Comunicado
do Centro de Estudos
O Centro
de Estudos da Procuradoria Geral do Estado informa os
seus novos números de telefones a partir de 16/04/2007:
Expediente
do Gabinete - 3286-7027
Seção de Aperfeiçoamento - 3286-7029
Escola Superior da PGE - 3286-7032
Expediente da Divulgação - 3286-7035
Diretoria Administrativa - 3286-7040
Seção de Finanças - 3286-7043
Seção de Material e Patrimônio - 3286-7048
Seção de Atividades Complementares - 3286-7051
Seção de Pessoal - 3286-7050
Expediente da Biblioteca - 3286-7054
PROCURADORIA
ADMINISTRATIVA
O Diretor do Serviço de Administração da Procuradoria
Administrativa informa os novos números de telefone da
Unidade: 3286-4518 - Fax: 3286-4504
Fonte:
D.O.E. Executivo I, de 18/04/2007, publicado em
Procuradoria Geral do Estado – Centro de Estudos
Decretos do Governador de 17-4-2007
Nomeando,
nos termos do art. 20, I, da LC 180- 78, o abaixo
indicado, para exercer em comissão e em Jornada
Integral de Trabalho, o cargo a seguir mencionado, na
referência da Escala de Vencimentos, a que se refere o
art. 2º da LC 724-93, do SQC-I-QPGE:
Procurador
do Estado Chefe, Ref. 7 Procuradoria Judicial: Carlos
José Teixeira de Toledo, RG 17.266.141, vago em decorrência
da exoneração de Carmen Magali Cervantes Ghiselli, RG
15.204.830-3 (D.O. 17-1-07).
Promovendo,
a partir de 22-2-07, nos termos do §
1º do art. 82, da LC 478-86, Rogério Pereira da Silva,
RG 20.431.398-3, Procurador do Estado Nível III, ao
cargo de Procurador do Estado Nível IV, vago em decorrência
da promoção de Cíntia Oréfice, RG 13.151.403
(D.O.3-4-07).
Fonte: D.O.E.
Executivo II, de 18/04/2007, publicado em Decretos do
Governador
OAB fala a relator de contrariedade à PEC que muda
precatórios
O Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
manifestou em sua sessão plenária de hoje (17) sua
veemente contrariedade à Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) nº 12/06, que institui um regime
especial de pagamento de precatórios pela União,
Estados, Distrito Federal e municípios. Os termos
contra os quais a entidade da advocacia se bate foram
apresentados ao relator da matéria na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal,
senador Valdir Raupp (PMDB-RO). O senador aceitou o
convite do presidente nacional da OAB, Cezar Britto,
para debater a matéria e afirmou que estudará as
sugestões feitas hoje pelos conselheiros federais. A
intenção de Raupp, que apresentou à OAB a minuta da
proposta, é deixar o relatório pronto para discussão
no Senado dentro de 30 dias.
O
vice-presidente da OAB e relator do processo que tratou
da PEC 12/06 no Conselho Federal – cujo exame se deu
no ano passado –, Vladimir Rossi, afirmou que a
proposta, além de flagrantemente inconstitucional, é
indigna, pois viola os mais comezinhos direitos dos
credores da Fazenda Pública. Ao acrescentar o parágrafo
7° ao artigo 100 da Constituição Federal e o artigo
95 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT), a PEC rejeitada pelo Conselho Federal da OAB
cria a figura de leilão para os credores receberem,
ponto também amplamente criticado pelos conselheiros
federais na sessão de hoje.
Vladimir
Rossi também manifestou a Raupp o entendimento da
entidade de considerar a proposta “indigna e
absurda” pelo fato dela romper o sistema de preferência
da emissão de precatórios, assim como a preferência
dos precatórios de natureza alimentar. Outros
conselheiros presentes à sessão também manifestaram
sua contrariedade aos termos da PEC. O conselheiro
federal por Rondônia, Orestes Muniz, por exemplo,
ressaltou o fato de a proposta atropelar o interesse
daqueles que demandaram contra o poder público, tiveram
seu direito reconhecido, ingressaram no sistema de
pagamento por meio de precatório e, depois de esperarem
anos a fio, agora se vêem na “absurda” posição de
não quando vão receber.
O
presidente nacional da OAB agradeceu a presença do
senador e ressaltou a importância de seu interesse em
debater o projeto com a entidade antes mesmo da
apresentação de seu relatório. “Ele faz uma inversão
que para nós é muito importante: a de conversar
conosco antes de apresentar o projeto. Com isso ganha o
Senado, a OAB, os credores e ganha a República”.
A PEC n°
12/2006, de autoria do presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), prevê o acréscimo do parágrafo sétimo
ao artigo 100 da Constituição e o artigo 95 ao Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, instituindo
um regime especial de pagamento de precatórios pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios. Limita, ainda,
a 3% das despesas primárias líquidas do ano anterior
as verbas orçamentárias da União, Estados e Distrito
Federal, e a 1,5% as dos municípios, destinadas para
sua quitação. A PEC dos precatórios foi apresentada
ano passado ao Congresso pelo então presidente do
Supremo Tribunal Federal, ministro Nelson Jobim.
Fonte:
Diário de Notícias, de 17/04/2007
Projeto pode ir ao Congresso em agosto
O ministro
Guido Mantega (Fazenda) afirmou ontem em Nova York que o
governo deverá enviar ao Congresso em "agosto ou
setembro" o projeto de reforma tributária.
Segundo
ele, a intenção da proposta é "diminuir
drasticamente" o número de impostos pagos pelas
empresas no país.
Mantega
falou que o projeto pretende acabar com a guerra fiscal
entre os Estados. Ele disse que o governo estuda criar
um plano de compensação para os Estados que seriam
prejudicados pela mudança. Uma das fórmulas que estão
sendo analisadas é a criação de fundos regionais de
desenvolvimento.
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 18/04/2007
Amazonas faz proposta para acordo com SP
Samantha
Maia, Josette Goulart e Claudia Facchini
O governo
do Amazonas irá propor a São Paulo que seja
estabelecida uma alíquota única de 12% de ICMS para a
venda de monitores de computador no território
paulista, independentemente do Estado de origem da
mercadoria. Isso significa que a proposta prevê uma alíquota
de 12% também para a LG Electronics, única fabricante
instalada em São Paulo, que hoje tem uma alíquota
especial de 7% e ainda um crédito de outros 7%, o que
na prática zera seu imposto.
O ICMS
para os monitores provenientes da Zona Franca é hoje de
12%, mas uma resolução do governo paulista editada no
fim do ano passado estabeleceu o percentual de 18% que
passa a vigorar a partir de maio. "Dar uma tarifa
diferenciada aos produtos da Zona Franca é como
considerá-la um outro país", argumenta Denis
Minev, secretário de Planejamento do Amazonas.
A alíquota
especial de 7% de ICMS para a venda de produtos de
informática em São Paulo vale para todas as empresas
que estão enquadradas na Lei de Informática. Esta lei,
entretanto, exclui a Zona Franca de Manaus. As diferenças
de benefícios entre São Paulo e Zona Franca começaram
a surgir quando a LG conseguiu convencer o governo de São
Paulo que precisava de mais incentivos para compensar
perdas que teve ao vir para o Estado. Por isso, no fim
do governo de Cláudio Lembo fez-se uma resolução que
prevê a alíquota maior de ICMS dos monitores
provenientes da Zona Franca.
O
dispositivo foi imediatamente atacado pelas concorrentes
da LG, especialmente a Samsung. A empresa começou a
negociar com o governo paulista e chegou a discutir a
possibilidade de trazer sua produção de monitores para
São Paulo. Outra proposta foi prorrogar a entrada em
vigor da medida para o fim do ano. Depois de semanas sem
se chegar a um acordo, o governo paulista resolveu
prorrogar o início da nova alíquota para maio,
protelando o prazo para discussão e também para evitar
embates judiciais tanto com a Samsung como com o
Amazonas, que ameaçou levar à questão ao Supremo
Tribunal Federal (STF).
Para o
governo amazonense, perder toda a produção de
monitores da Samsung seria uma péssima saída. Por
isso, ele agora tenta negociar diretamente com o governo
paulista. A proposta da alíquota fechada de 12% de ICMS
será levada no próximo dia 20 por uma equipe das
secretarias de Planejamento e da Fazenda do Amazonas. O
encontro não foi confirmado pela secretaria da Fazenda
do Estado de São Paulo. "Não vamos entrar na
justiça antes de negociar, mas somos a favor de
equalizar as tarifas para todos os Estados", diz
Minev. Incluir os monitores fabricados em São Paulo
nessa proposta, no entanto, poderia trazer um desequilíbrio
fiscal contra a LG, justamente a empresa que o governo
paulista quis beneficiar.
Essa
guerra fiscal deflagrada por São Paulo não preocupa só
as indústrias, mas o sindicato dos metalúrgicos da
Zona Franca de Manaus, região que praticamente
sobrevive dos incentivos às fabricantes de aparelhos de
áudio e vídeo e às montadoras de motos (duas rodas).
Só as indústrias de eletrônicos empregam 58 mil
pessoas.
O
presidente do sindicato dos metalúrgicos do Amazonas,
Valdemir Santana, reuniu-se ontem com o recém-empossado
presidente da Philips, Paulo Zotttolo. No encontro,
discutiu-se a necessidade de sensibilizar as autoridades
e a sociedade para a manutenção da competitividade da
Zona Franca, disse Santana. A Philips, líder em
televisores no Brasil, é uma das maiores fabricantes
instaladas em Manaus. O sindicato pedirá que a Central
Única dos Trabalhadores (CUT) agende uma reunião com o
governador de São Paulo para apresentar-lhe os
problemas.
Na
segunda-feira, Zottolo reuniu-se com o governador do
Amazonas, Carlos Braga, com quem também discutiu
vantagens fiscais concedidas pelo Estado à rival LG,
que produz televisores na Zona Franca - e que não estão
relacionadas à medida paulista. "Essa situação
coloca em risco a a Zona Franca", disse Zottolo, após
o encontro com o governador. Ele, porém, negou que a
Philips tenha ameaçado sair da Zona Franca.
No dia 24,
o secretário de Planejamento do Amazonas irá se
encontrar com as empresas do setor eletroeletrônico que
estão instaladas na Zona Franca para discutir essa
diferença de vantagens fiscais. Em 2003, quando foi
criada uma nova lei de incentivos no Estado, somente a
LG não aderiu e preferiu continuar com a lei de 1995,
com validade até 2013. No entanto, as demais companhias
argumentam que com isso a LG está sendo beneficiada na
cobrança de ICMS e pedem uma solução do governo.
"A idéia
é que todos adiram à lei de 2003, mas ao mesmo tempo não
podemos retirar incentivos dados. Dia 24 queremos ter,
senão uma solução, um plano de solução", diz
Minev. Caso o governo não consiga negociar com a LG uma
alta da alíquota do imposto, outra possibilidade será
diminuir a cobrança das demais empresas para deixá-las
em situação semelhante à da concorrente.
Fonte:
Valor Econômico, de 18/04/2007
Operação Hurricane pode chegar a São Paulo
por
Priscyla Costa
A Operação
Hurricane deve desembarcar com força em São Paulo
ainda esta semana. A força-tarefa já deu seus
primeiros sinais de que vai chegar aos paulistas. Nesta
segunda e terça-feira, a Polícia Civil apreendeu máquinas
caça-níqueis no estado. Além disso, desde o começo
do ano, a Polícia Federal vem deflagrando pequenas
operações em cidades do interior paulista para fechar
casas de jogos.
Os bingos
só funcionam por força de liminares, concedidas por juízes
federais. Além dos bingos, diversas empresas também
conseguiram liminares para importar e usar as máquinas
caça-níqueis. Essas autorizações acabam sendo
repassadas para bares, padarias e outros
estabelecimentos comerciais da cidade.
No estado
de São Paulo, segundo a Associação Brasileira dos
Bingos (Abrabin), pelo menos 15 juízes concederam
liminares para autorizar o funcionamento de casas de
jogos. São esses os juízes que podem virar alvo da Polícia
Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público
estadual.
O juiz
Marcelo Mesquita Saraiva, por exemplo, é autor de cinco
decisões cautelares. Em entrevista ao jornal O Estado
de S. Paulo, ele disse que “é absurdo responsabilizar
um juiz por uma decisão que ele tomou considerando ser
a mais recomendada na época”. O juiz deu liminar
favorável ao funcionamento de dois bingos na capital
paulista, em 13 de abril de 2004. “Não sofri nenhuma
pressão de empresários de bingo e tomei a decisão
porque achava correta”, disse o juiz ao Estadão.
Os outros
juízes que concederam liminares, segundo a Abrabin, são
Maria Cristina Barongono Cukierkom Kon, Uelton Reina
Castro, José Francisco da Silva Neto, Rodrigo
Zacharias, Cristiane Farias Rodrigues dos Santos, Rosana
Campos Pagano Moreira Porto, Marcelo Satalino Mesquita,
Ricardo de Castro Nascimento, Rodrigo Guimarães
Camargo, desembargador Castilho Barbosa, Freddy Lourenço
Ruiz Costa, Pedro Paulo Lazarano Neto, Aroldo José
Washington e Tânia Regina Maragoni Zauhy.
A Justiça
começou a conceder liminares desde que uma Medida
Provisória proibiu o funcionamento de bingos e de máquinas
de caça-níqueis em 2004. Elas se baseiam no princípio
da inconstitucionalidade da MP. Antes de a MP ser
editada, no entanto, os bingos já tinham liminares para
garantir o seu funcionamento. Essas autorizações eram
conseguidas na Justiça com base em parecer que afirmava
não haver ilegalidade na atividade comercial dos
bingos.
Nos
bingos, contudo, muitas liminares são usadas
irregularmente também para garantir o jogo em máquinas
caça-níqueis.
Devassa
fluminense
Os efeitos
da Operação Hurricane, deflagrada na sexta-feira
(13/4), foram sentidos mais precisamente no estado do
Rio de Janeiro, apesar de serem alvos os estados da
Bahia, São Paulo e Brasília.
Foram
presos os desembargadores do Tribunal Regional Federal
da 2ª Região José Eduardo Carreira Alvim e José
Ricardo Regueira, o juiz do Tribunal Regional do
Trabalho da 15ª Região Ernesto da Luz Pinto Dória e o
procurador regional da República João Sérgio Leal
Pereira. Também foram detidos Anísio Abraão David,
ex-presidente da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis;
Capitão Guimarães, presidente da Liga Independente das
Escolas de Samba do Rio de Janeiro; Antônio Petrus
Kalil, conhecido como Turcão, apontado pela Polícia
como um dos mais influentes bicheiros do Rio; a
corregedora da Agência Nacional do Petróleo (ANP),
Suzi Pinheiro Dias de Matos, o advogado Virgílio
Medina, irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça
Paulo Medina.
No segundo
semestre de 2006, o ministro Paulo Medina concedeu
liminar liberando 900 máquinas caça-níqueis que
haviam sido apreendidas na operação Vegas 2. Mais
tarde, a liminar foi cassada por decisão da presidente
do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie. As suspeitas
sobre a lisura da decisão do ministro deslocaram o
processo para a alçada do Supremo Tribunal Federal,
onde o caso está sob os cuidados do ministro Cezar
Peluso.
No sábado
(14/4), o ministro Paulo Medina, do Superior Tribunal de
Justiça, afirmou à ConJur que está apenas preocupado
com o seu irmão, o advogado Virgílio de Oliveira
Medina, preso na operação. Também investigado pela
PF, o ministro disse estar com a consciência limpa e
que estará à disposição da Polícia para explicar as
suspeitas que recaem sobre suas decisões judiciais.
Fonte:
Conjur, de 18/04/2007
TJ divulga índices de conciliação de março
No mês
passado o Setor de Conciliação do Fórum João Mendes
obteve um índice de 70% de acordos em audiências extra
processuais e 18% de acordos em processos das varas cíveis.
Os
expedientes extra processuais dizem respeito a casos em
que, mesmo sem haver um processo em andamento, uma das
partes recorre ao setor para uma tentativa de conciliação,
evitando assim o ajuizamento de novas ações. Para esse
tipo de situação foram realizadas 484 audiências e
obtidos 339 acordos.
Já no
caso de processos que estavam em andamento nas varas cíveis
do Fórum João Mendes e foram remetidos ao setor para
uma tentativa de acordo, o número de audiências
realizadas foi 1.615, com 297 acordos.
Desde sua
instalação, em setembro de 2004, o Setor de Conciliação
do Fórum João Mendes já realizou mais de 20 mil audiências.
O índice de acordos para casos extra processuais é de
73% e para processuais, 22%. O setor fica no 21º andar
do Fórum (Praça João Mendes, s/nº) e o atendimento
é feito das 13h às 18 horas.
2ª instância
O Setor de
Conciliação em Segundo Grau do Tribunal de Justiça
realizou em março 1.137 audiências e obteve 324
acordos, o que representa um índice de 28,5%.
O Setor
recebe recursos que estão em andamento no Tribunal de
Justiça e que são encaminhados para uma tentativa de
conciliação a pedido das partes ou do desembargador
relator do processo.
Fonte:
TJ, de 17/04/2007
Procurador vê indícios de que ministro do STJ levou
propina
Antonio
Fernando de Souza indica que Paulo Medina teria vendido
sentenças
ANDRÉA
MICHAEL
LEONARDO SOUZA
RANIER BRAGON
No inquérito
da Operação Hurricane (Furacão), a Polícia Federal e
a Procuradoria Geral da República apontaram
"fortes indícios" de que o ministro Paulo
Medina (Superior Tribunal de Justiça) era integrante da
organização criminosa que comercializava sentenças
judiciais em favor de bicheiros e bingueiros.
A PF o
coloca no centro do esquema, que se tornou público na
sexta-feira, com a prisão de 25 pessoas, a maioria no
Rio.
A PGR, ao
elaborar o pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) para
executar as prisões da operação, o relaciona à
quadrilha e diz que Medina "atendeu ao pleito"
dela em sua decisão, mas não pediu a detenção do
ministro.
Para os
dois órgãos, Medina pode ter negociado por R$ 1 milhão,
por intermédio de seu irmão Virgílio Medina, liminar
concedida no ano passado liberando 900 máquinas caça-níqueis
apreendidas em Niterói.
"O
ministro [...] Paulo de Oliveira Medina, interpondo seu
irmão -o advogado Virgílio Medina- como intermediário,
solicitou vantagem indevida, inicialmente no valor de R$
1 milhão [...], a integrantes da organização
criminosa voltada para a exploração de jogos de azar
[...], para que fossem favorecidos por decisão em
procedimento que estava sob seu crivo (Reclamação
2211)."
A frase
faz parte de um documento gerado pela Diretoria de
Inteligência, que integra um total de 13 volumes que
compõem o inquérito que na última sexta-feira levou
à prisão de 25 pessoas, entre as quais três
desembargadores.
Num
organograma feito pela PF intitulado "Organização
Criminosa, Eventos -Modo de Agir", o nome do
ministro Paulo Medina é o primeiro de uma cadeia com
mais de 20 pessoas.
"A
prova colhida revela elementos indiciários no sentido
de que o ministro Paulo Medina, valendo-se da intermediação
do seu irmão Virgílio Medina, teria recebido vantagem
indevida para conceder a esdrúxula liminar na reclamação
nº 2211, beneficiando a organização criminosa com a
liberação das máquinas caça-níqueis", escreveu
o procurador-geral da República, Antonio Fernando
Souza.
No
documento, que também faz parte do inquérito, o
procurador-geral pediu ao STF a determinação de uma série
de prisões e diligências de busca e apreensão de
documentos.
A PF
gravou várias conversas, com autorização judicial,
nas quais Virgílio Medina negociava, por R$ 1 milhão,
decisão que acabou concedida por seu irmão, resultando
na liberação de 900 máquinas caça-níqueis da
quadrilha.
"Virgílio
diz que o valor estipulado para a causa é de R$
1.000.000,00 de reais. Que tem 20% de entrada, que tem
que estar todo mundo satisfeito", relata a PF,
referindo à conversa entre Virgílio e Sérgio Luzio
Marques de Araújo, advogado da quadrilha, no dia 31 de
julho do ano passado.
"No
dia 15 de agosto, o ministro Paulo Medina concedeu a
liminar, atendendo ao pleito da organização criminosa,
tal como contratado. O estranho conteúdo da decisão
constitui indício de que ele tinha conhecimento das
negociações e sugere a sua adesão ao que fora
acertado por seu irmão com os representantes da
organização", escreveu Antonio Fernando.
Dois meses
depois, Virgílio Medina e outros dois membros da
quadrilha voltaram a se encontrar e a conversar pelo
telefone. Dessa vez discutiram o mérito da reclamação
feita pela quadrilha ao STJ, que resultou na liminar
liberando as máquinas caça-níqueis.
"Virgílio:
não discutir o mérito... não, aí ainda que... é uma
decisão técnica (fala algo ininteligível) Paulo
Medina", transcreveram os técnicos da polícia,
referindo-se a conversa entre o irmão do ministro do
STJ e um integrante da quadrilha, no dia 17 de novembro
passado.
Empréstimo
A PF
reuniu vários indícios de que o ministro Paulo Medina
teria concedido outras decisões favorecendo bingueiros
e bicheiros.
Numa
apreensão feita no escritório do irmão do ministro,
os policiais federais encontraram cópia integral de um
processo que estava com Paulo Medina e cujo assunto
interessava à quadrilha.
Os
policiais encontraram também cópia da declaração de
renda de Virgílio Medina, ano-base 2005, contendo
registro de um empréstimo de R$ 440 mil concedido por
seu irmão.
"Esse
empréstimo afigura-se suspeito, ainda mais se for
observado que o valor da renda declarada de Virgílio
Medina é absolutamente incompatível com o
montante," escreveu o procurador-geral.
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 18/04/2007
CNJ regula plantões do Judiciário
O Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) aprovou ontem uma resolução
para obrigar os tribunais a ter critérios rígidos para
a realização de plantões à noite e nos fins de
semana e feriados. Além de garantir a concessão de
medidas de emergência - principalmente habeas corpus -,
a regulamentação quer evitar que advogados usem a
falta de regras para manipular a distribuição de
processos. Apresentando peças fora do horário comum,
é possível fugir do princípio do juiz natural, o que
exigiria regras claras para a escolha de juízes que
atuam fora do horário normal.
Um
levantamento feito pelo conselheiro do CNJ Eduardo
Lorenzoni em 59 tribunais brasileiros descobriu que
apenas 26 têm alguma regulamentação formal para os
plantões. Entre os tribunais que realizavam plantão,
com ou sem regulamentação, apenas 30 divulgavam listas
com os nomes e telefones dos plantonistas.
Pela
resolução aprovada pelo CNJ, é necessário haver
escalas divulgadas previamente pela internet e
elaboradas com critérios objetivos. "Não é possível
que se decida quem estará no plantão no fim de semana
apenas na sexta-feira", diz Lorenzoni. Os tribunais
também terão que dizer quais são os temas a serem
julgados nos plantões para evitar, por exemplo, que ações
tributárias comuns sejam distribuídas em domingos. Por
seis votos a cinco, o CNJ deixou os tribunais superiores
de fora da regra. (FT)
Fonte:
Valor Econômico, de 18/04/2007