Confaz
aprova novo parcelamento em SP
Zínia
Baeta
O Conselho
Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou na
reunião de quarta-feira a proposta de São Paulo de
concessão de um novo parcelamento e desconto em multas
e juros para contribuintes devedores do Imposto de
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do
Estado. O texto, porém, foi aprovado com algumas alterações
e depende ainda da ratificação de todos os Estados
para que tenha validade. À proposta de São Paulo
aderiram os Estados de Rondônia, Roraima, Acre, Amapá,
Alagoas e Paraná, o que significa que, ratificado o
documento, esses Estados também oferecerão os mesmos
benefícios aos seus contribuintes inadimplentes. Em
sete anos, esta será a quinta vez, que o governo de São
Paulo oferecerá benefícios ficais aos contribuintes
inadimplentes com o fisco, entre redução de multas e
juros e parcelamentos.
O que o
Estado de São Paulo propõe é o parcelamento do débito
principal em 12 meses corrigido a 1% ao mês ou o
parcelamento em até 120 meses corrigidos pela Selic,
com algumas reduções em multas e juros. Já o
contribuinte que pagar o débito à vista terá a redução
de 75% das multas. Haveria ainda a possibilidade de o
contribuinte aderir a um parcelamento sem prazo definido
com valor fixado a partir de seu faturamento diante do
oferecimento de algum bem em garantia. A contraproposta
elaborada pelo conjunto de representantes do Confaz na
quarta-feira é que esta última condição tenha prazo
máximo de 180 meses. De acordo com a coordenadora-geral
do Confaz, Lina Vieira, o prazo de 180 dias não estava
previsto na proposta original. A Fazenda paulista fixava
o valor do pagamento a partir do faturamento da empresa,
mas não limitava o tempo do parcelamento, tornando-o
infinito.
A
coordenadora diz que a proposta paulista gerou um grande
debate na reunião, pois a medida significa um desestímulo
aos contribuintes que pagam em dia suas obrigações e
um incentivo à inadimplência. Por isso, foi
estabelecido o prazo de 180 meses. De acordo com ela, São
Paulo justificou a proposta pela necessidade de fazer
caixa. Segundo ela, também ficou estabelecido que o
contribuinte que parar de pagar o parcelamento perde os
benefícios. Além de manter em dia o parcelamento, é
obrigado a recolher corretamente os impostos do
presente. A partir da reunião, abre-se o prazo de 15
dias para que os Estados ratifiquem o convênio.
De acordo
com um levantamento da ASPR Consultoria Empresarial, de
2000 a 2006 o Estado de São Paulo ofereceu quatro
anistias fiscais aos contribuintes. Em 2000, por
exemplo, os devedores puderam se beneficiar de uma
anistia de 100% de multas e juros. Em 2002, o Decreto nº
47.067 fixou descontos de juros e multas que variaram de
70% a 100%, num escalonamento que foi de setembro a
dezembro daquele ano, para o pagamento em parcela única,
além do desconto de 30% para os contribuintes que
dividiram os débitos em até oito vezes. Para as multas
por descumprimento das obrigações acessórias foi
oferecido desconto de 70%. Em 2003, um novo decreto
autorizou descontos de 50% para os juros e 100% para as
multas. No ano passado, os contribuintes inadimplentes
que pagaram de uma única vez seus débitos, obtiveram
descontos de 70% a 90% para as multas e de uma redução
de 50% nos juros. A Fazenda de São Paulo não comentou
o assunto.
Fonte:
Valor Econômico, de 20/04/2007
DECRETO
Nº 51.765, DE 19 DE ABRIL DE 2007
Suspende o
expediente nas repartições públicas estaduais no dia
30 de abril de 2007 e dá providências correlatas JOSÉ
SERRA, Governador do Estado de São Paulo, no uso de
suas atribuições legais e considerando que o próximo
dia 30 de abril deste ano intercala-se entre o feriado
de 1º de maio, data comemorativa do Dia do Trabalho e o
domingo anterior,
Decreta:
Artigo 1º
- Fica suspenso o expediente das repartições públicas
estaduais no dia 30 de abril de 2007.
Artigo 2º
- Em decorrência do disposto no artigo 1º
deste decreto, os servidores deverão compensar as horas
não trabalhadas, à razão de 1 (uma) hora diária nos
dias 23, 24, 25, 26 e 27 de abril e 2, 3 e 4 de maio
deste ano, observada a jornada de trabalho a que
estiverem sujeitos.
§ 1º -
Caberá ao superior hierárquico determinar, em relação
a cada servidor, a compensação a ser feita de acordo
com o interesse e a peculiaridade do serviço.
§ 2º - A
não compensação das horas de trabalho acarretará os
descontos pertinentes ou, se for o caso, falta ao serviço
no dia sujeito à compensação.
Artigo 3º
- As repartições públicas que prestam serviços
essenciais e de interesse público, que tenham o
funcionamento ininterrupto, terão expediente normal no
dia mencionado no artigo 1º deste decreto.
Artigo 4º
- Caberá às autoridades competentes de cada Secretaria
de Estado fiscalizar o cumprimento das disposições
deste decreto.
Artigo 5º
- Os dirigentes das Autarquias Estaduais e das Fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público poderão
adequar o disposto neste decreto às entidades que
dirigem.
Artigo 6º
- Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio
dos Bandeirantes, 19 de abril de 2007
JOSÉ
SERRA
João de
Almeida Sampaio Filho
Secretário de Agricultura e Abastecimento
Alberto
Goldman
Secretário de Desenvolvimento
João
Sayad
Secretário da Cultura
Maria Lúcia
Marcondes Carvalho Vasconcelos
Secretária da Educação
Dilma Seli
Pena
Secretária de Saneamento e Energia
Mauro
Ricardo Machado Costa
Secretário da Fazenda
Lair
Alberto Soares Krähenbühl
Secretário da Habitação
Mauro
Guilherme Jardim Arce
Secretário dos Transportes
Luiz
Antonio Guimarães Marrey
Secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania
Francisco
Graziano Neto
Secretário do Meio Ambiente
Rogério
Pinto Coelho Amato
Secretário Estadual de Assistência e Desenvolvimento
Social
Francisco
Vidal Luna
Secretário de Economia e Planejamento
Luiz
Roberto Barradas Barata
Secretário da Saúde
Ronaldo
Augusto Bretas Marzagão
Secretário da Segurança Pública
Antonio
Ferreira Pinto
Secretário da Administração Penitenciária
José Luiz
Portella Pereira
Secretário dos Transportes Metropolitanos
Guilherme
Afif Domingos
Secretário do Emprego e Relações do Trabalho
Claury
Santos Alves da Silva
Secretário de Esporte, Lazer e Turismo
Hubert
Alquéres
Secretário de Comunicação
José
Henrique Reis Lobo
Secretário de Relações Institucionais
Sidney
Beraldo
Secretário de Gestão Pública
José
Aristodemo Pinotti
Secretário de Ensino Superior
Aloysio
Nunes Ferreira Filho
Secretário-Chefe da Casa Civil
Publicado
na Casa Civil, aos 19 de abril de 2007.
Fonte:
D.O.E. Executivo I, de 20/04/2007, publicado em Decretos
do Governador
Comunicado
do Centro de Estudos
A
Procuradora do Estado Chefe do Centro de Estudos da
Procuradoria Geral do Estado comunica aos Procuradores
do Estado que se encontram abertas 40 (quarenta) vagas
para o Seminário “Execução Fiscal
Administrativa”, promovido pela Prefeitura do Município
de São Paulo, Secretaria dos Negócios Jurídicos,
Procuradoria Geral do Município e Centro de Estudos Jurídicos
“Lúcia Maria Moraes Ribeiro de Mendonça”, com a
seguinte programação:
Fonte:
D.O.E. Executivo I, de 20/04/2007, publicado em
Procuradoria Geral do Estado – Centro de Estudos
Economia
aquecida reforça caixa dos Estados
Vanessa
Jurgenfeld, Marli Lima, Carolina Mandl e Ivana Moreira
O ano começou
bom para os Estados. A conjuntura econômica mais favorável,
o aumento das vendas no comércio e a recuperação da
renda fizeram com que, em muitos deles, a arrecadação
crescesse acima do previsto e acima da inflação,
indicando aumento real de receita para o caixa dos
governadores. No Rio de Janeiro, Santa Catarina e
Recife, a alta real superou 8% no primeiro trimestre em
relação ao mesmo período do ano passado. Além do
ICMS, também aumentou a arrecadação relativa ao IPVA,
cobrado dos proprietários de veículos.
A arrecadação
de Santa Catarina no primeiro trimestre deste ano somou
R$ 1,83 bilhão, crescimento nominal de 12% em relação
ao mesmo período de 2006. O crescimento veio acima dos
7% esperados pela Secretaria da Fazenda. Segundo Pedro
Mendes, diretor-geral da Secretaria da Fazenda, o bom
desempenho foi resultado de diversos fatores favoráveis
da conjuntura econômica.
O Estado
registrou aumento da receita proveniente do fluxo de
turistas, de 28,4% neste verão em relação ao verão
passado, conforme dados da Santur. Esse movimento elevou
a arrecadação de ICMS nas vendas de combustíveis e de
bebidas. Além disso, as vendas de móveis e eletrodomésticos,
segundo a Fecomércio, apresentaram elevação de 17% em
Florianópolis no primeiro bimestre em relação ao
mesmo período do ano passado.
"Foi
um excelente trimestre e conseguimos equilibrar, com ações,
algumas perdas que estavam previstas", diz Mendes,
referindo-se à suspensão por dois meses das transferências
de crédito de ICMS quando as indústrias realizam
exportação. No ano passado, o Estado devolveu R$ 40
milhões por conta dessas transferências. Segundo
Mendes, o Estado decidiu suspender temporariamente a
medida neste início de ano para equilibrar uma mudança
feita pelo governo federal, e que provocou queda na
arrecadação sobre o fumo produzido no Estado.
No
trimestre, esse impacto foi neutralizado e o ICMS
registrou alta de 11,2% em relação ao mesmo período
do ano anterior, somando R$ 1,68 bilhão. Já no IPVA, o
Estado teve uma arrecadação 19% maior do que no
primeiro trimestre de 2006, somando R$ 140,9 milhões.
Segundo
Mendes, além do aumento da fiscalização em geral por
conta de informatização dos sistemas, no IPVA o melhor
desempenho também refere-se ao uso da tabela Fipe para
fixar o montante a ser pago de imposto. Antes de 2006,
era a própria secretaria da Fazenda que estimava os
valores de mercado dos veículos.
No Paraná,
a arrecadação de ICMS somou R$ 2,4 bilhões nos
primeiros três meses, enquanto a dos outros impostos
alcançou R$ 564 milhões, em valores nominais. A
Secretaria da Fazenda informou que o valor ficou 0,3%
abaixo do previsto. Os setores que mais contribuíram
foram material de transporte; papel e papelão,
atacadista de bebidas, e comunicações.
A arrecadação
de Pernambuco teve um crescimento real - descontada a
inflação pelo IPCA - de 10,2% no primeiro trimestre na
comparação com igual período de 2006. De janeiro a
março de 2007, o recolhimento gerou R$ 1,41 bilhão aos
cofres do Estado.
Em ICMS, o
aumento real foi de 9,4% - R$ 1,28 bilhão no período.
Os itens com os maiores crescimentos foram bebidas e
alimentos, que levaram aos cofres de Pernambuco R$ 20,7
milhões a mais do que nos primeiros três meses do ano
passado. Em bebidas, a alta foi de 21,5% e em alimentos,
de 14,5%.
"É
evidente que houve um crescimento do poder de compra das
pessoas com o Bolsa Família. Com isso, comeu-se e
bebeu-se mais", afirma Cosme Maranhão, diretor de
planejamento e controle fiscal da Secretaria da Fazenda.
Entretanto, os itens que mais elevaram a arrecadação
foram combustíveis, telecomunicações e energia, com
peso de 45% no total. Eles contribuíram com R$ 598 milhões
- R$ 60 milhões mais do que no primeiro trimestre de
2006.
A alta de
9,17% obtida com telecomunicações se deve, segundo
Maranhão, às maiores vendas de celulares em
Pernambuco. Em toda a região Nordeste, a comercialização
de telefones móveis está em expansão, fortemente
impulsionada pelo crescimento da renda. Já a maior
arrecadação com combustíveis e energia pode ser
explicada pela expansão da atividade econômica em
Pernambuco.
Apenas
dois setores registraram queda na arrecadação de ICMS
no início deste ano em Pernambuco: usinas e
medicamentos. O primeiro item se deve à maior exportação
de açúcar e álcool pelo Estado, já que elas são
isentas do imposto. Já com os remédios ocorreu um
evento pontual: uma indústria deixou de pagar tributos,
foi autuada e agora parcelou seus débitos.
No
primeiro trimestre deste ano também houve um maior
empenho do governo para fiscalizar o pagamento de IPVA.
O resultado dessa ação foi um incremento real de 28,5%
na arrecadação do imposto, somando R$ 91,5 milhões.
O governo
de Minas ainda não divulgou os dados da arrecadação
de março. De acordo com a assessoria de imprensa da
Secretaria Estadual da Fazenda, o crescimento está
"dentro do previsto". A receita de Minas somou
R$ 4,2 bilhões, 14,7% maior que a do mesmo bimestre de
2006, em valores nominais. A contribuição do ICMS foi
de R$ 3 bilhões, alta de 14,5% em relação a igual período
de 2006.
O item de
maior impacto na receita de ICMS do Estado, os combustíveis,
registrou alta de apenas 6% em relação ao primeiro
bimestre de 2006. A arrecadação foi de R$ 624 milhões.
O produto que registrou maior crescimento na arrecadação
mineira foi o açúcar, que é pouco representativo no
somatório da receita, mas ilustra bem a expansão do
segmento em Minas. A receita de ICMS do açúcar-de-cana
subiu 429% neste começo de ano.
A greve
dos auditores da Receita Estadual de Minas pode ter
impedido que os resultados fossem mais expressivos.
Desde o fim do ano passado, os auditores vinham fazendo
"greve branca" em protesto pelos salários
considerados baixos pela categoria. Nas últimas
semanas, a adesão ao movimento atingiu 90%, de acordo
com o Sindicato dos Fiscais de Minas, o Sindifisco.
Fonte:
Valor Econômico, de 20/04/2007
SP
ainda não apurou dado de março
Raquel
Salgado
No Estado
de São Paulo, a arrecadação de ICMS no primeiro
bimestre registrou crescimento real (descontada a inflação)
de 14,5% na comparação com o mesmo período do ano
passado. Em termos absolutos, o Estado arrecadou R$ 7,3
bilhões só com ICMS - valor que supera em R$ 300 milhões
(quase 5%) o esperado pela Secretaria da Fazenda do
Estado.
São
Paulo, ao contrário da maioria dos grandes Estados,
ainda não divulgou a arrecadação de março. A
administração de José Serra (PSDB) modificou a regra
do governo anterior e tornou a divulgação de dados de
arrecadação menos ágil. No governo Geraldo Alckmin
(PSDB), a Secretaria da Fazenda sempre disponibilizava
em seu site os resultados globais da arrecadação
mensal de ICMS no primeiro dia útil do mês subseqüente.
O detalhamento era feito depois. Agora, a assessoria de
imprensa da Secretaria da Fazenda informou que nem o
resultado geral de março estava apurado até ontem, 19
dias após o encerramento do mês.
De acordo
com relatório da secretaria, a receita tributária
total paulista chegou a R$ 4,3 bilhões em fevereiro,
alta de 21,2%, em termos reais, sobre igual mês de
2006. Quando somada ao desempenho de janeiro, a arrecadação
total ficou em R$ 9,6 bilhões, o que representa uma
expansão de 14,8% em relação ao mesmo período do ano
passado.
Três
quartos dessa arrecadação vieram do ICMS. A segunda
maior contribuição para o crescimento da receita
tributária foi a cobrança de IPVA, responsável por
13,4% do total, com R$ 1,8 bilhões arrecadados no
bimestre.
A valorização
do real e o aumento das importações fizeram com que a
arrecadação de ICMS sobre essas operações crescesse
16,4% em relação a fevereiro de 2006.
Fonte:
Valor Econômico, de 20/04/2007
Relatório
endurece PEC dos precatórios
Fernando
Teixeira
Governadores
e prefeitos interessados na Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) nº 12/2006, a PEC dos Precatórios,
sofrerão sua primeira derrota na tramitação da
proposta no Senado Federal. O atual relator da PEC na
Casa, Valdir Raupp (PMDB-RO), elaborou um substitutivo
para cortar boa parte das vantagens concedidas aos
governantes inadimplentes. Ao mesmo tempo, a nova
proposta vai acomodar algumas das críticas que empresários,
advogados e servidores públicos fazem ao texto atual.
Desde o início
de março, quanto assumiu a relatoria da PEC na Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ), o senador defendia a
elaboração de um texto "de consenso", apesar
de não dizer exatamente o que isso significava.
Governadores e prefeitos defendiam o texto atual na sua
integralidade, exigindo apenas a redução do percentual
da despesa vinculada ao pagamento dos precatórios. A
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp) tinha um projeto totalmente diferente, preparado
pela consultoria Trevisan, e a Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) queria engavetar o texto atual. O
substitutivo, contudo, foi elaborado pela própria
assessoria do senador e não guarda nenhuma semelhança
com as contrapropostas apresentadas.
Em fase de
finalização em seu gabinete, a proposta ataca o
projeto atual em duas frentes. Por um lado, irá reduzir
o peso do sistema de leilões públicos, pelo qual o
governo pode recomprar sua dívida com desconto. Por
outro lado, restitui na maior parte a importância da
ordem cronológica de pagamento, que no modelo atual da
PEC é substituída pelo pagamento segundo o valor dos
precatórios.
O projeto
atual, preparado em 2005 pelo então presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, partia do
pressuposto de que a dívida atual de precatórios -
estimada em até R$ 100 bilhões - é impagável a curto
prazo. Ele criou uma vinculação mínima da receita líquida
ao pagamento dos precatórios, de 3% para Estados, e 2%
para municípios. Paralelamente a isso, criou dois
sistemas de pagamento. Um deles, que receberia 30% das
verbas vinculadas, iria para uma fila de precatórios
organizados segundo o valor, priorizando os menores. Os
outros 70% das verbas vinculadas iriam para um sistema
de leilões públicos, onde precatórios de maior valor
seriam recomprados pelo Estado com desconto.
Raupp
acolheu em parte as duas preocupações dos credores com
a PEC. Por um lado, eles alegavam que os descontos nos
leilões seriam enormes, configurando na prática um
calote público. Por outro, alega-se que a quebra da
ordem cronológica fere princípios básicos da
Constituição Federal, e o texto cairia facilmente no
Supremo Tribunal Federal (STF).
O senador
propõe, agora, que os precatórios alimentares deverão
ser pagos integralmente pela ordem cronológica,
recebendo 30% dos recursos vinculados. Os precatórios não-alimentares,
por sua vez, serão divididos em dois sistemas. Cada
precatório se dividirá em dois novos, com 50% do valor
original. Metade do valor irá para o pagamento normal,
pela ordem cronológica, recebendo 35% da receita
vinculada, e a outra metade irá para o mesmo sistema de
leilões públicos, recebendo os outros 35% da verba
vinculada.
A proposta
também quer criar mecanismos que dêem maior
credibilidade ao sistema de leilões. Eles deverão ser
geridos por uma bolsa privada - como a BM&F - e serão
regulados pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM).
Outra mudança é a criação de mecanismos para que os
Estados não voltem à inadimplência. O novo regime irá
valer apenas para dívidas antigas, e os Estados deverão
se comprometer a manter os novos pagamentos em dia, sob
pena de nunca mais conseguirem a aprovação de empréstimos
pelo Senado Federal. O texto também irá elevar o
percentual de vinculação dos municípios dos atuais
1,5% de volta ao número original de 2%.
Fonte:
Valor Econômico, de 20/04/2007
ONLINE
O
procurador-geral da Fazenda Nacional, Luiz Inácio
Lucena Adams, esteve ontem na sede do Instituto Etco
debatendo o projeto de lei sobre execução fiscal, que
será enviado à Câmara em maio.
Entre
outras, disse que existem hoje R$ 600 bilhões em débitos
pendentes que, no procedimento atual, a União levaria
300 anos para recuperar.
Fonte:
Estadão, de 20/04/2007
Superior
Tribunal quer dados de inquérito da Operação
Hurricane
O
presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, encaminhou
ontem ofício ao ministro Cezar Peluso, do Supremo
Tribunal Federal (STF), para pedir informações sobre o
inquérito que trata da Operação Hurricane. Peluso é
o relator das investigações que tramitam em segredo de
justiça no Supremo. “Diante do noticiário veiculado
envolvendo membro desta Corte e com vistas a um
posicionamento por parte do Tribunal, solicito informações
referentes ao inquérito”, pediu o ministro,
referindo-se ao ministro do STJ Paulo Medina, acusado de
envolvimento no episódio.
Desde que
as investigações começaram, Medina tem afirmado que
está apenas preocupado com seu irmão, o advogado Virgílio
de Oliveira Medina, preso na operação. Também
investigado pela Polícia Federal (PF), que deflagrou a
operação, Medina disse estar “com a consciência
limpa e à disposição da polícia para explicar as
suspeitas que recaem sobre suas decisões judiciais”.
No segundo semestre de 2006, o ministro concedeu liminar
liberando 900 máquinas caça-níqueis que haviam sido
apreendidas.
A liminar
foi cassada por decisão da presidente do STF , a
ministra Ellen Gracie. As suspeitas sobre a lisura da
decisão do ministro deslocaram o processo à alçada do
Supremo. Medina passou a ser investigado porque, na véspera
da concessão da liminar, um ‘grampo’ feito pela PF
captou uma conversa do advogado representante dos
bingos, Sérgio Marques de Araújo, também detido na
Hurricane, com Virgílio Medina. Na gravação, o irmão
do ministro aparece negociando a concessão da liminar
em troca de dinheiro.
A intenção
da Polícia Federal com a operação, realizada nos
Estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e no
Distrito Federal, depois de um ano de investigações,
é deter supostos envolvidos em esquemas de exploração
de jogo ilegal, principalmente caça-níqueis.
Ontem,
depois da divulgação de informações sigilosas
relativas à operação, o ministro Peluso determinou a
abertura de inquérito na PF para investigar e apurar os
responsáveis.
Indústrias
Esta
semana, a Polícia Federal afirmou ainda haver um
“conluio” de um advogado da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN) com a quadrilha que negociava sentenças
para conseguir uma decisão favorável à empresa – o
que de fato ocorreu. Fariam parte da quadrilha alguns
suspeitos presos na Hurricane. Decisões do STF e do
Tribunal Superior do Trabalho, envolvendo o Bradesco e a
Casas Bahia, além de executivos e advogados
possivelmente relacionados às sentenças, também estão
sendo investigadas na operação deflagrada pela PF, que
prendeu 25 pessoas.
Fonte:DCI,
de 20/04/2007
Ministra
Ellen Gracie elabora primeira decisão por meio de
certificação digital
A
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra
Ellen Gracie, decidiu nesta quinta-feira (19) o primeiro
processo por meio da certificação digital. A decisão
foi tomada na Suspensão de Segurança (SS) 3176,
suspendendo liminar que equiparava vencimentos na Polícia
Civil do Amazonas.
Certificação
digital
O processo
de certificação digital no STF teve início em junho
de 2006 com um acordo assinado com a Caixa Econômica
Federal (CEF) para dar mais agilidade e um caráter
virtual aos trâmites de processos no tribunal.
Com esse
procedimento é possível assinar e autenticar
documentos pelo computador, de qualquer lugar do mundo,
via internet. A tendência é de que, futuramente, a
certificação venha a dispensar a presença da pessoa física
em cartórios, por exemplo. O objetivo da adoção desse
sistema no Supremo é diminuir o tempo e o ônus de
tramitação de processos.
A partir
de agora, os ministros do STF poderão assinar, por meio
eletrônico, acórdãos e decisões que passariam a ter
o mesmo valor que o papel, porém, disponibilizados
eletronicamente.
Para a
ministra Ellen Gracie, a medida proporcionará agilidade
e produtividade muito maior, em especial nos processos
que são apreciados em lote por tratarem de causas idênticas.
“Isso vai facilitar muito, vai também nos dar uma
maior segurança nessas assinaturas e, para o usuário,
vai permitir que ele visualize diretamente o teor do
documento”.
O STF, na
opinião da ministra, “está se preparando para
ingressar nesses novos tempos de segurança e rapidez
digital”. Isso porque a certificação digital é
apenas uma das medidas adotadas para atender a lei do
processo virtual (Lei 11.419/06) que trata do processo
de informatização do Judiciário. Outros instrumentos
com esse fim já foram adotados pelo STF como o Recurso
Extraordinário Eletrônico e o Diário da Justiça
Eletrônico.
Ela
acredita que os usuários só têm a ganhar com as mudanças.
“Eu creio que todos os usuários do sistema,
especialmente os advogados, terão uma vantagem muito
grande na utilização deste sistema porque qualquer
profissional poderá ter acesso aos autos processuais
eletrônicos a partir do seu escritório, ou quando
estiver viajando. Também poderá acompanhar todo o
andamento do processo que está a seu cargo, sem ter
necessidade de comparecer ao foro e nem de ficar
buscando informações em locais específicos”,
afirmou. A ministra disse ainda que a medida dá uma
amplitude de manobra e uma liberdade de atuação ao
profissional que antes não existia. “Eu tenho certeza
que vai ser muito positiva essa utilização”,
garante.
Caminho
sem volta
A
presidente do STF diz que a virtualização do Poder
Judiciário é um caminho sem volta. “Nós entramos
numa era em que já não é mais possível retroceder.
É aquilo que se chama de salto qualitativo. Depois que
você assume um determinado estágio de desenvolvimento,
ninguém mais pensa em retroceder para etapas
anteriores”. A única dificuldade que ainda existe,
afirma a ministra, é vencer resistências de pessoas
que ainda não conhecem o sistema nem as suas utilidades
e facilidades. “Assim que conhecerem certamente vão
abraçar essa inovação e vão se tornar difusores das
novas técnicas”, acredita.
Os
ministros Marco Aurélio, Joaquim Barbosa, Ricardo
Lewandowski, Cármen Lúcia Antunes Rocha e Cezar Peluso
já fizeram seus cadastros para utilizar a certificação
digital em suas decisões.
Fonte:
STF, de 20/04/2007
Supremo
nega que haveria influência em decisões tomadas por
ministros
Em nota, o
Supremo Tribunal Federal repudiou nesta quinta-feira
(19/4) informações que dão conta de que ministros da
corte seriam os próximos alvos da quadrilha desbaratada
pela Polícia Federal na operação Hurricane.
Na ação
da sexta-feira, a PF prendeu 25 pessoas durante ação
para desbaratar uma quadrilha de exploração ilegal de
jogo, em esquema que envolvida também crimes contra a
administração pública.
Entre os
presos, estão o ex-vice-presidente do TRF (Tribunal
Regional Federal) da 2ª Região (Rio de Janeiro e Espírito
Santo), o desembargador José Eduardo Carreira Alvim; o
juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal
Regional do Trabalho) da 15ª Região (Campinas); e o
procurador regional da República do Rio de Janeiro João
Sérgio Leal Pereira.
Leia a íntegra
da nota:
"O
Supremo Tribunal Federal repudia as inferências de que
possa ter havido tentativa de influenciar decisões dos
ministros desta Corte. O Tribunal já determinou a
abertura de inquérito para apurar a responsabilidade
pela quebra do segredo de justiça, fato grave, intolerável
e criminoso".
Fonte:
Última Instância de 20/04/2007