casa Civil, aos 22 de maio de 2007.
Fonte: D.O.E.
Executivo I, de 23/05/2007, publicado em Decretos do
Governador
Governo reduz multa em 90% e parcela dívidas de imposto
adriana
aguiar
As
empresas do setor de rastreamento e monitoramento de veículos
e cargas do Estado de São Paulo poderão quitar os débitos
de Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS )
feitos até 31 de dezembro de 2005 de forma parcelada e
com desconto de até 90% nos juros e multas. O prazo
final para aderir ao programa estadual é o dia 31 de
maio.
A dívida
poderá ser parcelada em até 60 meses com redução de
multas e juros em 50%. Se a empresa optar por parcelar
em 20 meses poderá ter um desconto de 90% nas multas e
50% nos juros acumulados — as multas pelo atraso no
pagamento do imposto são de 20% sobre o valor devido e
caso respondam a um processo administrativo podem chegar
a 100% do valor.
Além do
desconto na multa e nos juros, o Estado de São Paulo
também prevê uma remissão da dívida que pode chegar
à base de cálculo de 8% no caso de ICMS devido no ano
anterior, e de até 3% nos casos de impostos devidos até
o ano de 2003. Segundo a advogada Ana Claudia Queiroz ,
do escritório Maluly Jr. Advogados , o programa traz
muitas vantagens para as empresas do setor, mas é
preciso ficar atento em cada caso. Isso porque as
empresas têm de desistir de todas as ações judiciais
e administrativas com relação ao ICMS, por isso é
preciso ver se há chances ou não de ganhá-las e o que
é mais vantajoso.
Condições
Além
disso, ressalta a advogada, é preciso saber se a
empresa tem condições de arcar com o parcelamento,
porque apesar de a lei não exigir garantias, se o valor
não for pago as execuções começam a valer
imediatamente, o que pode resultar até em uma penhora
de bens. “Uma empresa que não consiga cumprir esse
parcelamento não tem como retomar as ações que
desistiu para aderir ao parcelamento”, explica.
Segundo
Ana Cláudia, o setor ganhou a possibilidade do
parcelamento porque a demanda por rastreadores de veículos
tem crescido muito nos últimos anos. “Muitas
seguradoras até condicionam o contrato do seguro à
instalação do rastreador no veículo como mais uma
medida de segurança”, explica a advogada.
No Brasil
, existem hoje mais de 300 empresas de rastreamento em
um mercado que conta com mais de 2 milhões de veículos.
No Estado de São Paulo, 10 mil novos veículos ganham
rastreadores todos os meses.
“Este
novo parcelamento mais uma vez evidencia que o governo a
todo o momento tenta aumentar seu caixa com o pagamento
de dívidas antigas, porém neste caso específico está
clara a tentativa de dar uma contribuição para
empresas que auxiliam a segurança pública”, opina a
advogada Ana Cláudia.
Segundo a
Secretaria da Fazenda (Sefaz) do Estado de São Paulo,
“apesar de a modalidade de monitoramento e
rastreamento de veículos e cargas ser um negócio ainda
incipiente no Brasil, o Governo do Estado de São Paulo
considera o serviço importante e decidiu conceder redução
de base de cálculo do ICMS para esse setor, o que vai
contribuir para o desenvolvimento do negócio”.
Acordo
entre estados
O Decreto
n° 51.756/07, que prevê o parcelamento para as
empresas de rastreamento de veículos, foi criado em
cumprimento ao Convênio n° 139 , de dezembro do ano
passado, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
No convênio, os estados previram que por meio de
decretos estaduais poderiam promover parcelamentos de dívidas
do ICMS.
O Estado
de São Paulo, por exemplo, também editou decreto
semelhante para as empresas prestadoras de serviço de
comunicação. O Decreto n° 51.754/07, publicado no Diário
Oficial de São Paulo no dia 14 de abril, também prevê
redução do valor da multa em até 90% e redução de
50% do valor cobrado de juros. O prazo para aderir ao
parcelamento venceu no dia 31 de abril.
Com a
mesma intenção de aumentar a arrecadação e diminuir
a dívida de contribuintes o governo de São Paulo também
editou o Decreto n° 51.735/07, que permitiu a remissão
parcial de débitos provenientes de multas por
descumprimento de obrigações acessórias relacionadas
ao ICMS para mais de sete mil contribuintes autuados
pelo Fisco paulista, segundo dados da Sefaz paulista.
Nesse
caso, o contribuinte poderá quitar o débito com redução
de 70% do valor atualizado da multa. O benefício
aplica-se em descumprimentos ocorridos até 31 de
dezembro de 2005. Nesse caso, não houve a possibilidade
do parcelamento da dívida e os contribuintes poderiam
pagar as multas com desconto também até o dia 31 de
abril.
Fonte: DCI,
de 23/05/2007
STF confirma liberdade de ex-procurador do Maranhão
A 2ª
Turma do Supremo Tribunal Federal referendou a decisão
do ministro Gilmar Mendes que impediu a prisão do
ex-procurador-geral do Estado do Maranhão Ulisses César
Martins de Sousa. A decisão foi confirmada nesta terça-feira
(18/5).
Gilmar
Mendes fundamentou seu voto com a própria liminar que
havia dado no dia 18 de maio. Para ele, o decreto de
prisão expedido pela ministra Eliana Calmon, do
Superior Tribunal de Justiça, não indica expressamente
quais motivos existem para a prisão cautelar de Sousa.
De acordo com o ministro, Sousa deixou de ser
procurador-geral do Maranhão há sete meses. Portanto,
não há, aparentemente, risco de “continuidade
delitiva pela suposta organização criminosa”.
Para o
ministro, o decreto de prisão contra Ulisses “não
individualizou quaisquer elementos fáticos (transcrições
de diálogos telefônicos etc.) indicativos da vinculação
da atuação da suposta ‘organização criminosa’ à
condição pessoal e/ou funcional atualmente ostentada
pelo paciente”.
A Polícia
Federal deflagrou na manhã de quinta-feira (17/5) a
Operação Navalha contra acusados de fraudes em licitações
públicas federais. A PF prendeu 47 pessoas. Entre elas,
o assessor do Ministério de Minas e Energia Ivo Almeida
Costa, o ex-governador do Maranhão José Reinaldo
Tavares, o deputado distrital Pedro Passos (PMDB), o
prefeito de Sinop (MT) Nilson Leitão (PSDB e o prefeito
de Camaçari (ES) Luiz Carlos Caetano, coordenador da
campanha de Geraldo Alckmin à Presidência em 2006.
Dos 47
presos pela PF, 23 já foram soltos. Sete deles foram
beneficiados por Habeas Corpus concedidos pelo Supremo.
Os outros foram liberados após prestarem depoimento à
ministra Eliana Calmon do Superior Tribunal de Justiça,
relatora do inquérito que apura os fatos apontados na
operação.
Já estão
soltos o ex-governador do Maranhão José Reinaldo
Tavares; o presidente do Banco Regional de Brasília (BRB),
Roberto Figueiredo Guimarães; o empresário José Édson
Vasconcellos Fontenelle; o prefeito de Camaçari (BA),
Luiz Carlos Caetano; o deputado distrital Pedro Passos;
o secretário de Infra-estrutura de Alagoas, Marcio
Fidelson Menezes Gomes.
A operação
Segundo
Polícia Federal, o esquema de desvio de recursos públicos
federais envolvia empresários da construtora Gautama,
sediada em Salvador, e servidores públicos que operavam
no governo federal e em governos estaduais e municipais.
De acordo com a acusação, o esquema garantia o
direcionamento de verbas públicas para obras de
interesse da Gautama e então conseguia licitações
para empresas por ela patrocinadas.
Ainda
segundo a PF, as obras eram superfaturadas, irregulares
ou mesmo inexistentes. A Polícia acusa a suposta
quadrilha de desviar recursos do Ministério de Minas e
Energia, da Integração Nacional, das Cidades, do
Planejamento, e do DNIT. Cerca de 400 policiais federais
foram mobilizados para cumprir mandados de prisão e de
busca e apreensão em Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão,
Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Sergipe e
no Distrito Federal. As investigações começaram em
novembro de 2006.
Foi o
procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza,
quem pediu ao Superior Tribunal de Justiça que
ordenasse as prisões. A ministra do STJ Eliana Calmon
determinou à PF o cumprimento de mandados. A ministra
determinou também o bloqueio de contas e de imóveis
dos integrantes do esquema.
Antonio
Fernando chegou a pedir a prisão do governador do
Maranhão, Jackson Lago (PDT). Pedido negado pela
ministra Eliana Calmon. Em nota, a Procuradoria-Geral da
República disse que irá designar dois
subprocuradores-gerais para atuar no caso.
Veja a
lista dos libertados
— Adão
Pirajara Amador Farias (ex-chefe de gabinete da
Secretaria de Agricultura do DF)
— Adeilson Teixeira (secretário de Infra-estrutura de
Alagoas);
— Denisson de Luna Tenório (subsecretário de
Infra-estrutura de Alagoas);
— Enéas de Alencastro Neto (representante do governo
de Alagoas em Brasília
— Ernani Soares Gomes Filho (servidor do Ministério
do Planejamento cedido à Câmara dos Deputados);
— Flávio José Pin (superintendente de Produtos de
Repasses da Caixa)
— Flávio Conceição de Oliveira Neto (conselheiro do
Tribunal de Contas de Sergipe)
— Geraldo Magela Fernandes da Rocha (ex-assessor do
governo do Maranhão)
— Ivan Paixão (ex-deputado federal de Sergipe)
— Jair Pessine (ex-secretário de Desenvolvimento
Urbano e Meio Ambiente de Sinop - MT);
— João Alves Neto (filho do ex-governador de Sergipe
João Alves);
— José de Ribamar Ribeiro Hortegal (servidor da
secretaria de infra-estrutura do Maranhão)
— José Édson Vasconcellos Fontenelle (empresário);
— José Reinaldo Tavares (ex-governador do Maranhão);
— José Vieira Crispin (diretor de Obras da Secretaria
de Infra-Estrutura),
— Luiz Carlos Caetano (prefeito de Camaçari - BA);
— Marcio Fidelson Menezes Gomes (secretário de
Infra-estrutura de Alagoas)
— Ney Barros Bello (secretário de Infra-estrutura do
Maranhão)
— Nilson Aparecido Leitão (prefeito de Sinop - MT);
— Pedro Passos (deputado distrital)
— Roberto Figueiredo Guimarães (presidente do Banco
Regional de Brasília - BRB)
— Ulisses César Martins de Sousa (ex-procurador-geral
do Estado do Maranhão)
— Zaqueu de Oliveira Filho (servidor público de Camaçari)
Fonte:
Conjur, de 23/05/2007
Advogados da União pressionam governo a cumprir acordo
Advogados
e Defensores Públicos da União iniciaram, no último
dia 15 de maio, campanha para pressionar o governo a
cumprir acordo salarial firmado ano passado. Os membros
querem equiparação de salário com o Ministério Público
e a Magistratura.
Os
dirigentes dos sindicatos organizaram-se em fórum
permanente para coordenar a campanha salarial. Para
presidir o fórum foi escolhido o presidente do
Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional
(SINPROFAZ), João Carlos Souto.
Integram o
fórum as seguintes entidades: Associação Nacional dos
Membros das Carreiras da Advocacia-Geral da União (ANAJUR),
Associação Nacional dos Advogados da União (ANAUNI),
Associação Nacional dos Defensores Públicos da União
(ANDPU), Associação Nacional dos Procuradores Federais
(ANPAF), Associação Nacional dos Procuradores Federais
da Previdência Social (ANPPREV), Associação dos
Procuradores Federais no Estado do Rio de Janeiro (APAFERJ),
Associação Nacional dos Procuradores do Banco Central
(APBC), Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda
Nacional (SINPROFAZ), Sindicato Nacional dos
Procuradores da Previdência Social (SINPROPREV) e União
dos Advogados Públicos Federais do Brasil (UNAFE).
As
entidades assinaram ainda um manifesto, que já foi
entregue aos gabinetes dos ministros da Advocacia Geral
da União, Fazenda, Planejamento, Justiça, Casa Civil,
Relações Institucionais, presidentes do Supremo
Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça e
secretário de Recursos Humanos do Ministério do
Planejamento.
O
principal objetivo da mobilização é rever, junto ao
governo, a tabela de subsídio de maio de 2006, objeto
de acordo entre o presidente Lula, o ex-ministro da AGU,
Álvaro Augusto Ribeiro Costa, e o ministro do
Planejamento Paulo Bernardo. Pelo acordo, o governo
deveria formular projeto para aproximar a remuneração
entre as carreiras da Justiça.
Fonte:
Conjur, de 22/05/2007
2ª Turma do Supremo não analisa recurso do MPF contra
liminar que libertou ex-procurador-geral do Maranhão
A
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
hoje (22), por unanimidade, não ser possível analisar
(não conheceu) recurso de agravo regimental interposto
pelo Ministério Público Federal (MPF) contra decisão
liminar do ministro Gilmar Mendes que libertou o
ex-procurador-geral do Estado do Maranhão Ulisses César
Martins de Sousa, um dos acusados da Operação Navalha.
A
decisão da Turma aplica ao caso jurisprudência do
Supremo que determina que, quando uma decisão liminar
em Habeas Corpus está suficientemente fundamentada, o
colegiado não analisa o agravo regimental interposto
contra ela.
Esse
entendimento tem sido utilizado pelas duas Turmas do
Supremo em várias ocasiões e prevaleceu hoje. Todos os
ministros da Segunda Turma concordaram que a decisão
liminar de Gilmar Mendes se adéqua à jurisprudência.
A
decisão liminar do ministro foi tomada no último dia
17, após a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) impetrar
Habeas Corpus (HC 91386) contestando a prisão
preventiva decretada pelo Superior Tribunal de Justiça
(STJ) contra Martins de Sousa, que atualmente é
conselheiro federal da OAB.
Hoje
o ministro Gilmar Mendes salientou novamente que o
principal argumento para a prisão preventiva de Martins
Souza era o fato de que ele poderia continuar atuando na
“organização criminosa” montada para favorecer a
empresa Gautama, que já se preparava para fraudar
verbas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Porém, como informa o ministro, Martins de Sousa não
exerce mais o cargo de procurador-geral do Estado do
Maranhão há sete meses e nem ocupa qualquer outro
cargo público.
O
ministro disse que, no caso específico de Martins de
Sousa, “o decreto cautelar [decreto de prisão
preventiva] não individualiza quaisquer elementos fáticos
(transcrições de diálogos telefônicos etc.)
indicativos da vinculação da atuação da suposta ´organização
criminosa` à condição pessoal e/ou funcional
atualmente ostentada” pelo acusado.
Fonte: STF,
de 22/05/2007
Polícia ameaça prender estudantes da USP
O
comandante da tropa de choque da PM, coronel Joviano
Conceição Lima, disse que resistir à reintegração
de posse é crime
FÁBIO
TAKAHASHI
O
comandante da tropa de choque da Polícia Militar,
coronel Joviano Conceição Lima, afirmou ontem à tarde
que os estudantes que invadiram há 20 dias a reitoria
da USP, na zona oeste de SP, poderão ser presos caso
resistam à reintegração de posse, determinada pela
Justiça na semana passada.
A
ameaça, no entanto, não pareceu surtir efeito. Em
assembléia à noite, os estudantes decidiram manter a
invasão. O apoio à decisão foi claro e não foi
preciso repetir a votação. Segundo os manifestantes,
participaram do ato 2.000 alunos.
Hoje,
será a vez de os professores fazerem assembléia para
decidir se param ou não.
Desde
a madrugada, o clima no campus era de ansiedade, à
espera da desocupação.
De
manhã, um piquete de alunos no Instituto de Física
causou bate-boca e empurra-empurra entre partidários e
contrários à greve. Depois disso, as aulas pararam na
unidade.
A
ECA (Escola de Comunicações e Artes) e a FFLCH
(Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas)
foram as únicas unidades, além da Física, que estavam
totalmente sem aulas ontem. Nas demais, ou não houve
adesão ou apenas uma pequena parte parou.
Nas
imediações do prédio da reitoria, os alunos grevistas
mantiveram os bloqueios com peças de concreto e pneus,
enquanto um helicóptero da PM fazia sobrevôos pelo
campus.
À
tarde, a reitora, Suely Vilela, apresentou três pontos
adicionais à proposta recusada anteriormente pelos
alunos (sobre alimentação e transporte nos finais de
semana e abrandamento da regra de jubilação, o tempo máximo
para completar o curso). A assembléia noturna ratificou
nova recusa.
Desobediência
Segundo
o coronel Joviano Lima, os estudantes podem ser presos
caso ocorra a reintegração e haja resistência, mesmo
que pacífica -como, por exemplo, se ficarem deitados no
prédio. "Quem fizer isso será removido e autuado
por desobediência à ordem judicial."
O
crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código
Penal, prevê detenção de 15 dias a seis meses a quem
desobedecer a ordem legal de funcionário público. Lima
disse ainda que os alunos poderão ser presos caso seja
identificado o autor de crimes como dano ao patrimônio
ou extravio de documentos. A direção da USP já
registrou boletim de ocorrência após ter recebido a
informação de que documentos foram extraviados.
As
declarações foram feitas após mais uma reunião com a
reitora, em que voltaram a discutir a reintegração. O
encontro ocorreu no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas
e Nucleares), onde Suely tem despachado. A unidade fica
dentro da Cidade Universitária.
O
coronel afirmou que os alunos serão convidados para
mais uma reunião, provavelmente amanhã. Anteontem, os
manifestantes compareceram a um encontro convocado pela
PM, mas apenas leram um manifesto de apoio à invasão.
"Se eles não aparecerem, será mais uma demonstração
de desrespeito a uma ordem judicial", disse Lima.
Os alunos afirmam que negociam apenas com a reitoria.
Os
estudantes reivindicam um posicionamento da reitora
sobre as medidas do governador José Serra (PSDB) para o
ensino superior, que, segundo eles, tiram a autonomia
das universidades. Além disso, exigem a criação de
cerca de 700 moradias estudantis e a reforma de algumas
unidades.
Suely
afirma que já se pronunciou, por meio de nota assinada
em conjunto com os reitores da Unicamp e da Unesp, na
qual eles dizem que não há mais risco à autonomia.
Sobre os outros dois pontos -criação de moradias e
reforma de unidades-, informa que já há projetos para
atendê-los.
Fonte: Folha
de S. Paulo, de 23/05/2007