Quando a
Assembléia Legislativa aprovou a lei que cria a
Defensoria Pública do Estado de São Paulo, em 2005 -
cumprindo com atraso de 17 anos o que determina a
Constituição Federal -, tornou-se inevitável um choque
entre a nova instituição e o Conselho Seccional da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), por causa da situação dos
advogados dativos, que prestam serviços jurídicos
gratuitos à população carente e recebem uma remuneração
do governo estadual. O confronto acaba de ser deflagrado
pela reivindicação da OAB de ajuste de 5,84%, a título
de correção da inflação, e aumento de 10% na tabela de
honorários.
Hoje, 47 mil
advogados participam do convênio firmado pela OAB-SP com
o governo estadual. O primeiro convênio é de 1986,
quando a então Procuradoria de Assistência Judiciária
não dispunha de profissionais em número suficiente para
defender a população carente, e foi sendo renovado após
a criação da Defensoria.
O pedido de
aumento de remuneração dos dativos foi recusado sob a
alegação de que o dinheiro a ser gasto com o reajuste
poderia ser aplicado na expansão da própria Defensoria.
Instalada a partir de 2006, ela conta com 400 advogados
que atuam na capital e nos municípios mais populosos.
Anualmente, eles atendem 850 mil pessoas, participam de
180 mil audiências cíveis e criminais e propõem 50 mil
ações cíveis. Dos 645 municípios do Estado de São Paulo,
150 ainda não têm defensor público. O órgão afirma que,
em 2007, os gastos com o convênio com a OAB-SP foram de
R$ 270 milhões - valor que permitiria quadruplicar a
capacidade de atendimento, com a contratação de mais 1,2
mil defensores públicos e atendimento em todas as
comarcas do Estado.
Como era de
esperar, a OAB-SP reagiu. Ela questiona os números da
Defensoria Pública e alega que, pelo convênio, o governo
estadual se comprometeu a repor a inflação. Além disso,
alega que a Defensoria Pública obteve este ano do
governo estadual um reajuste de 20% nas verbas para o
convênio, o que possibilitaria "dialogar sobre a
proposta de aumento escalonado de 10% na tabela de
honorários". Mas não pára aí. Segundo a OAB-SP, os
defensores têm seus vencimentos depositados mensalmente
e os gastos administrativos nos processos em que atuam
são custeados com recursos públicos, enquanto os
advogados dativos recebem somente R$ 600 por ação que
patrocinam, valor que costuma ser depositado somente
após cinco anos de tramitação processual, o que os
obriga a pagar do próprio bolso os deslocamentos,
telefonemas, fotocópias e demais despesas.
Disposta a não
renovar o convênio, a Defensoria Pública abriu
inscrições para advogados interessados em atender a
população carente, sem intermediação da OAB-SP, e
assinou convênios com centros acadêmicos e escritórios-
modelo de faculdades de direito. Em resposta, a OAB
divulgou nota afirmando que a medida é ilegal e anunciou
que entrará com representações na Assembléia Legislativa
e no Tribunal de Contas do Estado. "A Constituição
Estadual e a lei que criou a Defensoria estabelecem que
o atendimento à população carente é obrigação do Estado
por meio da Defensoria e, quando esta não tiver quadro
para atender à demanda, será formalizado um convênio com
a OAB-SP", diz o presidente da entidade, Luiz Flávio
Borges D?Urso. "Um órgão público não pode ter convênio
exclusivo com uma entidade de classe", rebate a diretora
da Defensoria, Cristina Gonçalves.
O que o
contribuinte se pergunta é por que o governo tem de
pagar advogados particulares para atender a população
carente se há um órgão público encarregado de cumprir
essa tarefa. O motivo do conflito, na realidade, está na
proliferação dos cursos jurídicos, que levou o número de
bacharéis a crescer em proporção muito maior do que a
procura por serviços jurídicos. Por isso, o convênio de
assistência judiciária, que era uma medida temporária
até a criação de um órgão estatal para atender a
população carente, converteu-se na única fonte de renda
de muitos advogados, principalmente recém-formados. A
OAB-SP está reagindo, no caso, como uma entidade
sindical.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
30/07/2008
Defensoria e OAB vão retomar acordo
A Justiça
Federal concedeu liminar para a retomada emergencial do
Convênio de Assistência Judiciária entre a Ordem dos
Advogados do Brasil, seção São Paulo (OAB-SP), e a
Defensoria Pública do Estado. O convênio deverá ser
retomado nos mesmos moldes do que era válido até seu
vencimento, no dia 11 de julho. Hoje à tarde, haverá uma
reunião entre o diretor tesoureiro da OAB-SP, Marcos da
Costa, o primeiro subdefensor público-geral do Estado,
Vitore Maximiano, e o presidente da Comissão de
Assistência Judiciária, Luiz Antonio Ignácio. Será uma
preparação para o encontro, na próxima quarta-feira,
entre o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D?Urso,
e a defensora pública-geral, Cristina Guelfi Gonçalves.
A medida
suspendeu o edital publicado pela Defensoria que
permitia o cadastramento direto de advogados. O
cadastramento, via internet, começou na segunda-feira e
até ontem já contabilizava 2.774 inscrições. Na tarde de
ontem, o link já tinha sido retirado do ar. "Vamos
cumprir a liminar e estudar as medidas cabíveis", avalia
Maximiano. Já a OAB comemora a volta do convênio. "Foi
uma grande vitória da Ordem. A Defensoria apostava que
não precisaria renovar o cadastramento com a OAB",
afirma D?Urso.
No entanto, as
duas entidades têm argumentos distintos sobre o motivo
da quebra do convênio. A OAB-SP pleiteava um reajuste de
5,84% com base no índice de variação inflacionária
IPC-Fipe além de um aumento escalonado de 1% a 10% sobre
a tabela de honorários. Já a Defensoria argumentava que
apenas o reajuste de 5,84% já representaria um impacto
de R$ 16 milhões no orçamento.
"Entendemos que
a decisão do juiz diz respeito à retomada do convênio, e
não à sua renovação", diz Maximiano. "Concordamos com o
reajuste, mas interpretamos que a priori não haverá
aumento." A Defensoria também alegava que a despesa com
o convênio aumentou de R$ 33 milhões para R$ 272 milhões
nos últimos dez anos e, em 2007, já consumia 93% de todo
o orçamento.
"O reajuste
anual com base na inflação é obrigatório e está firmado
no convênio", diz D?Urso. Segundo ele, a Defensoria
sempre ultrapassa suas previsões orçamentárias. No ano
passado, a projeção era de R$ 244 milhões e o efetivo
chegou a R$ 294 milhões. D?Urso pretende discutir o
escalonamento na reunião de quarta-feira.
Hoje, o Estado
conta com 400 defensores públicos, mas a Defensoria
pretende nomear mais 400 nos próximos quatro anos. "O
modelo público é mais barato que o privado. O defensor
custa menos porque tem compromisso exclusivo e pode
assumir um maior número de ações", diz Maximiano. Para a
OAB, a cada ano aumenta em 1 milhão o número de
processos atendidos pelos advogados conveniados.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
31/07/2008
Reivindicação da OAB-SP não é exorbitante, diz Aasp
A Associação dos
Advogados de São Paulo (Aasp) emitiu nota, na tarde
desta quarta-feira (30/7), defendendo que os valores
solicitados pela OAB paulista para a manutenção do
convênio com a Defensoria Pública do Estado não são
exorbitantes.
“A reivindicação
de aumento real desse valor, em percentuais, até mesmo,
módicos (ao redor de 5%, no total), não se afiguram como
exigências exorbitantes ou desarrazoadas”, diz a nota da
Aasp.
A entidade
afirma, ainda, que por conta do reajuste solicitado pela
OAB-SP, não se justifica a interrupção do convênio pela
Defensoria.
De acordo com o
texto, a ausência do convênio vai expor as falhas da
Defensoria “que, por problemas estruturais,
inapelavelmente, com a consecução de seus objetivos,
deixará à míngua os direitos dos cidadãos que a ela
recorrem em busca de atendimento perante o Poder
Judiciário”.
Convênio
respira
Na noite desta
terça-feira (29/7), o juiz Wilson Zuhy Filho, da 13ª
Vara da Justiça Federal de São Paulo, determinou a
retomada do convênio de assistência judiciária que era
mantido pela Defensoria Pública de São Paulo e a
seccional paulista da OAB. Ao mesmo tempo, o juiz
decidiu pela interrupção do cadastramento de advogados
que era mantido no site da Defensoria paulista.
O racha entre
OAB-SP e Defensoria aconteceu em 14 de julho, quando a
Ordem decidiu suspender convênio entre as entidades para
prestar assistência judiciária aos carentes porque a
Defensoria não concordou com os valores propostos pelos
advogados para renovar a parceria.
Para suprir a
demanda, a Defensoria publicou edital convocando
diretamente advogados para atuar na assistência
judiciária. Até a manhã de terça-feira, segundo dia de
cadastramento, mais de 1,7 mil advogados se cadastraram.
O número de advogados que atuavam na assistência
judiciária pelo convênio chegava a 47 mil.
Leia a íntegra
da nota da Aasp
NOTA OFICIAL DE
APOIO DA AASP À OAB/SP
O exercício da
advocacia, em qualquer circunstância, deve ser
integralmente prestigiado, quanto mais não fosse, em
respeito a preceito constitucional.
Tal exercício,
ademais, reveste-se de características de múnus público,
na medida em que, por lacunas existentes na estrutura da
Defensoria Pública, as funções que os Defensores
deveriam exercer, a bem do interesse comum, são,
maiormente, preenchidas por advogados, nos termos do
convênio celebrado, em atenção, inclusive, a norma
legal, por esse órgão, com a OAB/SP.
A remuneração
aos advogados participantes do convênio que se encerrou
podia ser considerada, com a devida vênia, aviltante,
seja pelo valor, propriamente dito, pelo trabalho que,
supostamente, deveria remunerar, pelo longo tempo que
esse trabalho, em cada caso, demanda, seja, finalmente,
pelo fato de que, muitas vezes, no seu decorrer, o
advogado é obrigado, em respeito ao cidadão que defende,
arcar, pessoalmente, com custos e despesas não
reembolsáveis pelo Estado.
De outro lado, o
pleito, lídimo, da OAB/SP, pela atualização do valor
pago ao advogado por essa prestação de serviços –
atualização, essa, devida por força de lei – assim como
a reivindicação de aumento real desse valor, em
percentuais, até mesmo, módicos (ao redor de 5%, no
total), não se afiguram como exigências exorbitantes ou
desarrazoadas.
Logo, não se
vislumbra, sob ótica alguma, motivo que alicerce os
argumentos da Defensoria Pública para a não renovação do
convênio firmado com a OAB/SP, nos termos por essa
propostos.
Note-se que, na
falta desse convênio, a Defensoria falhará, por
problemas estruturais, inapelavelmente, com a consecução
de seus objetivos, deixando à míngua os direitos dos
cidadãos que, a ela, recorram, em busca de atendimento
perante o Poder Judiciário.
É por esses
motivos, cuja plausibilidade salta aos olhos de quem
quer que seja, que a ASSOCIAÇÃO DOS ADVOGADOS DE SÃO
PAULO vem, publicamente, emprestar total solidariedade à
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – SEÇÃO SÃO PAULO, no
tocante à sua demanda por uma mais justa remuneração aos
advogados aderentes ao convênio com a Defensoria Pública
do Estado de São Paulo, conclamando a uma célere solução
para o presente impasse, em benefício de toda a
sociedade paulista.
Fonte: Conjur, de 31/07/2008
Mais 5 mil vagas em cursos de direito serão cortadas
Na terceira leva
de acordos do Ministério da Educação com instituições de
ensino superior, mais 5.000 vagas em cursos de direito
serão cortadas. Os nomes das instituições deverão ser
anunciados pela pasta na semana que vem, de acordo com
Ronaldo Mota, secretário de Educação Superior do
ministério.
A medida faz
parte de um processo de supervisão em 80 cursos de
direito cujos alunos foram mal avaliados no Enade (Exame
Nacional de Desempenho de Estudantes). Eles obtiveram
notas 1 e 2, em uma escala de 1 a 5, tanto na prova como
no conceito IDD (Indicador de Diferença de Desempenho),
que mede quanto conhecimento as instituições agregaram
aos estudantes.
Já foram
cortadas 19 mil vagas de 49 cursos de direito. Cinco
ainda não entraram em acordo com o ministério.
Também estão
previstas outras ações, como contratação de mais
professores, melhorias de infra-estrutura e ampliação de
bibliotecas, entre outras.
Estão em
andamento ainda outros dois processos de supervisão, nas
áreas de educação (pedagogia e normal superior) e
medicina. As instituições foram escolhidas pelos mesmos
critérios de desempenho no Enade.
Segundo o MEC,
cinco cursos de pedagogia e cinco de normal superior já
foram fechados. Em medicina, os 17 cursos estão sob
supervisão. Eles receberão visitas uma comissão de
especialistas
Fonte: Folha de S. Paulo, de
31/07/2008
Serra vai a Lula para renovação de usinas
O governador de
São Paulo, José Serra, esteve ontem com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a extensão da
concessão de usinas da Companhia Energética de São Paulo
(Cesp), que vencem na metade da próxima década. Esse foi
o segundo encontro entre o governador e o presidente
para tratar do assunto, que é crucial para o governo
paulista levar adiante a intenção de privatizar a
companhia.
De acordo com o
governador, a proposta para renovação foi encaminhada
com o presidente e também com a ministra da Casa Civil,
Dilma Rousseff, com quem Serra conversou antes da
audiência. No entanto, a única definição foi de que uma
nova reunião, dessa vez também com o ministro de Minas e
Energia, Edison Lobão, será marcada para depois da volta
de Lula da viagem à China, que ocorre no fim da próxima
semana.
"Vamos retomar o
assunto. Esse é um problema que não é apenas de São
Paulo, mas envolve as empresas de energia do Paraná, de
Minas Gerais e até mesmo do governo federal, com Furnas.
O que for decidido para a Cesp terá implicação também
para essas empresas", disse.
Serra negou, no
entanto, que a pressa para resolver o problema tenha
relação com alguma intenção de privatizar a Cesp, mas
admitiu que a questão precisa ser bem resolvida para
valorizar a empresa. "Da outra vez que vim foi antes das
tentativas de venda das ações, que não funcionou. Esse é
um quadro que precisa ser bem arrumado. O mercado não
aceitou entrar em um projeto sem a questão da concessão
estar bem encaminhada", disse. "Para nós, agora não está
posta a privatização, mas a renovação da concessão,
porque isso valoriza a empresa em qualquer hipótese,
quer venda, quer não venda."
Em março deste
ano, uma tentativa do governo paulista de privatizar a
Cesp fracassou porque não havia definição sobre a
renovação das concessões das usinas de Jupiá e Ilha
Solteira, que terminam em 2015.
Dias antes do
leilão da companhia, que terminou sem investidores
interessados, o ministro Edison Lobão havia negado a
possibilidade de renovar essas concessões e também da
usina Três Irmãos, que vence em 2011.
Ao sair ontem do
Palácio do Planalto, Serra disse que, para resolver o
problema das concessões, há a possibilidade de
modificações administrativas ou por mudança de lei, mas
não informou qual proposta apresentou ao governo
federal. A estatal Eletrobrás também possui cerca de 15
usinas com concessões a vencer em 2015.
Ao ser
perguntado se a ministra Dilma Rousseff seria uma boa
candidata para ser enfrentada em 2010, Serra afirmou que
não queria falar nem das eleições deste ano, muito menos
de 2010. Mas afirmou que considera Dilma uma "pessoa
muito preparada". "Tenho tido uma relação muito cordial
e administrativamente muito profícua (com a ministra)."
Fonte: Estado de S. Paulo, de
31/07/2008
A raposa e o galinheiro
Meio milhão de
brasileiros continuam a ser caloteados pelos mais
variados escalões governamentais. Cidadãos e cidadãs
que, após anos de lutas no universo judiciário,
conseguiram ver reconhecido o seu direito de receber
indenizações do poder público. Poucas pessoas fazem
idéia da soma dessas dívidas. Federais, estaduais,
municipais e de outros órgãos públicos, somadas, já
atingem a fantástica soma de mais de R$ 100 bilhões!
Estudos recentes
feitos por especialistas informam que a maioria dessas
dívidas corresponde ao não-pagamento de valores de
natureza alimentar. São as dívidas relativas a
vencimentos, salários, aposentadorias, pensões,
promoções, férias, enfim, tudo o que diz respeito à
remuneração de pessoas por serviços prestados às
autoridades públicas.
Injustiçados,
preteridos nos seus direitos, reduzidos em seus
vencimentos, diminuídos em suas aposentadorias,
calculadas de forma errada as suas pensões, os cidadãos
esgotam as reclamações na área administrativa e partem
para os tribunais. Normalmente, a luta é dura. Os
poderes públicos usam e abusam de mil formas de
recursos, diligências, pesquisas de dados, contestações,
embargos, enfim, uma parafernália que só com muita
paciência e bons advogados consegue ser derrubada. Os
prazos médios dessas ações são escandalosos. Nunca menos
de dez anos!
Transitada a
ação em julgado, só então o cidadão parte para a outra
etapa de sua via-crúcis: conseguir que o poder público
pague o que lhe deve! Essa é a parte mais dramática de
toda essa inacreditável novela de calotes. Ele terá em
mãos uma certidão que lhe garante o direito de receber.
Essa certidão é uma promissória, assinada pelo poder
público, reconhecida pelos mais altos cartórios do País.
De posse dela, o cidadão passa a ter o imediato direito
de receber a indenização. Esse papel recebe o lindo nome
de precatório.
É um papel muito
valioso. Deve ser incluído na relação de bens na
declaração à Receita Federal! Se o titular morrer, os
herdeiros têm direito ao valor do título, acrescido de
todos os juros e multas cabíveis pela demora.
O tempo médio,
bastante otimista, para que qualquer precatório seja
honrado pelo poder público anda pela casa dos 15 a 20
anos! Ou seja, além dos dez anos nos tribunais, mais 15
nas chicanas do mau pagador!
No Brasil,
sempre ouvimos falar de dívida externa. Era uma espécie
de vergonha nacional. O País devia muito dinheiro lá
fora e estava com fama de caloteiro. Aproveitando a boa
maré da economia mundial, chegamos até a resgatar as
dívidas com o FMI. Mas a dívida interna ficou.
Acho que o
aumento de recursos que o progresso econômico produziu
deveria ter sido aplicado aqui dentro, não só para
melhorar a infra-estrutura de transportes e a rede de
educação, mas, principalmente, para pagar as dívidas
internas que tanto fazem o povo sofrer. Nelas estão os
precatórios.
Infelizmente, as
autoridades públicas não gostam de pagar as indenizações
determinadas pela Justiça. Não gostam e não pagam. É
grande o clamor popular diante de tal injustiça. Mas a
pressão política dos caloteiros devedores é muito mais
forte e eficaz. As autoridades simplesmente encontram
todo um universo de razões para não pagar. Usam
sistematicamente a desculpa de que, em seus orçamentos,
não há sobras para isso... Argumentam que essas dívidas
não são de sua responsabilidade, uma vez que, em sua
maioria, decorrem de administrações anteriores...
A Constituição
de 1988 deu a esta questão um tratamento leniente. E a
própria Lei de Responsabilidade Fiscal não veio em
socorro dos credores, como seria de desejar.
Recentemente, na
Comissão de Justiça no Senado foi aprovado projeto que
pretende modificar a forma de pagamento desses
precatórios. Mas, em vez de criar condições mais
enérgicas para que os devedores sejam obrigados a
incluir, de fato, nos seus orçamentos os recursos para
esse fim, o projeto trata de aliviar essa obrigação
legal. Embora mantenha a exigência de que haja uma
reserva de receita para esse fim nos orçamentos, abre um
caminho tortuoso para que os pagamentos possam ser
feitos com prejuízo para os credores. Estabelece que 50%
dos precatórios podem ser leiloados com deságio de até
80%! Inacreditável! Além disso, o projeto estabelece que
30% dos precatórios serão pagos em ordem crescente, do
menor para o maior, e os demais 20% seguiriam a ordem
cronológica...
A proposta do
projeto é absolutamente imoral. Não cabe ao Poder
Legislativo criar condições para que, entre o poder
público devedor e o cidadão credor, venha a ser
estabelecida, em texto de lei, uma negociação em que a
decisão do Poder Judiciário é desrespeitada.
O Legislativo
pode, isso sim, legislar para o Executivo, permitindo
que ele receba precatórios para pagamento de tributos.
Se o titular encontrar quem queira comprar a sua
certidão para pagar tributos, essa solução pode ser
aceita. Mas, ainda assim, o Estado devedor não pode
ficar liberado da obrigatoriedade de saldar suas dívidas
com os cidadãos credores. O pagamento tem de ser
efetuado. Não é nenhum favor.
No momento em
que a Nação acompanha, estarrecida, o espetáculo
deprimente de conluio, conivência, cumplicidade e
despudor revelado nas relações espúrias entre o público
e o privado, entre a política financeira e os
financeiros políticos, entre credores generosos e
descansados devedores, vale a pena levantar, de novo, a
vergonhosa questão dos precatórios neste país!
Uma boa
campanha, agora, seria a de exigir que, nos orçamentos
municipais a serem elaborados pelos novos vereadores,
figure a receita necessária para pagar essas dívidas.
Imperdoável será permitir que, nesse novo período de
administração, seja mantida a triste condição de ver as
raposas tomando conta do galinheiro. Como pode um
devedor exibir moral para agir como um cobrador?
Sandra
Cavalcanti, professora, jornalista, foi deputada federal
constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo
Carlos Lacerda, fundou e presidiu o BNH no governo
Castelo Branco
Fonte: Estado de S. Paulo, de
30/07/2008
CONSELHO DA PGE
Pauta da 23ª
Sessão Ordinária de 2008
Data da
Realização: 01/08/2008
Hora do
Expediente
I - Leitura e
Aprovação da Ata da Sessão Anterior
II- Comunicações da Presidência
III- Relatos da Diretoria
IV- Momento do Procurador
V- Manifestações dos Conselheiros Sobre Assuntos
Diversos
Ordem do Dia
Processo
18591-413599/2008
Interessado:
Procuradoria Judicial
Assunto: concurso de estagiários
Relatora: Conselheira Luciana Rita L. Saldanha Gasparini
Processo
18774-134698/2008
Interessado: Procuradoria Regional de Taubaté
Assunto: concurso de estagiários
Relatora:
Conselheira Luciana Rita L. Saldanha Gasparini
Processo 18620-341240/2008
Interessado: Procuradoria Regional da Grande S. Paulo
Assunto: concurso de estagiários
Relatora: Conselheira Luciana Rita L. Saldanha Gasparini
Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I,
seção PGE, de 31/07/2008
Comunicado do centro de Estudos I
A Procuradora do
Estado Chefe do Centro de Estudos da Procuradoria Geral
do Estado, por determinação do Procurador Geral do
Estado, CONVOCA os Procuradores do Estado abaixo
relacionados, para participarem da “Jornada de Estudo de
Direito Ambiental - Aspectos Práticos” (voltada
precipuamente aos Procuradores que atuam na área de
defesa do meio ambiente da PGE), a realizar-se no dia 11
de agosto de 2008, das 8h30 às 18h00, no Auditório do
Centro de Estudos da PGE.,
Rua Pamplona, n°
227 - 3° andar, São Paulo, SP, com a seguinte
programação (republicado por ter saído com
incorreções):
8h30 - Abertura
- Ary Eduardo Porto - Subprocurador Geral do Estado 9h00
às 10h30 - LICENCIAMENTO AMBIENTAL PELO DEPRN
(Departamento Estadual de Proteção dos Recursos
Naturais) - Aspectos Técnicos - Fauna/Flora - Restrições
relacionadas a Localização e Tipificação da Vegetação -
Medidas Compensatórias e Mitigatórias - Resoluções
CONAMA e SMA relacionadas - Termo de Compromisso de
Recuperação Ambiental - TCRA - ANTONIO LUIZ LIMA QUEIROZ
- DEPRN Apresentação dos nove diretores regionais do
DEPRN para contato com os Procuradores regionais.
10h30 às 11h30 -
LICENCIAMENTO AMBIENTAL PELO DAIA (Departamento de
Análise de Impacto Ambiental) - Relatório Ambiental
Preliminar - RAP, Estudo Ambiental Simplificado - EAS e
Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório -EIA/RIMA
- ANA CRISTINA PASINI DA COSTA - DAIA 11h30 às 12h30 -
AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL - AIA - Procedimentos da
Fiscalização Ambiental e relacionamento com a PGE -
MAJOR MILTON S. NOMURA - Polícia Militar Ambiental do
Estado de São Paulo Intervalo para almoço 14h00 -
Abertura - MARCOS FABIO DE OLIVEIRA NUSDEO - Procurador
Geral do Estado e PEDRO UBIRATAN ESCOREL DE AZEVEDO -
Secretário Adjunto do Meio Ambiente 14h30 às 16h00 -
LICENCIAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO - AGÊNCIA AMBIENTAL -
nova estrutura de licenciamento e fiscalização -
relacionamento com PGE - FERNANDO REI - Presidente da
CETESB 16h00 às 17h30 - REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA e GESTÃO
DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - Compensação Ambiental -
Implementação - Problemáticas e Relacionamento com a PGE
- ANA CAROLINA CAMPOS HONORA e LUIZ ROBERTO CAMARGO NUMA
DE OLIVEIRA - Fundação Florestal.
17h30 às 18h00 -
INTERFACE DO CONTENCISO COM A CONSULTORIA JURÍDICA DA
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE - Silvia Helena
Nogueira Nascimento Lista dos Procuradores do Estado:
Adriana Ruiz Vicentin - PPI
Alessandra Ferreira de Araújo Ribeiro - PPI
Anna Luiza Mortari - PPI
Caio Cesar Guzzardi da Silva - PPI
Carlos de Camargo Santos - PR-3 - Taubaté
Clério Rodrigues da Costa - PPI
Cíntia Oréfice - PR-2
Daniel Smolentzov - PPI
Daniela Rodrigues Valentim Angelotti - PR-10 -
Presidente Prudente
Egídio Carlos da Silva - PPI
Elaine Alarcão Ribeiro - PR-3 - Taubaté
Fabrizio de Lima Pierrone - PR-5 - Campinas
Fernando Cesar Gonçalves Pedrinho - PR-2 - Santos
Jaques Lamac - CDMA
Jean Jacques Eremberg - PPI
Jorge Kuranaka - PR-9 - Araçatuba
José Angelo Remédio Júnior - PR-4 - Sorocaba
José Borges da Silva - PR-6 - Ribeirão Preto
José Luiz Borges Queiroz - GPGE
Josiane Cristina Cremonizi Gonçales - PPI
Keiji Matsuda - PR-7 - Bauru
Laisa da Silva Arruda - PR-3 - Taubaté
Leila D’Aurea Kato - PPI
Luciano Alves Rossato - PR-6 - Ribeirão Preto
Luis Arnaldo Seabra Salomão - PR-7 - Bauru
Marcia Elisabeth Leite - PR-2
Marco Antonio Gomes - PPI
Marcos Narche Louzada - PR-12 - São Carlos
Maria Betania do Amaral Bittencourt - PR-2 - Santos
Maria de Lourdes D’Arce Pinheiro - PPI
Marina de Lima - DER
Melissa Di Lascio - PPI
Nelson Finotti Silva - PR-8 - São José do Rio Preto
Orlando Gonçalves de Castro Júnior - PR-2 - Santos
Paula Nelly Dionigi - Brasília
Paulo Roberto Fernandes de Andrade - PR-2 - Santos
Patricia Leika Sakai - PR-5 - Campinas
Rafael Issa Obeid - PPI
Renato Silveira Bueno Bianco - PR-11 - Marília
Sandro Marcelo Paris Franzoi - PR-10 - Presidente
Prudente
Silvia Vaz Domingues - PR-5 - Campinas
Simone Arbaitman - PR-2 - Santos
Sumaya Raphael Muckdosse - PR-2 - Santos
Tatiana Capochin Paes Leme - PR-2 - Santos
Thiago Camargo Garcia - PR-4 - Sorocaba
Vera Evandia Berincasa - PPI
Vivian Alves Carmichael - PR-5 - Campinas
William Freitas dos Reis - PR-3 - Taubaté
Os Procuradores
do Estado, se for o caso, receberão diárias e reembolso
das despesas de transporte terrestre, nos termos da
resolução PGE-59, de 31-1-2001.
Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I,
seção PGE, de 31/07/2008
Comunicado do centro de Estudos II
A Procuradora do
Estado Chefe do Centro de Estudos da Procuradoria Geral
do Estado, comunica aos Procuradores do Estado que se
encontram abertas 30 (trinta) vagas para a “Jornada de
Estudo de Direito Ambiental - Aspectos Práticos”, a
realizar-se no dia 11 de agosto de 2008, das 8h30 às
18h00, no Auditório do Centro de Estudos da PGE., Rua
Pamplona, n° 227 - 3° andar, São Paulo, SP, com a
seguinte programação:
8h30 - Abertura
- Ary Eduardo Porto - Subprocurador Geral do Estado 9h00
às 10h30 - LICENCIAMENTO AMBIENTAL PELO DEPRN
(Departamento Estadual de Proteção dos Recursos
Naturais) - Aspectos Técnicos - Fauna/Flora - Restrições
relacionadas a Localização e Tipificação da Vegetação -
Medidas Compensatórias e Mitigatórias - Resoluções
CONAMA e SMA relacionadas - Termo de Compromisso de
Recuperação Ambiental - TCRA - ANTONIO LUIZ LIMA QUEIROZ
- DEPRN Apresentação dos nove diretores regionais do
DEPRN para contato com os Procuradores regionais.
10h30 às 11h30 -
LICENCIAMENTO AMBIENTAL PELO DAIA (Departamento de
Análise de Impacto Ambiental) - Relatório Ambiental
Preliminar - RAP, Estudo Ambiental Simplificado - EAS e
Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório -EIA/RIMA
- ANA CRISTINA PASINI DA COSTA - DAIA 11h30 às 12h30 -
AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL - AIA - Procedimentos da
Fiscalização Ambiental e relacionamento com a PGE -
MAJOR MILTON S. NOMURA - Polícia Militar Ambiental do
Estado de São Paulo Intervalo para almoço 14h00 -
Abertura - MARCOS FABIO DE OLIVEIRA NUSDEO - Procurador
Geral do Estado e PEDRO UBIRATAN ESCOREL DE AZEVEDO -
Secretário Adjunto do Meio Ambiente 14h30 às 16h00 -
LICENCIAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO - AGÊNCIA AMBIENTAL -
nova estrutura de licenciamento e fiscalização -
relacionamento com PGE - FERNANDO REI - Presidente da
CETESB 16h00 às 17h30 - REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA e GESTÃO
DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - Compensação Ambiental -
Implementação - Problemáticas e Relacionamento com a PGE
- ANA CAROLINA CAMPOS HONORA e LUIZ ROBERTO CAMARGO NUMA
DE OLIVEIRA - Fundação Florestal.
17h30 às 18h00 -
INTERFACE DO CONTENCISO COM A CONSULTORIA JURÍDICA DA
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE - Silvia Helena
Nogueira Nascimento Os Procuradores do Estado
interessados, poderão se inscrever, mediante autorização
do chefe da respectiva Unidade, até o dia 05 de agosto
do corrente ano, junto ao Serviço de Aperfeiçoamento,
das 9h às 15h, pessoalmente ou por fax (0xx11)
3286-7030, mediante termo de requerimento, conforme
modelo em anexo.
No caso de o
número de interessados superar o número de vagas
disponível, será procedida a escolha por sorteio no dia
05 de agosto de 2008, às 15h, no Centro de Estudos.
Os Procuradores
do Estado, se for o caso, receberão diárias e reembolso
das despesas de transporte terrestre, nos termos da
resolução PGE-59, de 31-1-2001.
Anexo
Senhora
Procuradora do Estado Chefe do Centro de Estudos da
Procuradoria Geral do Estado
______________________________________, Procurador(a) do
Estado, em exercício na _____________________,
Telefone_____________, e-mail____________, domiciliado
na__________________, vem respeitosamente à presença de
Vossa Senhoria solicitar inscrição na “Jornada de Estudo
de Direito Ambiental - Aspectos Práticos”, a realizar-se
no dia 11 de agosto de 2008, das 8h30 às 18h00, no
Auditório do Centro de Estudos da PGE., Rua Pamplona, n°
227 - 3° andar, São Paulo, SP.
_______________,
_____ de _____________ de 2008.
Assinatura:______________________________
De acordo da
Chefia da Unidade:
Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I,
seção PGE, de 31/07/2008