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Governo tenta garantir ICMS na base de cálculo da Cofins no STF 

O governo iniciou ontem sua campanha no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir vitória na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nº 18, que discute a exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins. O ministro da Fazenda Guido Mantega, o advogado-geral da União José Toffoli e o procurador-geral da Fazenda Nacional Luís Inácio Adams realizaram ontem audiências com os ministros do Supremo Joaquim Barbosa, Carlos Britto e Gilmar Mendes, presidente da corte, para tratar do assunto. A ADC nº 18 já entrou em pauta três vezes neste ano mas não foi julgada, mas isto pode ocorrer a qualquer momento a partir da próxima semana.   

Na porta do gabinete do ministro Carlos Britto, o advogado-geral da União defendeu a fórmula atual de cobrança da Cofins e anunciou um prejuízo de até R$ 76 bilhões caso a União seja obrigada a devolver tudo o que cobrou a mais nos últimos cinco anos. O número inflaciona o valor de R$ 60 bilhões apresentado pela Fazenda até o ano passado. 

A União precisa se defender em três frentes para sair ganhando na ADC nº 18, que pede a constitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da Cofins. Em primeiro lugar, precisa garantir que ela seja julgada: o tema já começou a ser apreciado em 2006 em um recurso extraordinário, onde a União perde por seis votos a um. Advogados de contribuintes defendem que a ADC, apresentada há seis meses, não pode substituir aquela ação. A segunda é ganhar no mérito da disputa. E a terceira é garantir que, perdendo no mérito, a decisão não tenha efeito retroativo, o que exigiria a devolução dos estimados R$ 76 bilhões. 

Fonte: Valor Econômico, de 29/04/2008

 


Metrô ignorou conselhos técnicos

A Companhia do Metrô desconsiderou recomendações técnicas que dariam mais segurança às escavações da Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela. Por causa de problemas no solo na região, dois relatórios obtidos pelo Estado indicavam necessidade de obras mais profundas que as realizadas. Isso, porém, atrasaria a inauguração em seis meses e demandaria novos gastos, não só durante a obra como também após a abertura da estação, incluindo mais lances de escadas rolantes e maior uso de energia elétrica. A estação foi escavada a 30 metros de profundidade, quando o ideal, conforme especialistas, seria de 35 a 45 metros. Isso reduziria a possibilidade de desabamentos no local, como o ocorrido em 12 de janeiro de 2007, que deixou sete mortos.

O Metrô alega que a elaboração do projeto que poderia rebaixar a cota é de responsabilidade do Consórcio Via Amarela - formado pela OAS, Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Alstom (leia texto ao lado). Segundo a companhia, a determinação final sobre a construção caberia aos empreiteiros.

"O projeto teve várias etapas e mudaram as cotas (a profundidade). Na última mudança, ela subiu, deixando a linha e a estação mais rasas", explicou o engenheiro Roberto Kochen. Diretor do Departamento de Engenharia Civil do Instituto de Engenharia, ele participou entre 1993 e 2002 da elaboração dos projetos da Linha 4. Segundo ele, a tendência hoje no mundo é trabalhar com escavações mais profundas, que afetam menos a superfície - incluindo edificações e galerias de água e esgoto - e evitam problemas com surpresas geológicas. "A execução fica mais segura. Mas também amplia os gastos", explica.

Em 2001, após reelaboração do projeto básico e da análise das seções geológicas do trajeto da Linha 4, feita pelas empresas Figueiredo Ferraz, Maubertec e Noronha, foram alterados não só o traçado como também o chamado greide - projeto em perfil longitudinal - da Estação Pinheiros. A modificação tomou como base a revisão dos estudos geológicos e geotécnicos feita pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), contratado pelo Metrô em 1997. Engenheiros explicam que calcular o greide significa definir qual deve ser a profundidade da obra.

Num relatório feito pela Themag Engenharia em 21 de maio de 2005, sobre as condições geológicas do lote 2 e implicações para a escavação, Luiz Ferreira Vaz, responsável técnico, e Tarcísio Barreto Celestino, engenheiro responsável, ressaltaram que a avaliação do comportamento do maciço de rocha sob a Linha 4 e bibliografia especializada apontavam que as condições geológicas do lote 2 poderiam resultar em "colapsos da frente de escavação".

Um parágrafo adiante, recomendavam que a escavação fosse mais profunda e indicavam "avaliação de métodos alternativos de escavação, mais adaptados às novas condições geológicas do lote 2, reveladas pelos estudos adicionais".

"No caso da Linha 4-Amarela, uma profundidade ideal do ponto de vista da construção dos túneis e das estações poderia ter sido cerca de 35 a 45 metros abaixo da superfície", explicou Nick Barton, autor de outro estudo. "Isso não removeria a possibilidade de encontrar argilas, mas teria reduzido bastante a freqüência de tal ocorrência. Em tal profundidade, a construção dos túneis e das estações seria a partir de cotas subterrâneas e as escadas rolantes teriam de ser maiores.''

Fonte: Estado de S. Paulo, de 29/04/2008

 


Relatório de 2005 previa possibilidade de acidentes

Um dos relatórios da Nick Barton & Associates, ao qual o Estado teve acesso, com recomendação sobre o rebaixamento do nível das obras, principalmente na Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela, foi profético ao avisar que "ocorrerão" problemas. Barton é um dos maiores especialistas em túneis do mundo. "Se fosse mais baixo o túnel, o acidente poderia ter sido evitado", disse.

O capítulo 5 do documento apontava que a Linha 4 do metrô havia sido projetada em cota muito elevada, e construída numa zona identificada como de rocha alterada. Ele ressaltava que esse posicionamento "se apresenta como um fator de risco potencial para as ruas". Também mostrava que o projeto deixou a profundidade dos túneis e das estações muito rasa, apesar da existência de relatórios que descreviam as conseqüências potenciais decorrentes de uma decisão assim.

"Fatores como o estado de alteração profunda das juntas condutoras de água, muito planares, a tendência suborizontal da direção máxima de permeabilidade, maximizando as pressões instabilizadoras nos poros (fraturas) em locais comprometedores para a estabilidade das cunhas e a existência típica de três famílias de juntas extensas, nas cotas mais altas, causam um efeito de bola de neve nos problemas que podem ocorrer (e ocorrerão)."

No texto de 20 de dezembro de 2005, Barton sugeria a construção de capa protetora ao redor do teto e das laterais do túnel, para reduzir a quebra da rocha além do perímetro de escavação. Essa medida garantiria aprimorar as condições de segurança das escavações na construção dos túneis e das estações da Linha Amarela.

O último laudo da Barton, de 27 de março último, contratado pela Via Amarela após o acidente que matou sete pessoas, mostra que o problema foi provocado pelo deslocamento de uma rocha de 15 mil toneladas não detectada pelas sondagens.

Na elaboração do projeto funcional da Linha 4, em 1990, o Metrô estudou a possibilidade de construir um trecho na região do Rio Pinheiros de forma elevada, por causa das características do solo. Em entrevistas na época, o ex-secretário dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, afirmou que o terreno na área da futura estação é "problemático", e suas características eram de conhecimento dos técnicos do governo.

Fonte: Estado de S. Paulo, de 29/04/2008

 


Para Metrô, Via Amarela é responsável pelas obras

A Companhia do Metrô alega que a definição da profundidade da obra é de responsabilidade do construtor, e não houve proposta de rebaixamento da cota no trecho da Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela, mas sim uma mudança para que pudesse ser utilizado o shield, máquina chamada de "tatuzão", que escava automaticamente o túnel.

De acordo com o diretor de Engenharia da empresa, Luiz Carlos Grillo, o Consórcio Via Amarela tinha o poder de sugerir a mudança antes do início da obra, mas não o fez. "O Consórcio Via Amarela acatou a decisão do Metrô de manter a cota onde foi construído. Tinham o poder de modificar a cota, sabendo que o nível não era adequado. Isso foi verificado depois que eles fizeram várias sondagens. Mas não foi proposto nada e aceitaram realizar o projeto como estava", afirmou Grillo.

"O Metrô acreditou que estava tudo correto. Não tinha o que discutir", justificou. Para o governo estadual, "não é a cota que determina ocorrência ou não de acidentes", e os dois relatórios apontados pelo Estado tinham como objetivo não usar mais o shield. "O desenho da Themag foi feito mudando o rebaixamento da via para operação do shield. A geologia nunca determina o greide. Tem uma série de outros fatores, como o uso de escadas rolantes na operação." Os dois fatores que levaram o projeto a manter a cota atual em que a Estação Pinheiros foi escavada são, segundo Grillo, o melhor para a execução da obra e para a operação posterior. "Isso foi definido estrategicamente."

O diretor do Consórcio Via Amarela, Marcio Pellegrini, afirma que o projeto, como foi constituído, é realizável e admite que maior profundidade traria mais segurança à obra. "Não há qualquer dúvida de que o projeto licitado se trata de um projeto exeqüível. Todavia, é certo que um túnel em profundidade maior, com condições geológicas melhores, em centros urbanos densamente ocupados, além de gerar menos desconforto na superfície, como trincas, rachaduras e recalques, em caso de eventos imprevistos pode até nem causar reflexos na superfície."

Técnicos explicam que, em termos genéricos, a qualidade da rocha tende a ser mais pobre na medida em que se aproxima da superfície, onde, usualmente, se encontra o solo seguido pela rocha não deformada, mas completamente alterada, denominada de saprolito. Abaixo dessa camada, encontra-se a rocha alterada.

"Como a resistência dos materiais aumenta com a profundidade e a necessidade por suporte no túnel reduz-se em função disso, de uma maneira lógica, e para qualquer metrô, se os túneis e as estações fossem executados em profundidades maiores, incluindo-se a Linha 4, os problemas seriam reduzidos", explica o engenheiro Nick Barton.

Fonte: Estado de S. Paulo, de 29/04/2008

 


STF decidirá primeiro caso de 'repercussão geral'

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve fazer amanhã a estréia do chamado critério de repercussão geral. Trata-se de um instrumento que permite que, em uma única decisão, a corte decida milhares de casos semelhantes. Ao lado da súmula vinculante, a repercussão geral é um mecanismo que permite a redução de causas repetitivas que tramitam no Poder Judiciário. Ambos foram criados pela Emenda Constitucional nº 45, que estabeleceu a reforma do Judiciário em 2004.   

A estréia da repercussão geral se dará em duas grandes causas que se repetem aos milhares no Supremo: a discussão que envolve os soldos dos militares e o debate sobre a base de cálculo do adicional de insalubridade. De acordo com as regras do novo mecanismo, todos os recursos remetidos ao Supremo devem conter uma argumentação sobre sua repercussão - ou seja, relevância econômica, política, social ou jurídica que ultrapasse o interesse do caso individual. A partir do momento em que os ministros decidem pela repercussão de um determinado tema, a corte emite uma ordem às demais instâncias da Justiça do país para que suspendam o andamento de todos os casos semelhantes em tramitação até que decida o assunto - embora as demais instâncias judiciais não sejam obrigadas a seguir o mesmo entendimento do Supremo.   

No ano passado, ainda durante a administração da ministra Ellen Gracie, o Supremo começou a verificar quais casos eram passíveis de serem definidos como de repercussão geral, mecanismo regulamentado em lei em 2006 e inaugurado em 3 de maio de 2007. A análise dos casos é realizada por meio da troca de mensagens eletrônicas entre os ministros pela intranet do tribunal. De acordo com o último levantamento do Supremo, dos 59 processos que já receberam parecer dos ministros sobre serem ou não de repercussão geral, 49 foram admitidos na corte como de repercussão e 10 declarados sem repercussão pelos seus relatores. Apesar da definição dos casos de repercussão, até agora nenhum deles foi levado ao pleno da corte para que seja dada uma decisão sobre o tema.   

Ao assumir a presidência do Supremo no dia 23, o ministro Gilmar Mendes definiu a repercussão geral como um dos instrumentos capazes de resolver a crise de excesso de processos na corte. Para ele, a repercussão "representa a grande possibilidade de descompressão no ritmo de atuação do Supremo". O novo presidente critica o fato de o Supremo ter que julgar um grande número de ações individuais e grandes causas ao mesmo tempo. Para ele, a corte deveria focar primordialmente os julgamentos de grandes questões nacionais.   

Fonte: Valor Econômico, de 29/04/2008

 


Comunicado Centro de Estudos 

Para o Painel - “Serviço Terceirizado - Limites para sua utilização pelo Estado e a responsabilidade do tomador de serviços”, que será realizado no dia 30 de abril de 2008, das 8h30 às 12h00, no auditório do Centro de Estudos, situado na Rua Pamplona, 227 - 3º andar, Bela Vista, São Paulo, SP, ficam deferidas as seguintes inscrições: 

1. Adriana Burghausen Villar

2. Amelia Nobuko Kasai

3. Carlos José Teixeira de Toledo

4. Cássia Maria Sigrist Ferraz da Hora

5. Cristina Freitas Cavezale

6. Cristina Margarete Wagner Mastrobuono

7. Edson Marcelo Veloso Donardi

8. Eduardo José Fagundes

9. Elizabete Matsushita

10. Elza Emi Itani

11. Fábio Trabold Gastaldo

12. Guilherme Leguth Neto

13. Guiomar Moraes Leitis

14. Ivone Menossi Vigário

15. Juliana de Oliveira Duarte Ferreira

16. Kate Antonia de Souza Callejão

17. Mara Christina Faiwichow Estefam

18. Marcella Soares Lacerda Pirró

19. Marco Aurelio Vieira de Faria

20. Margarete Gonçalves Pedroso Ribeiro

21. Maria Betania Costa Nader

22. Maria Cecilia Fontana Saez

23. Maria Mathilde Marchi

24. Marta Margareth de Souza

25. Martha Coelho Messeder

26. Mirna Natalia Amaral da Guia Martins

27. Nilton Carlos de Almeida Coutinho

28. Olavo José Justo Pezzotti

29. Paul Marques Ivan

30. Ricardo Rodrigues Ferreira

31. Rosa Maria Garcia Barros

32. Santo Boccalini Junior

33. Sidnei Fortuna

34. Thaís Teizen

35. Valéria D’ Amico

36. Valter Farid Antonio Junior 

Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I, seção PGE, de 29/04/2008