02 Out 15 |
Fazenda poderá protestar grandes devedores
Empresas
que
devem
elevados
valores
de
tributos
federais,
inscritos
na
dívida
ativa,
poderão
ser
protestadas
pelo
Fisco.
A
Procuradoria-Geral
da
Fazenda
Nacional
(PGFN)
retirou
o
limite
de
R$
50
mil
para
a
aplicação
da
medida
extrajudicial. A
alteração
consta
da
Portaria
nº
693,
editada
pela
PGFN
e
publicada
no
Diário
Oficial
da
União
de
ontem.
A
norma,
já
em
vigor,
é
assinada
pelo
procurador-geral
Paulo
Roberto
Riscado
Júnior. As
certidões
de
dívida
ativa
(CDA)
da
União
e
do
FGTS
podem
ser
encaminhadas
para
protesto
extrajudicial
por
falta
de
pagamento.
Mas,
segundo
a
portaria,
"não
impede
a
utilização
dos
demais
mecanismos
de
cobrança
do
crédito
da
PGFN."
Assim,
além
das
restrições
consequentes
do
protesto,
a
empresa
não
deixará
de
responder
à
Justiça. O
meio
tradicional
de
cobrança,
após
a
inscrição
do
débito
na
dívida
ativa,
é
o
processo
judicial
de
execução
fiscal.
O
processo,
para
a
empresa,
é
mais
vantajoso
do
que
o
protesto
porque,
após
notificação,
pode
se
defender
e
obter
certidões
negativas.
Para
a
Fazenda
Nacional,
as
grandes
vantagens
do
protesto
são
maior
celeridade
e
menor
necessidade
de
mão
de
obra
para
a
cobrança
dos
débitos
tributários. Especialistas
acreditam
que
o
intuito
da
Fazenda
é
intensificar
a
aplicação
do
protesto.
"Esse
é
mais
um
dos
instrumentos
usados
pela
Receita
Federal
para
aumentar
a
arrecadação.
E,
com
a
retirada
do
limite,
o
Fisco
terá
mais
meios
de
compelir
o
pagamento
de
dívidas
altas",
afirma
o
advogado
Diego
Caldas,
do
Pinheiro
Neto. O
principal
impacto
financeiro
do
protesto
é
a
dificuldade
para
a
obtenção
de
crédito.
"O
protesto
gera
um
manto
de
inadimplência
que
influencia
inclusive
fornecedores",
diz
o
advogado
Sandro
dos
Reis,
do
Bichara
Advogados. Se
a
dívida
puder
ser
questionada
na
Justiça,
Reis
orienta
a
empresa
a
tentar
uma
medida
cautelar
para
antecipar
a
garantia
da
dívida
e
suspender
o
protesto.
"O
problema
é
que
nem
todo
contribuinte
tem
condição
de
obter
a
garantia.
E
nem
toda
garantia
oferecida
é
aceita
pelo
Fisco,
além
de
dinheiro,
fiança
bancária
e
seguro-garantia",
afirma. O
protesto,
no
passado,
já
foi
julgado
ilegal
pelo
Superior
Tribunal
de
Justiça
(STJ),
que
considerou
a
execução
fiscal
como
o
meio
legal
de
cobrança
tributária.
Porém,
em
2012,
a
Lei
nº
12.767
alterou
a
antiga
Lei
do
Protesto
(nº
9.492,
de
1997),
incluindo
a
CDA
entre
os
títulos
sujeitos
à
medida.
Com
isso,
parte
dos
ministros
alterou
seu
entendimento. Mas
ainda
poderá
ocorrer
uma
nova
reviravolta.
Isso
porque
o
Supremo
Tribunal
Federal
(STF)
vai
julgar
a
ação
direta
de
inconstitucionalidade
(Adin)
da
Confederação
Nacional
das
Indústrias
(CNI),
que
contesta
a
possibilidade
de
protesto
da
CDA. Segundo
Cassio
Borges,
gerente
executivo
jurídico
da
CNI,
a
execução
fiscal
é
o
meio
adequado
para
a
cobrança
de
qualquer
valor.
"Analisamos
se
a
nova
portaria
justifica
uma
visita
ao
ministro
Luís
Roberto
Barroso,
relator
da
Adin.
Sem
um
limite,
a
tendência
é
haver
muito
mais
protestos",
afirma. Quanto
às
chances
de
vitória
no
Supremo,
Borges
lembra
que
a
Corte
já
emitiu
súmulas
(70,
323
e
547)
contra
outros
tipos
de
medida
para
coagir
contribuintes.
"Protestar
também
é
uma
medida
de
coerção." Fonte: Valor Econômico, de 2/10/2015
"Fim
do
abono,
quebra
de
paridade
e
reforma
da
previdência
alertam
servidores
públicos" Por
Antônio
Augusto
de
Queiroz
(*) A
presidente
Dilma
Rousseff
encaminhou
ao
Congresso
Nacional
a
Proposta
de
Emenda
à
Constituição
(PEC)
nº
139/2015
para
extinguir
o
abono
de
permanência,
ou
seja,
revogar
o
§
19
do
art.
40
da
Constituição
e
o
§
5º
do
art.
2º
e
o
§
1º
do
art.
3º
da
Emenda
Constitucional
nº
41,
de
19
de
dezembro
de
2003.
Na
prática,
a
PEC
elimina
a
compensação
pecuniária,
correspondente
à
contribuição
para
o
regime
próprio,
devolvida
ao
servidor
que
continuar
em
atividade
após
preencher
os
requisitos
para
requerer
aposentadoria. Atualmente,
na
administração
pública
federal,
existem
mais
de
100
mil
servidores
e
número
superior
a
isso
nos
Estados
e
Municípios
que,
caso
seja
extinto
o
abono,
não
há
razão
para
continuarem
em
atividade,
já
que
não
terão
contrapartida
por
permaneceram
ativos,
exceto
por
causa
de
benefícios
como
vale-transporte
e
auxílio-alimentação,
cujos
valores
não
compensam
o
esforço
e
dedicação. Os
governos
sabem
fazer
contas
e
têm
clareza
de
que
precisarão
contratar
novos
servidores
caso
os
que
perderem
o
abono
se
aposentem,
por
isso
já
estão
pensando
em
substituir
os
reajustes
regulares
ou
parte
deles
por
indenizações
a
serem
pagas
apenas
aos
servidores
em
atividade,
como
forma
de
simultaneamente
manter
os
servidores
com
tempo
para
requerer
aposentadoria
em
atividade
e
burlar
a
paridade,
negando
aos
aposentados
e
pensionistas
a
parcela
correspondente
à
tal
indenização,
que
pode
também
ser
chamada
de
bônus,
prêmio
ou
algo
equivalente. Com
o
aumento
da
idade
de
70
para
75
anos
para
efeito
de
aposentadoria
compulsória,
e
confirmado
o
fim
do
abono
com
adoção
de
algo
que
não
seja
extensivo
aos
aposentados
e
pensionistas,
os
governos
ganhariam
duplamente
porque,
além
da
economia
ou
redução
de
despesa,
ainda
poderiam
contar
com
os
servidores
por
mais
tempo
à
disposição,
pelo
menos
até
o
limite
da
aposentadoria
compulsória. Não
se
trata
de
nenhum
chute
nem
de
especulação
quanto
a
ideia
de
trocar
reajuste
por
bônus,
prêmios,
participação
em
resultados
ou
indenização
para
os
servidores
em
atividade.
A
própria
negociação
salarial
em
curso
na
União
já
cogita
instituir
indenização,
bônus
de
eficiência
e
gratificações
para
algumas
carreiras,
inclusive
aquelas
remuneradas
sob
a
forma
de
subsídio,
como
são
os
casos
das
carreiras
da
Receita
Federal,
da
Advocacia-Geral
da
União
e
da
Polícia
Federal. Para
a
equipe
econômica,
o
processo
de
reforma
da
previdência
ainda
não
se
esgotou.
O
governo
instituiu
um
Forum
que
pretende
propor
alterações
nos
regimes
geral
e
próprio,
especialmente
no
caso
dos
servidores
públicos,
para
os
servidores
que
ingressaram
no
serviço
público
antes
de
4
de
fevereiro
de
2013,
data
do
início
de
funcionamento
da
Fundação
de
Previdência
Complementar
do
Servidor
Público
Federal
–
Funpresp. Segundo
se
especula,
as
mudanças
alcançariam
cinco
pontos,
ainda
que
com
novas
regras
de
transição:
a)
integralidade,
b)
paridade,
c)
aumento
e
unificação
da
idade
mínima
entre
homens
e
mulheres
para
efeito
de
aposentadoria,
d)
tempo
de
contribuição,
e
e)
valor
da
contribuição
para
o
regime
próprio. No
caso
do
regime
geral,
independentemente
do
período
de
filiação,
e
no
caso
dos
servidores
admitidos
após
a
vigência
da
previdência
complementar,
as
mudanças
seriam
menos
abrangentes.
Ficariam
limitadas
à
instituição
da
idade
mínima
e
ampliação
do
tempo
de
contribuição,
no
primeiro
caso,
e
instituição
de
idade
mínima
e
aumento
do
valor
da
contribuição,
no
segundo
caso. Os
limites
de
idade,
de
acordo
com
as
várias
propostas
em
debate,
tanto
de
parte
do
governo
quanto
dos
“especialistas”
vinculados
aos
partidos
de
oposição,
iriam
variar
de
65
a
67
anos
de
idade,
para
homens
e
mulheres,
que
poderiam
ser
instituídos
e
aumentados
de
forma
gradual,
ao
longo
de
alguns
pares
de
anos.
De
qualquer
forma,
o
fato
é
que
o
aumento
da
expectativa
de
sobrevida,
o
aumento
da
idade
mínima
para
efeito
de
aposentadoria
compulsória,
que
passou
de
70
para
75,
no
caso
de
setor
público,
e
as
questões
fiscais
têm
estimulado
e
impulsionado
esse
debate
no
governo,
no
parlamento
e
na
sociedade. Frente
à
crise
fiscal,
há
quem
defenda,
inclusive,
a
desvinculação
do
salário
mínimo
dos
benefícios
assistenciais
e,
no
caso
do
economista
Armínio
Fraga,
até
do
piso
previdenciário,
ou
seja,
o
menor
benefício
da
previdência
social
poderia
ser
inferior
a
um
salário
mínimo. A
simples
proposta
de
extinção
do
abono
de
permanência,
recebido
pelos
servidores
em
atividade
após
preencherem
os
requisitos
para
requerer
aposentadoria,
suscita
uma
série
de
outras
medidas
muito
mais
drásticas
em
relação
às
questões
previdenciárias.
Não
será
de
tédio
que
as
lideranças
sindicais
dos
servidores,
dos
trabalhadores
do
setor
privado
e
dos
aposentados
e
pensionistas
irão
morrer. (*)
Jornalista,
analista
político
e
Diretor
de
Documentação
do
Diap. Fonte: site da Anape, de 2/10/2015
Estado
faz
previsão
menor
de
investimento
e
Alckmin
culpa
crise Diante
da
crise
econômica
do
País
e
da
expectativa
de
queda
de
receita
com
impostos
e
empréstimos
federais,
o
governador
Geraldo
Alckmin
(PSDB)
encaminhou
à
Assembleia
Legislativa
a
proposta
de
Orçamento
de
2016
na
qual
prevê
investimento
total
no
Estado
14,6%
menor
do
que
neste
ano.
São
cerca
de
R$
24,5
bilhões
destinados
para
novas
obras
e
expansão
de
programas,
R$
4,2
bilhões
a
menos
do
que
a
estimada
para
este
ano,
em
valores
corrigidos.
Ao
todo,
a
proposta
orçamentária,
que
será
discutida
pelos
deputados
e
em
audiências
públicas,
antes
de
ser
votada
até
o
fim
do
ano,
prevê
uma
receita
total
de
R$
206,9
bilhões,
cerca
de
5,5%
menos
do
que
estava
previsto
para
este
ano,
atualizando
os
valores
pelo
Índice
Nacional
de
Preços
ao
Consumidor
Amplo
(IPCA),
a
inflação
oficial
do
País.
Por
causa
da
crise,
a
previsão
de
arrecadação
para
este
ano
não
será
alcançada.
O
cenário
levou
o
governo
a
cortar
gastos
e
congelar
investimentos
desde
o
início
do
ano,
o
que
reduziu
o
orçamento
destinado
a
esse
tipo
de
despesas
de
R$
26,4
bilhões
para
R$
22
bilhões
em
julho,
segundo
dados
da
Secretaria
Estadual
de
Planejamento.
É
por
considerar
os
dados
de
julho
que
a
pasta
diz
que
os
investimentos
para
2016
serão
11%
superiores
a
2015.
Uma
das
áreas
afetadas
pela
queda
da
previsão
de
investimentos
para
2016
é
Transportes
Metropolitanos,
com
21,4%
menos
recursos
destinados
para
ampliação
e
modernização
de
linhas
de
trem
e
metrô.
Para
2015,
Alckmin
previu
R$
6,6
bilhões
no
setor,
enquanto
que
no
ano
que
vem
pretende
investir
R$
5,2
bilhões.
Segundo
o
governo,
R$
3,1
bilhões
serão
destinados
ao
Metrô
e
R$
1,6
bilhão
à
Companhia
Paulista
de
Trens
Metropolitanos
(CPTM).
Já
na
Saúde
a
previsão
é
de
aporte
de
recursos
6,4%
maior,
considerando
a
previsão
de
repasses
federais.
A
Educação,
por
sua
vez,
teve
aumento
de
64%
na
previsão
de
investimentos
para
2016,
enquanto
que
Saneamento,
que
virou
uma
das
prioridades
após
a
crise
hídrica,
terá
alta
de
1%
dos
investimentos,
em
valores
reais,
chegando
a
R$
2,9
bilhões. Crise.
Em
mensagem
enviada
aos
deputados,
Alckmin
disse
que
“a
economia
paulista
experimenta
recuo
sem
paralelo
e
se
ressente,
como
todo
o
País,
da
debilidade
do
crescimento
da
produção
e
do
emprego”.
“Não
há
como
ignorar
que
o
contorno
que
delineia
a
preparação
desta
propositura
é
afetado
de
forma
direta
pela
crise
de
múltiplas
dimensões
que
hoje
compromete
seriamente
o
desenvolvimento
nacional.”
As
projeções
feitas
pelo
governo
Alckmin
consideraram
uma
estimativa
de
inflação
de
5,51%
e
de
queda
de
0,4%
no
Produto
Interno
Bruto
(PIB)
do
País
em
2016,
perspectiva
mais
otimista
do
que
a
previsão
mais
recente
feita
pelo
Banco
Central.
Relatório
divulgado
nesta
semana
pelo
órgão
já
elevou
a
previsão
de
queda
do
PIB
para
o
ano
que
vem
de
-0,8%
para
-1%,
e
aumentou
a
previsão
de
inflação
de
5,7%
para
5,87%
no
ano.
Parte
da
diferença
entre
os
orçamentos
de
investimento
para
este
ano
e
para
2016
se
deve
ao
fato
de
que
a
previsão
feita
para
2015
considerava
um
crescimento
de
1,5%
da
economia
brasileira,
projeção
que
se
mostrou
otimista
ante
a
atual
situação
econômica
do
País,
que
deve
retrair
2,8%
neste
ano,
segundo
relatório
do
Banco
Central.
Governo.
Segundo
a
Secretaria
de
Planejamento,
“a
expectativa
de
receita
utilizada
também
busca
ser
realista
em
relação
às
restrições
de
crédito
impostas
pelo
governo
federal,
que
não
autorizou
R$
2,6
bilhões
de
empréstimos”
que
o
Estado
está
contratando.
A
pasta
destaca
que
a
área
social
receberá
R$
94,4
bilhões,
mais
de
dois
terços
da
receita
total
prevista,
dos
quais
R$
40,8
bilhões
vão
para
a
Educação.
Além
disso,
a
secretaria
diz
que
não
foram
liberados
R$
700
milhões
do
orçamento
da
União
para
investimentos.
“Diante
das
adversidades
da
atual
conjuntura
econômica,
o
governo
de
São
Paulo
esforçou-se
para
elaborar
um
orçamento
equilibrado.” Fonte: Estado de S. Paulo, de 2/10/2015
Comunicado
do
Centro
de
Estudos Fonte:
D.O.E,
Caderno
Executivo
I,
seção
PGE,
de
2/10/2015 |
||
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