Recuperação da dívida ativa cresce no
Estado de SP
Os procuradores da Fazenda de São Paulo conseguiram uma
recuperação de R$ 335 milhões aos cofres públicos do
Estado até o mês de julho. O valor é 24% maior do que
o mesmo período do ano passado. A maior parte das ações
judiciais envolve o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), que representa 99% da dívida
ativa total do Estado. No ano passado, a procuradoria
recuperou 47,46% a mais do que em 2004, totalizando
aproximadamente R$ 602 milhões nos 12 meses.
Para o presidente da Associação dos Procuradores do
Estado de São Paulo (Apesp), Marcos Nusdeo, o aumento
da arrecadação por vias judiciais se deve à orientação
dada pela procuradoria de priorizar as execuções com
"maior chance de se obter sucesso", contra
contribuintes devedores com maior potencial de
pagamento. A recuperação também tem sido facilitada,
segundo ele, pelo auxílio da tecnologia, com a penhora
on line, por exemplo.
Uma preocupação que tem ganhado espaço nas cobranças
executadas pelos procuradores é referente ao Imposto
sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA),
decorrente de um levantamento feito recentemente pela
Secretaria da Fazenda do Estado que constatou uma
parcela elevada de débitos atrasados referentes ao
tributo, relata Nusdeo. Nesta semana a secretaria começou
o envio de 35.686 comunicações de débito a
contribuintes de todo o Estado que estão com o IPVA em
atraso referentes aos anos de 2001 a 2005. Quem não
pagar em 30 dias terá o nome inscrito na dívida ativa
do Estado. Essa é o primeiro lote de cobranças do
imposto. Os 35.686 contribuintes notificados devem mais
que R$ 2 mil, somando as dívidas do período. No total,
são 145.741 débitos que somam R$ 184 milhões,
incluindo o imposto, multa e juros. A Secretaria da
Fazenda informou que outros cinco lotes de notificações,
com valores inferiores a R$ 2 mil, serão expedidos a
partir de agosto, de acordo com o final da placa do veículo.
Fonte:
Valor Econômico, 03/08/2006
CCJ analisa súmula vinculante e progressão de penas
O
Projeto de Lei 6636/06,
que disciplina a edição, a revisão e o cancelamento
de súmulas
vinculantes pelo Supremo Tribunal Federal é o
primeiro item da reunião desta manhã na Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania. O projeto,
apresentado pela Comissão Especial da Reforma do Judiciário,
estabelece, por exemplo, que a decisão sobre a aprovação
ou rejeição de súmula vinculante só será tomada se
estiverem presentes na sessão pelo menos 8 dos 11
ministros do STF.
O relator, deputado Maurício Rands (PT-PE), recomenda a
aprovação da proposta.
Fonte: Câmara
dos Deputados
Senado aprova indicação de Antônio Herman Benjamin para o STJ
O
Senado aprovou nesta quarta-feira (2) a indicação,
feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do
procurador de Justiça Antônio Herman de Vasconcellos e
Benjamin para o cargo de ministro do Superior Tribunal
de Justiça (STJ), com 51 votos favoráveis, 2 contrários
e uma abstenção. Oriundo do Ministério Público de São
Paulo, ele vai ocupar a vaga decorrente da aposentadoria
do ministro Edson Vidigal.
Efraim
Morais (PFL-PB) elogiou a escolha do "grande
intelectual" que, na sua avaliação, dará um novo
desenho à jurisprudência do tribunal nas questões
ambientais, por se tratar de uma das maiores autoridades
no assunto. Antonio Carlos Magalhães (PLF-BA) disse que
o Senado faz justiça a uma pessoa merecedora de compor
o tribunal.
-
O presidente da República, nesse ponto, tem sido certo
nas indicações que tem feito para os tribunais
superiores - disse Antonio Carlos, que recebeu o apoio
do presidente do Senado, Renan Calheiros. Romero Jucá
(PMDB-RR) salientou que, pela demonstração do saber
jurídico demonstrado perante a CCJ, onde foi
sabatinado, Herman Beijamin terá importante colaboração
a dar ao STJ.
O
senador Aloizio Mercadante (PT-SP) recordou a participação
do procurador na elaboração do Estatuto da Criança e
do Adolescente e destacou seu trabalho em prol do meio
ambiente e na defesa dos menos favorecidos. Também
destacou sua indicação por muitos magistrados, tendo
em vista sua vasta produção acadêmica e intelectual.
Fonte: Agência Senado
Corte Especial aprova súmulas sobre execução contra
financeiras e atuação do MP
A
Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
aprovou, nesta quarta-feira, duas novas súmulas. A
primeira, que será a de número 328, estabelece a
possibilidade de penhora de numerário disponível em
instituições financeiras em ação de execução
contra essas entidades. A segunda, 329, afirma a
possibilidade de o Ministério Público (MP) propor ação
civil pública na defesa do patrimônio público.
A
súmula é um registro que resume o entendimento vigente
no STJ sobre a tese jurídica discutida e serve de referência
para os julgamentos sobre os mesmos temas. Por meio
delas, a comunidade judiciária e advocatícia do País
toma conhecimento da posição consolidada no Tribunal
acerca da questão.
As
súmulas do STJ não possuem efeito vinculante, isto é,
não são de aplicação obrigatória pelos ministros ou
por outros tribunais e juízes. A edição de uma súmula
é o resultado da aplicação reiterada de uma mesma
jurisprudência, decorrente do entendimento coincidente
dos ministros sobre o tema, o que tende a acelerar o trâmite
e a solução dos processos.
Confira
abaixo o teor, precedentes e referências legais de cada
uma das súmulas aprovadas nesta tarde.
Súmula
328:
"Na
execução contra instituição financeira, é penhorável
o numerário disponível, excluídas as reservas bancárias
mantidas no Banco Central."
Precedentes:
REsp 487675, REsp 521015, REsp 202354, REsp 241464, REsp
412161, REsp 200236, REsp 342287, REsp 256900, RMS 7230,
AgRg Ag 688511.
Referências:
Código de Processo Civil, art. 655, inciso I; Lei
9.069/95, art. 68.
Relator
do projeto: ministro Humberto Gomes de Barros.
Súmula
329:
"O
Ministério Público tem legitimidade para propor ação
civil pública em defesa do patrimônio público."
Fonte: STJ
Lula defende Constituinte para fazer reforma política
Para
presidente, Congresso não poderia votar proposta,
porque agiria em causa própria
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que
defende uma Assembléia Constituinte para tratar da
reforma política porque acredita que o Congresso
Nacional não seja capaz de apresentar uma proposta que
satisfaça a sociedade.
"Eu
vejo com muita simpatia essa tese [de convocar uma
Constituinte exclusiva para a reforma]. Ou seja, eu
tenho dúvida se o Congresso Nacional consegue aprovar
uma reforma política que possa contentar os anseios da
sociedade, porque normalmente o Congresso pode votar uma
legislação, uma reforma política que atenda aos
interesses do próprio Congresso", disse Lula, em
entrevista ao telejornal "SBT Brasil".
À
tarde, Lula havia recebido de um grupo de advogados,
entre eles quatro ex-presidentes da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), a proposta de convocação de uma
Constituinte. O presidente pediu, porém, que antes a
OAB consiga apoio de outras parcelas da sociedade.
Os
advogados foram até Lula levar uma proposta para
limitar os poderes das CPIs, mas, no decorrer da
conversa, propuseram a convocação de uma Constituinte.
Foram correspondidos pelo presidente, que, no entanto,
pediu que antes a Ordem dos Advogados do Brasil consiga
apoio de outras entidades e parcelas da sociedade.
"Se
tivesse um forte movimento da sociedade, com os demais
Poderes da República, o presidente remeteria um projeto
de emenda constitucional", diz o ministro Tarso
Genro (Relações Institucionais).
Se
houver realmente esse impulso que o presidente e a OAB
imaginam, será enviada ao Congresso uma proposta de
convocação de Constituinte, mas só após as eleições.
Nunca
foi realizada no país uma Assembléia Constituinte
específica para um tema. A última Constituinte, que
fez uma revisão total, foi em 1988 e resultou na atual
Carta.
Ferida
No
primeiro final de semana de campanha, Lula já tinha
culpado o sistema pela corrupção e dito que o único
meio de acabar com o problema seria uma reforma política.
"Nós precisamos mexer nessa ferida chamada política
brasileira", disse ele em Olinda, em 23 de julho.
A
reforma política era uma das promessas de campanha de
Lula -e de outros candidatos nos últimos 15 anos-, mas
não saiu do papel. Questionado ontem sobre isso, Tarso
afirmou que faltava um consenso na sociedade, que só
surgiu com o atual nível recorde de escândalos
envolvendo políticos.
O
presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) criticou ontem a
proposta de convocação de uma Constituinte para tratar
exclusivamente da reforma política. O tucano
classificou a idéia como "sem pé nem cabeça".
"Imagine, fazer uma outra Assembléia Constituinte?
Mudar a carta magna? Precisamos ter estabilidade nas
regras, preservar a Constituição, a reforma política
é preservar a fidelidade partidária."
A
reforma política tem implicação direta nos escândalos
de hoje. Muitos dos casos de corrupção estão
relacionados com o financiamento de campanhas e com o
troca-troca partidário, dois assuntos que teriam suas
regras alteradas.
Fundeb
Na
entrevista ao SBT, feita no Palácio do Alvorada, Lula
disse, em mais uma alfinetada no Congresso, que a
principal frustração de seu governo foi não quer ter
aprovado o Fundeb (fundo para o ensino fundamental). O
projeto, aprovado recentemente no Senado, permanece
parado na Câmara. "O que eu estou frustrado é não
ter ainda concluído o processo de votação do Fundeb,
porque nós poderíamos já ter gasto, desde o começo
do ano, R$ 1,5 bilhão em educação e não gastamos
porque ainda não foi aprovado." (PEDRO DIAS LEITE,
EDUARDO SCOLESE E SILVIO NAVARRO)
Fonte: Folha de S. Paulo, de 03/08/2006
TJ obriga
mulher a dividir pensão com amante do marido
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou que
uma mulher, casada há mais de trinta anos, dividisse a
pensão por morte do marido com a amante dele. O
desembargador José Ataídes Siqueira Trindade,
integrante da 8ª Câmara Cível do TJ-RS, entendeu que
o relacionamento paralelo, de mais de 16 anos,
representava uma união estável.
O homem tinha dois filhos com a mulher, de quem nunca se
separou de fato, e duas filhas com funcionária de
lanchonete de sua propriedade, que morava no mesmo prédio
do estabelecimento. Em julgamento realizado no último
dia 20 de julho, Trindade estabeleceu que a companheira
terá direito a 25% e os outros 25% ficam com a mulher.
O magistrado afirmou, com base nos depoimentos de
testemunhas do processo, que o homem mantinha dois
endereços, mesmo para fins de correspondência oficial.
Fotografias retratam convívio social e familiar com a
companheira e a mulher oficial.
A companheira, que ajuizou a ação no Tribunal, se
responsabilizou pela internação hospitalar do
companheiro. A esposa e os filhos do casamento pagaram
as despesas com funeral. Ambas recebem do INSS pensão
por morte.
Fonte:
Terra