PGFN assume dívida ativa do INSS
Passam amanhã para as mãos de Procuradoria Geral da
Fazenda Nacional (PGFN) cerca de R$ 200 bilhões em
créditos tributários em discussão na Justiça. O montante
se refere a ações relacionadas a contribuições
previdenciárias que estavam na dívida ativa do Instituto
Nacional da Seguridade Social (INSS) e que, por causa da
unificação das secretarias da Receita Previdenciária e
da Receita Federal, passarão a ser administradas pela
Fazenda Nacional. A medida, formalizada pelas Portarias
Conjuntas nº 2 e 3, publicadas no Diário Oficial da
União na sexta-feira, inicia a última fase do processo
de integração que os dois órgãos realizam já há 13
meses.
A partir da
criação da chamada Super-Receita, com a promulgação da
Lei nº 11.457, de março de 2007, todos os novos débitos
previdenciários inscritos em dívida ativa foram
submetidos à PGFN. Porém, os valores inscritos antes da
edição da lei só agora poderão ser transportados, após a
conclusão do "Sistema Dívida", banco de dados que
concentrará os créditos sob a responsabilidade da
Fazenda.
De acordo com o
procurador geral-adjunto da PGFN, Agostinho Nascimento
Netto, para atender à nova demanda deverão ser
contratados mais 1,2 mil novos procuradores. O órgão
conta hoje com 1,5 mil funcionários ativos na função.
Segundo o procurador, um concurso previsto para terminar
em maio deverá admitir mais 250. "Vamos precisar de
investimentos maciços para contratar também servidores
da esfera administrativa e adequar a estrutura física",
diz. As mudanças, no entanto, deverão ocorrer
gradativamente, conforme a Portaria Conjunta nº 3. O
prazo previsto é de seis meses.
Segundo o
tributarista Julio de Oliveira, do escritório Machado
Associados, há motivos para se estar apreensivo,
principalmente para a obtenção de certidões negativas de
débitos do INSS. O advogado conta ter conseguido o
documento em nome de um cliente com débitos ajuizados
somente com uma liminar. "A execução estava garantida
com depósito judicial, mas nenhuma das procuradorias
conseguia localizar o processo", afirma. Para ele, este
tipo de dificuldade pode se tornar freqüente a partir de
agora. Já para o advogado Wagner Balera, do Balera,
Gueller, Portanova & Associados Advocacia
Previdenciária, a unificação dos órgãos facilitará a
defesa dos contribuintes. "Os órgãos funcionarão de
forma orgânica e não mais difusa, o que pode evitar
erros", afirma.
Fonte: Valor Econômico, de
31/03/2008
30/03/2008
Atividade de juízes será
acompanhada, afirma corregedor de Justiça
A partir da
próxima semana começa o cadastro de todos os processos
do Brasil. O levantamento faz parte do programa “A
Justiça aberta”, sistema da Corregedoria Nacional de
Justiça que permitirá que qualquer pessoa tenha acesso,
pela Internet, às informações mensais sobre o número de
processos, decisões e despachos que foram proferidos em
todas as varas dos Estados brasileiros.
Um dos objetivos
do programa é descobrir os “juízes TQQ”, magistrados que
não residem na comarca onde atuam e, portanto, só
trabalham às terças, quartas e quintas-feiras. “Pela
primeira vez será possível estabelecer um controle da
atividade jurisdicional do país. Hoje não existe nenhuma
corregedoria que acompanhe de perto o trabalho dos
juízes”, afirmou o corregedor nacional de Justiça e
ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Cesar
Asfor Rocha, durante palestra realizada pela IASP
(Instituto dos Advogados de São Paulo) nesta sexta-feira
(28/3).
Para Asfor
Rocha, com o cruzamento de dados de todas as varas
estaduais será possível comparar e fazer um exame
objetivo da atuação de cada magistrado. “Com um ranking
de todos os juízes do país, será possível até mesmo
fazer promoções mais justas”, destacou o corregedor.
O cadastramento
faz parte da segunda etapa do programa, instalado
oficialmente há 15 dias. Na primeira parte, ainda não
concluída, foram catalogados os nomes de todos os juízes
das comarcas do país, com suas especializações e
quantidade de funcionários. Em São Paulo existem 1571
varas e 98,69% delas já preencheram os dados.
“Saber a
quantidade precisa de juízes que atuam no Brasil é o
mínimo necessário para avaliar e estabelecer qualquer
linha de atuação para o Judiciário”, ressaltou Asfor
Rocha. A falta de um diagnóstico confiável também atinge
o número e tipos de processos no país. Existe apenas uma
estimativa de que tenham 60 milhões de processos em
andamento e que a cada ano ingressam mais 22 milhões de
novas ações. “Apenas com suposições, as coisas serão
feitas de maneira muito amadora”, diz.
A pesquisa já
descobriu algo inédito: a quantidade de cartórios
existentes no país. São 13.385, sendo que 88% já
disponibilizaram as informações à Corregedoria.
Brevemente será possível obter todos os dados de cada
cartório brasileiro, como nome do titular, tipo de
serviços prestados e até mesmo seu faturamento.
Gerenciamento
Criado em julho
de 2005, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão que
abriga a Corregedoria, teve em sua primeira formação uma
atuação mais voltada pra a questão disciplinar, já que,
segundo Cesar Asfor Rocha, existia uma expectativa da
sociedade em corrigir e evitar os desvios, abusos e
excessos da magistratura, como o nepotismo e desperdício
de verbas.
Agora, a segunda
composição do Conselho está mais voltada para a gestão
do Judiciário, preocupada, assim, em estabelecer pontos
estratégicos de atuação. “No STJ, existem colegas com
500 processos no gabinete e outros com 12 mil, sendo que
cada ministro recebe cerca de 1.500 processos por mês. A
diferença é que uns têm mais vocação para gerenciar seu
gabinete. É impossível darmos vazão a solucionar todas
essas pendências sem o mínimo de capacidade de gestão”,
pontuou Asfor Rocha.
Ele afirma que
um instrumento capaz de combater a morosidade da Justiça
é a informatização. Segundo o corregedor, no prazo
máximo de dois meses, os juizados especiais de 23
Estados do país estarão virtualizados. São Paulo,
Pernambuco, Santa Catarina e Amapá adotaram sistemas
próprios.
A idéia é
estender a extinção do processo de papel também para os
tribunais estaduais, federais e do trabalho.
Apesar de estar
focada na gestão do Judiciário, a corregedoria ainda
recebe um número cada vez maior de queixas
disciplinares. De acordo com Asfor Rocha, existem cerca
de 1.250 reclamações em andamento no órgão, transformado
cada vez mais em um “muro das lamentações”.
Fonte: Última Instância, de
30/03/2008
A greve dos auditores fiscais
Mais uma greve
do funcionalismo público afeta setores da economia,
causando pesados prejuízos. Desta vez são os auditores
da Secretaria da Receita Federal que decidiram cruzar os
braços por tempo indeterminado. Eles reivindicam um
plano de carreira igual ao que foi concedido aos
policiais federais e aos advogados da União e querem
ganhar R$ 19,7 mil por mês. Atualmente, o salário
inicial de um auditor é de R$ 10 mil e o salário médio
da categoria é de R$ 13 mil.
Deflagrada há
uma semana, a greve está prejudicando os setores
econômicos que dependem do comércio exterior, obrigando
importadores e exportadores a contratar advogados para
pedir à Justiça Federal mandados de segurança que
obriguem a Receita a desembaraçar mercadorias em portos,
aeroportos e postos aduaneiros. As Regiões Sul e Sudeste
são as mais afetadas pela greve até o momento.
Nos postos
aduaneiros de Uruguaiana (RS) e de Foz do Iguaçu (PR),
as vias de acesso já estão repletas de caminhões
parados. Sem fiscalização, não podem seguir viagem. No
Porto de Paranaguá, cerca de US$ 350 milhões em
mercadorias aguardam liberação. E, no Porto de Santos e
no Aeroporto de Guarulhos, a fiscalização de contêineres
é cada vez mais lenta, pois somente 30% dos auditores
estão trabalhando, dando tratamento preferencial a
cargas perigosas e a produtos perecíveis e inflamáveis.
Há dois anos, a
categoria promoveu uma greve que durou dois meses.
Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco),
os prejuízos então causados para a economia totalizaram
R$ 170 milhões por dia não trabalhado. Na época, um dos
setores mais prejudicados foi o de medicamentos, que
havia sido atingido por greve de outra categoria do
funcionalismo - a dos fiscais da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Com a interrupção do fluxo de
importação de insumos e de matérias-primas, vários
laboratórios farmacêuticos não puderam produzir remédios
contra o mal de Alzheimer e o mal de Parkinson,
reposição hormonal e transtornos de hiperatividade.
Os diretores do
Unafisco alegam que as negociações com o Ministério do
Planejamento começaram em agosto de 2007 e que, após a
realização de mais de 20 reuniões, o governo continua
mantendo a decisão de não fechar qualquer acordo com a
categoria. Segundo os grevistas, as conversações
começaram bem, mas esfriaram após a extinção da CPMF e
foram congeladas com o atraso na aprovação do Orçamento
de 2008, que só ocorreu no último dia 12.
Desde o início,
contudo, o Ministério do Planejamento se recusou a
conceder aos auditores fiscais um plano de cargos e
salários idêntico ao negociado com a Polícia Federal e
com a Advocacia-Geral da União. O governo chegou a
cogitar da possibilidade de conceder um reajuste aos
integrantes da Receita, mas bem menor que o
reivindicado. As autoridades econômicas vêm evitando
conceder equiparação salarial a categorias distintas de
servidores para evitar o chamado "efeito cascata" no
âmbito do funcionalismo federal.
Ao justificar a
pretensão de ganhar o mesmo que os policiais federais e
os advogados da União, os auditores da Receita invocam o
surrado argumento da isonomia salarial. Ocorre que os
técnicos do Banco Central e da Secretaria do Tesouro
Nacional já disseram que, se a reivindicação for acatada
pelo Ministério do Planejamento, também cruzarão os
braços para exigir as mesmas vantagens. Há dois anos,
quando os procuradores da Fazenda Nacional ameaçaram
entrar em greve para reclamar reajuste salarial, os
procuradores do Banco Central e os integrantes da
Defensoria Pública invocaram a isonomia para tentar
obter o mesmo aumento.
O princípio da
isonomia, como se vê, continua sendo um obstáculo para a
manutenção do equilíbrio das finanças públicas. Como a
cada equiparação concedida várias outras são
reivindicadas por servidores, em nome da isonomia, o
"efeito cascata" abre caminho para uma explosão de
gastos com folha de pagamento e ondas de greves e
confrontos cuja duração depende do maior ou menor poder
de barganha de cada categoria do funcionalismo federal.
É por isso que o
Ministério do Planejamento não pode atender às
reivindicações dos auditores da Receita.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
30/03/2008
Juiz trava projeto de porto em área indígena de Peruíbe
A presença de
índios tupis-guaranis na terra indígena Piaçagüera é
hoje o principal entrave para a construção de um
megaempreendimento em Peruíbe, no litoral sul de São
Paulo: o Porto Brasil, projeto orçado em R$ 6 bilhões e
que divide opiniões no município. Cerca de 50 famílias
-ou 180 índios- vivem em cabanas e casas que foram de
funcionários de uma ferrovia desativada que passa pelo
terreno, conhecido como espólio (conjunto dos bens
deixados por alguém ao morrer) Leão Novaes.
Na última
quarta-feira deveria ter ocorrido a primeira audiência
pública sobre o projeto, mas a reunião foi cancelada por
determinação do juiz federal substituto Antonio André
Muniz Mascarenhas de Souza, por meio de uma liminar. O
cancelamento foi pedido pelo Ministério Público Federal
pelo fato de a área abrigar uma população indígena.
Em comunicado, o
órgão afirmou considerar "incongruente" que o Consema
(conselho estadual do meio ambiente) dê início ao
licenciamento de um empreendimento em uma área que o
próprio poder público reconhece se tratar de terra
tradicionalmente ocupada pelos índios. O juiz cita em
sua decisão o artigo 231 da Constituição, que afirma que
as terras indígenas "são inalienáveis e indisponíveis, e
os direitos sobre elas, imprescritíveis".
O artigo diz
ainda que "é vedada a remoção de grupos indígenas de
suas terras", a não ser que o Congresso Nacional aprove
a medida. Placas da Funai (Fundação Nacional do Índio)
no local onde o porto pode futuramente ser construído
informam tratar-se de área protegida, porém a terra
ainda não foi oficialmente demarcada. "A área foi
delimitada em 2002, e o processo está sendo finalizado.
Pode ser que a demarcação saia no Dia do Índio [19 de
abril]", afirma Cristiano Hutter, chefe da Funai em
Itanhaém/Peruíbe. Os índios vivem da venda de artesanato
e palmito, além de doações. Alguns trabalham na escola
estadual indígena de primeira a quarta série do ensino
fundamental.
Investimento
O investimento
anunciado para a construção do porto de cargas pela
empresa LLX -do grupo EBX, do empresário Eike Batista- é
de R$ 6 bilhões. Como comparação, o Orçamento do
município de Peruíbe gira em torno de aproximadamente R$
105 milhões. O projeto prevê a construção de uma ilha
artificial com capacidade para receber 11 navios
simultaneamente.
Como a
profundidade chegará a 18,5 m, navios de grande porte
poderão atracar ali. Uma ponte ligará a ilha ao
continente -dessa forma, afirma a empresa, a praia não
será impactada negativamente. A população, em geral, vê
o porto como possibilidade de progresso e modernização.
São previstos 30 mil empregos diretos e indiretos na
construção do porto e outras 5.000 vagas na operação.
Ambientalistas
criticam o projeto e afirmam que a obra trará enormes
prejuízos. Peruíbe conta com áreas preservadas de mata
atlântica -parte da Juréia, que é uma unidade de
conservação, por exemplo, fica dentro da área do
município. Animais ameaçados de extinção, como o
papagaio-da-cara-roxa, são vistos por ali.
As ONGs tentam
chamar a atenção dos turistas para a poluição que o
porto pode trazer. A ONG Mongue, de proteção ao sistema
costeiro, distribuiu panfletos aos visitantes na Páscoa.
"Aproveite o dia! Afinal, esta pode ser a última vez que
você vem aqui", afirma o texto.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
30/03/2008
29/03/2008
Rodrigo Pinho despede-se do
Ministério Público de SP com balanço de gestão
Relembrando
momentos que marcaram os últimos quatro anos frente ao
Ministério Público de São Paulo, como os ataques do PCC
à sede do edifício na capital, além de avanços
institucionais, o procurador-geral de Justiça de SP,
Rodrigo Pinho, 51, despede-se do cargo nesta sexta-feira
(28/3) com um balanço de suas duas gestões.
“Não foram anos
fáceis”, afirma Pinho sobre as “resistências internas e
externas” que teve de enfrentar no comando do MP-SP.
Nomeado por duas vezes como o candidato mais votado por
promotores e procuradores, ele também presidiu o CNPG
(Conselho Nacional de Procuradores Gerais).
Formado pela
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Pinho
ingressou no MP em 1980. Já foi diretor da Escola
Superior da instituição, trabalhou durante dois anos na
Secretaria de Justiça no governo Franco Montoro
(1983-1987) e dois meses na Secretaria da Fazenda no
governo Orestes Quércia (1987-1991).
Em 2006, nomeado
pelo então governador Geraldo Alckmin, defendia a
continuidade de sua administração e das anteriores,
comandadas por Luiz Antonio Guimarães Marrey, atual
secretário de Estado de Justiça e Cidadania de SP, de
quem já foi chefe de gabinete—este nomeado por Mário
Covas— e por José Geraldo Brito Filomeno, também
ex-chefe de gabinete de Marrey.
Após quatro
anos, ele enumera princípios que basearam o período:
“ética, transparência, independência, unidade,
modernidade, eficiência e gestão participativa”. Entre
os principais avanços, destaca um amplo processo de
reestruturação da carreira, com a supressão de um dos
degraus e a implantação do regime de subsídio. Vitórias,
segundo ele, obtidas em conjunto com a magistratura
paulista.
Pinho também
considera que houve avanço na racionalização na área
cível, na qual privilegiou o exercício de atividades em
consonância com o perfil constitucional de 1988 —o
combate ao crime e a defesa dos interesses difusos e
individuais indisponíveis.
“Enfrentando
toda sorte de resistências, deu-se a fusão em duas de
quatro das então cinco Procuradorias, e foi criada a
Procuradoria de Interesses Difusos e Coletivos”, afirma.
Além disso, “instalações físicas foram ampliadas, com a
aquisição de sedes próprias”, completa.
Pinho também
relembrou o atentado do PCC, em maio de 2006, contra o
edifício-sede do MP-SP, segundo ele, “em represália às
posturas firmes adotadas pelos membros da instituição no
combate à criminalidade, que contaram sempre com o
respaldo da chefia da instituição”.
“Acredito, em
resumo, que consegui manter e renovar o alto prestígio
do MP paulista, prioridade de ambos os meus mandatos”,
conclui.
Posse
Nomeado na
terça-feira (25/3) pelo governador José Serra, Fernando
Grella substitui Rodrigo Pinho, depois de participar da
lista tríplice com outros dois candidatos —José Oswaldo
Molineiro, apoiado por Pinho, e Paulo Afonso Garrido de
Paula.
“Não aceitaremos
ingerência política de forma nenhuma”, afirmou o novo
procurador-geral, que tomou posse hoje às 17h.
No discurso
durante a cerimônia de transmissão de cargo, ele
reafirmou o compromisso com a democratização para, em
seguida, cumprimentar com um abraço o atual secretário
de Justiça de Serra, Luiz Antonio Guimarães Marrey.
“Superado o período eleitoral, é tempo de união”,
completou Pinho.
Perfil
No Ministério
Público desde 1984, Grella é secretário da Procuradoria
de Justiça Cível, já foi secretário-geral da
Confederação Nacional do MP, membro do Conselho Superior
da instituição e atuou como promotor de Justiça nas
áreas cível e criminal.
Entre suas
propostas estão projetos de lei com o intuito de
democratizar a vida política do MP-SP, legitimar
promotores de Justiça para concorrer aos cargos da
administração superior e um projeto de informatização
abrangente que dê suporte a todas as atividades
administrativas da instituição.
Fonte: Última Instância, de
28/03/2008
Briga de mães com a Schering já dura uma década
A batalha
travada na Justiça entre as mulheres que engravidaram ao
tomar as chamadas "pílulas de farinha" e o Laboratório
Schering do Brasil já dura uma década e está longe do
fim. Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça
divulgada nesta semana reacendeu a discussão sobre o
caso. Pelo menos 250 ações ainda correm na Justiça
contra o laboratório, segundo reportagem da jornalista
Mirella D’Elia, publicada neste sábado (29/3) no portal
G1.
Pílulas sem
princípio ativo (o chamado placebo), que seriam usadas
em testes de um novo equipamento de embalagem, chegaram
ao mercado no primeiro semestre de 1998. O laboratório
alega que nunca comercializou o lote e que algumas
unidades foram furtadas. Segundo a reportagem, a
Schering não tem informações precisas sobre quantas
mulheres ficaram grávidas ao tomar o anticoncepcional
Microvlar nem sobre quanto já precisou desembolsar por
causa do episódio.
Atualmente há
cerca de 250 ações correndo nos tribunais do país desde
que o caso veio à tona. Segundo o laboratório, já houve
decisão final em outros 15 processos. A Schering foi
obrigada a pagar pensão mensal para as crianças, de
cerca de dois salários mínimos, até que elas completem
18 anos. Nestes casos, a Justiça também determinou o
pagamento de indenizações por danos morais de, em média,
R$ 38 mil, além de arcar com despesas com partos e
enxovais. Na maioria dos casos, no entanto, a Schering e
as consumidoras ainda travam uma queda-de-braço na
Justiça.
Esperança de
justiça
Na segunda-feira
(24/3), o Superior Tribunal de Justiça manteve decisão
que condena a Schering a pagar indenização coletiva de
R$ 1 milhão para mulheres que ficaram grávidas após usar
as pílulas. A decisão reacendeu a esperança de muitas
delas. No entanto, o laboratório recorreu no mesmo dia,
adiando novamente o fim da discussão. Não há prazo para
o novo julgamento.
A ação civil
pública foi proposta em 1998 pela Fundação de Proteção e
Defesa do Consumidor (Procon) e pelo Estado de São
Paulo. Desde a primeira decisão judicial, em 1999, uma
batalha de recursos passou a ser travada na Justiça até
que o caso chegou ao STJ.
Segundo o
advogado do laboratório, Cid Flaquer Scartezzini Filho,
o recurso tem caráter técnico. O objetivo é provar que o
STJ tem decisões divergentes em julgamentos semelhantes.
"Estamos apontando uma divergência para que o STJ
aprecie novamente essa divergência", disse.
"É uma grande
vitória, o reconhecimento que o laboratório tem
responsabilidade pela colocação do produto no mercado
sem o princípio ativo. Acho difícil que essa decisão
seja alterada", disse a assessora técnica do Procon,
Patrícia Caldeira, ao comentar o novo recurso.
Caso a caso
Se a decisão
final for desfavorável à empresa neste caso, informou a
assessora do Procon, as mulheres que engravidaram terão
que entrar com ações individuais no município em que
moram para provar que usaram Microvlar. O juiz, então,
vai analisar caso a caso e calcular o quanto cada uma
terá direito a receber.
"Elas terão que
entrar com uma ação para demonstrar o valor do dano. A
responsabilidade da empresa já foi reconhecida pelo
Judiciário. Mas essa não é uma conta pronta. Fatores
econômicos e sociais serão levados em conta", explicou.
Segundo Patrícia, além de contratar um advogado, as
interessadas precisarão juntar todas as provas que
tiverem para demonstrar que tomaram a "pílula de
farinha" – receita ou declaração médica e a cartela do
remédio, por exemplo.
Depoimentos
também serão considerados. "Pode ser até que seja ouvido
o médico que indicou a pílula. Tudo vai ser levado em
conta pelo magistrado. É preciso estabelecer nexo entre
o fato e o dano sofrido", informou.
Fonte: Conjur, de 29/03/2008
TJ manteve extinção de ação que pleiteava AOL para PMs
inativos
Em decisão
proferida no dia 17 passado, o Tribunal de Justiça de
São Paulo confirmou sentença que extinguiu ação coletiva
movida pela Associação Campec por Falecimento, que
pleiteava a extensão do Auxílio Operacional de
Localidade (AOL), paga a policiais militares da ativa,
também para os profissionais inativos. A sentença de
primeira instância foi proferida pela juíza Silvia Maria
Meirelles Novaes, da 14ª Vara da Fazenda Pública.
A Fazenda
Pública do Estado de São Paulo, através da Procuradoria
Geral do Estado (PGE) defende o entendimento de que é
equivocada a interpretação da norma legal feita pela
autora, eis que a referida verba, paga aos policiais em
atividade, na é devida aos inativos, posto cuidar-se de
vantagem eventual e transitória que, por sua natureza,
cessa automaticamente quando ocorre a inatividade do
servidor, descabendo a sua extensão aos inativos.
Além disso, a
PGE lembra não ser possível pagar o adicional em seu
grau máximo a todos os policiais, eis que este é
variável em conformidade com a dificuldade de fixação do
profissional, e a sua generalização importaria em
aumento geral de vencimentos sem autorização legal.
Ademais, inexiste qualquer violação ao princípio
isonômico, descabendo o aumento de vencimentos pela via
judicial.
Segundo a
magistrada, a autora não juntou qualquer documento que
comprovasse a autorização expressa e individual de seus
associados (conforme determina o art. 5º, inciso XXI, da
Constituição Federal) ao ajuizamento da presente ação,
sendo parte manifestamente ilegítima, eis que nos termos
do art. 6º, do Código de Processo Civil, ninguém pode
discutir em juízo o direito alheio, salvo disposição
legal expressa.
“Inexistindo
autorização legal para fins de substituição processual
neste caso e nem autorização expressa de seus filiados
para fins de ajuizamento da presente ação, não tem a
autora legitimidade ativa para discutir o direito de
seus associados sendo, portanto, carecedora da ação.
Isto posto, por estes fundamentos e mais que dos autos
consta, JULGO a autora carecedora da ação e EXTINTO O
FEITO, sem exame do mérito, com fundamento no art. 267,
inciso VI, do Código de Processo Civil”, concluiu a
juíza.
Fonte: site da PGE, de 28/03/2008
Comunicado Centro de Estudos I
A Procuradora
Chefe do Centro de Estudos comunica que no próximo dia
7-4-2008, às 17h30min, na Rua Pamplona, 227, 4º andar,
haverá reunião do Grupo de Estudos de Direitos Humanos,
estando todos os Procuradores interessados em participar
das atividades do Grupo convidados para essa reunião.
Fonte: D.O.E, caderno Executivo I,
seção PGE, de 29/03/2008
Comunicado Centro de Estudos II
Para o Simpósio
“Gestão de Contratos Administrativos Aspectos
Jurídicos”, a realizar-se no dia 18-4-2008, das 8h30 às
18h30, promovido pela NDJ - Simpósios e Treinamentos
Ltda., localizado na Rua Conselheiro Crispiniano, 344 -
6º andar, Centro, São Paulo, SP, ficam escalados os
seguintes Servidores da Procuradoria Geral do Estado: 1.
Licínio Antonio da Silva; 2. Maria Claudete da Rocha; 3.
Nelson Francisco; 4. Rogério Gravito de Carvalho.
Fonte: D.O.E, caderno Executivo I,
seção PGE, de 29/03/2008
Comunicado Centro de Estudos III
Para o Simpósio
“Comissão de Licitação, Pregoeiros e Equipe de Apoio &
Sistema de Registro de Preços”, a realizar-se no dia
16-4-2008, das 8h30 às 18h30, promovido pela NDJ -
Simpósios e Treinamentos Ltda., localizado na Rua
Conselheiro Crispiniano, 344 - 6º andar, Centro, São
Paulo, SP, ficam escalados os seguintes Servidores da
Procuradoria Geral do Estado: 1. Fernando César
Cavalcanti; 2. Rogério Gravito de Carvalho; 3. Suely da
Silva Felix; 4. Tânia Aparecida de Oliveira Silva.
Fonte: D.O.E, caderno Executivo I,
seção PGE, de 29/03/2008
Comunicado Centro de Estudos IV
A Procuradora do
Estado Chefe do Centro de Estudos da Procuradoria Geral
do Estado comunica aos Procuradores do Estado que se
encontram abertas 03 (três) vagas para o V Fórum
Brasileiro sobre as Agências Reguladoras, promovido pelo
Instituto Brasileiro de Direito Público, com a seguinte
programação:
Dias: 07 e 08 de
abril de 2008
Local: Hotel
Grand Bittar Brasília
Setor Hoteleiro
Sul, qd. 5, bl. A Brasília, DF.
Dia 7 ABRIL -
Segunda-feira
REGULAÇÃO E
ATUAÇÃO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS
NO BRASIL
08:00 - 10:00
Credenciamento
10:00 - 12:00
CONFERÊNCIAS DE
ABERTURA
TEMA CENTRAL:
CONTROLE DA ATUAÇÃO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS
Conferencistas:
Tércio Sampaio
Ferraz Júnior (SP) - As Agências Reguladoras e o Sistema
de Controle: como controlar as Agências Reguladoras?
Professor
Titular de Teoria Geral do Direito da USP.
Professor dos
Cursos de Mestrado da PUC-SP. Doutor em Direito pela
Universidade de Mainz, Alemanha. Advogado.
Ministra Eliana
Calmon (DF) - O Controle Judicial das Agências
Reguladoras: crônica de jurisprudência e reflexões
pessoais
Ministra do
Superior Tribunal de Justiça.
Debates
12:00 - 14:00
INTERVALO PARA
ALMOÇO
14:00 -16:00
TEMA CENTRAL:
REGULAÇÃO DOS PLANOS DE SAÚDE NO BRASIL
Conferencistas:
Fausto Pereira
dos Santos (DF) - Regulação dos Planos de Saúde no
Brasil: atuação da ANS no contexto de seu contrato de
gestão Diretor Presidente da Agência Nacional de Saúde
Suplementar. Mestre em Administração Pública e Doutor em
Saúde Coletiva. Diretor de Normas e Habilitação de
Produtos.
Luiz Felipe
Conde (RJ) - Regulação dos Planos de Saúde: equilíbrio
dos contratos em curso Mestre em Saúde Suplementar pela
Fiocruz-RJ. Ex-Procurador da Fazenda Nacional e
ex-Procurador da ANS. Advogado especialista no setor de
saúde suplementar.
Debates
16:00 -16:30
Intervalo para
Café
16:30- 18:30
TEMA CENTRAL:
SISTEMA BRASILEIRO DE TELEVISÃO DIGITAL E OS SERVIÇOS DE
TELECOMUNICAÇÕES
Conferencistas:
Floriano Marques
Neto (SP) - TV Digital e Convergência Tecnológica
Professor
Direito Administrativo da USP e da Fundação Getúlio
Vargas (FGV. Doutor em Direito pela USP. Advogado.
José Eduardo
Martins Cardozo (SP) - Convergência Tecnológica e
Serviço Público: o debate no Congresso Nacional
Professor de Direito Administrativo da PUC-SP. Deputado
Federal.
Debates
Dia 8 ABRIL -
Terça-feira
REGULAÇÃO E
ATUAÇÃO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS NO BRASIL
09:00 - 12:00
TEMA CENTRAL:
SERVIÇO PÚBLICO E CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO
Conferencistas:
Ministra Cármen
Lúcia Antunes Rocha (DF) - As Concessões de Serviço
Público: crônica de jurisprudência no STF Ministra do
Supremo Tribunal Federal. Professora Titular da PUC-MG.
Gustavo
Binenbojm (RJ) - Isenções e descontos tarifários nas
concessões de serviço público (transportes, rodovias,
energia elétrica)
Doutor em
Direito e Professor Adjunto de Direito Administrativo da
UERJ. Mestre em Direito pela Yale Law School. Procurador
do Estado e Advogado no Rio de Janeiro.
Marcos Pinto
(RJ) - Obrigações supervenientes, determinadas por ente
regulador, nas concessões de serviço público e revisão
tarifária Mestre em Direito pela Universidade de
Harvard. Diretor da CVM.
Debates
12:00 - 14:00 -
INTERVALO PARA ALMOÇO
14:00 –16:00
TEMA CENTRAL:
AUTONOMIA DAS AGÊNCIAS EM DEBATE
Conferencistas:
Marcelo de
Siqueira Freitas (DF) - Hipóteses de Cabimento de
Recurso Hierárquico Impróprio contra Decisões de
Agências Reguladoras
Subprocurador-Geral Federal. Professor do Instituto
Brasiliense de Direito Público.
Carlos Ari
Sundfeld (SP) - Propostas em Debate no Congresso
Nacional sobre a Autonomia das Agências Reguladoras
Doutor em Direito e Professor de Direito Administrativo
da PUC-SP e da Escola de Direito da FGV-SP. Presidente
da Sociedade Brasileira de Direito Público. Consultor
Jurídico em São Paulo.
TEMA CENTRAL:
AUTONOMIA DAS AGÊNCIAS EM DEBATE
Conferencistas:
Marcelo de
Siqueira Freitas (DF) - Hipóteses de Cabimento de
Recurso Hierárquico Impróprio contra Decisões de
Agências Reguladoras Subprocurador-Geral Federal.
Professor do Instituto Brasiliense de Direito Público.
Carlos Ari
Sundfeld (SP) - Propostas em Debate no Congresso
Nacional sobre a Autonomia das Agências Reguladoras
Doutor em Direito e Professor de Direito Administrativo
da PUC-SP e da Escola de Direito da FGV-SP. Presidente
da Sociedade Brasileira de Direito Público. Consultor
Jurídico em São Paulo.
16:00 - 16:30
Intervalo para Café
16:30 - -8:30
Conferências de Encerramento:
Conferências
Luiz Alberto dos
Santos (DF) - Relatório da OCDE sobre o Sistema
Brasileiro de Regulação Subchefe de Análise e
Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil
da Presidência da República. Coordenador do Grupo de
Estudos responsável pela Elaboração das Propostas sobre
o Novo Marco Legal das Agências Reguladoras no Brasil.
Alexandre Aragão
(RJ) - Os Novos Desafios das Agências Reguladoras no
Brasil: regulação e direito do consumidor Professor
Doutor em Direito do Estado pela Universidade de São
Paulo - USP. Mestre em Direito Público pela UERJ.
Procurador do
Estado e Advogado no Rio de Janeiro.
Tendo em vista o
teor da matéria, poderão se inscrever,
preferencialmente, os Procuradores do Estado que
trabalham em Agências Reguladoras, mediante autorização
do chefe da respectiva Unidade, até o dia 03 de abril do
corrente ano, junto ao Serviço de Aperfeiçoamento, das
9h às 15h, pessoalmente ou por fax (0xx11) 3286-7030,
mediante termo de requerimento, conforme modelo em
anexo.
Caso não ocorra
o seu preenchimento pelos referidos Procuradores, as
vagas restantes serão distribuídas entre os Procuradores
do Estado interessados. No caso do número de
interessados superar o número de vagas disponível, será
procedida a escolha por sorteio no dia 03 de abril, às
15h, no auditório do Centro de Estudos.
Será
providenciado pelo Centro de Estudos, de acordo com
Deliberação CPGE. nº 9, de 2.2.2006, o encaminhamento do
afastamento para o Conselho da PGE, nos termos do
parágrafo único do art. 102 da Lei 478, de 18 de julho
de 1986, e do Decreto n. 52.322, de 18 de novembro de
1969.
ANEXO
Senhora
Procuradora do Estado Chefe do Centro de Estudos da
Procuradoria Geral do Estado
_______________________________, Procurador(a) do
Estado, em exercício na _____________________________,
Telefone____________, e-mail_____________________, RG
_______________ CPF__________________________, vem
respeitosamente à presença de Vossa Senhoria solicitar
inscrição no V Fórum Brasileiro sobre as Agências
Reguladoras, promovido pelo Instituto Brasileiro de
Direito Público, promovido pelo Instituto Brasileiro de
Direito Público, comprometendose a comprovar, no prazo
de 15 dias úteis, a participação no evento com
apresentação de certificado e relatório das atividades
desenvolvidas, sob pena de ter de reembolsar todas as
despesas pagas ao Centro de Estudos, pela sua
participação.____________________, de de 2008.
Assinatura:______________________________
De acordo da
Chefia da Unidade.
Fonte: D.O.E, caderno Executivo I,
seção PGE, de 29/03/2008