22 Abr 15 |
Anape defende ações estruturantes no combate à corrupção
Representantes
da Anape participaram como
entidade colaboradora de
audiência do Grupo de
Trabalho coordenado pelo
Ministério da Justiça para
elaboração de propostas de
alterações legislativas e
operacionais para os
“processos e procedimentos
administrativos e judiciais
de combate à corrupção e
à improbidade
administrativa”, no último
dia 16. O foco dos trabalhos
foi as propostas de ajustes
processuais e
procedimentais, do ponto de
vista legal e operacional,
para o combate à corrupção
e à improbidade
administrativa. Durante os
trabalhos coordenados pelo
Secretário Nacional de
Justiça, Beto Vasconcelos,
a Anape sugeriu medidas
estruturantes no campo da
gestão, mesmo de pessoal, e
governança dos processos
administrativos licitatórios,
disciplinares e de lançamento,
inscrição e cobrança da dívida
ativa tributária e não
tributária. A
Anape defendeu atenção
maior às propostas de
alteração da Lei de Licitações
e Contratos Administrativos,
em especial à proposta de
contratação de
contrapareceres elaborados
por profissionais
“externos ao órgão da
Administração”, como
pretende o art. 24, § 3º,
do PLS nº 559, de 2013,
apresentado pela Comissão
de Modernização da Lei de
Licitações e Contratos do
Senado Federal. Desse modo,
a Anape pediu que o Grupo
defenda a Emenda 16-PLEN, de
autoria do Senador Ricardo
Ferraço, para suprimir esse
elemento estranho à rotina
administrativa e garantir a
independência técnica dos
advogados públicos com atuação
nesse consultivo. Sobre o
tema, a Anape sugeriu o
apoio do governo federal aos
Projetos de Lei nº
6.876/2006 e 2.650/2011, que
tramitam em apenso na CCJ da
Câmara dos Deputados e
tratam do mesmo assunto: função
consultiva exclusiva nos
processo de licitação e
limitação da
responsabilidade de
pareceristas, a fim de
minimizar o espaço de
banalização da judicialização
de políticas públicas. Sobre
a desjudicialização da
cobrança da dívida ativa
proposta no Projeto de Lei nº
5.080/2009, apenso ao PL
2.412/2007, não se deixou
de reconhecer seu caráter
vanguardista e necessário,
mas a Anape observou que
tirar o problema do Judiciário,
que já conta com autonomia
institucional que lhe
assegura a continuidade dos
serviços e ainda assim
constata-se o seu
esgotamento, para os órgãos
de Advocacia Pública, sem
as necessárias medidas
estruturantes, é chover no
molhado, porque não haverá
a necessária estrutura
administrativa de apoio nem
a segurança para os seus
membros, que vêm sofrendo
severo processo de
criminalização da atuação,
em razão de divergências
teóricas com os órgãos de
controle externo, a exemplo
dos Tribunais de Contas e
Ministério Público.
Segundo a Anape, é preciso
pensar em medidas
estruturantes que, em
paralelo à desjudicialização,
garantam a efetividade da
proposta e diminua espaços
para a corrupção, que se
aproveita da ineficiência
do Executivo, do Judiciário
e das atividades de
controle. Outras
propostas da Anape foram o
incentivo à governança e
gestão de processos
administrativos,
especialmente os licitatórios,
disciplinares e de lançamento
dos créditos tributários e
não-tributários. Neste último,
em vários Estados não há
um único representante da
Advocacia Pública na
representação fazendária,
a fim de permitir controle
concomitante da juridicidade
nesses processos. Já se
percebe um tímido avanço
na qualificação dos
servidores atuantes nos
processos de licitação,
mas medidas pedagógicas no
campo disciplinar ainda
deixam muito a desejar, no
que diz respeito a gestão
de processos, pessoas, eficiência
e qualidade. “O
controle de juridicidade
abriu um campo vasto para a
judicialização de políticas
públicas. É preciso conter
os desvios, a corrupção,
na raiz, no dia a dia da
Administração Pública,
sem também emperrar e
criminalizar a gestão.
Pensar apenas em reformas
processuais e procedimentais
do ponto de vista repressivo
nos devolverá sempre o
mesmo problema. Os Estados
Unidos têm uma dimensão
continental maior do que a
nossa, 100 milhões de
habitantes a mais do que o
Brasil e tinham apenas 3,5
milhões de processos
judiciais em tramitação em
2013. Hoje, nós, Brasil,
temos 100 milhões de
processos na Justiça,
segundo dados divulgados
pelo CNJ. 38% dessa demanda
quem produz é o próprio
Poder Público. Simplesmente
mudar o processo não
adianta. É preciso mudar o
seu eixo, preparando e
estruturando a Administração
Pública para se tornar mais
eficiente e capaz de
solucionar a maior parte das
suas demandas
consensualmente. O sistema
de Justiça está
desequilibrado e esgotado,
porque a fórmula atual de
banal judicialização do
cotidiano não funciona.
Estamos muito honrados de
contribuir com os trabalhos
do Grupo e poder oferecer
nossa relação com os
Estados para mudar essa
situação e tornar efetivo
o combate à corrupção no
nosso país”, pontuou o
presidente da Anape,
Marcello Terto. Coordenador
do Grupo, Beto Vasconcelos
agradeceu a participação
da Anape, garantiu que as
propostas estruturantes que
extrapolam as competências
do Grupo serão encaminhadas
aos órgãos competentes do
Ministério da Justiça e à
AGU e pediu que a Anape
apresente nota técnica com
os encaminhamentos
legislativos pertinentes às
medidas processuais
destacadas na exposição. Integram
o Grupo de Trabalho do
Ministério da Justiça
representantes dos Poderes
Executivo, Legislativo,
Judiciário, Ministério Público,
CNJ, CNMP, AGU e OAB.
Participam como
colaboradores a AMB, a
AJUFE, a CONAMP, a ANPR, a
ANADEP, a ADPF, o Fórum
Nacional da Advocacia Pública
Federal e a ANAPE. Representaram
a comitiva da Anape o
presidente Marcello Terto, o
1º Vice-presidente, Telmo
Lemos Filho, e o Diretor de
Assuntos Legislativos,
Marcelo de Sá Mendes. Fonte: site da Anape, 18/04/2015
OAB/PB
realiza audiência sobre
PECs que dão maior independência
à advocacia pública A
OAB/PB - Ordem dos Advogados
do Brasil, Seção Paraíba
realizou audiência pública
para fomentar as discussões
acerca da aprovação da
Proposta de Emenda à
Constituição 82/2007, que
insere, na Constituição
Federal, a autonomia no âmbito
funcional, financeira e
administrativa da advocacia
pública e a PEC 443/2009
que diz respeito à equiparação
da remuneração dos
procuradores em relação às
demais carreiras jurídicas
do ministério público e da
magistratura. Para enfatizar
o posicionamento da instituição,
o presidente da OAB Paraíba,
Odon Bezerra, solicitou que
os deputados mobilizassem a
bancada de deputados
federais da Paraíba e
votassem favorável a aprovação
dessas PECs. “Elaboramos
um documento que solicita o
apoio de todos os
parlamentares paraibanos em
busca da independência da
advocacia pública da Paraíba
e de todo o Brasil”,
mencionou o presidente da
casa. O
autor da propositura da sessão
especial, conselheiro
federal Carlos Frederico
Farias, pontuou a relevância
de se discutir o conteúdo
das PECs. “É muito
importante entender que o
conjunto dessas propostas de
Emendas Constitucionais são
fundamentais, porque não há
autonomia quando há dependência
financeira”, pontuou. Na
ocasião, o presidente do
Conselho Federal da OAB,
Marcos Vinicius Coelho,
enviou mensagem de apoio a
Seccional Paraibana dizendo
que, por meio de deputados
federais, tem lutado no
congresso nacional para que
a votação das PECs tenha
um resultado favorável à
advocacia pública. “As
lutas da advocacia pública
têm sido uma das principais
bandeiras da minha gestão,
dessa forma, junto com a OAB
Paraíba, a diretoria do
conselho Federal esta à
disposição da
categoria”, afirmou. Vinícius
Coelho citou, ainda, que, na
última semana, esteve em
uma mobilização na Câmara
dos Deputados, junto com a
suas lideranças. “Lutamos
para incluir os honorários
de sucumbências no novo
CPC, uma vitória da
advocacia e, agora, estamos
juntos em uma nova batalha
que é a votação e a
consequente aprovação das
Pec's 82 e 443”,
assegurou. A
iniciativa que também
recebeu o apoio de
parlamentares paraibanos no
Congresso Nacional contou
com a presença do deputado
federal Efraim Moraes Filho
(DEM) e Veneziano Vital do Rêgo
(PMDB) que, na ocasião,
elogiaram a postura da OAB
Paraíba e renovaram o
compromisso de defender a
busca por mais autonomia e
consequente independência
da advocacia pública. Na
audiência publica estiveram
presentes representantes da
Procuradoria Geral do Estado
(PGE); Procuradoria Federal
da Paraíba; Procuradoria da
Fazenda Nacional na Paraíba;
Associação Nacional dos
Procuradores Federais
(ANPAF); Associação dos
procuradores do Estado
(ASPAS); Controladoria Geral
da União (CGU); Advocacia
Geral da União (AGU); União
dos Advogados Públicos
Federais do Brasil (UNAFE);
Associação Nacional dos
Advogados da União (ANAUNI)
e do Sindicato Nacional dos
Procuradores da Fazenda
Nacional (SINPROFAZ). Fonte: Migalhas, de 20/04/2015
SP
prevê corte de água para
cidade em dívida com Sabesp Diante
da crise hídrica e do
consequente aperto
financeiro, a Sabesp prepara
um plano para cobrar municípios
em dívida com a empresa de
água do governo de São
Paulo. O plano traça cinco
passos para a cobrança,
sendo que o último recurso
é o corte do fornecimento
de água para os municípios
de Guarulhos, Mauá e Santo
André, todos na Grande São
Paulo. Os sistemas de
distribuição dessas
cidades não são operados
pela Sabesp, mas todas elas
compram água por atacado da
companhia paulista.
Informado pela reportagem da
Folha, o diretor financeiro
do departamento de águas de
Guarulhos, Heraldo Marcon,
reagiu à ideia. Segundo
ele, o efeito dessa medida
seria "catastrófico". De
acordo com a Sabesp, os três
municípios devem, juntos,
R$ 6,6 bilhões. O pagamento
de parte da dívida
aliviaria o atual aperto
financeiro da estatal e
possibilitaria ampliar os
investimentos diante da
grave crise da água. A
empresa, que lucrou R$ 1,9
bilhão em 2013, viu, no ano
passado, esse ganho
despencar para R$ 903 milhões.
Agora, para compensar perdas
diante da crise (com a
escassez hídrica, passou a
vender menos água), ela
quer um reajuste de 22,7%
nas contas de água e
esgoto, o que ainda está
sob análise da agência
reguladora do setor. PLANO
DE COBRANÇA O
plano preparado pela empresa
do governo Geraldo Alckmin
(PSDB) cita que a Justiça e
a população estão mais
sensíveis à questão da água,
o que, segundo eles, poderia
facilitar a cobrança. Em
primeiro lugar, segundo
documento obtido pela
reportagem, o plano prevê
agilizar o recebimento dos
precatórios (dívidas dos
municípios que devem ser
pagas por decisão
judicial). Por esse meio, a
empresa espera receber R$ 2
bilhões da dívida,
parcelados em 15 anos. O
próximo passo seria buscar
na Justiça que o pagamento
dessas dívidas seja
vinculado ao Orçamento do
município devedor, e não
do órgão municipal que
cuida da água. A terceira
etapa seria cobrar
judicialmente as garantias já
previstas nos contratos
entre Sabesp e cidades. No
passo seguinte, caso os
anteriores não deem
resultado, a Sabesp pediria
a inscrição dos municípios
devedores no Cadin (cadastro
estadual de inadimplentes).
A medida inviabiliza o
repasse de verbas estaduais
e o acesso a algumas linhas
crédito. Como
último recurso, a Sabesp
estuda pedir na Justiça
liminares para cortar o
fornecimento de água aos
municípios devedores. De
todo o plano essa é a
medida que encontra maior
resistência dentro da própria
Sabesp. A origem das dívidas
vai de indenizações por
quebra de contratos ao não
pagamento pela água. Para
Rubens Naves, advogado da
Sabesp, a dívida pode ser
classificada como
"calote". "Os
municípios compram água da
Sabesp, cobram de seus munícipes
e não repassam esse
valor." Segundo Naves,
desde março do ano passado
Guarulhos não paga nada
pela água fornecida pela
Sabesp, que abastece mais de
80% do município, o segundo
maior do Estado de São
Paulo, com 1,3 milhão de
habitantes. Valores
cobrados são questionados
por municípios Cobrados
pela Sabesp, Guarulhos, Mauá
e Santo André afirmam
discordar dos métodos de
cobrança e de definição
de tarifa da empresa de água
paulista. O município de
Guarulhos, que, segundo a
Sabesp, tem dívida de R$
2,4 bilhões, diz que
questiona na Justiça a
tarifa cobrada. Segundo a
cidade, a conta deveria ser
40% inferior ao que é
cobrado. Guarulhos tem
empresa própria de
saneamento, que compra água
da Sabesp. A cidade
distribui essa água e
depois cobra diretamente dos
moradores. Segundo a gestão,
com o agravamento da crise hídrica,
a redução da água
fornecida pela Sabesp fez
com que a cidade não
conseguisse pagar pelo
produto. Afirma ainda que o
valor arrecadado pela cobrança
das contas foi usado para
investir em troca de tubulações,
programa de redução de
perdas e salários dos
funcionários da autarquia
municipal. Donizete
Braga (PT), prefeito de Mauá,
município que segundo a
Sabesp deve R$ 1,7 bilhão,
disse à Folha que negocia
parte do passivo com a
empresa e trabalha para que
a dívida não inviabilize o
investimento da cidade em
saneamento. Assim como Mauá,
a autarquia municipal de
Santo André cobra transparência
da Sabesp sobre os métodos
usados pela empresa para
definir as tarifas. Diz que
não reconhece a dívida com
a empresa, que, segundo a
Sabesp, chegaria a R$ 2,5
bilhões. Fonte: Folha de S. Paulo, de 21/04/2015
O
CNJ em risco Membros
da magistratura voltaram a
tentar esvaziar o Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
A principal resistência
contra o órgão, criado
pela Emenda Constitucional
45/04 com o objetivo de
coordenar o planejamento
estratégico do Poder Judiciário
e promover o controle
disciplinar e correcional de
magistrados, está nos
Tribunais de Justiça (TJs).
Desembargadores e juízes
estaduais são os mais
atingidos pelas iniciativas
moralizantes do Conselho,
que acabou com o nepotismo
da corporação, vedou a
indicação de parentes de
magistrados para cargos de
confiança nos tribunais,
exigiu o cumprimento do teto
salarial estabelecido pela
Constituição e proibiu a
magistratura de pedir patrocínio
para seus eventos a empresas
estatais e privadas que são
parte em processos
judiciais. Desde 2005,
quando iniciou suas
atividades, o CNJ já
aposentou compulsoriamente
43 magistrados. Só em 2013
foram aposentados 12
magistrados e afastados 13
suspeitos de desvio de
dinheiro público e venda de
sentenças. Medidas que lhe
deram credibilidade. O
CNJ é integrado por nove
representantes da
magistratura, um membro do
Ministério Público da União,
um membro do Ministério Público
Estadual, dois advogados
indicados pelo Conselho
Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil e dois
cidadãos de notável saber
jurídico e reputação
ilibada - um indicado pela Câmara
e outro, pelo Senado. Apesar
de a maioria dos
conselheiros vir da
magistratura, a corporação
alega que o fato de
profissionais de fora terem
atribuições de correição
compromete a independência
da Justiça. Também afirma
que, ao dispor de poderes
concorrentes aos das
corregedorias judiciais, o
CNJ desrespeita a estrutura
federativa do Judiciário.
Mas o Supremo Tribunal
Federal já reconheceu a
autoridade do CNJ para
julgar processos
disciplinares contra juízes,
independentemente das
corregedorias judiciais, que
são conhecidas por seu
corporativismo. O
desejo da magistratura
estadual de esvaziar o CNJ
conta com o apoio declarado
do presidente do órgão e
do Supremo Tribunal Federal,
o ministro Ricardo
Lewandowski. Antigo
desembargador do Tribunal de
Justiça de São Paulo, ele
reduziu significativamente o
número de investigações
disciplinares abertas e de
juízes punidos, desde que
assumiu a presidência do
CNJ. No final de 2014, sete
conselheiros reclamaram da
morosidade dos julgamentos
do órgão. A pretexto de
modernizar a Lei Orgânica
da Magistratura, que foi
editada em 1979, Lewandowski
preparou um projeto que
suprime as atribuições de
correição dos conselheiros
do CNJ que não são juízes
de carreira. Assim, eles não
poderiam julgar magistrados
em processos por corrupção
e desvios de conduta.
Magistrados investigados só
poderiam ser interrogados
por magistrados de instância
igual ou superior. Pelo
projeto, cuja redação teve
a participação de associações
de juízes, os presidentes
dos TJs também teriam de
ser consultados previamente
sobre a edição de resoluções
do CNJ, o que é absurdo,
uma vez que abre espaço
para pressões corporativas
dos juízes e
desembargadores estaduais. Essas
mudanças causaram
perplexidade no mundo jurídico
e até nos meios forenses.
"O CNJ foi criado como
um órgão
multirrepresentativo. Não
é um órgão de juízes",
diz Joaquim Falcão,
ex-conselheiro e professor
da Fundação Getúlio
Vargas. "O CNJ está
sendo esvaziado e um dos
aspectos mais perversos é a
criação de um conselho de
presidentes de TJs",
afirma a ex-corregedora
nacional de Justiça Eliana
Calmon. "Há um risco
de precarização, desprestígio
e vulnerabilidade do
CNJ", adverte o jurista
Ayres Britto, ex-presidente
do STF e do CNJ. Na última
reunião do CNJ, Lewandowski
defendeu seu projeto,
alegando que ele não impede
o órgão de julgar juízes,
mas que a hierarquia terá
de ser respeitada, a exemplo
do que ocorre no Exército.
O argumento foi considerado
absurdo por alguns de seus
colegas de corte e de
Conselho. O ministro Gilmar
Mendes prometeu não
subscrever a proposta. E o
conselheiro Guilherme Calmon
foi taxativo quando afirmou
que as propostas de
Lewandowski aniquilam o CNJ. Fonte: Estado de S. Paulo, Opinião, de 18/04/2015
Novos
amigos para a Justiça O
Judiciário brasileiro
enfrenta um enorme desafio:
a cultura do litígio. De
acordo com dados do CNJ
(Conselho Nacional de Justiça),
estão em andamento mais de
100 milhões de processos
judiciais no país. Fazendo
uma contabilidade simplória,
se cada processo envolver ao
menos duas partes, é como
se todos os 200 milhões
brasileiros estivessem a
litigar, inclusive as crianças,
os interditados e os inimputáveis
nos termos da lei. É
evidente que o cálculo não
espelha a realidade. O
percentual de ações
envolvendo indivíduos é ínfimo
se comparado aos movidos
pelos clientes habituais do
sistema Justiça: o poder público
e as empresas prestadoras de
serviços. No Tribunal de
Justiça de São Paulo
(TJ-SP), o quadro não é
menos complexo: são 44,2
mil servidores, 2.000 juízes
e 352 desembargadores
responsáveis por gerir 21,3
milhões de processos. Todos
premidos por um Orçamento
de cerca de R$ 9,5 bilhões,
dos quais 95,7% estão
comprometidos com a folha de
pagamento. Como lidar com
esse cenário? A
resposta fornecida pelo
senso comum aponta para a
equação mais
processos/mais
servidores/mais juízes. Só
que não há almoço grátis:
se essa opção for levada a
sério, a sociedade pagará
a conta. Daí a necessidade
de repensar a cultura
corporativa e o
aprofundamento do diálogo
com toda a sociedade. É o
que pretendem os programas
Empresa Amiga da Justiça e
Município Amigo da Justiça.
Instituídos pelas portarias
nº 9.126 e nº 9.127, ambas
de 2015, são políticas públicas
judiciárias orientadas a
estabelecer uma nova forma
de o TJ-SP se relacionar com
as instituições.
Articuladas com a Estratégia
Nacional de Não Judicialização,
do Ministério da Justiça,
e a Política Nacional de
Atenção Prioritária ao
Primeiro Grau de Jurisdição,
do CNJ, os programas têm
como foco o estabelecimento
de compromissos de redução
de ações judiciais novas,
por meio de metas construídas
de maneira dialogada com os
participantes --empresas e
municípios. Ao
aderir à iniciativa, os
parceiros receberão um selo
estilizado. Essa certificação
poderá ser utilizada na
divulgação das marcas e na
prestação de contas dos
gestores públicos. O setor
produtivo já incorporou
novos valores, como a
responsabilidade ambiental e
a proteção das crianças.
Nos EUA, empresas se engajam
na defesa de questões que vão
do estímulo a uma vida saudável
à defesa do casamento gay.
Por que não instituir como
novo valor corporativo a
responsabilidade judicial,
baseado na opção por não
recorrer ao Judiciário? Que
tal considerar o grau de
responsabilidade judicial de
uma empresa no cálculo de
seu valor, inclusive no
mercado de capitais? A
medida está adequada aos
novos modelos de governança
corporativa e regras de
"compliance", que
impõem políticas internas
rigorosas para o
relacionamento das empresas
com clientes, investidores e
o poder público. Conciliação,
mediação e as formas
alternativas de solução de
conflitos convergem para
esse fim. Já o programa
destinado aos municípios
terá importante função
pedagógica. É importante
que a população saiba
quanto custa manter o Judiciário
e que possa avaliar como seu
prefeito trata o assunto.
Por que não optar pelo
protesto da dívida ativa
junto aos cartórios,
celeiros de eficiência e
inovação? A taxa de
recuperação de crédito
nessa modalidade é maior do
que no sistema judicial das
execuções fiscais, que
custam, de acordo com o
Ipea, cerca de R$ 4,4 mil e
têm tramitação de quase
dez anos. A Justiça do século
21 não pode mais se fechar
em si mesma, o que sempre
deu margem a incompreensões
sobre seu papel. Deve se
abrir à sociedade civil e
chamá-la ao exercício da
cidadania, sendo parte de
seu processo de aperfeiçoamento.
Deve, portanto, contar com o
auxílio de novos amigos. JOSÉ
RENATO NALINI, 69, doutor em
direito pela USP, é
presidente do TJ-SP -
Tribunal de Justiça de São
Paulo WILSON
LEVY, 29, doutorando em
direito pela PUC-SP, é
diretor da presidência do
TJ-SP Fonte: Folha de S. Paulo, Tendências e Debates, de 22/04/2015
Procurador
geral é recebido pelo
presidente do TJSP O
procurador geral do Estado,
Elival da Silva Ramos, e o
subprocurador geral do
Estado da Área do
Contencioso Geral, Fernando
Franco, foram recebidos no
último dia 15 de abril pelo
presidente do Tribunal de
Justiça do Estado de São
Paulo (TJSP), desembargador
José Renato Nalini. Na
pauta da audiência, a
apresentação de diversos
pleitos, por parte da
Procuradoria Geral do Estado
(PGE), que, se atendidos,
terão reflexos positivos no
trabalho dos procuradores do
Contencioso Geral.
Participou também da reunião,
o juiz assessor da Presidência
da Corte Paulista, Fernando
Figueiredo Bartoletti. Na
foto que ilustra esta notícia,
a presença também do
secretário estadual da
Justiça e da Defesa da
Cidadania, Aloisio de Toledo
César; que havia sido
recebido, anteriormente,
também pelo desembargador
Nalini. Fonte: site da PGE SP, de 17/04/2015
Resolução
PGE-5, de 06-04-2015 Dispõe
sobre o Conselho Curador da
Escola Superior da
Procuradoria Geral do Estado Fonte:
D.O.E, Caderno Executivo I,
seção PGE, de 18/04/2015
Comunicados
do Centro de Estudos Fonte:
D.O.E, Caderno Executivo I,
seção PGE, de 18/04/2015 |
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