Política
nacional pode
reduzir ações
judiciais
As
ações
judiciais para
pedir que o
governo pague
medicamentos e
tratamentos de
saúde crescem
a cada ano. Em
2008, o Ministério
da Saúde
gastou R$ 48
milhões só
para atender a
determinações
da Justiça.
De janeiro a
outubro deste
ano, o Ministério
afirma já ter
gastado quase
o dobro do ano
passado: R$ 94
milhões. O
Supremo já
divulgou
orientações
de que a
população
tem direito a
todo
medicamento
que for
confirmadamente
necessário.
Enquanto o
governo culpa
a cultura do
processo do
brasileiro, há
quem acredite
que a definição
de uma política
nacional e uma
melhor gestão
de recursos
possam sanar o
problema.
Em
São Paulo,
hoje os gastos
com ações
judiciais
chegam a R$ 32
milhões por mês
na área de saúde,
segundo Luis
Duarte de
Oliveira,
chefe da
subprocuradoria
do estado de São
Paulo. De
acordo com
dados do
Ministério da
Saúde, em
2007, foram
registrados no
Rio Grande do
Sul R$ 6,5
milhões
mensais e, em
Minas Gerais,
quase R$ 40
milhões
gastos no ano
com essas ações.
Como as três
esferas da
administração
pública são
responsáveis
pela saúde, o
cidadão que
precisa de um
remédio e
recorre à
Justiça pode
propor a ação
tanto contra o
município,
como contra o
estado e a União.
“Não
tem advogado
porta de
cadeia? Hoje,
a gente
localiza
advogado de
porta de posto
de saúde”,
conta
Lucivaldo
Tapajós,
conselheiro da
Consultoria em
Administração
Municipal
(Conam). Ele
afirma que é
corriqueiro os
médicos do
SUS
prescreverem
medicamentos
que não
constam na
lista de remédios
fornecidos
pelo sistema público
e, por preços
mínimos,
advogados
oferecem seus
serviços à
população
para garantir
na Justiça
esses remédios.
A Conam presta
assessoria
para
prefeituras, não
só na área
de saúde,
principalmente
nos estados de
São Paulo,
Minas Gerais e
Rio de
Janeiro.
A
redução das
ações
judiciais,
segundo Tapajós,
só ocorrerá
quanto houver
um diálogo
entre as
Defensorias Públicas
e Secretarias
de Saúde dos
municípios, a
exemplo do que
aconteceu em São
Paulo, e uma
organização
entre o que a
secretaria
compra e o que
o médico
prescreve.
“Por um
lado, os municípios
devem criar
leis que
regulem o
direito à saúde
e a gestão de
medicamentos.
De outro, as
Defensorias
devem ter
apoio de técnicos
do governo
para orientar
a população
das formas de
acesso aos
medicamentos,
sem que seja
necessário um
processo na
Justiça.”
Para
Duarte de
Oliveira, o
problema não
está na
prescrição
de remédios,
mas na criação
da cultura do
processo. Ele
afirma que São
Paulo está
seguindo
expressamente
as determinações
do Supremo —
de que a
administração
pública
garanta todo e
qualquer
atendimento
para a população,
exceto
medicamentos não
aprovados pela
Anvisa — e,
com isso, já
reduziu em
mais de 95% a
média mensal
de ações. A
solução foi
trazida por um
programa na
capital
paulista
criado em
parceria com a
Defensoria do
município
para orientar
a população
sobre como
garantir seus
direitos a
tratamentos e
medicamentos
pelo SUS.
“Se o
medicamento
estiver dentro
dos padrões
do SUS, o
paciente já
é orientado a
buscar a farmácia.
Se o poder público
não tiver o
remédio,
busca-se uma
alternativa.
Se há uma
necessidade
especial, o médico
preencherá um
laudo de
solicitação
de medicamento
não
padronizado
para tentar
demonstrar que
é necessário
para aquela
doença”,
explica.
Oliveira
informa que há
hoje, em São
Paulo, dois
grandes grupos
que procuram a
Justiça: os
que preferem a
via judicial
porque
desconhecem o
acesso ao SUS
e os que pedem
por
medicamentos
que não têm
comprovação
efetiva da sua
segurança.
“Nem tudo o
que é novo é
melhor para o
tratamento. O
estado
consegue
atender as
necessidades
da população.
O que não
consegue
atender são
os desejos,
como fraldas
importadas”,
conta.
Segundo
Oliveira, a
decisão
recente do
ministro
Gilmar Mendes
considerou que
o SUS está
preparado para
atender de
forma a dar
quantidade e
qualidade ao
menor preço
possível, mas
a indústria
farmacêutica
quer vender
tudo e ao
maior custo.
“Um paciente
comum custa
aos cofres públicos
R$ 2,6 mil por
ano. O
paciente que
recorre à
Justiça já
vai custar R$
10,6 mil
porque não é
possível
comprar por
meio de uma
grande licitação
o remédio que
só uma pessoa
precisa. Não
há quem
queira vender
e a prefeitura
só pode
comprar por
meio de licitação.”
Por
outro lado,
mesmo que
previsto pelo
SUS, nem
sempre o
paciente
encontra na
farmácia o
remédio que
precisa.
Segundo Tapajós,
o problema é
da Secretaria
de Saúde que
não organiza
recursos ou não
cobra do médico
que ele
prescreva
apenas o que
está disponível
na farmácia
popular. “Em
Minas Gerais,
por exemplo, há
uma grande
diferença
entre o que o
médico
receita e o
que posto
compra. Quando
eu assumo uma
secretaria,
preciso
verificar nas
minhas farmácias
o que está
disponível,
tenho de ver
quais os remédios
que os médicos
estão
receitando,
disponibilizá-los
ou adaptar
como for possível”,
explica.
"Em caso
de
medicamentos
para doenças
especiais, por
exemplo, a
Secretaria é
que deve
solicitar o
reforço ao
estado, que
tem obrigação
de abastecer a
cidade.”
Durante
as audiências
públicas
sobre o tema
promovidas
pelo STF em
maio deste
ano, houve
quem
discordasse
que o governo
consegue
suprir todas
as
necessidades.
A lista do SUS
tem 107
medicamentos,
mas o Ministério
da Saúde mantém
programas que
garantem a
distribuição
de remédios
para doenças
especiais como
Aids, Câncer
e
Esquizofrenia.
O presidente
da Associação
Brasileira de
Assistência
à
Mucoviscidose
(especializado
em fibrose cística),
Sérgio
Henrique
Sampaio,
afirmou que o
programa de
medicamentos
excepcionais
do Ministério
da Saúde é
desatualizado
e inclui
somente 105
medicamentos
capazes de
tratar 62 doenças.
Para
o advogado
Constitucionalista
Ives Gandra, a
questão maior
é a falta de
uma política
nacional de saúde,
a exemplo da
que o
presidente
Barack Obama
está
aprovando nos
Estados
Unidos. “Por
um lado, os
custos da saúde
crescem
exponencialmente.
Qualquer exame
é uma
fortuna. De
outro, os
recursos para
a União e saúde
são escassos.
Há uma má
alocação de
recursos”,
afirma.
Segundo
Gandra, se
gasta muito em
publicidade
enquanto as áreas
de educação
e saúde ficam
à margem do
orçamento.
“Do ponto de
vista
constitucional,
todo o remédio
deve ser
fornecido, mas
os estados e
municípios não
tem fôlego
para atender.
Os juízes
decidem sem
ter como base
uma política
pública.”
Saúde
no Supremo
Lucivaldo
Tapajós
acredita que,
se os municípios
tomarem
conhecimento
das normas já
divulgadas
pelo Supremo,
o problema da
judicialização
da saúde pode
ser reduzido.
Após diversas
audiências públicas
sobre o tema,
o presidente
do STF, Gilmar
Mendes,
divulgou nota
afirmando que
“obrigar a
rede pública
a financiar
toda e
qualquer ação
e prestação
de saúde
geraria grave
lesão à
ordem
administrativa
e levaria ao
comprometimento
do SUS”. Em
contrapartida,
ele afirmou
que, se o
município não
tiver uma política
estatal que
regule o tema,
o tribunal
julgará o
caso como lhe
convier.
Mendes
também
definiu que o
tratamento
fornecido pelo
SUS deve ser
privilegiado
em detrimento
de uma opção
escolhida pelo
médico. Também
não está
afastada a
possibilidade
de o Poder
Judiciário ou
da administração
pública
modificar o
remédio em
caso de rejeição
do organismo.
Ele também
definiu que o
governo só
tem obrigação
de fornecer
medicamentos
aprovados pela
Anvisa,
descartando o
acesso às últimas
novidades do
mercado, que
trariam um
alto custo à
saúde pública.
Segundo
o ministro do
Supremo, Marco
Aurélio, os
próximos
julgamentos em
relação à
saúde devem
definir a
problemática
dos orçamentos
de alto custo
e o direito
que o estado
tem a ser
reembolsado
pelos planos
de saúde.
“Em São
Paulo, por
exemplo, que a
carga de
atendimento é
grande, quando
um segurado
recorre ao
hospital público
em uma
determinada
urgência, o
plano deve ser
ressarcido
pelo SUS? Essa
é a questão
da matéria”,
afirma o
ministro.
Reforço
privado
O
SUS atende a
139 milhões
de pessoas no
Brasil. Os
demais 41 milhões
de brasileiros
aderiram aos
planos de saúde,
o que
representa 30%
da população.
“Os
segurados
devem ser
atendidos
pelos seus
planos. Não há
uma limitação
para isso. A
legislação
os obriga a
atender tudo o
que o segurado
necessitar,
independentemente
do
contrato”,
afirma Tapajós.
“Em algumas
cidades, o médico
manda o
paciente para
o posto de saúde.
O SUS está
certo de
reclamar
disso. Ele
deve atender
todo mundo,
mas a legislação
exige que as
empresas
atendam a
todas as
necessidades
dos
segurados.”
Os
planos de saúde
se defendem.
Durante
encontro em
setembro em São
Paulo, no
chamado IV Fórum
Home Doctor,
as seguradoras
pediram trégua
à Justiça.
Para o setor
privado da saúde,
as decisões
dos juízes são
pautadas pelo
seu
“cumprimento
de papel
social”, sem
levar em conta
a regulação
do mercado.
Fonte:
Conjur, de
14/11/2009
Governador
de São Paulo
contesta lei
estadual de
proteção a vítimas
e testemunhas
O
Supremo
Tribunal
Federal (STF)
recebeu a Ação
Direta de
Inconstitucionalidade
(ADI) 4337,
ajuizada pelo
governador de
São Paulo,
José Serra,
contra a Lei
paulista
13.558/2009,
de iniciativa
da Assembleia
Legislativa,
que, entre
outros pontos,
determina a
adoção de
medidas de
proteção a vítimas
e testemunhas,
nos
procedimentos
de inquéritos
policiais e
nos boletins
de ocorrência.
O governador
alega que a
norma usurpa a
competência
privativa da
União para
legislar sobre
direito
processual,
conforme
previsto no
art. 22, I, da
Carta Magna.
Conforme
relata José
Serra na petição
inicial, o
Poder
Legislativo do
estado de São
Paulo rejeitou
o veto total
oposto por ele
ao Projeto de
Lei 151/09,
que foi
promulgado e
converteu-se
na Lei
13.558/2009.
Contudo,
segundo
argumenta na
ADI, “não
resta dúvida
de que o
legislador
federal detém
ampla primazia
no que tange
à disciplina
do processo
judicial, que,
de um modo
geral, é
estabelecida
pela União”.
Cabe aos
estados e ao
Distrito
Federal, por
sua vez,
apenas
desdobrar as
normas
processuais de
procedimento,
prossegue.
O
governador de
São Paulo
também aponta
que as disposições
previstas na
lei estadual
contestada na
ADI já foram
desdobradas
pelo Código
de Processo
Penal (art.
20) e pela Lei
Federal
9.087/1999,
esta última
editada
exatamente
para
proporcionar
proteção a vítimas
e testemunhas
“que estejam
coagidas ou
expostas a
grave ameaça
em razão de
colaborarem
com a
investigação
ou processo
criminal”.
Precedente
Na
petição
inicial, José
Serra também
faz referência
ao julgamento
da ADI 3896,
ajuizada
contra lei do
estado de
Sergipe, que
conferia ao
delegado de
polícia a
prerrogativa
de ajustar com
o juiz ou a
autoridade
competente a
data, a hora e
o local em que
seriam ouvidas
as
testemunhas,
tema este
relacionado a
processo
penal. Ao
lembrar que o
Plenário do
STF julgou
procedente a
referida ação,
argumentando
que é competência
privativa da
União
legislar sobre
direito
processual, o
governador de
São Paulo
afirma que o
legislador
paulista
incidiu em
“induvidosa
inconstitucionalidade”.
A
relatora da
ADI 4337 é a
ministra Cármen
Lúcia Antunes
Rocha.
Fonte:
site do STF,
de 13/11/2009
SP
atrasa
pagamentos e
reduz ritmo de
obras em
estradas
O
governo de São
Paulo atrasou
o pagamento a
empreiteiras e
vai reduzir o
ritmo de obras
em estradas de
todo o Estado
sob a alegação
de falta de
recursos. São
1.200
viadutos,
recapeamentos
e duplicações,
mas o governo
não disse
quantos foram
atingidos. A
construção
do Rodoanel,
maior obra viária
do Estado, não
foi afetada.
Entre
os projetos
prejudicados
pela falta de
dinheiro está
o Pró-Vicinais,
que consiste
na recuperação
de 12 mil km
de estradas
secundárias,
a maior parte
no interior do
Estado,
iniciado em
dezembro de
2007.
No
início do
ano, o
governador José
Serra (PSDB)
apresentou as
novas etapas
do plano, com
investimentos
de R$ 3,9 bilhões
no programa.
Pré-candidato
à Presidência
da República
em 2010, Serra
tem no Pró-Vicinais
seu programa
rodoviário de
maior alcance
em cidades do
interior.
O
secretário
dos
Transportes,
Mauro Arce,
diz que
ocorreu atraso
nos repasses
ao DER
(Departamento
de Estradas de
Rodagem), que
tem orçamento
de R$ 4,3 bilhões
previsto para
este ano. Do
recurso
arrecadado
pelo Estado
com a concessão
de rodovias,
R$ 700 milhões
deixaram de
entrar no
caixa, afirma
Arce. Parte já
está disponível
e outra ainda
deve entrar,
diz ele.
Outro
problema,
ainda de
acordo com
secretário,
ocorreu com
recursos
provenientes
do BID e do
Bird, órgãos
internacionais
de
financiamento.
Só agora foi
repassado aos
cofres do DER
um quarto dos
R$ 600 milhões
que ainda
faltavam de
recursos
desses órgãos.
"Temos
uma suplementação
sendo
negociada com
as secretarias
do
Planejamento e
da Fazenda.
Agora também
está entrando
uma parte do
dinheiro do
BID e do Bird.
Estamos
baixando a dívida",
disse Arce.
Ontem,
o Sinicesp
(sindicato da
construção
pesada)
divulgou
comunicado
dizendo que o
DER ordenou a
paralisação
dos serviços,
o que a
secretaria
nega.
Segundo
o presidente
do sindicato,
Marlus Renato
Dall'Stella, o
atraso no
pagamento é
de três meses
e soma cerca
de R$ 500 milhões,
o que Estado
também
contesta -diz
que são dois
meses e R$ 250
milhões.
O
problema levou
o sindicato,
que reúne as
principais
empreiteiras
do país, a
marcar uma
reunião de
emergência,
na segunda. Em
tom de ameaça,
o Sinicesp
fala em
"medidas
administrativas
e
judiciais"
para suspender
os contratos
em atraso com
o DER.
Enquanto
o comunicado
do Sinicesp
cita a
possibilidade
de
"demissão
em
massa", o
Sindicato dos
Trabalhadores
nas Indústrias
da Construção
Pesada diz que
já houve
cortes.
Ligado
à Força
Sindical, de
oposição a
Serra, o
sindicalista
Wilmar dos
Santos afirma
que, nos últimos
cinco meses,
houve cerca de
5.000 demissões
acima do
esperado para
o período.
"Tentamos
falar com o
governo, mas não
conseguimos",
diz.
Obras
serão
reprogramadas,
diz secretário
O
secretário de
Estado dos
Transportes,
Mauro Arce,
disse ontem
que execução
das obras em
estradas,
apesar dos
atrasos nos
pagamentos e
das ameaças
das
empreiteiras,
não deve
perder
velocidade por
conta do
atraso dos
pagamentos.
O
que deve
ocorrer,
segundo Arce,
é apenas uma
"reprogramação"
de obras, que
ele não
explica o que
quer dizer.
"Vamos
calibrar e nos
reprogramar",
afirmou o
secretário.
Diante
das afirmações
das
empreiteiras,
de que os
atrasos nos
pagamentos do
DER já alcançam
cerca de R$
500 milhões,
Arce fala em
valores bem
menores,
embora não
negue que
existam
atrasos.
O
secretário
afirma que o
valor é de R$
250 milhões.
"A dívida
é metade do
que eles dizem
e o atraso é
de, no máximo,
60 dias. O
resto é coisa
que está
dentro do
prazo. Temos
30 dias para
fazer a medição
e outros 30
dias para o
pagamento. O
raciocínio
deles para
chegar a esse
número deve
ser o de que,
se ainda não
pagamos, é
sinal de que não
vamos pagar o
resto."
De
acordo com
Arce, o buraco
no orçamento
do DER
(Departamento
de Estradas de
Rodagem) está
prestes a ser
sanado, ao
menos
parcialmente.
"Temos
uma suplementação
sendo
negociada com
as secretarias
do
Planejamento e
da Fazenda.
Agora também
está entrando
uma parte do
dinheiro do
BID e do Bird.
Estamos
baixando a dívida",
disse ele.
O
secretário
afirma que não
acredita que o
DER consiga
executar todo
o valor que
faltou em seu
orçamento até
o final deste
ano, mas diz
que deve
chegar perto
do que
considera um mínimo
necessário.
Em
relação às
demissões
-6.000 em dois
meses, segundo
Sinicesp, ou
5.000 em cinco
meses, segundo
o sindicato
dos
trabalhadores-,
Arce afirma
duvidar que as
dívidas do
governo com as
empreiteiras
seja a razão
do número de
cortes.
"Muitas
empresas estão
demitindo
porque várias
dessas obras
estão em fase
de finalização.
O que eu posso
fazer se as
obras estão
terminando?
Para onde vão
as pessoas?
Para
outras",
afirma Arce.
A
Folha procurou
a Secretaria
da Fazenda
ontem à
tarde, para
saber se
existem
dificuldades
com a execução
orçamentária
e com empréstimos
internacionais
para a
Secretaria dos
Transportes.
A
princípio,
segundo a
Fazenda, os
repasses
internacionais
estão em dia.
Fonte:
Folha de S.
Paulo, de
14/11/2009
Obra
do Rodoanel
desaba em
Embu, fere 3 e
interdita a Régis
Bittencourt
Pelo
menos três
pessoas
ficaram
feridas, às
21 horas de
ontem, após a
queda de três
vigas de um
viaduto em
construção
no Trecho Sul
do Rodoanel Mário
Covas, em
Embu, Região
Metropolitana
de São Paulo.
As vigas caíram
sobre três veículos
- uma carreta
basculante, um
Clio vermelho
e um Celta
preto - na
altura do km
279 da Rodovia
Régis
Bittencourt
(BR-116), na
pista sentido
São Paulo.
Segundo
policiais e
bombeiros,
havia muitos
escombros no
local do
acidente e não
se descartava
a existência
de mais vítimas.
Cães
farejadores
foram ao local
para verificar
se havia vítimas.
A
maior tragédia
do Metrô
Obra
do Expresso
Tiradentes
cede e atinge
viaduto em SP
No
momento do
acidente, uma
unidade do
Corpo de
Bombeiros
passava pelo
local e
socorreu o
motorista do
Celta. Carlos
Fernando
Rangel, de 38
anos, foi
levado ao
Hospital Geral
de Itapecerica
da Serra.
Outra vítima
teria sido
socorrida no
Pronto-Socorro
de Embu e a
terceira
seguiu para o
Hospital Geral
de Pirajuçara.
As informações
iniciais eram
de que eles
estariam
conscientes.
Um
funcionário
da concessionária
CCR, que
administra o
Trecho Oeste
do Rodoanel,
viu a queda
das vigas. Ele
estava num
ponto de ônibus
e tentou
ajudar.
"Foi o
maior
desespero da
minha vida. Vi
os blocos
caindo e só
pensei em
socorrer as
pessoas. Ouvi
uma gritaria
e, quando
percebi que não
conseguiria,
liguei para o
Corpo de
Bombeiros."
A
ruptura das
vigas é a
causa mais
provável para
o desabamento,
que ainda será
investigado.
"Já lançamos
mais de 300
vigas como
essas",
afirmou Paulo
Vieira de
Souza, diretor
de Engenharia
da Dersa.
O
governador de
São Paulo,
José Serra, e
o secretário
de
Transportes,
Mauro Arce,
chegaram ao
local de helicóptero,
às 23h30.
"Estamos
acompanhando o
acidente desde
os primeiros
momentos. A
melhor notícia
é a de que não
há vítimas
fatais. A
prioridade é
tirar a viga
que ainda está
pendurada,
para depois
remover as
demais",
disse Serra.
"Houve
falhas e isso
será
investigado
pela Dersa e
pelo IPT
(Instituto de
Pesquisas
Tecnológicas).
Pedimos ao IPT
que acompanhe
a investigação."
Questionado
sobre se o
acidente vai
atrapalhar a
entrega da
obra, Serra
disse que há
folga no
cronograma.
"Não há
nada de mais
pressa ou
menos
pressa."
A obra, da
Dersa, ligará
os Trechos Sul
e Oeste do
Rodoanel. O
plano da gestão
Serra é
entregar o
Trecho Sul até
o fim de março.
TRÂNSITO
A
Autopista
mobilizou
todas as
equipes de
emergência
para atender
as vítimas e
organizar o trânsito.
Às 23h40,
quando foram
iniciadas as
obras de remoção
de escombros,
o
congestionamento
atingia 7 km
no Rodoanel,
na pista
sentido
capital-Taboão.
Até esse horário,
os engenheiros
da Dersa não
haviam
conseguido
chegar ao
local. Os
motoristas que
seguiam para a
capital eram
orientados a
entrar em
Embu, por um
desvio, a 800
m dali, no km
280. "A
previsão é
de liberar a
pista até as
6 horas",
disse Arce.
Vigas
recém-colocadas
racham antes
de cair
Hugo
Pereira da
Silva, de 19
anos, funcionário
de um
supermercado,
ia para a casa
de um tio, no
sentido
Curitiba,
quando ouviu
um barulho
"igual ao
de uma explosão"
e viu duas das
vigas caírem
sobre a pista
da BR-116 (Régis
Bittencourt).
Em seguida,
despencou a
terceira peça.
"Parece
que racharam
no meio e caíram",
contou. Ele
ouviu batidas
entre veículos
que trafegavam
pela pista e,
depois, carros
saindo de ré
do trecho sob
o tabuleiro,
com receio de
também serem
atingidos
pelas peças
de concreto.
A
reportagem
apurou com
outras
testemunhas
que a causa
mais provável
do desabamento
foi uma
rachadura em
uma das vigas.
O tabuleiro de
sustentação
no km 279
estava apenas
lascado, como
se tivesse
sido raspado.
Há 15 dias,
uma viga igual
teria quebrado
durante o
transporte e
estaria caída
no meio de uma
rua em Embu.
"Já
lançamos mais
de 300 vigas
como essas até
agora. Houve
uma ruptura e,
com isso (as
vigas), caíram
do
apoio",
afirmou Paulo
Vieira de
Souza, diretor
de Engenharia
da Dersa.
Souza não
explicou o que
pode ter
levado ao
incidente que
provocou a
queda dos
pilares.
Na
noite de sábado,
a concessionária
Autopista Régis
Bittencourt já
planejava a
interdição
total da
BR-116 para a
instalação
de seis vigas
de sustentação
do viaduto do
Rodoanel.
Quatro foram
colocadas no
fim de semana
passado e o
serviço já
havia passado
por atrasos. A
instalação
das vigas é
de
responsabilidade
da empresa
Desenvolvimento
Rodoviário
S.A. (Dersa),
que está
construindo o
Trecho Sul do
Rodoanel e a
ligação com
o Trecho
Oeste.
Em
2 de outubro,
o Estado havia
noticiado que
as obras do
viaduto do
Rodoanel no km
279 estavam
canceladas por
tempo
indeterminado,
por falta de
guindaste para
realizar o
trabalho,
segundo a
Autopista. Os
serviços, que
estavam
programados
para o período
de 3 a 6 de
outubro, foram
cancelados e não
havia previsão
de uma nova
data para as
interdições.
Um mês
depois, as
obras foram
retomadas.
Entre 7 e 10
de novembro,
as vigas foram
lançadas
sobre os
tabuleiros. Os
serviços
ocorreram
entre 20 e 6
horas e
exigiram o
bloqueio da Régis.
Iniciada
em maio de
2007, a obra
desse trecho
começa na
Rodovia Régis
Bittencourt,
em Embu, e vai
até a Avenida
Papa João
XXIII, em Mauá,
região do
ABC, passando
pelos municípios
de Itapecerica
da Serra, São
Paulo, São
Bernardo do
Campo, Santo
André e
Ribeirão
Pires. O plano
é facilitar o
acesso rodoviário
de veículos
pesados do
interior para
o Porto de
Santos.
Auditoria
do Tribunal de
Contas da União
(TCU), entre
maio e julho
de 2008,
apontou alterações
no projeto básico
da obra. Para
reduzir os
custos, as
empresas
contratadas
alteraram métodos
construtivos,
com redução
no número de
vigas usadas
em pontes,
substituição
de estacas metálicas
por pré-moldadas
e troca de
areia por
brita em muros
de contenção.
"Assim,
usaram menos
material de
construção,
mas receberam
o mesmo
dinheiro",
explica o
relatório do
Tribunal.
O
documento do
TCU aponta as
irregularidades
como
"graves"
e passíveis
de resultar
numa
"combinação
altamente
danosa às
finanças"
da União e do
Estado.
"O
desdobramento
do processo
pode gerar
repactuação
contratual,
anulação do
contrato e
ressarcimento
de
valores."
FURA-FILA
Integra
o consórcio
responsável
pelo lote 5 a
empresa
Carioca.
Trata-se da
mesma empresa
responsável
pela obra do
viaduto do
Fura-Fila que
caiu na Vila
Prudente, em 1º
de abril de
2008. O lote
5, com 35
pontes e
viadutos, tem
18,6 km de
extensão e
representa
19,7% da obra.
Fonte:
Estado de S.
Paulo, de
14/11/2009
Anamages
questiona lei
estadual do RJ
que cria 5
categorias de
magistrados
para fixação
de subsídio
A
Associação
Nacional dos
Magistrados
Estaduais
(Anamages)
ajuizou, no
Supremo
Tribunal
Federal (STF),
a Ação
Direta de
Inconstitucionalidade
(ADI) nº
4342, pedindo
a suspensão,
em caráter
liminar, do
artigo 29 da
Lei do estado
do Rio de
Janeiro nº
5535, que
estabelece
cinco
categorias de
magistrados
estaduais para
fins de
remuneração,
quando o plano
federal prevê
apenas três.
A
Anamages alega
que o artigo
29 da lei
estadual
afronta o
artigo 93,
inciso V, da
Constituição
Federal,
na
medida em que
estipula a
diferença do
subsídio por
categorias de
magistrados,
partindo da
organização
judiciária
estadual
prevista no Código
de Organização
e Divisão
Judiciárias
do Estado do
Rio de Janeiro
(CODJERJ),
sendo que o
mencionado
dispositivo
constitucional
prevê que
devem ser
observadas as
categorias da
estrutura
judiciária
nacional, que,
por sua vez, são
diversas das
que foram
adotadas na
norma
estadual.
Determina
este artigo
que os subsídios
de ministros
dos tribunais
superiores
corresponderá
a 95% do subsídio
mensal de
ministro do
STF, e os dos
demais
magistrados
serão fixados
em lei e
escalonados,
em nível
federal e
estadual,
conforme as
respectivas
categorias da
estrutura
judiciária
nacional.
Três
categorias
A
Anamages pede
que seja
determinado
desde já, em
caráter
liminar, que a
diferença
remuneratória
prevista no
artigo 93,
inciso V, da
CF, se
configure em
relação a
apenas três
entrâncias,
de acordo com
a estrutura
nacional. É
que a lei
estadual fixou
cinco
categorias:
desembargadores,
com 100% do
subsídio de
magistrado
estadual,
correspondente
a 90,25% do
subsídio de
ministro do
STF; juízes
de entrância
especial, com
remuneração
5% inferior à
dos
desembargadores;
juízes de
segunda entrância,
com remuneração
5% inferior à
dos juízes de
entrância
especial; juízes
de primeira
entrância,
com remuneração
5% inferior à
dos juízes de
segunda entrância;
e juízes
substitutos,
com remuneração
5% inferior à
dos juízes de
primeira entrância.
A
entidade dos
magistrados
entende que o
estabelecimento
de cinco
categorias
“viola a
isonomia que
deve existir
tanto entre os
magistrados da
União e dos
Estados e
destes entre
si, porquanto
se o comando
constitucional
(artigo 93, V)
manda que se
levem em
conta, para a
fixação dos
subsídios, as
categorias da
estrutura
judiciária
nacional, o
estabelecimento
de categorias
várias não
se compraz com
o caráter
nacional e
unitário do
Poder Judiciário”.
Daí a afronta
ao artigo 93,
V, da CF.
No
mérito, a
entidade pede
a declaração
de
inconstitucionalidade
do dispositivo
impugnado.
Precedentes
A
Anamages cita,
como
precedente do
STF para
sustentar seu
pedido, o
julgamento da
Ação Originária
(AO) 584-1,
originária de
Pernambuco, em
que o relator,
ministro Maurício
Corrêa,
(aposentado),
reconheceu que
“a nova
estrutura
judiciária
nacional (CF,
artigo 93, V)
criou ampla
vinculação,
embora
indireta,
entre toda a
magistratura,
independentemente
do nível
organizacional,
se federal ou
estadual”.
Em
outro
precedente
citado pela
entidade, a
ADI
3854,
relatada pelo
ministro Cezar
Peluso e na
qual se
discutiu a
fixação do
“teto”
remuneratório
para a
magistratura
federal e
estadual,
o STF
decidiu
liminarmente
pela
inadmissibilidade
de fixação
diferenciada
entre as
classes de
magistrados,
mais
especificamente
entre os
magistrados
federais e os
estaduais.
Fonte:
site do STF,
de 13/11/2009
Comunicados
do Centro de
Estudos
Clique
aqui para o
anexo 1
Clique
aqui para o
anexo 2
Fonte:
D.O.E, Caderno
Executivo I,
seção PGE,
de 3/10/2009
Estado
apura
"barbeiragem"
no Rodoanel
O
governo do
Estado apura
"falha técnica"
e
"barbeiragem"
das
empreiteiras
responsáveis
pela obra do
Rodoanel no
acidente de
anteontem à
noite que
deixou três
pessoas
feridas.
Embora
não tenha se
manifestado
publicamente
sobre a causa
do acidente, o
governador José
Serra (PSDB)
afirmou a
amigos que
houve
"uma
barbeiragem da
empreiteira".
O
secretário
dos
Transportes,
Mauro Arce,
disse que
houve uma
falha técnica
e que não há
justificativa
para o erro.
"Se tiver
um responsável,
vai ter que
ser
punido",
disse.
Três
vigas de mais
de 80
toneladas cada
uma que seriam
usadas na
estrutura de
um viaduto
sobre a
rodovia Régis
Bittencourt,
em Embu
(Grande SP),
caíram sobre
três carros
que passavam
no local.
Esse
era o último
dos 136
viadutos do
trecho sul do
Rodoanel. Por
isso, Paulo
Vieira de
Souza, diretor
de engenharia
da Dersa
(empresa
estatal que
gerencia a
obra),
descartou erro
no projeto.
"Depois
de lançar
2.000 vigas, o
projeto dela
está correto.
Possivelmente
o problema é
na execução
[construção
da viga], no
tombamento ou
no
transporte."
Uma
das hipóteses
é que uma das
vigas tenha
rachado no
transporte.
Seria uma
rachadura
interna,
imperceptível
a olho nu, mas
suficiente
para a viga
perder
sustentação.
Outra
hipótese é
um eventual
tombamento de
uma viga. Como
estavam
amarradas, ela
pode ter
puxado outras
para o chão .
O
trecho sul do
Rodoanel, com
61 km, está
sendo construído
em cinco
lotes, cada um
composto por
duas a três
empreiteiras.
No lote 5,
onde houve o
acidente de
anteontem, são
responsáveis
pela obra as
construtoras
OAS, Mendes
Jr. e Carioca
Engenharia. A
fiscalização
é feita pela
Dersa -400
engenheiros
trabalham na
obra.
As
causas do
acidente serão
definidas pelo
IC (Instituto
de Criminalística)
e pelo IPT
(Instituto de
Pesquisas
Tecnológicas),
ambos órgãos
ligados ao
governo do
Estado.
As
obras serão
paralisadas
por 15 dias
para a realização
da investigação.
O laudo, diz a
Dersa, deve
sair nesse
prazo. Mesmo
que não saia,
as obras serão
retomadas após
essas duas
semanas e,
segundo o
governo, o tráfego
não será
afetado na Régis
Bittencourt.
A
data prevista
para a entrega
do trecho sul
-27 de março
de 2010- não
será
alterada.
Serra tem até
o fim de março
para sair do
governo caso
concorra à
Presidência e
conta entregar
a obra antes
de deixar o
cargo.
"O
prazo continua
mantido. Até
porque esse
viaduto, uma
vez retomado,
em menos de um
mês é possível
concluí-lo
totalmente",
afirmou Arce.
Ele negou que
o cronograma
esteja sendo
acelerado.
O
Rodoanel é a
maior obra viária
do país. Deve
retirar da
cidade até
500 mil caminhões
por mês.
Fonte:
Folha de S.
Paulo, de
15/11/2009
Obra
usou material
barato, aponta
TCU
Auditoria
realizada em
2007 e 2008
pelo TCU
(Tribunal de
Contas da União)
constatou que
as
empreiteiras
responsáveis
pelo Rodoanel
mudaram o
material
descrito em
contrato e
optaram por
vigas pré-moldadas
a fim de
baratear o
custo dos
viadutos.
O
trecho sul
-onde as vigas
despencaram
sobre carros
na noite de
anteontem- está
sob investigação
do tribunal,
que já listou
13
irregularidades
no percurso de
61 quilômetros.
O
secretário de
Transportes de
São Paulo,
Mauro Arce,
negou que
estejam sendo
utilizados
materiais mais
baratos.
Segundo ele,
algumas falhas
apontadas pelo
TCU foram
resolvidas com
um TAC (termo
de ajustamento
de conduta).
Arce
não nega, no
entanto, que
possam ter
ocorrido
problemas com
o material
utilizado na
viga que
causou o
acidente.
"Dessa
viga em
particular nós
vamos
verificar. É
possível, mas
nós
assentamos
mais de 2.000
vigas no
Rodoanel."
Os
contratos de
obra de todo o
Rodoanel (sem
contar outros
gastos, como
desapropriações),
que somam R$
3,6 bilhões,
são
investigados
pelo TCU desde
2003. Desde o
ano passado, o
ministro
Augusto Nardes
avalia a
possibilidade
de suspender o
repasse de
verbas por
causa dos
registros de
pagamentos
acima do valor
previsto em
convênio,
contratação
de serviços
sem licitação,
abertura de
licitação
sem licença
ambiental e
sobrepreço.
Os
auditores
verificaram
que houve
sucessivas
alterações
contratuais.
As
construtoras
mudaram o
projeto
original a fim
de enxugar os
gastos e ainda
pediram
pagamento
adicional de
R$ 600 milhões
alegando
despesas não
previstas.
A
Folha apurou
que os técnicos
do tribunal não
entraram no mérito
da troca de
material. Não
questionaram,
portanto, o
uso das vigas
pré-moldadas
dos viadutos
do trecho sul.
Ameaçadas
de terem os
repasses da
União
suspensos por
causa de
irregularidades
detectadas na
obra do trecho
sul do
Rodoanel, as
empreiteiras
aceitaram
acordo abrindo
mão de parte
do pagamento
extra. Foram
economizados
R$ 250 milhões
dos cofres públicos.
O
acerto saiu há
pouco mais de
um mês e
excluiu o
Rodoanel da
lista que o
TCU preparou
com as obras
do PAC que têm
indícios de
irregularidades
e devem, por
isso, ser
embargadas. A
União
participa da
obra com R$
1,2 bi, em
quatro vezes.
Na
última
quinta, o
ministro Paulo
Bernardo
(Planejamento)
questionou o
acordo que
poupou o
Rodoanel e
lamentou o
fato de o TCU
insistir em
parar outras
obras da União.
"Por que
nós, do
governo
federal, não
tivemos a
mesma
oportunidade?
Por que não
podemos fazer
essa discussão?."
Fonte:
Folha de S.
Paulo, de
15/11/2009
D'Urso
é desafiado
por 3
candidatos na
OAB
Quatro
advogados
disputam em São
Paulo a mais
poderosa e
abastada
seccional da
Ordem dos
Advogados do
Brasil (OAB).
Com 285 mil
profissionais
inscritos, a
OAB paulista
é o terceiro
maior colégio
eleitoral da
categoria em
todo o mundo.
Sua arrecadação
anual é de R$
200 milhões.
A eleição
para a presidência
da seccional
será terça-feira.
Luiz Flávio
Borges
D"Urso,
da chapa
"Sou mais
D"Urso",
busca a
segunda reeleição.
Ele está no
comando desde
2004. Os
outros três
candidatos
almejam
quebrar essa
hegemonia e
atingir o topo
pela primeira
vez. São
eles: Rui
Celso Reali
Fragoso, da
chapa "Em
defesa da
advocacia",
Leandro Pinto
("Renovação
da
OAB-SP")
e Hermes
Barbosa
("OAB
para
todos").
O
valor da
anuidade paga
pelos
advogados, R$
700, e a
"perpetuação"
de D"Urso
no cargo são
temas mais
recorrentes.
Os opositores
do atual
presidente
criticam o
eventual
terceiro
mandato. Mas
aliados contam
que ele se
dispôs a
brigar por
mais uma gestão
depois de
receber apoio
maciço - 208
dos 223
dirigentes de
subseções em
todo o Estado
assinaram
manifesto
pedindo que
fique.
"Nada
impede, nem o
estatuto da
OAB, que um
advogado
permaneça no
cargo por mais
de dois
mandatos",
destaca o
veterano
criminalista Mário
de Oliveira
Filho.
"D"Urso
executa um
trabalho fantástico,
deu autonomia
e valorização
às subseções.
Ele pegou a
Ordem
quebrada. Está
encerrando o
segundo
mandato com R$
6 milhões em
caixa, tudo
quitado. Uma
gestão
transparente,
as contas em
dia.
D"Urso
fez defesa
intransigente
dos direitos e
prerrogativas
do
advogado."
"O
que estamos
vendo é uma
política de
clientelismos,
com benesses
para as subseções,
tudo o que os
advogados
sempre
combateram",
adverte
Antonio
Claudio Mariz
de Oliveira,
coordenador da
campanha de
Rui Fragoso.
O
embate
esquentou na
quarta-feira,
quando Fragoso
anunciou que
iria
interpelar
judicialmente
D"Urso.
Aliados do
presidente
estariam
divulgando que
Fragoso teria
fraudado
enquete em seu
site apontando
elevado índice
de rejeição
para o
terceiro
mandato. Na
sexta, a turma
de D"Urso
deu o troco -
cinco
advogados que
o apoiam
pediram ao
Ministério Público
Federal
investigação
sobre suposta
manipulação
da enquete.
"Estou
estupefato com
os rumos desta
eleição",
desabafou
Mariz de
Oliveira.
"Sempre
tive
D"Urso na
conta de um
dirigente ético
e respeitoso,
por isso
esperava que
ele fizesse
cessar essas
manifestações."
O
pleito
mobilizará
cerca de 220
mil advogados
em condições
de votar. O número
pode ser
alterado com a
inclusão de
novos
inscritos,
assim como dos
inadimplentes
que
regularizarem
sua situação
financeira.
Para o mandato
2010/2013 serão
renovados o
Conselho
Seccional, a cúpula
da Caixa de
Assistência
dos Advogados,
além da direção
das 223 subseções.
Leandro
Pinto e Hermes
Barbosa
acreditam no
triunfo.
"Leandro
não é apenas
uma
promessa",
afirma o
deputado Régis
Oliveira
(PSC-SP).
"Trata-se
de sólida
cultura,
honestidade
comprovada,
seriedade
evidente e
idealista."
"Hermes
Barbosa é um
grande líder,
bom pai,
amigo",
define a
advogada Ana
Vastag.
"Ele reúne
condições e
competência
para que a OAB
seja de fato
para todos e
retome a
defesa da
cidadania e
dos
advogados."
Fonte:
Estado de S.
Paulo, de
15/11/2009