Súmula
vinculante pode ser votada hoje
Fernando
Teixeira
Há oito
meses aguardando aprovação na Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o projeto de
regulamentação da súmula vinculante finalmente obteve
consenso e deve ser aprovado na sessão de hoje. A maior
surpresa do novo relatório é que, apesar das modificações,
o projeto não voltará ao Senado, o que significa que
poderá ser sancionado ainda neste ano. A aprovação do
projeto pavimenta o caminho para a aprovação das
primeiras súmulas, já selecionadas pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), e para a chegada dos primeiros
pedidos de edição de súmula.
Sob
relatoria do deputado Maurício Rands (PT-PE), o projeto
original elaborado pela Comissão Especial Mista da
Reforma do Judiciário estava tendo dificuldade de
aprovação devido à discordância de alguns deputados
- Luiz Antônio Fleury (PTB-SP) e Antônio Carlos Magalhães
Neto (PFL-BA). Recentemente o relator abriu mão de sua
proposta e aceitou elaborar um novo texto levando em
conta sugestões de colegas. A proposta de consenso deve
superar os obstáculos e abrir caminho à aprovação. A
votação do projeto chegou a ser iniciada na tarde de
ontem, e teve voto favorável de ACM Neto, mas foi
suspensa com o início da ordem do dia no plenário.
O relator
Maurício Rands esteve na semana passada com outros
deputados no Supremo para discutir o texto com os
ministros Gilmar Mendes e Cezar Peluso, responsáveis
pela elaboração do projeto de lei encampado pelo
deputado Fleury. A proposta Mendes-Peluso enxugava o
texto original, para os ministros muito extenso e com
previsões desnecessárias - como as regras de redação
das súmulas - que serviriam simplesmente de pretextos
para novas ações judiciais. O encontro resultou no
texto apresentado na tarde de ontem.
Segundo o
deputado Maurício Rands, as mudanças no relatório não
implicam em alterações de conteúdo, o que mantém a
tramitação terminativa na casa, o mesmo se aplicando
às supressões. Além de suprimir as regras de redação
- que exigiam "clareza e objetividade" na redação
das súmulas - o relatório também suprimiu alguns dos
entes habilitados a solicitar a edição ou revogação
de súmulas vinculantes. No caso dos legitimados, ele
diz que afastou redundâncias, como a legitimação do
presidente da República e da Advocacia-Geral da União
(AGU). A lista ficou um pouco maior do que a dos
legitimados para ações diretas de
inconstitucionalidade (Adins), incluindo tribunais
locais e superiores e os municípios, hoje legitimados
para ajuizar Adins apenas nos tribunais locais.
O deputado
também ressaltou que deixou de fora as autarquias e
fundações para evitar uma profusão muito grande de
pedidos que poderiam "estrangular" o
processamento dos pedidos no Supremo. Manteve os municípios,
diz, porque há temas de interesse local que só podem
ser tratados pela administração municipal, como é o
caso da disputa da taxa de iluminação, já em análise
no Supremo.
Até hoje
único legitimado para ajuizar pedidos de súmulas
vinculantes, o Supremo já selecionou seis propostas,
que podem ir a plenário no início do ano que vem.
Entre elas, a inconstitucionalidade da expansão da base
de cálculo da Cofins, a constitucionalidade da progressão
de regime para crimes hediondos e a validade dos acordos
de expurgos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS).
Fonte:
Valor Econômico, de 22/11/2006
Deputados querem tramitação rápida da súmula
vinculante
por Maria
Fernanda Erdelyi
A Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos
Deputados retomou na tarde desta terça-feira (21/11), a
votação do projeto de lei que regulamenta a utilização
da súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal. De
acordo com o presidente da comissão, deputado
Sigmaringa Seixas (PT-DF), havia consenso dos
parlamentares para aprovar o projeto. A sessão, porém,
teve de ser encerrada antes da conclusão da votação
devido a ordem do dia que começava no plenário da
casa.
O relator
do processo, deputado Maurício Rands (PT-PE),
esclareceu que as alterações de redação sugeridas até
então ao projeto não implicam alterações de conteúdo
e, assim, a tramitação deve ser conclusiva na Câmara.
Os demais parlamentares presentes apoiaram o
entendimento e defenderam velocidade na entrada em vigor
da súmula vinculante.
Os
suspiros de decepção foram muitos, uma vez que
representantes de diversas instituições estavam
presentes, como a Defensoria Pública da União, a OAB,
o Ministério Público e o próprio Supremo. O projeto
de lei está na pauta da CCJ da Câmara há mais de seis
meses e enfrentava entrave com relação ao substitutivo
do relator e do deputado Luiz Antonio Fleury.
Na última
sessão da Comissão, o deputado Antônio Carlos Magalhães
Neto (PFL-BA) apresentou voto em separado favorável à
aprovação do substitutivo do deputado Fleury, com
alterações de redação. Durante a sessão, ficou
acertado que o relator Maurício Rands analisaria os
votos dos deputados Fleury e ACM Neto e traria o tema
para nova discussão. Assim foi feito.
“Com a
apresentação dos votos em separado dos deputados
Fleury e Antônio Carlos Magalhães Neto, se deu o
enriquecimento dos debates parlamentares sobre este tema
fundamental para o funcionamento da Justiça brasileira.
Procedi dessa forma alguns alterações em meu voto
acolhendo sugestões destes deputados além de outras,
por meio de consultas aos ministros do STF, à OAB e
diversos juízes”, afirmou o relator Maurício Rands.
Na semana passada, ele esteve reunido com os ministros
do Supremo, Gilmar Mendes e Cezar Peluso, além dos
deputados Sigmaringa Seixas e Fleury em encontro fechado
para tratar do projeto.
De acordo
com Rands as principais alterações no projeto são de
redação, além da supressão de alguns itens, entre
eles, alguns dos legitimados para propor súmula
vinculante. “Agentes estaduais foram suprimidos já
que se encontram funcionalmente contemplados por agentes
federais simétricos”, explica.
A
legitimidade dos municípios e da Defensoria Pública da
União foi mantida. “Assim conseguiremos equilíbrio e
oxigenação à interpretação dada pelo Judiciário”,
afirma o relator. A votação deve ser retomada e, com
sorte, concluída nesta quarta-feira (22/11) pela manhã.
Fonte:
Conjur
Aécio negocia ICMS com governadores
Em
encontro com Yeda Crusius, mineiro costura 'agenda
consensual' de Estados para levar ao Congresso
Eduardo
Kattah
O
governador reeleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), e a
governadora eleita do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius
(PSDB), reafirmaram ontem a defesa de uma 'agenda
consensual' dos Estados para discussão no Congresso das
reformas estruturais, mas não deixaram de demonstrar
disposição de diálogo com o Palácio do Planalto. Os
tucanos se reuniram no Palácio das Mangabeiras, em Belo
Horizonte. Embora tenham delimitado a condição de
oposição determinada pelas urnas, procuraram destacar
o canal aberto com Luiz Inácio Lula da Silva, no mesmo
dia em que o presidente voltou a bater no governo
Fernando Henrique Cardoso.
'Vim
aqui pactuar com Aécio esse caminho, a busca da construção
de uma agenda nacional. Não nos compete dizer qual é a
agenda ao presidente. Ele, sem dúvida, vai nos propor,
tem dado todas as indicações de que proporá uma
agenda federativa com todos os governadores', disse Yeda.
Antes
do encontro com a governadora, Aécio disse que não tem
falado com Lula, pois 'não houve necessidade ainda'.
Mas destacou que mantém com ele relação pessoal
'muito próxima'. 'Não houve ainda uma conversa política,
que, obviamente, dependerá da iniciativa do próprio
presidente.'
O
governador mineiro já declarou que considera inoportuna
uma reunião dos governadores com Lula antes da
apresentação das propostas de consenso no Congresso -
entre elas o estabelecimento de novos valores para o
ressarcimento aos Estados e municípios exportadores
pelas perdas com a Lei Kandir, a transferência de
recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico (Cide) e do Pasep e a conclusão da reforma
tributária.
Segundo
Aécio, a idéia é que no dia 15 de fevereiro as
propostas estejam nas Mesas da Câmara e do Senado, 'com
pedido de urgência e prioridade para votação'.
'Não
é uma agenda contra a União, como alguns querem
compreender. É uma agenda a favor do País. E acredito
que a sensibilidade do governo, de seus líderes e do próprio
presidente da República - que quer ver o País crescer
- permitirá que essas questões sejam discutidas e nós
possamos avançar pelo menos em relação a boa parte
desses pontos.'
ICMS
Yeda,
porém, sugeriu que deveria partir do governo federal
uma proposta de reforma tributária que unifique alíquotas
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) e estabeleça o impacto nas finanças dos Estados
com uma eventual mudança da arrecadação da origem
(onde ocorre a produção) para o destino (onde ocorre o
consumo).
Segundo
ela, o governo deveria propor compensação financeira
temporária aos Estados prejudicados. 'Isso é uma questão
federativa, não é do Rio Grande do Sul. Assim como a
Lei Kandir, ela penaliza, quando não é cumprida, o
Estado exportador. Tem um remendo aqui outro ali, mas a
reforma tributária tarda', concluiu.
Fonte:
O Estado de S. Paulo, de 22/11/2006
Aldo defende redução de tributos e fim da guerra
fiscal
O
presidente da Câmara, Aldo Rebelo, defendeu a redução
da carga tributária, como forma de preservar as
empresas nacionais, e a adoção de um "pacto
federativo" que permita a unificação da legislação
sobre o ICMS e o fim da guerra fiscal. Esses pontos
vista foram defendidos durante aula magna na Fundação
Armando Álvares Penteado (Faap) sobre o tema
"Brasil: caminhos para o desenvolvimento", no
último dia 10.
"O
governo, o Congresso Nacional, os empresários e os
trabalhadores brasileiros têm de chegar a um pacto que
preserve a produção. Para o governo, cada empresa que
deixa o País é uma empresa a mais que vai pagar
tributos na China. Pode até pagar menos lá, mas vai
deixar de pagar aqui. Então, não é melhor reduzir um
pouco a carga tributária para manter essas empresas no
País?", questionou o presidente da Câmara.
"Precisamos
também discutir o equilíbrio entre as regiões e o
pacto federativo. Não conseguimos ainda unificar o
ICMS. O Brasil tem mais de mil normas diferentes sobre o
ICMS. Cada Estado tem a sua. A guerra fiscal é a guerra
de todos contra todos", acrescentou Aldo.
Segundo
ele, os estados mais pobres acham que competitividade é
alcançada com renúncia fiscal, quando essa
competitividade é aparente. "A competitividade
sistêmica decorre de boa infra-estrutura - boa estrada,
boa ferrovia, bom aeroporto - e de mão-de-obra mais
qualificada e mais saudável", disse. "Quando
se faz a renúncia fiscal, deixa-se de investir nessa
infra-estrutura. Por isso, a guerra fiscal prejudica a
todos e, no fundo, não beneficia ninguém."
Crescimento
Para Aldo,
o desafio do crescimento e do desenvolvimento exige um
debate aberto, franco, em ambiente democrático e a união
de forças políticas e sociais muito amplas. "Não
é um desafio do governo ou da oposição, do
trabalhador ou do empresário, do intelectual ou do
menos instruído, dos políticos ou da sociedade civil.
É um desafio do País", disse. "Se não
construirmos essa agenda de forma negociada, entraremos
num conflito de interesses corporativos que transfere
para os outros a responsabilidade de resolvê-los."
Depois de
relacionar os principais obstáculos ao crescimento,
como juros e alta carga tributária, Aldo afirmou que o
desafio do desenvolvimento não pode ser só do
Presidente da República, dos governadores e dos
prefeitos, mas de toda a sociedade.
"Não
há por que a China, a Rússia e a Índia - países
emergentes ou em desenvolvimento - terem taxas de
crescimento tão superiores às do Brasil. O País
precisa reunir suas energias políticas, sociais,
intelectuais e econômicas para superar as barreiras, os
obstáculos a um crescimento maior, porque crescimento
maior é condição para desenvolvimento maior",
disse Aldo.
Fonte:
Câmara
OAB tem de tirar nomes de juízes da lista de inimigos
por
Rodrigo Haidar
O juiz
Ricardo de Castro Nascimento, da 3ª Vara Cível Federal
de São Paulo, determinou que a seccional paulista da
OAB retire o nome de 12 juízes trabalhistas de seu
Cadastro das Autoridades que receberam Moção de Repúdio
ou Desagravo — a lista de inimigos da advocacia.
A liminar
foi parcialmente concedida em Mandado de Segurança
ajuizado pela Associação dos Magistrados da Justiça
do Trabalho da 2ª Região (Amatra II). A entidade pediu
a suspensão de toda a lista e a proibição de sua
divulgação. Conseguiu apenas a suspensão dos
registros contra os juízes que representa.
A
presidente em exercício da OAB-SP, Márcia Regina
Machado Melaré, afirmou que a seccional paulista
cumprirá a decisão e que o cadastro não tem a intenção
de promover a “punição” de qualquer autoridade.
Apenas de reconhecer a violação da prerrogativa
profissional do advogado. "Todas as autoridades que
figuram no Cadastro tiveram direito de defesa",
afirma.
O
presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-SP, Mário
de Oliveira Filho, afirmou que "dos juízes que
conseguiram a liminar, muitos deles têm mais de três
processos de desagravo na Ordem e seus processos
obedeceram rigorosamente os preceitos constitucionais de
ampla defesa, contraditório, devido processo legal e
publicidade. Todos foram devidamente comunicados".
Mas, de
acordo com a decisão, “a atuação da OAB na defesa
das prerrogativas encontra limite na ausência de competência
para punir alguém estranho a seus quadros”. Para o
juiz Nascimento, a lista de inimigos vai além do que
autoriza a lei. “A manutenção por tempo
indeterminado da lista das autoridades que receberam
desagravo e moção de repúdio configura punição, sem
o devido processo legal.”
O juiz
Ricardo Nascimento destacou que diante da força da OAB,
“conquistada e legitimada durante sua história, a
pecha de autoritário lançada reiteradamente em suas
publicações, sites, etc constitui pena imposta
unilateralmente pela suposta vítima, o que não é
condizente com o estado democrático de direito”.
Os juízes
que terão o nome excluído da lista de inimigos são:
Adalgisa Lins Dornellas Glerian, Andréa Paola Nicolau
Serpa, Célia Gilda Titto, Cíntia Taffari, José
Eduardo Olivé Malhadas, Lúcio Pereira De Souza, Mylene
Pereira Ramos, Patrícia Esteves Da Silva, Ricardo Apostólico
Da Silva, Roberto Aparecido Blanco, Silvana Louzada
Lamantina Cecília e Thereza Christina Nahas.
Polêmica
da lista
No começo
de novembro, a Consultor Jurídico publicou a reportagem
OAB de São Paulo faz lista de inimigos da advocacia,
que tratou da existência de uma relação de quase 200
pessoas acusadas de ofender as prerrogativas de
advogados.
A lista
provocou reação de entidades de classes de juízes e
promotores. As entidades que representam juízes
estaduais, trabalhistas e federais, procuradores da República
e promotores de Justiça emitiram notas oficiais
criticando o cadastro. A liminar obtida pela Amatra II
deu início à briga judicial em torno da questão.
Mas o
assunto promete render ainda mais. Nesta segunda-feira
(20/11), o presidente licenciado da OAB-SP, Luiz Flávio
Borges D’Urso, afirmou que o cadastro é apenas o começo.
Segundo ele, é preciso punir penal e financeiramente
quem viola as prerrogativas da classe. Já há até
mesmo um projeto de lei de criminalização de
desrespeito às prerrogativas no Congresso Nacional.
Fonte:
Conjur
Comunicado do Centro de Estudos
A
Procuradora do Estado Chefe do Centro de Estudos
comunica aos Procuradores do Estado que estão abertas
100 (cem) vagas para a aula do Curso de Especialização
em Direito Processual Civil da Escola Superior da PGE,
sobre o tema “Aspectos Constitucionais dos
Recursos”, a ser proferida pela PROFª. ADA PELLEGRINI
GRINOVER, no dia 28 de novembro de 2006 (terça-feira),
das 10h00 às 12h00 horas, no auditório do Cento de
Estudos, localizado na Rua Pamplona, 227, 3° andar,
Bela Vista, São Paulo, SP.
Os
Procuradores do Estado poderão se inscrever com
autorização do Chefe da respectiva Unidade, havendo
vagas, até o dia 27 de novembro do corrente ano, junto
ao Serviço de Aperfeiçoamento, das 9h às 15h, por fax
(3372-6476), conforme modelo anexo.
Se for o
caso, os inscritos receberão diárias e reembolso das
despesas de transporte terrestre, nos termos da resolução
PGE nº 59, de 31.01.2001.
Para os
alunos da Escola Superior da PGE., da Área de Direito
Processual Civil, essa aula será considerada como dia
letivo.
Fonte:
D.O.E. Executivo I, de 22/11/2006, publicado em
Procuradoria Geral do Estado – Centro de Estudos