MP
302 aumenta salários de servidores do Poder Executivo
A
Câmara analisa a Medida Provisória (MP) 302/06, que
cria gratificações e institui planos especiais de
cargos para órgãos do Executivo. A proposta faz parte
do pacote de MPs editadas no dia 30 de junho pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que alteram
estruturas remuneratórias de diversas unidades do
governo federal.
A despesa orçamentária com as seis MPs é de R$ 5,5
bilhões neste ano, segundo o Ministério do
Planejamento. Somente a MP 302 terá um impacto no orçamento
federal de R$ 1,48 bilhão em 2006 e R$ 2,84 bilhões no
ano seguinte.
Os benefícios constantes da MP 302 são extensíveis
aos ativos, aposentados e pensionistas dos órgãos
contemplados. A medida veda aos servidores a acumulação
de vantagens salariais decorrentes de outros planos de
carreira.
Suframa
e Embratur
A MP 302 institui dois planos de cargos: um para a
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), órgão
ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior; e outro para o Instituto Brasileiro
de Turismo (Embratur). Em ambos os casos, o Executivo
alega que o objetivo é melhorar a situação salarial e
fortalecer os quadros da instituição.
Os dois planos estão previstos para serem implantados a
partir de outubro. O da Embratur tem custo orçamentário
de R$ 2,24 milhões neste ano. O da Suframa chega a R$
4,11 milhões.
Gratificações
Em relação às gratificações, a MP 302 institui uma
temporária para os servidores que trabalham nas
unidades que gerenciam os sistemas estruturadores da
administração pública federal. São, em geral, funções
de nível técnico que não possuem quadro próprio de
pessoal.
Incluem-se nesse rol funcionários que trabalham nos
Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de
Administração Financeira Federal, de Controle Interno
do Poder Executivo Federal, de Informações
Organizacionais do Governo Federal (Siorg), entre
outros.
A gratificação temporária, que não poderá ser
incorporada definitivamente à remuneração, vai
beneficiar 687 servidores, segundo o governo, e o custo
orçado é de R$ 7,7 milhões neste ano. A vantagem
passou a ser implementada em 1º de julho.
Carreiras
de auditor
As carreiras de auditor da Receita Federal,
auditor-fiscal da Previdência Social e auditor-fiscal
do Trabalho também são contempladas na MP com
gratificações. Nesse caso, os 52,4 mil funcionários
(ativos e inativos) terão direito a uma nova Gratificação
de Atividade Tributária (GAT). Além disso, houve
aumento na Gratificação de Incremento da Fiscalização
e da Arrecadação (Gifa).
A implementação das mudanças, que começou no início
de julho, demandará recursos da ordem de R$ 1,25 bilhão
neste ano.
A MP aumenta o vencimento básico dos cargos de nível
superior e intermediário do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
e da Superintendência de Seguros Privados (Susep). O
custo total do aumento será de R$ 124,34 milhões em
2006.
Diplomatas
e militares
As carreiras da diplomacia brasileira também foram
contempladas na MP, que destinou R$ 29,26 milhões para
elevar os vencimentos básicos dos diplomatas, oficiais
e assistentes de chancelaria. Além disso, será criada
uma gratificação para os assistentes, que são
servidores de nível médio do Itamaraty.
Os militares da ativa da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros dos antigos territórios do Amapá, Rondônia
e Roraima e do antigo Distrito Federal terão um aumento
salarial com a instituição da Gratificação Especial
de Função Militar (GEFM).
A implementação dessa medida, a partir de 1º de
julho, beneficia 15,3 mil militares da ativa, da reserva
e pensionistas. O acréscimo da despesa será da ordem
de R$ 67,27 milhões no exercício de 2006.
Tramitação
A MP 302 será analisada pelo plenário. Se for
aprovada, segue para o Senado. A matéria passa a
trancar a pauta da Casa onde estiver tramitando a partir
do dia 14 de agosto.
Fonte:
Câmara
MP
prevê subsídios para carreiras jurídicas e policiais
Tramita
na Câmara a Medida Provisória 305/06, que fixa
remuneração na forma de subsídio em parcela única
para as carreiras de procurador da Fazenda Nacional;
advogado da União; defensor público da União;
procurador do Banco Central; policial federal e policial
rodoviário federal.
O objetivo é adequar as remunerações dessas carreiras
à determinação constitucional de que os padrões
remuneratórios devem ser fixados na forma de subsídio
em parcela única - vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, abono, prêmio, verba de representação
ou outra espécie remuneratória.
As mudanças alcançam 12,6 mil servidores ativos e
inativos das carreiras da área jurídica e quadros
suplementares da Advocacia-Geral da União (AGU), 16,5
mil funcionários da Polícia Federal e 13,9 mil
policiais rodoviários.
Sem
perdas
Se algum servidor tiver perda de remuneração por causa
da MP, a eventual diferença será paga a título de
parcela complementar de subsídio, e será
gradativamente absorvida por progressão ou promoção,
reorganização ou reestruturação dos cargos e
carreiras ou tabela remuneratória.
Para as carreiras jurídicas, os subsídios serão de até
R$ 11,85 mil em julho de 2006. Está prevista uma
progressão até 2009, quando eles chegarão a R$ 17
mil. Na Polícia Federal, os subsídios serão de até
R$ 15,3 mil; e de até R$ 8,1 mil na Polícia Rodoviária
Federal.
Tramitação
A MP 305 será analisada pelo plenário. Se for
aprovada, seguirá para o Senado. A matéria passará a
trancar a pauta da Casa onde estiver tramitando a partir
do dia 14 de agosto.
Fonte:
Câmara
Medida
Provisória reestrutura carreiras do Executivo
A
Câmara analisa a Medida Provisória 304/06, que cria o
Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) e dispõe
sobre carreiras do Ministério do Meio Ambiente e do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama); sobre servidores dos
antigos territórios do Acre, Amapá, Rondônia e
Roraima e sobre o quadro funcional das agências
reguladoras.
Segundo o ministro da Fazenda, Paulo Bernardo, e a
ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o objetivo é
valorizar os servidores e reestruturar as carreiras e as
tabelas remuneratórias. A idéia, de acordo com eles,
é reduzir distorções na remuneração do Poder
Executivo, para atrair e manter profissionais de alto nível
de qualificação.
Não poderão se enquadrar no PGPE os servidores
submetidos a planos criados por leis específicas. Também
não farão parte do plano as carreiras da Receita
Federal, Advocacia-Geral da União e outras que tenham
suas próprias leis de regulamentação.
Alcance
O governo federal avalia que o impacto das medidas será
de R$ 585,6 milhões em 2006. A MP atinge 290.422
servidores do Poder Executivo; entre eles, 4.175 funcionários
do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama; 10.048
docentes dos extintos territórios federais; 1.730 das
agências reguladoras; 760 do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) e 112 servidores do
Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep).
Os planos de carreira incluídos na MP têm uma
estrutura remuneratória composta pelo vencimento básico
e por parcelas vinculadas a avaliações de desempenho
individuais e institucionais.
Gratificações
Em relação aos servidores dos extintos territórios
federais, a MP institui uma gratificação específica
de docência, e fixa o valor e estabelece critérios
para a concessão da Gratificação de Serviço Voluntário
dos militares.
No que se refere às agências reguladoras, a MP
autoriza a redistribuição de servidores para os
quadros efetivos; cria planos especiais de cargos; e
institui a Gratificação de Efetivo Desempenho em
Regulação, devida aos ocupantes de cargos da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além disso, a MP cria as carreiras e o plano especial
de cargos do FNDE e do Inep; e aumenta o valor da
Gratificação Específica de Publicação e Divulgação
da Imprensa Nacional.
Tramitação
A MP 304 será analisada pelo plenário. Se for
aprovada, seguirá para o Senado. A matéria passará a
trancar a pauta da Casa onde estiver tramitando a partir
do dia 14 de agosto.
Fonte:
Câmara
CNJ define etapas da uniformização
O
Conselho Nacional de Justiça reuniu ontem
representantes dos tribunais estaduais e superiores para
definir as fases da padronização de nomenclaturas e
classificação de processos no Judiciário brasileiro.
O grupo deve se reunir novamente em 7 de agosto para
apresentar cumprida a primeira de quatro etapas de
tabulação por classes dos procedimentos. Por exemplo:
ação de despejo, ação de divórcio e ação de
alimentos, com base nos códigos de processo.
Na segunda fase, será definida uma tabela com as formas
como serão tratados assuntos de cada processo - por
exemplo, revisão de cláusula contratual, falta de
pagamento de aluguel - para identificar o que
congestiona a Justiça e o que não congestiona. A
terceira tabela a ser trabalhada é a de nomes das fases
dos andamentos: recurso, recurso especial, e daí por
diante.
A quarta tabela será a de uniformização dos nomes das
partes nos processos. "Às vezes, uma mesma empresa
é chamada de várias formas dentro do mesmo
tribunal", diz o juiz Eduardo Marcondes,
representante do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Isso dificulta saber quantos processos há contra ou de
alguém. Um exemplo clássico são os nomes com siglas,
como Banespa, que aparece por esse nome, pelo do grupo,
Santander Banespa, como "Banco do Estado de São
Paulo", ou "de S. Paulo".
Da reunião, participaram o Superior Tribunal de Justiça,
o Tribunal Superior do Trabalho, os Conselhos da Justiça
Federal e Superior da Justiça do Trabalho, e os TJs de
São Paulo, Espírito Santo, Distrito Federal, Sergipe,
Rio Grande do Sul e Minas Gerais. O objetivo final da
padronização é facilitar a análise de processos e a
produção de estatísticas do Judiciário.
Fonte:
Valor Econômico, de 07/07/2006
PEC que muda trâmite para apreciação de vetos deverá
ser votada na próxima semana
Na
sessão deliberativa da última terça-feira (4),
transcorreu a primeira sessão de discussão da Proposta
de Emenda à Constituição 57/05, que visa a permitir
que os vetos presidenciais a projetos de lei aprovados
pelo Congresso sejam apreciados separadamente pelo
Senado e pela Câmara dos Deputados. A PEC, cujo
primeiro signatário é o senador Marco Maciel (PFL-PE),
encontra-se na pauta da próxima sessão deliberativa do
Plenário, marcada para as 18h de segunda-feira (10). A
aprovação dessa PEC, que recebeu parecer favorável da
Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), a
partir do relatório do senador Ramez Tebet (PMDB-MS),
vai permitir maior agilidade ao trâmite dos vetos
presidenciais no Congresso.
Atualmente,
quando um projeto de lei ordinária, complementar ou de
conversão é aprovado pelo Congresso, ele segue à sanção
presidencial. O presidente da República tem o prazo de
15 dias úteis para sancioná-lo ou vetá-lo, total ou
parcialmente. Caso isso não ocorra, implicará sanção
tácita. Em caso de veto, o presidente deve enviar ao
Congresso, dentro de 48 horas, suas razões, podendo
alegar, entre outros motivos, a inconstitucionalidade ou
a falta de interesse público.
O
Congresso, por sua vez, deve deliberar sobre o veto em
sessão conjunta, dependendo, para derrubá-lo, da
maioria absoluta dos votos em cada Casa (257 deputados e
41 senadores). Para tanto, é estabelecido o prazo de 30
dias a partir do recebimento da mensagem presidencial.
Há
em andamento, inclusive, uma discussão jurídica no âmbito
do Supremo Tribunal Federal, a respeito de um possível
sobrestamento da pauta do Congresso Nacional,
determinado pela Constituição, em razão da falta de
apreciação dos vetos. Tal tarefa, no entanto, torna-se
praticamente inviável, uma vez que, com a adoção do
sistema bicameral pelo Legislativo, raras são as
oportunidades em que Câmara e Senado reúnem-se em sessão
conjunta. Para viabilizar essas sessões, faz-se necessário
acordo entre líderes partidários, além da
compatibilidade das agendas de trabalho das duas Casas,
que são independentes.
Assim,
a apreciação dos vetos fica prejudicada e a conseqüência
disso se reflete em uma pauta de deliberações do
Congresso com mais de quatrocentos vetos esperando votação
atualmente. O veto presidencial a projetos aprovados
pelo Congresso faz parte de um tema recorrente nos
debates do Senado: o limite da relação entre os
Poderes Legislativo e Executivo, seus freios e
contrapesos. Diante das dificuldades encontradas pelos
parlamentares para derrubar um veto, é comum ver
parlamentares na Tribuna apelando ao presidente para
sancionar os projetos aprovados. Nesta semana, por
exemplo, diversos senadores ocuparam a Tribuna para
pedir que o presidente não vete o aumento de 16,67%
concedido aos aposentados e pensionistas, aprovado pelo
Senado, na terça-feira (3).
Outras
matérias concernentes ao processo legislativo, como
medidas provisórias cujo texto original não tenha sido
modificado no Legislativo, decretos legislativos, resoluções,
mensagens presidenciais e propostas de emenda à
Constituição são proposições que, uma vez aprovadas
pelo Congresso, independem da aquiescência do
presidente da República para promulgação e, portanto,
não podem ser vetadas.
Além
de apreciar vetos, sessões conjuntas são convocadas,
entre outros motivos, para inaugurar a sessão
legislativa; elaborar o regimento comum e regular a criação
de serviços comuns às duas Casas; receber o
compromisso de posse do presidente e do vice-presidente
da República; deliberar as leis orçamentárias; e
promover sessões solenes, como as de promulgação de
emenda constitucional ou para recepcionar chefes de
Estado estrangeiro.
Para
que uma proposta de emenda à Constituição seja
aprovada pelo Plenário do Senado são necessários dois
turnos de discussões, com a votação favorável de, no
mínimo, 49 senadores em cada um. A expectativa é que
essa PEC cumpra os dois turnos de votação ainda antes
do recesso parlamentar, que terá início em 18 de
julho.
Fonte:
Agência Senado
Projeto que cria processo virtual é aprovado na CCJ
A
criação do processo virtual no Poder Judiciário
brasileiro deu mais um passo nesta semana com a aprovação,
pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara
dos Deputados, do Projeto de Lei nº 5.828, de 2001. A
proposta regulamenta o uso do meio eletrônico na
tramitação de ações judiciais, comunicação de atos
e transmissão de peças processuais.
O projeto de lei permite que todos os processos do país,
o que inclui os que tramitam na Justiça Federal,
estadual e trabalhista e nos juizados especiais e
tribunais superiores, possam tramitar exclusivamente por
meio eletrônico. As petições e documentos das ações
que forem enviadas pela internet passam a ser os
documentos originais e as decisões passam a ser
publicadas em diários de Justiça eletrônicos, que
substituirão qualquer outro meio de publicação
oficial. O projeto de lei também estabelece que todas
as citações, intimações e notificações, inclusive
da Fazenda Pública, serão feitas pela internet, e que
os prazos passam a contar a partir desses atos emitidos
por meio eletrônico.
Hoje já existem diversas experiências na Justiça que
permitem a realização de procedimentos judiciais por
meios eletrônicos - como a penhora on line e a petição
eletrônica. Durante o Encontro dos Operadores da Justiça
Virtual, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) na semana passada, foram apontadas 13 ferramentas
de tramitação virtual já implantadas no Judiciário
de todo o país. A maior parte das experiências
existentes, no entanto, ainda exigem a posterior entrega
dos documentos em papel. Mesmo no caso de instâncias
onde todo o processo já tramita de forma virtual - como
no caso dos juizados especiais federais em São Paulo,
primeira Justiça totalmente virtual a ser criada no país
- a tramitação digital poderia ser contestada por uma
das partes a qualquer momento.
De acordo com Pierpaolo Bottini, secretário especial de
reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, isso
ocorre porque até hoje, embora os tribunais utilizem
procedimentos eletrônicos, não há legislação que
regulamente a tramitação digital. Segundo ele, as
experiências em andamento atualmente se baseiam na
medida provisória que criou as regras para a certificação
digital no país, ainda em vigor. "Nunca houve
nenhuma contestação dos procedimentos digitais, mas a
regulamentação definitiva do processo virtual é uma
questão de segurança jurídica", afirma.
Pierpaolo diz que com a aprovação do projeto de lei -
que agora depende apenas da votação no plenário da Câmara
dos Deputados para ser enviado para sanção
presidencial - não faltará nada, em termos de
regulamentação, para a efetiva implantação da Justiça
virtual. O grande desafio agora, segundo ele, é o
desenvolvimento de um sistema que permita a comunicação
entre os diversos tribunais do país e a própria
instalação de equipamentos nessas cortes. Uma das
medidas necessárias é a padronização das classificações
processuais, que já está em estudo no CNJ (veja matéria
ao lado).
Fonte: Valor Econômico, de 07/07/2006