13 Ago 15 |
Comunicado do Conselho I
A
Secretaria
do
Conselho
da
Procuradoria
Geral
do
Estado
comunica
que,
excepcionalmente,
não
haverá
Sessão
Ordinária
na
próxima
sexta-feira,
dia
14-08-2015. Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I, seção PGE, de 13/08/2015
Comunicado
do
Conselho
II Pauta
da
3ª
Sessão
Extraordinária
-
Biênio
2015/2016
Data
da
Realização:
14-08-2015
Horário
9:30H
Ordem
do
Dia
Processo:
18999-659154/2015
Interessado:
Conselho
da
Procuradoria
Geral
do
Estado.
Assunto:
Procedimento
de
alteração
de
classificação
a
pedido,
(artigo
106,
inciso
I,
e
parágrafo
único,
da
LC
478/86)
–
Sessão
de
Escolha
de
Vagas. Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I, seção PGE, de 13/08/2015
Ministros
do
STF
propõem
elevar
seus
salários
em
16% Os
ministros
do
STF
(Supremo
Tribunal
Federal)
fecharam
nesta
quarta
(12)
uma
proposta
que
prevê
aumento
de
16,38%
em
seus
próprios
salários,
elevando
os
vencimentos
para
R$39,3
mil
a
partir
de
janeiro
de
2016.
Em
uma
reunião
administrativa,
os
ministros
também
decidiram
enviar
ao
Congresso
projeto
que
estabelece
reajuste
de
41,47%
para
os
servidores
do
Judiciário,
que
será
pago
em
parcelas
semestrais
ao
longo
de
4
anos
e
representará
um
custo
de
R$
5,99
bilhões
aos
cofres
públicos.
Os
projetos
com
os
novos
valores
serão
enviados
ao
Congresso,
responsável
pela
elaboração
do
Orçamento,
e
só
terão
validade
se
forem
confirmados
por
deputados
e
senadores
e
sancionados
pela
presidente
Dilma
Rousseff.
Se
aprovado,
o
reajuste
dos
ministros
custará
R$
2,17
milhões
por
ano.
Atualmente,
cada
um
dos
11
ministros
do
Supremo
recebe
por
mês
R$
33,8
mil.
De
acordo
com
o
tribunal,
o
reajuste
dos
ministros
corresponde
à
inflação
de
2009
a
2014
pelo
IPCA.
Após
a
aprovação
das
propostas
no
Supremo,
interlocutores
da
equipe
ecomômica
se
apressaram
em
afirmar
que
não
há
compromisso
do
governo
com
a
recomposição
dos
ministros
e
que
o
acordo
foi
costurado
apenas
em
relação
aos
servidores.
Um
eventual
aumento
dos
integrantes
do
Supremo
poderá
produzir
um
efeito
cascata
no
Judiciário,
uma
vez
que
o
salário
dos
ministros
é
o
teto
do
funcionalismo
público,
servido
de
base
para
os
subsídios
de
integrantes
de
outros
tribunais
superiores,
juízes
e
desembargadores,
de
membros
de
tribunais
de
contas,
além
de
corte
para
vencimentos
de
servidores.
Essa
vinculação
tem
potencial
para
gerar
um
gasto
de
pelo
menos
R$
717
milhões.
A
proposta
para
a
categoria
é
uma
alternativa
costurada
entre
o
Supremo
e
o
Planejamento
após
o
veto
da
presidente
Dilma
Rousseff
ao
projeto
aprovado
pelo
Senado
que
fixava
um
reajuste
de
56,4%
a
78,6%,
com
impacto
de
R$
25,7
bilhões
para
os
próximos
quatro
anos.
O
presidente
do
STF,
Ricardo
Lewandowski,
minimizou
o
efeito
cascata
do
reajuste
do
salário
dos
ministros
e
disse
que
as
propostas
levaram
em
consideração
o
cenário
de
crise
econômica.
Segundo
ele,
os
índices
representam
70%
da
proposta
original
discutida
com
o
governo
federal. Fonte: Folha de S. Paulo, de 13/08/2015
Operação
do
MPE
prende
três
suspeitos
de
fraude
no
ICMS Um
delegado
tributário,
um
agente
fiscal
e
um
fiscal
-
todos
ligados
à
Secretaria
Estadual
da
Fazenda
-
foram
presos
na
manhã
desta
quinta-feira,
13,
em
mais
uma
etapa
das
investigações
do
Ministério
Público
Estadual
(MPE)
contra
a
máfia
do
ICMS
(Imposto
de
Circulação
de
Mercadorias
e
Serviços).
Promotores
do
Grupo
Especial
de
Repressão
a
Delitos
Econômicos
(Gedec)
acompanhados
por
policiais
civis
e
agentes
da
Corregedoria
Geral
da
Administração
(CGA)
cumprem
os
três
mandados
de
prisão
e
outros
três
de
busca
e
apreensão
na
casa
dos
suspeitos.
A
operação
acontece
na
zona
sul
da
cidade
de
São
Paulo,
na
região
metropolitana
e
no
Vale
do
Paraíba.
O
Estado
apurou
que
os
suspeitos
teriam
recebido
pelo
menos
R$
1,2
milhão
de
propina
de
uma
empresa
que
tinha
dívidas
com
a
Receita
Estadual.
A
investigação
ganhou
força
após
as
revelações
do
doleiro
Alberto
Youssef,
um
dos
principais
delatores
da
Operação
Lava
Jato.
Em
depoimento
aos
promotores
e
também
a
agentes
da
Corregedoria
da
Administração,
ele
deu
detalhes
do
esquema
de
propina
que
movimentou
pelo
menos
R$
15
milhões
para
fiscais
do
ICMS.
Detalhes
de
como
o
dinheiro
foi
conseguido
e
nomes
de
envolvidos
foram
entregues
à
investigação.
No
final
de
julho,
sete
fiscais
foram
presos
na
primeira
fase
da
operação.
Eles
são
acusados
de
receber
pelo
menos
R$
35
milhões
de
propina
de
duas
empresas
que
tinham
dívidas
tributárias.
Fonte: Estado de S. Paulo, de 13/08/2015
TJ
declara
abusiva
greve
dos
professores
da
rede
estadual
de
SP O
Órgão
Especial
do
Tribunal
de
Justiça
de
São
Paulo
(TJ-SP)
considerou
abusiva
a
greve
dos
professores
da
rede
estadual,
ocorrida
entre
março
e
junho.
Os
desembargadores
julgaram
improcedente
a
ação
de
dissídio
coletivo
movida
pela
Apeoesp,
principal
sindicato
da
categoria,
que
solicitava
reajuste
salarial,
melhores
condições
de
trabalho
e
o
reconhecimento
da
legalidade
da
greve.
Segundo
nota
do
governo
do
Estado,
“com
a
decisão,
os
dias
parados
serão
descontados”.
A
obrigação
do
pagamento,
entretanto,
foi
garantida
em
liminar
do
Supremo
Tribunal
Federal
(STF)
do
dia
2
de
julho.
Na
decisão,
o
Supremo
assegura
o
pagamento
nas
situações
em
que
o
serviço
poderá
ser
prestado
futuramente,
por
meio
de
reposição
das
aulas
–
como
ocorre.
Professor
da
Faculdade
de
Direito
da
USP,
Marcus
Orione,
acha
“temerário”
o
anúncio
de
corte
do
governo.
“O
Supremo
até
pode
rever
a
decisão,
mas
quem
tem
de
fazer
isso
é
ele
e
não
o
TJ.”
Segundo
o
professor,
a
legislação
sobre
o
tema
não
prevê
efeitos
retroativos.
“Essa
não
é
uma
decisão
definitiva
e
ainda
pode
ser
revista
pelas
instâncias
superiores.
Cortar
os
salários
seria
uma
decisão
temerária”,
diz
Orione,
que
é
juiz
federal
e
docente
do
Departamento
de
Direito
do
Trabalho
e
da
Seguridade
Social.
A
presidente
da
Apeoesp,
Maria
Izabel
Noronha,
a
Bebel,
diz
que
o
sindicato
vai
recorrer.
“O
governo
prefere
fazer
a
disputa
na
Justiça
do
que
negociar.
Estamos
quase
no
meio
de
agosto
e
ainda
não
temos
proposta”,
diz.
Até
agora,
o
governador
Geraldo
Alckmin
(PSDB)
não
concedeu
reajuste
salarial
para
este
ano.
O
governo
também
não
informou
se
haverá
reajuste
e
qual
será
o
porcentual.
Durante
a
paralisação,
Alckmin
havia
sustentado
que
a
data-base
da
categoria
era
em
1.º
de
julho
e
haveria
uma
proposta
–
o
que
ainda
não
ocorreu.
No
fim
de
julho,
houve
o
pagamento
dos
dias
parados
referentes
a
maio
em
uma
folha
complementar.
O
governo
anunciou
que
vai
pagar
no
dia
24
de
agosto
os
dias
parados
referentes
aos
meses
de
março
e
abril.
Entretanto,
ainda
não
há
definição
sobre
o
pagamento
dos
dias
cortados
em
junho. Fonte: Estado de S. Paulo, de 13/08/2015
CD
discute
atuação
no
Congresso
Nacional O
Conselho
Deliberativo
da
ANAPE
esteve
reunido
na
quarta-feira
(12/08),
na
sede
do
Centro
Cultural
da
OAB,
em
Brasília
e,
contou
com
a
participação
dos
representantes
de
21
unidades
federadas.
Na
ocasião
os
presentes
fizeram
uma
avaliação
da
pauta
legislativa
em
tramitação
no
Congresso
Nacional
e
da
mobilização
realizada
no
dia
11
de
agosto,
para
acompanhar
a
conclusão
dos
trabalhos
de
votação
da
PEC
443
em
primeiro
turno.
O
assessor
parlamentar
Thiago
Queiróz
analisou
o
quadro
político
e
falou
sobre
as
expectativas
no
andamento
dos
trabalhos
no
Congresso
Nacional.
O
Conselho
autorizou
ainda
que
a
entidade
contrate
parecer
jurídico
sobre
a
unicidade
e
exclusividade
de
atuação
dos
Procuradores
dos
Estados
e
do
DF.
Com
a
presença
do
Presidente
da
Editora
Fórum
Luis
Cláudio
Ferreira,
foi
assinada
a
renovação
da
parceria
que
disponibiliza
aos
associados,
entre
outros
benefícios,
o
acesso
à
biblioteca
digital
com
22
livros
digitais
além
de
85
volumes
iniciais.
Foi
anunciado
também
o
lançamento
da
Revista
Científica
e
do
selo
editorial
Fórum/ANAPE,
em
outubro,
durante
a
realização
do
Congresso
Nacional.
Por
sua
vez,
o
Presidente
da
APEDF
e,
também,
Diretor
Administrativo
e
Financeiro
da
ANAPE,
Helder
Barros,
relatou
os
preparativos
para
a
realização
do
XLI
Congresso
Nacional
dos
Procuradores
dos
Estados
e
do
DF,
que
acontecerá
entre
os
dias
13
e
16
de
outubro
na
Capital
Federal
e,
lembrou
o
prazo
para
a
inscrição
de
teses.
Na
sequência
o
representante
da
ANAPE
no
Movimento
dos
Servidores
Aposentados
e
Pensionistas
–
MOSAP
–
Evandro
Dias
Costa,
apresentou
um
balanço
sobre
as
atividades
realizadas
nos
últimos
meses
e
as
perspectivas
para
a
aprovação
em
plenário
da
PEC
555.
A
reunião
discutiu
ainda,
a
necessidade
e
possibilidade
de
ingresso
no
STF
de
diferentes
ADINs
para
a
defesa
dos
interesses
da
classe. Fonte: site da Anape, de 13/08/2015
O
atual
caminho
de
Damasco
–
a
desumanização
causada
pela
guerra Por
Cyro
Saadeh
“Enquanto
restar
um
único
humano,
a
humanidade
persistirá,
mesmo
diante
da
dor
e
das
atrocidades.
Os
índios
sobreviveram.
Os
negros
também.
Os
ciganos
e
os
judeus
idem.
Os
sírios
sobreviverão.
Mas
para
fazer
frente
a
tantas
formas
de
desumanidades,
os
direitos
humanos
devem
se
fazer
presentes,
de
forma
célere
e
firme,
através
de
ações
individuais
e
coletivas,
dos
povos
mais
diversos,
das
Nações
e
das
Organizações
Internacionais,
de
todos
nós”. Tenho
ascendência
síria,
dentre
outras
etnias. O
meu
avô,
pobre,
mas
culto,
falava
inglês,
francês,
turco
e
aramaico,
além
do
árabe,
e
veio
para
o
Brasil
fugindo
da
guerra
logo
no
início
do
século
XX,
mas
não
foi
só
ele
que
sofreu
com
essas
guerras
frequentes
há
longa
data
na
região.
Da
minha
família,
a
imagem
mais
marcante
que
criei
desde
novo
é
a
de
uma
criança
pequena,
de
seis
anos,
perdida
em
um
deserto,
logo
após
todos
os
seus
familiares
e
habitantes
do
vilarejo
em
que
moravam
terem
sido
assassinados
brutalmente.
Essa
história
é
baseada
em
fatos
reais,
mais
precisamente
na
minha
então
pequenina
trisavó,
socorrida
por
freiras
francesas
e
levada
a
um
convento,
onde
cresceu
e
conheceu
o
seu
futuro
marido. Hoje,
a
terra
de
parte
dos
meus
antepassados
vivencia
a
maior
catástrofe
humanitária
mundial
dos
últimos
25
anos.
Dos
seus
17
milhões
de
habitantes,
4
milhões
se
refugiaram
em
outros
países
e
7
milhões
e
600
mil
pessoas
se
deslocaram
internamente,
buscando
sobreviver
em
meio
ao
caos
criado
por
uma
sangrenta
guerra
civil
iniciada
em
2011.
Dos
sírios
que
ainda
habitam
o
país,
9,8
milhões
vivem
com
insegurança
alimentar,
com
6,8
milhões
delas
em
situação
grave,
segundo
a
ONU.
É
um
número
muito
alto,
onde
a
economia
esfacelada
faz
rarear
o
emprego
e
a
renda,
acarretando
a
fome
e
proliferando
as
doenças. A
situação
demonstra
ser
ainda
mais
grave
quando
se
depara
com
o
número
de
mortos.
Já
são
quase
250
mil
sírios
mortos,
entre
mulheres,
crianças,
civis,
militantes
e
soldados
do
governo.
Um
fato
nem
sempre
abordado
é
que
há
muitos
órfãos
espalhados
pelo
país. O
que
também
é
alarmante
é
a
notícia
de
que
governo
e
alguns
grupos
rebeldes
são
acusados
de
torturar,
executar
e
de
usar
as
terríveis
armas
químicas
contra
a
população. A
guerra
síria
reúne
um
emaranhado
de
grupos
e
de
interesses
complexos.
No
entanto,
de
forma
simplista,
o
que
se
destaca
na
mídia
é
a
ação
do
Estado
Islâmico
que,
com
ações
de
terror
e
verdadeira
selvageria,
impõe
o
pânico
entre
os
civis.
Esse
grupo
radical
que
adora
criar
polêmica,
recentemente
recomendou
que
meninas
de
apenas
9
anos
de
idade
já
se
casassem.
Além
disso,
costuma
escravizar
e
estuprar
mulheres
e
crianças
de
minorias
religiosas
que
não
reconhece,
como
as
da
comunidade
religiosa
Yazidis.
Também
costuma
assassinar,
seja
crucificando,
queimando
vivo,
afogando
ou
esquartejando
aqueles
que
não
se
convertem
ao
islamismo
ou
que
são
considerados
traidores. E
nesse
mundo
terrivelmente
machista
há
heroínas
que
se
destacam,
como
as
voluntárias
curdas
da
Unidade
de
Defesa
das
Mulheres,
ligadas
à
Unidade
de
Proteção
do
Povo,
de
ideologia
marxista,
que
já
causaram
grandes
derrotas
aos
militantes
do
Estado
Islâmico,
inclusive
na
cidade
de
Kobani,
na
fronteira
com
a
Turquia,
como
revela
a
revista
Caros
Amigos
de
julho
deste
ano. Não
bastassem
a
guerra,
as
constantes
violações
praticadas
por
todos
os
lados
do
conflito,
os
estupros,
as
escravizações,
as
perseguições,
as
torturas,
as
execuções,
a
falta
de
comida
e
a
ruína
econômica
dela
decorrente
impõem
a
fuga
massiva
de
pessoas
rumo
à
sobrevivência.
Como
se
pode
perceber,
vive-se
uma
crise
humanitária
sem
precedentes
nos
últimos
anos,
com
reflexos
no
mundo
inteiro
e
principalmente
nos
países
daquela
região. Essa
é
a
primeira
parte
de
um
triste
texto.
Nas
próximas,
você
saberá
quais
medidas
humanitárias
estão
sendo
adotadas
pelo
mundo
e
pelo
nosso
país,
e
o
que
mais
poderia
e
deveria
ser
feito.
A
ESPERANÇA
NO
CAMINHO
DE
DAMASCO
–
O
REFÚGIO
E
A
BUROCRACIA Segundo
a
revista
Caros
Amigos,
edição
de
julho,
a
Alemanha
seria
o
país
que
receberia
o
maior
destino
de
refugiados
na
Europa,
seguida
pela
França
e
Espanha. Mas
não
são
os
europeus
os
que
mais
recebem
os
diversos
grupos
de
refugiados. O
país
que
mais
acolhe
os
refugiados
sírios
no
mundo,
hoje,
é
a
Turquia,
com
mais
de
1,8
milhão
de
refugiados
daquela
nacionalidade.
Porém,
o
Líbano,
com
uma
população
inferior
a
5
milhões
de
habitantes,
abriga
mais
de
1,2
milhão
de
sírios,
o
equivalente
ao
impressionante
percentual
de
25%
de
sua
população.
O
Egito,
a
Jordânia
e
o
Iraque
abrigam,
juntos,
quase
um
milhão
de
refugiados
da
Síria.
Porém,
quase
todos
eles
ficam
em
campos
para
refugiados,
distantes
da
população
civil
do
país
e
da
necessária
integração
local.
Os
sírios
recebidos
por
aqueles
países
passam
frio
e
fome
e
necessitam
do
apoio
de
instituições
como
o
ACNUR
ou
ONGs
voltadas
a
questões
humanitárias. Na
América
Latina,
o
Brasil
lidera
o
acolhimento
do
povo
sírio,
com
mais
de
1.600
refugiados
dessa
nacionalidade,
grande
parte
em
São
Paulo,
mas
é
um
número
ínfimo
se
comparado
à
sua
população
de
mais
de
200
milhões
de
habitantes. Mesmo
aparentando
ser
pouca
coisa,
há
que
se
confirmar
tratar-se
de
uma
pequena
evolução.
Desde
2013
o
governo
brasileiro
desburocratizou
a
emissão
de
vistos
para
cidadãos
sírios
e
demais
estrangeiros
afetados
por
guerras.
Segundo
o
ACNUR,
quase
a
totalidade
dos
pedidos
de
refúgio
por
sírios
é
deferida
e,
hoje,
esses
passaram
a
constituir
o
maior
grupo
de
refugiados
no
Brasil. Embora
a
postura
do
governo
brasileiro
seja
mais
liberal
do
que
era
anos
atrás,
os
sírios,
assim
como
outros
refugiados,
têm
sofrido
muito
já
em
solo
considerado
seguro.
Não
basta
estar
em
território
livre
de
guerras
e
perseguições.
É
preciso
sobreviver,
e
isso
só
se
dá
com
a
obtenção
de
emprego,
que
propiciará
renda
para
a
locação
de
um
alojamento,
aquisição
de
roupas
adequadas
e
de
alimentos. O
primeiro
contratempo
é
a
grande
demanda
de
solicitações
de
refúgio.
Essa
grande
procura,
inédita
até
então
no
Brasil,
tem
levado
a
Polícia
Federal
a
demorar
meses
para
efetuar
o
atendimento
inicial.
Lembre-se
que
somente
após
ser
apresentada
a
solicitação
é
que
será
expedida
a
carteira
provisória
que
servirá
de
autorização,
inclusive
para
buscar
trabalho.
Porém,
o
fato
de
ser
estrangeiro
e
não
falar
o
português
são
grandes
empecilhos
para
a
colocação
laboral,
e
o
refugiado
acaba
se
socorrendo
a
conhecidos
ou
a
membros
da
comunidade
ou
a
instituições
de
caridade
para
poder
sobreviver. Com
a
apresentação
do
pedido
de
refúgio,
o
caos
na
vida
do
solicitante
de
refúgio
foi
apenas
dirimido.
Nada
ainda
lhe
foi
assegurado. O
DOLOROSO
CAMINHO
DE
DAMASCO
–
AS
VIOLAÇÕES
São
muitas
as
violações
sofridas
pelos
refugiados,
seja
no
país
de
origem,
seja
onde
se
encontram
esperando
a
solução
de
sua
situação,
seja
no
país
de
acolhida. Na
Síria,
as
minorias
são
perseguidas,
principalmente
pelos
grupos
radicais,
como
o
Estado
Islâmico. O
Estado
Islâmico
tem
praticado
verdadeiras
barbaridades
que
nos
remetem
a
um
tempo
sombrio
de
nossa
história.
Os
não
heterossexuais
normalmente
são
assassinados
de
uma
forma
covarde,
jogados
dos
prédios.
As
mulheres
e
crianças
podem
ser
vendidas
como
escravas
e
daí
serem
prostituídas.
Muitas
crianças,
órfãs
ou
que
se
perderam
de
suas
famílias,
vagam
sozinhas
pelo
deserto.
Os
opositores
e
os
ditos
infiéis,
ateus
ou
seguidores
de
outras
religiões,
como
os
yazidis
ou
que
não
se
proponham
a
pagar
um
imposto
de
tolerância,
normalmente
são
executados
a
tiros,
mas
podem
ser
degolados,
crucificados,
afogados
ou
queimados
vivos.
A
tortura
é
frequente,
assim
como
o
uso
de
armas
proibidas. O
governo
sírio,
por
sua
vez,
estaria
praticando
tortura,
prisões
ilegais
e
utilizando
armas
proibidas.
Mas,
por
outro
lado,
é
esse
governo
que,
ao
lado
dos
curdos,
tem
garantido
a
sobrevida
dos
homossexuais
e
das
minorias
religiosas
nos
locais
em
que
ainda
mantém
controle. Os
curdos
são
considerados
heróis
por
alguns
e
terroristas
por
outros.
Mas
nem
todos
os
grupos
de
curdos
são
iguais.
Há
os
marxistas
e
também
aqueles
ligados
à
Turquia,
Estados
Unidos
e
Israel,
que
é
o
caso
dos
curdos
iraquianos.
Os
que
mais
se
envolvem
na
guerra,
com
armamentos
antigos
e
também
cedidos
pelo
governo
sírio
são
os
curdos
do
norte
da
Síria,
com
o
apoio
do
PKK,
partido
marxista
turco,
ligado
à
defesa
dos
interesses
da
etnia
curda.
São
esses
que
estão
libertando
a
população
do
norte
da
Síria
das
mãos
do
Estado
Islâmico
e
que,
por
outro
lado,
têm
sofrido
intenso
bombardeio
da
Turquia
em
território
iraquiano
e
principalmente
sírio. Como
sempre,
as
crianças
são
as
principais
vítimas
da
guerra.
Milhares
tornam-se
órfãs
e
perdem-se
de
suas
famílias.
Muitas
são
utilizadas
como
soldados
pelas
forças
oposicionistas,
onde
se
destaca
o
Estado
Islâmico.
Muitas
são
compelidas
a
trabalhar
desde
pequeninas,
para
poderem
sobreviver.
Milhares
são
escravizadas.
Outras
são
obrigadas
ou
seduzidas
a
se
prostituírem.
Algumas
casam-se
ainda
crianças,
com
menos
de
9
anos,
para
deixarem
de
ser
um
encargo
para
a
família.
Muitas
ficam
em
abrigos
no
meio
da
guerra,
enquanto
outras
ficam
em
campos
de
refugiados.
Nenhuma
delas
pode
ser
adotada
porque
na
Síria
o
instituto
da
adoção
não
é
reconhecido.
E
a
obtenção
da
guarda
não
é
algo
fácil.
Primeiro
o
pretenso
guardião
tem
que
manter
contato
com
alguma
instituição
religiosa
localizada
na
Síria,
seja
muçulmana
ou
cristã,
para
poder
ter
a
guarda
de
criança
da
mesma
religião
que
a
sua.
Depois,
ainda
terá
que
ir
à
região,
seja
nos
países
circunvizinhos
ou
na
própria
Síria,
que
se
encontra
em
uma
sangrenta
guerra
civil
sem
previsão
de
término. As
mulheres
também
sofrem
numa
região
onde
o
machismo
prevalece
em
plenos
horrores
da
guerra.
As
que
são
cristãs
são
obrigadas
a
vestir
trajes
muçulmanos
ao
saírem
em
público
nas
regiões
dominadas
pelos
grupos
extremistas.
Muitas
são
prostituídas
ou
escravizadas;
outras
ainda
são
estupradas
e
assassinadas.
São,
em
síntese,
resumidas
a
meros
objetos
numa
terra
onde
as
coisas
resumem-se
a
destroços. Os
idosos
com
dificuldade
para
se
locomover
não
recebem
tanta
atenção
da
mídia,
mas
são
grandes
vítimas,
muitos
perdem-se
de
seus
parentes
e
morrem
de
fome
e
de
sede. Os
deslocados
internos
sírios,
que
são
aqueles
que
saíram
de
seu
local
de
origem,
mas
permanecem
na
Síria,
são
em
regra
pessoas
de
menor
poder
aquisitivo
e
que
ainda
continuam
a
correr
sérios
riscos,
principalmente
a
passar
fome
e
sede. E
os
refugiados
que
conseguiram
fugir
do
conflito
bélico
e
do
país
de
origem,
ainda
têm
que
enfrentar
a
dificuldade
em
sobreviver.
Atravessam
desertos,
zonas
perigosas,
mares
revoltos
em
pequeninos
barcos,
em
busca
de
um
lugar
menos
perigoso.
Alguns
países
os
deixam
segregados
em
campos,
onde
estarão
ao
lado
de
seus
conterrâneos.
Outros
países,
como
o
Brasil,
de
forma
mais
humana,
os
abrigam
no
seio
social,
porém,
isso
os
obriga
a
se
depararem
com
uma
língua
diversa
e
com
costumes
muito
diferentes.
Porém,
será
dessa
forma
que
poderão
se
integrar
à
comunidade
do
país
de
acolhida
e,
se
assim
quiserem,
permanecer
nesse
país. Conseguir
o
status
de
refugiado
não
é
tarefa
fácil.
Enquanto
solicitam,
muitos
são
tratados
como
animais,
segregados
em
campos
distantes
dos
centros
urbanos.
Outros
têm
mais
sorte
e
são
inseridos
no
meio
social
do
país
de
acolhida.
Mas
a
luta
para
isso
não
é
fácil,
como
se
viu. Os
refugiados
têm
um
longo
caminho
a
ser
percorrido. O
CAMINHO
DE
DAMASCO
QUE
SE
AVIZINHA
–
SOLUÇÕES
POSSÍVEIS Viver
em
qualquer
local
atingido
por
uma
guerra
não
é
fácil.
Refugiar-se
também
não
é,
pois
há
uma
vida
a
ser
refeita. As
várias
violações
ao
direito
humanitário
e
as
afrontas
à
própria
Convenção
de
Genebra
não
têm
sido
suficientes
a
sensibilizar
as
Nações
Unidas
para
a
adoção
de
soluções
eficazes
tanto
para
por
fim
ao
conflito,
como
para
diminuir
o
drama
dos
civis
envolvidos. A
primeira
solução
seria
a
pronta
pacificação,
a
fim
de
salvar
vidas.
Permitir
ataques
aéreos
ou
estabelecer
uma
zona
de
exclusão
aérea
não
é
ação
totalmente
eficaz
para
por
fim
ao
conflito,
se
ao
mesmo
tempo
não
houver
a
efetiva
proibição
de
auxílio
a
grupos
privados
que
estejam
lutando
naquele
país,
inclusive
com
aplicação
de
sanções
aos
países
financiadores.
Como
o
caso
envolve
interesses
geopolíticos
regionais
muito
claros,
o
que
não
tem
sido
aprofundado
pela
mídia,
a
solução
definitiva
vem
sendo
retardada
em
prol
dos
países
secretamente
envolvidos
na
questão. A
outra
medida
a
ser
adotada,
que
entendo
ser
a
mais
urgente,
é
a
amenização
do
drama
dos
que
buscam
refúgio
ou
que
se
encontram
na
zona
de
guerra,
buscando-se
impor
a
cada
um
dos
países
membros
da
ONU,
que
não
sejam
inimigos
daquele
povo,
o
recebimento
de
um
percentual
mínimo
de
refugiados,
o
que
amenizaria
tanto
o
drama
do
povo
sírio,
como
também
dos
países
que
hoje
acolhem
números
assustadores
e
assimétricos
de
refugiados,
o
que
vem
acarretando
problemas
sociais
muito
difíceis
de
serem
resolvidos
nos
países
de
acolhida,
como
no
caso
do
Líbano.
Também
poderia
ser
permitida,
de
forma
subsidiária,
a
alternativa
de
financiamento
dos
órgãos
incumbidos
do
auxílio
aos
refugiados. Uma
medida
que
também
deveria
ser
incentivada
aos
cidadãos
dos
países
integrantes
da
ONU
é
a
guarda
ou
a
adoção
à
distância
(apadrinhamento)
de
crianças
e
adolescentes
em
situação
de
refúgio,
bem
como
a
doação
financeira
e
material
a
entidades
que
cuidam
de
refugiados
ou
de
questões
humanitárias,
com
a
consequente
possibilidade
de
dedução
do
imposto
de
renda,
conforme
a
legislação
local
vier
a
definir. Situação
tão
dramática
e
cruel
como
a
que
temos
visto
não
pode
autorizar
a
inércia
dos
países
nem
dos
povos
que
se
encontram
em
situação
de
maior
segurança
humanitária.
Os
exemplos
vividos
pela
humanidade
não
nos
dão
direito
ao
silêncio
e
à
inércia. Esses
dramas
perversos
e
a
comoção
geral
permitem
prever
ou
sonhar
que
o
caminho
de
Damasco
assumirá
um
novo
sentido,
com
a
valorização
das
questões
humanitárias.
Se
no
primeiro
Caminho
de
Damasco
Saulo
converteu-se
em
Paulo
e
defendeu
os
revolucionários
ensinamentos
de
que
Deus
não
era
vingativo
ou
raivoso,
mas
irradiava
amor
e
caridade,
hoje,
nesse
atual
e
doloroso
Caminho
de
Damasco,
o
homem
é
compelido
a
implementar
as
ações
sublimes
com
urgência.
A
revolução
agora
não
é
mais
do
sentido
do
Divino,
mas
da
própria
raça
humana,
que,
ainda
que
inconscientemente,
desde
os
primórdios
primou
por
seguir
o
exemplo
do
que
julga
ser
Deus. Cyro
Saadeh
é
Procurador
do
Estado
de
São
Paulo
e
membro
do
Grupo
Olhares
Humanos. Fonte:
Blog
Olhares
Humanos,
12/08/2015 |
||
O Informativo Jurídico é uma publicação diária da APESP, distribuída por e-mail exclusivamente aos associados da entidade, com as principais notícias e alterações legislativas de interesse dos Procuradores do Estado, selecionadas pela C Tsonis Produção Editorial. Para deixar de receber o Informativo Jurídico, envie e-mail para apesp@apesp.org.br; indicando no campo assunto: “Remover Informativo Jurídico”. |