BacenJud
fez 1,3 milhão de ordens aos bancos em 2006
O
Banco Central do Brasil encaminhou, no ano passado, 1,3
milhão de determinações judiciais à rede bancária,
via BacenJud. O sistema permite maior agilidade no
cumprimento das decisões judiciais dirigidas às
instituições financeiras. Com a ferramenta, a ordem de
um juiz para o bloqueio de uma conta corrente pode ser
cumprida em 24 horas. O prazo é bem inferior ao
processo encaminhado por papel, pelo correio, que pode
durar até 30 dias.
Em
2006, a quantidade de determinações encaminhadas
representa mais que o dobro do volume registrado em
2005: 600 mil. A Justiça do Trabalho é a maior usuária
do sistema. No ano passado, emitiu pouco mais de um milhão
de ordens judiciais pelo BacenJud. O estado de São
Paulo é o que mais usa o sistema. Em 2006, foram 428,8
mil determinações na Justiça Estadual, Federal e do
Trabalho. As estatísticas estão disponíveis no site
do Banco Central.
O
BacenJud foi desenvolvido, em 2003, pelo Banco Central
em parceria com representantes dos Tribunais Superiores
e entidades de classe do Sistema Financeiro. O objetivo
era que o Judiciário tivesse uma ferramenta de contato
direto com os bancos (via internet) e pudesse emitir,
com segurança e rapidez, ordens judiciais e
comunicados.
Pelo
sistema, os juízes podem determinar: bloqueio e
desbloqueio de contas; comunicação da decretação e
da extinção de falências; solicitação de informações
sobre a existência de contas correntes; e de aplicações
financeiras.
Apesar
da informatização desses processos, parte da Justiça
brasileira ainda uso ofícios em papel. Em 2006, o Banco
Central atendeu 134,1 mil ofícios. Para que a ordem em
papel seja cumprida, o BC faz a triagem, classificação,
digitação e reenvio das solicitações a toda rede
bancária.
No
BacenJud, o próprio juiz preenche um documento eletrônico
na internet, que permite veicular todas as informações
inscritas no ofício comum. O sistema repassa
automaticamente as ordens judiciais para os bancos, o
que diminui o tempo de tramitação. Os bancos cumprem
as ordens e retornam as informações aos juízes. Todos
os juízes podem usar o sistema, por meio do
cadastramento da senha de acesso.
Fonte:
Conjur, 23/01/2007
PAC traz de volta o arrocho salarial, afirma confederação
de servidores
Juliane
Sacerdote
Brasília
- A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público
Federal (Condsef) afirma que a política salarial
prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
“significa a volta do arrocho salarial que marcou os
oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso”. Em
nota pública, a entidade afirma que a categoria “está
inconformada” e classifica o pacote de medidas
anunciado hoje (22) pelo governo federal como
“armadilha para os servidores”.
O
ponto central da crítica é o teto para os pagamentos
do funcionalismo. O PAC limita os gastos com os
pagamentos ao valor da taxa de inflação, acrescida de
um índice real de 1,5% ao ano. A Condsef se afirma
preocupada, “pois os acordos [estabelecidos governo e
servidores] podem não ser cumpridos”.
Um
levantamento feito pelo Ministério do Planejamento em
junho de 2006 mostra que nos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário existe cerca de 1,9 milhão de
servidores públicos, entre ativos, inativos e
pensionistas. O gasto anual com o salário desses
trabalhadores gira em torno de R$ 105 milhões. Só no
Executivo federal trabalha mais de 1 milhão de pessoas,
que recebem R$ 79 milhões.
A
nota da Condsef levanta ainda a questão dos concursos públicos:
“Se não há aumento de folha, o governo vai promover
os concursos necessários?”. O texto afirma que “o
governo não pode tratar o serviço público como gasto
e sim como investimento” e que os servidores públicos
não são “os vilões que impedem o crescimento econômico
do país”.
A
entidade anuncia que, para avaliar os impactos ao bolso
do servidor, encomendará uma pesquisa ao Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos
(Dieese).
Representantes
dos Ministérios do Planejamento e da Previdência não
foram encontrados para comentar a nota.
Fonte:
Radiobrás, de 22/01/2007
Sindicalistas criticam política para servidor e vêem
timidez no plano
Patrícia
Acioli
Enquanto
o governo anunciava ontem o Programa de Aceleração
Econômica (PAC) e detalhava as ações para
‘destravar’ o crescimento do País nos próximos
quatro anos, as centrais sindicais se reuniam para traçar
as propostas e o calendário da Jornada pelo
Desenvolvimento com Distribuição de Renda, projeto lançado
no ano passado.
Apesar
de ainda não terem uma análise detalhada das medidas,
as centrais apontaram suas primeiras impressões sobre o
PAC. “Achamos positiva as medidas, mas tímidas para
promover o crescimento. Queremos, com a Jornada, apontar
outros caminhos”, diz Paulo Pereira da Silva,
presidente da Força Sindical.
Para
o presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT),
Antonio Carlos dos Reis, o Salim, crescimento dissociado
de concentração de renda não é a melhor solução.
“Não adianta nada o país crescer 5% aumentando as
diferenças sociais. É preciso aliar um programa de
crescimento com uma política intensa de distribuição
de renda para que o país possa realmente promover um
desenvolvimento econômico e social”, afirma.
A
CUT se mostrou, a princípio, favorável ao uso de parte
do recursos do patrimônio líquido do FGTS (Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço) para investimentos
produtivos, considerando esta saída melhor do que a
compra de títulos do Tesouro, como acontece hoje. Mas a
central espera ver incorporadas três condições:
contrapartidas sociais, participação do trabalhador no
Comitê gestor e investimentos de maior rentabilidade. A
proposta do uso de parte do recurso do FGTS não agrada
a Força Sindical que irá entrar com uma ação no
Supremo Tribunal Federal contra a medida.
A
CUT também chamou a atenção para o fato do pacote não
estabelecer um número para geração de empregos com
carteira assinada.
Sobre
a política salarial dos servidores públicos, a central
acredita que este assunto deve ser objeto de negociação
e não pode ser determinado por medida. A Força também
pondera que esta não é a melhor saída. “Achei
interessante se criar uma política de salarial para o
setor, mas o arrocho salarial é muito grande”, diz
Paulinho. Ele considera que o reajuste salarial precisa
ser negociado com as entidades representantes.
Servidores
insatisfeitos
A
nova política salarial para o funcionalismo deixou os
servidores públicos contrariados. De acordo com plano
anunciado ontem, o governo irá encaminhar um projeto ao
Congresso para que a folha de pagamento dos três
poderes passe a ser corrigida anualmente pela variação
do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), mais
1,5%. O objetivo é limitar os gastos com pessoal a 4,7%
do Produto Interno Bruto (PIB).
Apesar
de o governo comemorar como feito inédito o fato de,
pela primeira vez, ter sido apresentada uma proposta de
reajuste salarial do funcionalismo público contemplando
a reposição da inflação, o presidente da Confederação
dos Servidores Públicos do País (CSPB), João Domingos
Gomes Santos, lamenta a idéia. “Estão propondo um
programa de achatamento salarial. Não vamos aceitar
isso pacificamente”, afirma. Segundo Domingos, a CSPB
irá se reunir junto as suas 27 federações estaduais,
quinta-feira, dia 25, para propor uma reação. “Não
aceitamos que façam o crescimento em cima do servidor público”.
O
presidente da Confederação crítica o que chamou de
pouca ‘criatividade’ do pacote para produzir
crescimento econômico. “Sobretudo essa medida
demonstra que o governo lançou um programa mediático,
então saiu improvisando até chegar a esse ponto”,
diz. .
Domingos
conta que a categoria já enfrenta várias dificultadas.
Entre elas os sucessivos achatamentos salariais.
“Foram oito anos com o governo Fernando Henrique
Cardoso e agora, também no governo Lula. Precisamos
urgentemente reorganizar as carreiras e realinhar as
tabelas de vencimento”.
Segundo
Domingos, existe hoje uma “pirâmide extremamente
injusta. Na base, sem aumento de salário desde o
governo Itamar franco está a grande maioria dos
servidores”. conta
Além
disso, o sindicalista diz que o governo tem dado
vantagens apenas para categorias específicas que não
refletem o interesse do usuário, como é o caso da saúde
pública, educação e segurança. “Essas foram
abandonadas pelo governo”, concluí.
Fonte:
DCI, de 23/01/2007
Proposta do pacote para tentar conter gastos do setor público
pode ser inócua
Fernando
Canzian
Além
de tímidas, as medidas para contenção do aumento do
gasto público embutidas no PAC são consideradas difíceis
de aprovar e, mesmo que passem no Congresso, podem
acabar derrubadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
São
duas as principais medidas para conter despesas:
1)
Limitar o aumento anual da folha de salários do
funcionalismo público (inclusive inativos) à inflação
(IPCA) acrescida de um reajuste real (acima da inflação)
de 1,5% ao ano para cada um dos Três Poderes;
2)
Reajustar o valor do salário mínimo de acordo com a
inflação acrescida da taxa de crescimento do PIB com
dois anos de defasagem. Exemplo: se o PIB tiver crescido
2,8% em 2006, esse será o reajuste real do mínimo
daqui a dois anos.
Se
o país crescer mais daqui para a frente, a nova regra
para o mínimo deve redundar em aumentos menores do que
os concedidos nos últimos anos, reduzindo o impacto dos
benefícios pagos pela Previdência sobre as contas
gerais da União.
Se
o Brasil crescer menos, no entanto, a medida acabará
tendo o efeito contrário ao desejado, já que o
reajuste do mínimo será dado levando em conta um PIB
maior.
A
primeira medida, de contenção do avanço da despesa
com funcionalismo, dependerá da aprovação, pelo
Congresso, de uma Proposta de Lei Complementar. Mesmo
que seja aprovada, será ainda passível de contestação
no STF.
O
problema é que o alvo da medida é, principalmente,
atacar as despesas dos Poderes Legislativo e Judiciário,
os mesmos que terão nas mãos a chance de derrubá-la.
Nos
últimos dez anos, enquanto os gastos do Poder Executivo
subiram 12% em termos reais, no Legislativo esse aumento
foi de 63% (quase três vezes mais). No Judiciário,
133%, mais de dez vezes.
Os
aumentos foram provocados tanto por uma explosão no número
de novos funcionários quanto por aumentos salariais
acima da média concedidos ao funcionalismo.
Legislativo
e Judiciário têm, desde 1988, autonomia constitucional
para ampliar seus gastos, o que pode levar a uma
contestação no STF mesmo que o Congresso aprove a
medida.
"O
problema é que os parlamentares e juízes poderão
decidir sobre algo que lhes afeta diretamente",
afirma o especialista em contas públicas Raul Velloso,
que considerou "tímidas" as medidas fiscais.
Sobre
a nova regra para o mínimo, Velloso diz que o gasto
tende a ser maior que o previsto, já que novos beneficiários
da Previdência são incorporados ao sistema anualmente.
Para
o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros,
ex-ministro do governo FHC, "a grande questão a
ser enfrentada, o tamanho do Estado e do gasto público,
não foi contemplada no pacote".
"É
um programa típico da esquerda: 90% de intenção e 10%
de instrumentos de realização. Na hora em que ficar
difícil fazer o superávit primário [economia para
pagar juros], os investimentos anunciados serão
imediatamente cortados", diz.
Já
o economista Antonio Delfim Netto, atualmente um dos
maiores defensores do controle das despesas públicas,
afirma que, se aprovadas, as medidas de contenção de
gastos serão suficientes.
"As
pessoas que desejam cortes muito mais profundos que
esses se esquecem de que existe uma sociedade no meio do
caminho. E Lula foi eleito por essa sociedade com o
compromisso de continuar distribuindo renda", diz
Delfim.
O
economista afirma que o mais importante no PAC foi o
compromisso do governo com uma tentativa de acelerar o
crescimento sem nenhuma medida heterodoxa nas áreas
fiscal, externa e na política de contenção da inflação.
Para
Paulo Francini, diretor do Departamento de Economia da
Fiesp, o PAC é "positivo", mas as medidas de
controle de gastos são "mais tímidas que o
esperado". "Esperávamos algo mais ambicioso,
como a redução do número de ministérios dos cargos
comissionados."
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 23/01/2007
Governadores organizam frente para discutir reforma
tributária
Grupo
protesta por não ter sido consultado na elaboração do
PAC, que terá impacto nos cofres dos Estados
Ana
Paula Scinocca e João Domingos, BRASÍLIA
Os
governadores se queixaram de não terem sido consultados
sobre as medidas do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), embora os cofres estaduais tenham de
arcar com parte do esforço pela iniciativa, e decidiram
adotar estratégia mais ativa na discussão da reforma
tributária. Ontem mesmo montaram uma frente para
debater propostas e marcaram reunião na próxima
segunda-feira para unificar o discurso sobre as medidas
a defender.
De
antemão, boa parte dos 19 Estados representados no
encontro de governadores de ontem, após o anúncio do
PAC, querem compartilhar os recursos das contribuições
- hoje apropriados exclusivamente pela União - e pedem
solução definitiva para as perdas com as exportações
de produtos primários e semi-elaborados - cuja compensação
foi prevista na Lei Kandir, mas até hoje não é
considerada satisfatória.
“Não
fomos consultados em relação a nenhuma das medidas”,
disse o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).
“Um dos problemas maiores do Brasil hoje é a falta de
complementaridade, de vinculação dos investimentos dos
Estados com os investimentos da União.” Na avaliação
do tucano, as medidas anunciadas podem significar
“novos ônus para os Estados”.
Para
Aécio, os governadores foram até o Planalto num gesto
de boa vontade, pois não desejariam que as coisas dêem
errado. O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima
(PSDB), depois do anúncio mostrou abatimento: “Não
nos convidaram para a festa e ainda querem que paguemos
a conta.” De forma geral, os Estados reclamam porque o
PAC prevê renúncia de tributos como o Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), que têm grande impacto
nos cofres estaduais.
O
governador do Piauí, Wellington Dias (PT), discorda de
que haja perdas significativas para o Fundo de Participação
dos Estados. Ele admite que o PAC envolve renúncia
fiscal dos Estados, mas considera que o valor é pequeno
se comparado aos R$ 500 bilhões de investimento
previstos.
O
governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), avalia que
o Estado foi esquecido pela União. “Não sei se pelo
fato de uns acharem que o Maranhão não é Nordeste,
mas Norte, e outros acharem que não é Norte, mas
Nordeste”, disse.
Jaques
Wagner (PT), governador da Bahia que foi ministro do
presidente Lula, rebateu críticas de que o governo
federal faz cortesia com chapéu alheio, deixando para
os Estados o pagamento da conta. “A moeda sempre tem
dois lados”, raciocinou. “Quando o governo federal
resolve fazer desoneração, é bom, mas os Estados
reclamam quando perdem parte da receita. Agora, se isso
impactar o crescimento da economia, todo mundo ganha.”
Dos
27 governadores, somente os de Santa Catarina, Luiz
Henrique da Silveira (PMDB), e de Roraima, Ottomar Pinto
(PSDB), não participaram nem mandaram representantes
para o anúncio do PAC.
ESTRATÉGIA
Foi
depois do anúncio que o governador José Roberto Arruda
(PFL), do Distrito Federal, convidou os colegas para o
almoço que atraiu representantes de 19 Estados. No
evento, eles começaram a discutir o que propor ao
presidente Lula em encontro marcado para o dia 6 de março
e destinado a debater as reformas tributária e política.
A
governadora gaúcha, Yeda Crusius (PSDB), disse que vão
exigir o compartilhamento das contribuições. “Hoje,
a soma das contribuições é superior à soma dos
impostos”, disse Yeda. “Está distorcida a repartição
dos recursos no País.”
Arruda
afirmou que todos precisam estar preparados para a
defesa que os Estados farão no próximo encontro com o
presidente. “Na reunião de hoje (ontem) nós ouvimos.
Na próxima, queremos falar.”
Fonte:
O Estado de S. Paulo, de 23/01/2007
Comunicado do Centro de Estudos
A
Procuradora do Estado Chefe do Centro de Estudos da
Procuradoria Geral do Estado comunica aos Procuradores
do Estado que se encontram abertas 05 (cinco) vagas para
o II Seminário: A Licitação como instrumento para uma
administração pública eficiente, promovido pela BAC -
Pesquisa, Treinamentos e Eventos Ltda., a realizar-se
nos dias 05, 06 e 07 de março 2007, no Centro de Convenções
do Hotel Naoum Plaza, localizado na SHS - Quadra 05 -
Bloco H/I, Brasília, DF.,
Fonte:
D.O.E Executivo I, de 23/01/2007, publicado em
Procuradoria Geral do Estado – Centro de Estudos