Comunicado da Procuradoria Geral do Estado
Em face da deliberação tomada pelo Conselho desta
Procuradoria, publicadas no D.O.E. de 12/12/06,
referente às reclamações apresentadas à lista de
antiguidade,relativa ao procedimento de alteração de
classificação a pedido, informamos o que segue: Clique aqui para ver
pdf.
Fonte: D.O.E. Executivo I, de 13/12/2006, publicado em Procuradoria Geral
do Estado.
Total pendente para pagamento de precatórios é de mais
de R$ 120 bilhões, diz representante da OAB
O
presidente da Comissão de Defesa dos Credores Públicos,
Edgar Luiz Cavalcanti Albuquerque, representante do
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Roberto Antonio Busato, disse que o total pendente hoje
para pagamento de precatórios é de mais de R$ 120 bilhões
- uma dívida, segundo ele, impagável.
A
informação foi dada há pouco durante a audiência pública
para instruir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
12/06, que institui regime especial de pagamento de
precatórios pela União, estados, Distrito Federal e
municípios, na Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ). A situação é desesperadora para o
povo brasileiro que precisa receber esses precatórios,
informou.
Albuquerque
não concorda com a PEC 12/06, pela forma pela qual foi
apresentada, e pediu para que os parlamentares não a
aprovem. Ele trouxe uma outra proposta de emenda à
Constituição que trata do assunto para a CCJ examinar.
A OAB propõe a criação de um fundo para solucionar o
problema.
Também
falou na audiência pública César Ribeiro Ferreira,
diretor-geral da Secretaria da Fazenda do Paraná,
representante do presidente do Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz), Bernardo Appy.
O
presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB),
Rodrigo Tolentino de Carvalho Collaço, outro que
participou da audiência, concordou com a criação do
fundo proposto pela OAB.
Fonte:
Agência Senado
Gilmar Mendes diz que pagamento de precatórios é um
dos temas mais sérios envolvendo a Federação
O
vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Gilmar Ferreira Mendes, disse, durante a audiência
pública que está sendo realizada pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), para
instruir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
12/06, que institui regime especial de pagamento de
precatórios pela União, estados, Distrito Federal e
municípios, que é necessária "uma engenharia
institucional" para resolver a questão do volume
de dívidas acumuladas de precatórios.
Disse
que a emenda discutida tem essa virtude, pois há
pessoas que esperam anos para receber os recursos a que
têm direito em forma de precatório. Em 2003, informou
o ministro, o total pendente em pagamento de precatórios
nos estados e municípios foi avaliado em R$ 61 milhões.
-
Isso impõe algum esforço para o encaminhamento dessa
questão. Devemos encontrar alternativas institucionais,
uma vez que o modelo está exaurido e há acúmulo de dívidas
- disse.
Para
o ministro, esse é um tema dos mais sérios envolvendo
a Federação
Fonte:Agência
Senado
Continua esforço para dar celeridade e acesso à Justiça
por
Pierpaolo Bottini
Este
texto sobre Reforma do Judiciário
faz parte da Retrospectiva 2006, uma série de
artigos em que especialistas analisam os principais
fatos e eventos nas diferentes áreas do direito e
esferas da Justiça ocorridos no ano que termina.
Celeridade
e acesso. Estes são os objetivos de qualquer esforço
de reforma do Judiciário que se proponha a oferecer aos
cidadãos e aos usuários da Justiça um serviço
respeitado e democrático.
Nos
últimos anos, alguns passos importantes para a consecução
destes objetivos foram dados. Aprovou-se uma ampla
reforma constitucional e legislativa que
ofereceu novos contornos ao sistema de prestação
jurisdicional brasileiro. Não é o suficiente, até
porque não se transformam as instituições públicas
em um passe de mágica, mas foram conquistas
fundamentais, que assentaram um novo marco institucional
sobre o qual é possível construir um novo modelo de
Justiça para o país.
A
aprovação da Emenda Constitucional 45 foi
significativa. A criação do Conselho Nacional de Justiça
representou um salto qualitativo na gestão dos
tribunais, no planejamento de políticas públicas para
o Judiciário, além de conferir transparência à
administração deste Poder. O combate ao nepotismo e a
regulamentação dos subsídios marcaram as primeiras
atuações deste órgão, que enfrentou resistências
corporativas, mas legitimou-se como instituição
fundamental para a moralização e para a modernização
da Justiça.
Ainda
a mesma emenda constitucional consagrou a autonomia das
defensorias públicas, fortalecendo de maneira
significativa este instrumento de acesso à Justiça.
Diagnóstico que acaba de ser lançado pela Secretaria
de Reforma do Judiciário demonstra que estas instituições
foram consolidadas nestes últimos dois anos, com
melhora nos índices de execução orçamentária e com
a realização de concursos públicos para o
preenchimento de cargos, consolidando um sistema de
acesso à Justiça imprescindível para a cidadania.
Após
a aprovação da Emenda Constitucional, os chefes dos três
poderes da República, em atitude pioneira e inédita no
país, firmaram um Pacto por um Judiciário mais Rápido
e Republicano, com onze compromissos voltados ao
aprimoramento da prestação jurisdicional, entre os
quais a apresentação ao Congresso Nacional de 26
projetos de lei relacionados à reforma do processo
civil, penal e trabalhista.
A
partir de então, iniciou-se uma nova fase da reforma do
Judiciário, focada na reforma infraconstitucional, na
alteração das leis processuais, mais especificamente
àquelas relacionadas ao processo civil. Dos projetos
apresentados, seis já foram sancionados. São leis que
alteram a execução de títulos judiciais,
extrajudiciais, instituem a sumula impeditiva de
recursos, a racionalização dos julgamentos de casos
repetitivos, alteram o regime de agravos, instituem a
declaração de oficio da prescrição, dentre outras
importantes inovações. Isso sem contar a aprovação
da lei que institui de maneira definitiva a informatização
dos atos judiciais e da lei que regulamenta a súmula
vinculante que, se bem utilizada, pode trazer benefícios
para a funcionalidade do sistema de Justiça. Pode-se
dizer que o processo civil, hoje, é mais racional e
menos burocrático.
No
entanto, a reforma legislativa não foi concluída,
apesar de ter sido, em boa parte, implementada. Ainda
restam projetos importantes para votação no Poder
Legislativo, como a lei que desjudicializa o divórcio e
a partilha consensuais, e aquela que retira os efeitos
suspensivos da apelação como regra geral. Ademais, é
fundamental que seja concluída a reforma processual
trabalhista e penal. São ao todo dez projetos em
tramitação avançada no parlamento que, caso
aprovados, contribuirão de forma efetiva para reduzir o
tempo e aumentar a efetividade das decisões judiciais.
O
último aspecto, porém não menos importante, da
reforma judicial é a modernização da administração
da Justiça, que garante a superação de gargalos
burocráticos e a aproximação dos instrumentos de solução
de conflitos dos cidadãos. É preciso fomentar as práticas
inovadoras e a inserção de novas tecnologias que
possibilitem a redução do tempo dos atos
procedimentais. Para difundir as experiências bem
sucedidas de administração da Justiça realizamos o prêmio
Innovare, que reconhece as boas iniciativas e trabalha
por sua replicação em todo o território nacional.
Este
trabalho em prol de um Judiciário mais eficiente e mais
próximo da população é um processo constante, que
exige a participação de todos os usuários e
operadores do direito e de toda a sociedade. Ainda
existem etapas importantes a superar e apenas com o
esforço conjunto das instituições responsáveis pelo
aprimoramento do Judiciário será possível caminhar a
passos largos em direção ao modelo de Justiça
esperado por todos os brasileiros.
Pierpaolo
Cruz Bottini
Secretário
de Reforma do Judiciário
Ministério
da Justiça
Fonte:
Conjur
Para secretário da Reforma do Judiciário, foco não
muda com saída de Bastos
João
Novaes
A
saída de Márcio Thomaz Bastos do Ministério da Justiça
não deve comprometer a continuidade dos projetos da
Secretaria da Reforma do Judiciário no segundo mandato
do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
A
avaliação é do atual secretário do órgão,
Pierpaolo Cruz Bottini, que concedeu entrevista à
reportagem de Última Instância, na qual fez um balanço
dos primeiros anos da secretaria, criada em abril de
2003. O próximo objetivo do órgão, revela, é se
concentrar na aprovação de projetos sobre mudanças
nos processos civil, criminal e trabalhista.
Os
dois primeiros anos da secretaria foram dedicados à
aprovação da reforma constitucional do Judiciário,
compreendida na Emenda Constitucional 45/2004. A partir
de então, o foco passou a ser a reforma
infraconstitucional, ou processual. No total, 26
projetos já foram apresentados ao Congresso Nacional,
oito deles aprovados.
Nascido
em São Paulo, há 30 anos, em São Paulo, Bottini é
mestre e doutor em direito penal pela USP (Universidade
de São Paulo) e professor em direito constitucional e
penal. Ele comanda os trabalhos da secretaria da Reforma
do Judiciário desde janeiro de 2005, quando sucedeu o
jurista Sérgio Renault.
Bottini
participou nesta segunda—feira (11/12), na sede da
AASP (Associação dos Advogados de São Paulo), do
seminário “Reformas Processuais e a Justiça de São
Paulo”, no qual foram discutidos os efeitos da Reforma
do Judiciário no cotidiano da Justiça paulista. Os
principais temas abordados foram as conseqüências da súmula
impeditiva (Lei 11.276/06), processos impeditivos (Lei
11.277/06), a nova Lei de Agravos (Lei 11.187/050) e a
nova execução de títulos judiciais (Lei 11.232/05).
Ao
final do evento, disse que sua continuidade à frente da
secretaria ainda é incerta, já que depende da escolha
do presidente Lula sobre o próximo ministro da Justiça.
Bottini
concedeu entrevista à reportagem de Última Instância.
Leia a íntegra:
Última
Instância — Quais serão os rumos e principais focos
da secretaria a partir de 2007, quando teremos um novo
ministro da Justiça? Quais projetos merecerão maior
cuidado e prioridade na aprovação?
Pierpaolo
Bottini — O mais importante para os próximos quatro
anos é que haja prosseguimento na reforma
infraconstitucional. Acho que a reformas processuais
penal e a trabalhista devem ser o foco das atenções.
Temos dez projetos em tramitação avançada nessas duas
áreas [quatro e seis, respectivamente], além de oito
projetos relacionados a processos civis. Quanto a
projetos, os pontos mais urgentes e fundamentais serão
a aprovação do Código de Processos Coletivos, além
da reforma na Lei de Execuções Fiscais (Lei
6.830/1980), para que os juízes sejam liberados de
questões meramente administrativas. No plano
Legislativo, essas são as prioridades.
Última
Instância — O que não foi feito nesse início de
trabalho e que poderá ser corrigido ou aperfeiçoado
nos próximos quatro anos?
Bottini
— Acho que a secretaria deve se aproximar cada vez
mais do Judiciário. No início, houve pouca compreensão
de seu papel, mas, aos poucos, isso passou. Agora, a
tendência é que essa relação se legitime cada vez
mais. Além disso, temos que nos voltar mais para a
Defensoria Pública e o Ministério Público.
Última
Instância — Recentemente, o CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) voltou a causar polêmica com uma decisão que
obrigou 19 tribunais estaduais a cortarem salários que
ultrapassem o teto estadual do Judiciário. Qual sua
posição a respeito do episódio?
Bottini
— Acho que o CNJ tem todas as condições
constitucionais para editar essa resolução. É legítima
a determinação do conselho, assim como foi em outras
questões polêmicas, a do nepotismo, por exemplo. O
conselho tem um papel fundamental, e ele foi criado para
isso: tratar de questões regulamentares do Judiciário,
e não disciplinares. No mérito, acho que o CNJ regulou
a questão muito bem, de forma muito razoável. Claro
que devemos discutir uma ou outra questão em especial,
mas acho que não foi cometida nenhuma injustiça nesse
caso.
Última
Instância — A velocidade com que a reforma ocorreu até
o momento foi satisfatória?
Bottini
— Sim, foi tudo muito rápido, tivemos oito projetos
aprovados em praticamente dois anos, com uma eleição
no meio. Foi inédito, não me lembro de tantos projetos
relacionados serem aprovados em um período tão curto.
Última
Instância — É factível a expectativa do ministro Márcio
Thomaz Bastos, de que todos os 18 processos que estão
em tramitação sejam aprovados em 2007?
Bottini
— No campo trabalhista, acho totalmente factível,
estamos com quase todos esses projetos tramitando no
Senado Federal. Já os referentes a mudanças no
processo penal vão depender muito da conjuntura. Esta
é uma questão mais ou menos sensível, é muito difícil
fazer um prognóstico. Geralmente, quando se trata de
projetos de lei relacionados à área penal, os ânimos
ficam mais exaltados. Os projetos do civil, também
devem passar, especialmente os que propõem o fim do
efeito suspensivo da apelação (PLC 30/05) e sobre a
mediação (PLC 94/02).
Última
Instância — Qual a importância da participação da
secretaria em eventos como o de hoje? Esses seminários
contribuem para a promoção de idéias e debates e,
futuramente, até na elaboração ou aprimoramento de
alguns projetos?
Bottini
— A Justiça em São Paulo tem muitas peculiaridades.
Embora estejamos discutindo aqui a aplicação de leis
para todo o Brasil, em São Paulo é sempre diferente,
por causa do volume de processos ou litígios. O Estado
concentra cerca de 35% de todas as ações no país,
portanto, é um sistema muito especial. É como uma via
de mão dupla: trazemos pessoas que ajudaram a elaborar
essas leis e expor o objetivo delas. Por outro lado,
ouvimos como tem sido a aplicação destas aqui, já que
sempre ocorrem situações diferentes, exatamente devido
a essas peculiaridades. Isso nos permite pensar em
alternativas. O fato de juntarmos nesse seminário
membros da Justiça Estadual, Federal e da advocacia
provocou questões que jamais imaginamos que poderiam
ocorrer. Por exemplo: o cliente quer cumprir uma sentença,
mas não sabe como fazer isso porque o processo está
correndo no STF (Supremo Tribunal Federal). Ou seja, são
questões bem práticas e cotidianas. Mas são problemas
que, com o tempo, se consolidarão na jurisprudência.
Fonte:
Última Instância
Cofins de profissionais liberais será julgada no plenário
do STF
Fernando
Teixeira
A
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
ontem enviar ao plenário a disputa em torno da cobrança
da Cofins dos profissionais liberais. Em seu voto-vista,
o ministro Eros Grau decidiu que, devido à relevância
do tema, o caso não deveria ser definido na turma, no
que foi acompanhado pelos colegas. A solução é vista
como a melhor saída possível por advogados, pois os
contribuintes vinham perdendo em todos os votos já
proferidos nas turmas - seis até agora - e a esperança
é reiniciar a discussão no plenário com novos
argumentos.
Em
maio deste ano, a primeira turma do Supremo proferiu uma
decisão unânime em favor da cobrança da contribuição,
pegando advogados de surpresa, pois o tema era
considerado pacificado em sentido contrário até então.
Em agosto deste ano, foi iniciado o julgamento na
segunda turma da corte, com voto do relator, Gilmar
Mendes, em favor da Fazenda, seguido de um pedido de
vista do ministro Eros Grau. A Procuradoria Geral da
Fazenda Nacional (PGFN) já contava com um resultado
favorável também na segunda turma, pois dois outros
ministros já teriam se pronunciado sobre o assunto em
processos anteriores.
Para
a advogada Cristiane Romano, sócia do Machado, Meyer
Sendacz e Opice em Brasília, a ida do caso ao plenário
é uma chance de mudar o rumo da discussão que estava
sendo encaminhada na turma. A chegada do caso ao plenário
será a chance de se apresentar uma nova linha de
argumentos desenvolvida pelo jurista Paulo de Barros
Carvalho, contratado pelo Centro de Estudos das
Sociedades de Advogados (Cesa) para cuidar do caso.
Uma
das maiores disputas tributárias em curso, estimada em
R$ 4,5 bilhões e 22 mil processos, a incidência da
Cofins das sociedades de prestadores de serviço é mais
um caso de reviravolta jurisprudencial nos tribunais
superiores. A disputa, que já se arrasta há dez anos,
foi definida em 2003 na Súmula nº 276 do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), segundo a qual a Cofins não
é devida por essas sociedades. A súmula chegou a ser
questionada por ministros do STJ e novamente votada
ainda em 2003. Nunca foi aceita por alguns Tribunais
Regionais Federais (TRFs), mas funcionava como uma
garantia de que os recursos ao STJ seriam bem-sucedidos.
Contudo, a PGFN lançou uma ofensiva pela cobrança da
Cofins no Supremo e em 2005 conseguiu os primeiros
resultados. O Supremo entendeu que o tema é
constitucional e o STJ parou de aplicar a própria súmula.
A
disputa da Cofins atrai sobretudo escritórios de
advocacia, que em grande parte possuem processos
questionando o tributo, mas envolve também médicos e
escritórios de contabilidade e engenharia.
Fonte:
Valor Econômico, de 13/12/2006