Direto
da Alesp: relator não acolhe emenda referente à quilometragem
O
deputado Bruno Covas (PSDB), relator do projeto de lei nº 891/2009,
que “orça a receita e fixa a despesa do Estado para o exercício de
2010”, não acolheu a emenda nº 11.720 do deputado Rui Falcão
(PT). Proposta por solicitação da Apesp, a emenda busca revalorizar
a taxa de quilometragem para os procuradores do Estado que utilizam
carros particulares na prestação de serviço público. O valor
passaria de R$ 0,39/km para R$ 0,50/km.
Na
tarde de hoje, a Apesp esteve presente à reunião da Comissão de
Finanças e Orçamento para acompanhar a apreciação do relatório.
No entanto, por falta de quórum, a apresentação do texto foi adiada
para amanhã, às 14h30. Na saída da sessão, o deputado Covas foi
abordado pelos representantes da entidade e antecipou a decisão.
Questionado sobre possibilidade de reverter tal posicionamento,
argumentou que o parecer foi elaborado a partir de um acordo de
lideranças e, dessa forma, uma alteração seria muito difícil. Por
outro lado, assessores do deputado Rui Falcão acreditam que, apesar
das dificuldades, a proposta orçamentária poderá ser modificada no
plenário.
A
assessoria da Apesp manteve também contato com o líder do Governo na
Assembleia, Vaz de Lima (PSDB). Na avaliação do deputado, a
revalorização da quilometragem não deveria ser tratada na lei orçamentária,
mas por uma decisão administrativa do Executivo. Contudo, ouviu
atentamente os argumentos apresentados e prometeu enviar o assunto
para análise de sua coordenadoria técnica.
Os
representantes da entidade encontraram ainda o deputado Fernando Capez
(PSDB) e o líder do PP, Antonio Salim Curiati, que demonstraram total
apoio ao pleito dos procuradores. Ademais, com o objetivo de
agendamento de audiências futuras, foram visitados os gabinetes das
seguintes lideranças partidárias:
Barros
Munhoz (PSDB), presidente da Alesp;
Samuel
Moreira, líder do PSDB;
Campos
Machado, líder do PTB;
Estevam
Galvão, líder do DEM;
Said
Mourad, líder do PSC;
Rogério
Nogueira, líder do PDT;
Roberto
Morais, líder do PPS;
Baleia
Rossi, líder do PMDB;
Gilmaci
Santos, líder do PRB;
Patrícia
Lima, líder do PR;
Reinaldo
Alguz, Líder do PV.
Saiba
mais: conheça as bancadas na Alesp!
PSDB
– 24 deputados
PT
– 19 deputados
DEM
– 11 deputados
PV
– 6 deputados
PTB
– 5 deputados
PPS
– 5 deputados
PSB
– 5 deputados
PDT
– 5 deputados
PMDB
–4 deputados
PP
– 2 deputados
PSOL
– 2 deputados
PRB
– 2 deputados
PSC
– 2 deputados
PR
– 1 deputado
PC
do B – 1 deputado
Fonte:
site da Apesp, de 8/12/2009
Projeto
regula reparação do Estado por servidor
Está
tramitando na Câmara projeto de lei que estabelece normas sobre a
responsabilidade civil do Estado nos casos de danos a terceiros, por ação
ou omissão, e a restituição do Estado pelo servidor que causou o
dano, caso haja dolo ou fraude. O PL 5.480/09 tramita em caráter
conclusivo e será analisado pelas comissões de Trabalho, de
Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação e de
Constituição e Justiça e de Cidadania.
De
acordo com o projeto, as pessoas jurídicas de direito público e as
de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. O
Estado deverá indenizar o condenado por erro judiciário e aquele que
ficar preso além do tempo fixado na sentença. Na prática, o Judiciário
tem reconhecido a responsabilidade do Estado quando sua ação ou
omissão causa dano ao cidadão.
Entretanto,
o projeto também prevê que se houver dolo ou culpa do funcionário
ou servidor, este deverá recolher aos cofres públicos no prazo de 30
dias o valor total da indenização paga pelo poder estatal,
atualizado monetariamente. Caso a quantia não seja recolhida, o
Estado moverá ação de regresso no prazo de 30 dias, para obter o
resssarcimento pela via judicial.
“O
agente poderá autorizar o desconto mensal em folha de pagamento, de
parcela da remuneração recebida, para pagamento do débito com o erário,
respeitados os limites fixados na legislação”, diz o texto.
O
projeto prevê também que o Estado responderá por danos causados
pela incidência ou aplicação de dispositivo legal que for declarado
inconstitucional pelo Judiciário. A proposta estabelece que o Estado
responde quando membros do Ministério Público procederem com dolo ou
fraude, ou fizerem uso indevido das informações e documentos que
obtiverem, inclusive nas hipóteses legais de sigilo.
O
projeto estabelece que os débitos correspondentes a indenizações
decorrentes de decisões da responsabilização civil do Estado têm
natureza alimentar e de dívida de valor. Também prevê que os
recursos e os embargos opostos pelo devedor não terão efeito
suspensivo. Segundo o texto, a ação de responsabilidade civil do
Estado prescreve em cinco anos.
Na
justificativa do projeto, o deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) conta que
o texto foi elaborado por uma comissão instituída pelo Ministério
da Justiça e pela Advocacia-Geral da União, em 2002, presidida pelo
jurista Caio Tácito. A apresentação do projeto, diz o deputado, foi
sugerida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
“A
jurisprudência brasileira vem consolidando diretrizes acerca das
principais controvérsias que cercam a temática, mas isso não
dispensa, ao contrário exige, a emissão pelo Poder Legislativo de um
marco normativo claro e seguro para regrar a relação entre o Estado
e os administrados”, disse Dino no projeto.
Fonte:
Conjur, de 9/12/2009
As
férias da magistratura
Apedido
da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), o Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) está julgando um "pedido de providência"
que pretende dar à corporação as mesmas vantagens funcionais que o
Ministério Público concede aos seus integrantes, principalmente em
matéria de férias e benefícios financeiros extras. Os juízes
federais afirmam que a proposta de equiparação tem por finalidade
dar "nova interpretação" à Lei Orgânica da Magistratura
Nacional e alinhar duas funções públicas, a de promotor e a de
magistrado, que começaram a ser "aproximadas" em dezembro
de 2004, com a aprovação da Emenda Constitucional 45, que introduziu
a reforma do Judiciário e criou o CNJ.
Entre
outros benefícios, a magistratura federal quer receber o auxílio-alimentação
e o auxílio-moradia, já concedidos aos procuradores da República. A
corporação também reivindica o direito de vender um terço das férias
? o que pode acarretar um gasto de mais R$ 234,7 milhões anuais para
os cofres públicos. Ao mesmo tempo que defende esses benefícios, a
magistratura vem acompanhando atentamente a votação da Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) 48, que regulamenta as férias individuais
e coletivas de juízes e promotores. De autoria do senador Valter
Pereira (PMDB-MS), em sua versão original a PEC 48 acrescentava mais
19 dias de férias anuais aos 60 dias que já são concedidos à
magistratura.
Tradicionalmente,
os tribunais brasileiros encerram suas atividades no dia 19 de
dezembro e só as retomam em 6 de janeiro. A Justiça alega que a
interrupção do trabalho ? não há publicações de despachos e a
contagem dos prazos processuais é suspensa ? é feita para assegurar
as férias coletivas de outra corporação, a dos advogados. Por isso,
a versão original da PEC 48 excluía esses 19 dias da contagem dos 60
dias de férias a que a magistratura tem direito. Com isso, os juízes
passariam a ter 79 dias de férias. A medida era tão absurda que a
Comissão de Constituição e Justiça do Senado teve o bom senso de
suprimi-la do texto.
Tanto
o pedido da Ajufe ao CNJ quanto a PEC 48 foram mal recebidos no âmbito
do Executivo, do Legislativo e da própria Ordem dos Advogados do
Brasil. E não era para menos, uma vez que os integrantes do Judiciário
são os únicos funcionários públicos do País que trabalham só dez
meses por ano e ganham 13 salários. Para os trabalhadores da
iniciativa privada, que são submetidos à Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), as férias são de 30 dias.
Segundo
a magistratura, esse privilégio existe para atrair as "mentes
mais capacitadas" para o Judiciário. "O juiz não tem sábado
e domingo, não ganha hora extra e não tem limite de horas
trabalhadas. Muitas vezes leva trabalho para casa e é obrigado a
morar em locais de difícil acesso", disse o presidente da Ajufe,
Fernando Mattos, em entrevista ao site Consultor Jurídico. "A
questão é: que juiz queremos? A magistratura não pode ser uma
atividade de passagem, mas o ápice dos mais vocacionados",
concluiu.
O
problema é que quem paga a conta financeira desse
"atrativo" são os contribuintes. Além disso, quem depende
da Justiça para preservar seus direitos é prejudicado pelas
constantes interrupções das atividades forenses. Essa é uma das
causas da morosidade da instituição.
Segundo
o site Consultor Jurídico, computando-se fins de semana, feriados,
pontes, férias, recessos e folgas, os juízes trabalham só metade do
ano. "Em comparação com os dias efetivamente trabalhados pelos
trabalhadores em regime da CLT, o Judiciário labuta 55 dias a menos.
Férias, os magistrados têm em dobro. Feriados, 7 a mais ? sem contar
o recesso de fim de ano e a licença-prêmio que, somados, dão 36
dias. No fim das contas, os empregados da iniciativa privada folgam
139 dias e os magistrados, 194", mostra a pesquisa.
Ao
explicar por que 60 milhões de processos estão parados nos
tribunais, os juízes sempre invocam a sobrecarga de trabalho, a
estrutura precária e a falta de servidores. Mas deixam de lado o número
de dias em que a Justiça não funciona, por causa das absurdas
vantagens corporativas de seus membros.
Justamente
por isso a sociedade espera que, em nome do respeito aos
contribuintes, que sustentam com seu trabalho a custosa e paquidérmica
máquina judicial, o CNJ rejeite o pedido da Ajufe.
Fonte:
Estado de S. Paulo, seção Opinião, de 9/12/2009
Fiesp
prevê expansão de 6,2% no PIB em 2010
A
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima que
o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá crescer 6,2% em 2010,
ante uma expansão de 0,4% este ano. Segundo o presidente da Fiesp,
Paulo Skaf, o próximo ano vai mostrar bom nível de recuperação da
economia, com retomada vigorosa dos investimentos.
"Estou
animado com as perspectivas do País não só para 2010, mas para os
próximos anos. O Brasil não é mais o país do futuro, mas sim do
momento. Temos um cenário muito favorável no longo prazo, inclusive
com investimentos relacionados ao pré-sal, Copa do Mundo em 2014 e
Olimpíada de 2016."
De
acordo com a Fiesp, a produção industrial deverá avançar 12% no próximo
ano, o que significaria uma recuperação sobre o desempenho deste
ano, que deverá apresentar uma queda de 7%. O Indicador do Nível de
Atividade (INA) apurado pela Fiesp deverá subir 13,5% no próximo
ano, ante uma queda de 8,3% em 2009.
EMPREGO
Ainda
segundo a federação, o emprego industrial no Estado deverá subir
6,2% no ano que vem, resultado superior à queda de 4,7% em 2009. A
geração de postos de trabalho no Brasil do setor manufatureiro,
segundo a Fiesp, deverá crescer 6,3% em 2010, resultado bem acima da
queda de 2,5% neste ano.
A
Fiesp estima que, com o avanço rigoroso do nível de atividade no próximo
ano, as importações vão crescer bem mais do que as exportações. A
entidade prevê, nesse contexto, que as compras de produtos fabricados
em outros países deve saltar de US$ 127,7 bilhões em 2009 para US$
165,9 bilhões em 2010.
No
caso das vendas de produtos brasileiros para o exterior, haverá um
avanço de US$ 161,9 bilhões para US$ 176,4 bilhões no mesmo período.
Esses
números indicam queda no saldo comercial de US$ 24,2 bilhões neste
ano para US$ 10,6 bilhões em 2010. O aumento da demanda agregada
especialmente promovido pelo consumo das famílias no próximo ano
deverá levar as empresas a aumentar de forma expressiva os
investimentos.
Segundo
a Fiesp, a formação bruta de capital fixo deverá crescer 19,6% em
2010, resultado que compensará a queda de 14,6% deste ano.
"Não
tenho dúvida de que as empresas no Brasil são muito eficientes e, ao
perceber que as vendas estão indo muito bem, vão se readequar a essa
realidade para eventualmente até aumentar ainda mais seus
investimentos no próximo ano", comentou Paulo Francini, diretor
do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp.
Fonte:
Estado de S. Paulo, de 9/12/2009