MPs
se recusam a prestar contas ao CNMP
O
Conselho Nacional do Ministério Público deu o primeiro passo para
conseguir exercer um controle efetivo da atuação dos Ministérios Públicos
estaduais. No entanto, depois de dois anos da publicação de resoluções
para obrigar os MPs a enviarem informações sobre produtividade, a
iniciativa do CNMP deixou a desejar. Em mais da metade das perguntas feitas
pelo Conselho, os MPs estaduais, de alguma maneira, se recusaram a prestar
contas dos serviços feitos.
À
frente dessa amarga lista estão oito MPs que deixaram de enviar 353
respostas cada um. São os MPs de Amazonas, Espírito Santo, Rio de Janeiro,
São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Pernambuco e Paraná. O estudo foi
organizado pelo cientista político da Universidade de Brasília Rondon de
Andrade Porto. Para o pesquisador, os números revelam o desinteresse dos
MPs. “Apesar do caráter imperativo, falta motivação organizacional para
o envio completo dos dados”, escreveu no estudo. Foi enviado a cada MP um
questionário com dezenas de perguntas. Das 10.067 respostas que chegaram ao
CNMP, 4.982 estavam em branco e outras 1.897 com valor igual a zero, ou
seja, dado inválido.
Além
de não terem respondido a 353 perguntas, os MPs de Minas Gerais e
Pernambuco também não informaram o número de servidores. “A falta de
dados como o número de servidores que trabalham no MP reflete o grau de
importância que se dá ao preenchimento dos formulários solicitados”,
comentou o cientista político. Apenas os MPs de Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Paraíba e Maranhão tiveram aproveitamento acima de 50% em relação
à tentativa de levantamento do CNMP.
O
questionário enviado aos MPs trata de nove tópicos. Entre eles, a
quantidade de procuradores, promotores e servidores por habitante; custo dos
MPs; total de processos analisados; carga de trabalho e produtividade. A área
criminal dos MPs foi a que mais se recusou a prestar contas. Nos 27 estados,
foram 3.275 respostas deixadas em branco e 1.306 zeradas. O tema com mais
perguntas ignoradas são relacionados aos promotores e procuradores responsáveis
pelas denúncias dos crimes de lavagem de dinheiro. Há também recusas em
responder quantos processos têm prazo de manifestação vencido e se
ocorreram prescrições ou decadências.
O
levantamento é resultado das Resoluções 12/06 e 25/07. A Resolução 12
estabelece as diretrizes das estatísticas a serem tabuladas. A Resolução
25, criada um ano depois, institui o Núcleo de Ação Estratégica, setor
responsável por cobrar dos MPs os dados. Contudo, foi só em dezembro de
2008 que o CNMP chegou ao formato final do questionário feito. Por isso, os
números não têm qualquer referência anual.
O objetivo é medir, em números, a eficiência dos promotores e
procuradores.
Tecnologia
O
estudo do CNMP, além de tentar decifrar a produtividade, levantou dados
quantitativos sobre a estrutura tecnológica dos MPs. O CNMP, contudo, não
perguntou a quantidade de usuários. Assim, de acordo com o cientista político
responsável pelo estudo, a análise qualitativa ficou prejudicada. “Na
realidade, faltou no processo de coleta de dados o dimensionamento do número
de usuários para obter-se o número de usuários por computador, para se
fazer comparações de um MPE com o outro. Como também não foram
levantadas algumas variáveis de avaliação do valor de uso dos
computadores, não se pode inferir o grau de utilização”, afirmou.
O
estudo, no entanto, revela que há computadores nos Ministérios Públicos
que ainda utilizam sistemas ultrapassados como o Windows 95 e 98. A
quantidade de computadores com Windows 95, aliás, é a mesma de máquinas
com o Windows Vista, o sistema operacional mais atual do mercado.
Punições
Por
causa do resultado frustrante, o pesquisador sugeriu que o CNMP passe a
punir os MPs que se recusam a responder os questionários. “É necessário
mecanismo sancionador para a unidade que não estiver em conformidade no
cumprimento dos requisitos”, escreveu. “É necessário um árduo caminho
de conscientização e desenvolvimento organizacional para que as unidades
do MP se alinhem ao planejamento estratégico proposto pelo CNMP.”
Para
isso, Rondon de Andrade Porto sugere que se criem índices de desempenho e
que a produtividade do MP seja comparada com a do Judiciário. A ideia é
poder medir a eficiência dos trabalhos da Justiça. “Não se deve ver o
CNMP como um vigilante, um gestor administrativo, que pune
administrativamente, mas um órgão que traça diretrizes nacionais no
sentido de buscar a economicidade, a eficiência e a excelência operacional
do Ministério Público.” Entretanto, a contar pelo número de respostas
ignoradas, ainda faltam aos MPs entender isso.
Fonte:
Conjur, de 22/07/2009
CNJ
vai fiscalizar gastos do Judiciário
O
Conselho Nacional de Justiça terá como meta para os próximos anos a
implantação de um sistema de controle de gastos para o Poder Judiciário.
A ideia foi lançada nesta terça-feira (21/7) pelo presidente do CNJ,
ministro Gilmar Mendes, durante a assinatura do termo de posse de oito novos
conselheiros.
O
novo sistema será semelhante ao Sistema Integrado de Administração
Financeira (Siafi) do governo federal, que acompanha os gastos de estados e
municípios para enviar verbas federais. Em seu discurso, o ministro Gilmar
Mendes disse que é necessário que o Judiciário tenha mais transparência
na realização de seus gastos. “É preciso ter a noção de que temos de
prestar contas e o CNJ contribui com esse tipo de noção no Judiciário”,
afirmou.
O
ministro enfatizou que o Conselho tem encontrado inúmeros problemas nas
inspeções feitas pelos tribunais do país. “O que temos encontrado nas
inspeções sugere a ausência de controle”, afirmou. Segundo o ministro,
a implantação de um modelo semelhante ao Siafi do Judiciário vai ajudar
no controle de gastos. Gilmar Mendes disse ainda que o CNJ está promovendo
uma reforma administrativa no Judiciário, lembrando que o país carece de
uma reforma administrativa e de uma reforma de Estado.
Embora
a cerimônia de posse oficial da nova composição do CNJ será feita no próximo
dia 3 de agosto, o termo de posse foi assinado nesta terça. A nomeação
dos oito novos conselheiros foi publicada no Diário Oficial da União do
dia 16 de julho. Nos próximos dias, serão assinados os termos de posse de
mais três novos conselheiros — o procurador José Adonis Callou de Araújo
Sá (indicado pelo MPU), ministro Ives Gandra Martins Filho (indicado
peloTST) e o juiz Walter Nunes da Silva Junior (indicado pelo STJ).
Nesta
terça-feira, foram empossados os conselheiros Jorge Hélio Chaves de
Oliveira e Jefferson Luiz Kraychychyn (advogados indicados pela OAB); juíza
do trabalho Morgana de Almeida Richa (indicada pelo TST); juiz de Direito
Paulo de Tarso Tamburini Souza (indicado pelo STF); desembargador Nelson
Tomaz Braga (indicado pelo TST); desembargador Leomar Barros Amorim de Sousa
(indicado pelo STJ); o desembargador Milton Augusto de Brito Nobre (indicado
pelo STF); e o promotor de Justiça Felipe Locke Cavalcanti (indicado pelo
Ministério Público Estadual).
Durante
a assinatura do termo de posse dos novos conselheiros, o ministro Gilmar
Mendes também destacou a atuação da Corregedoria Nacional de Justiça e
os diversos programas de modernização do Judiciário desenvolvidos pelo
Conselho. Disse ainda que a atuação do CNJ passa necessariamente pelo diálogo
com a sociedade. “O CNJ não se faz sem o engajamento de todos nós, de
todos os integrantes do Judiciário e de todos os servidores”, disse.
Aos
novos conselheiros empossados, o presidente do CNJ afirmou ser “um grande
desafio àquele que está a frente dos senhores para os próximos dois
anos”. Salientou que eles darão continuidade ao trabalho desenvolvido
para a modernização. “O CNJ é um órgão que deu certo”, ressaltou.
Segundo o ministro, “é uma das instituições felizes na sua concepção
e na implantação”. Na avaliação do presidente do CNJ, os esforços
feitos nos últimos quatro anos “foram traduzidos em benefício da população”.
Com informações da Assessoria de Imprensa do CNJ.
Fonte:
Conjur, de 22/07/2009
Novo
procurador-geral promete lutar sem trégua contra corrupção
O
Ministério Público Federal (MPF) em Brasília ingressou com ação civil
na Justiça para promover cobrança de R$ 757, 8 mil que teriam sido
“pagos indevidamente” pelo governo federal à agência do publicitário
Duda Mendonça - réu no processo do mensalão pela suposta prática dos
crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo a procuradora
Raquel Branquinho, autora da ação, o publicitário recebeu aquele valor
“apenas por intermediar contratações de outras empresas, cujos serviços
sequer faziam parte do contrato firmado com a União”.
A
ação, datada de 6 de julho, foi distribuída para a 20ª Vara Federal. A
procuradora pediu, em caráter liminar, indisponibilidade de bens de Duda e,
ao final da demanda, sua condenação ao ressarcimento do Tesouro do
montante recebido, atualizado e corrigido até a data de eventual execução.
O contrato questionado é de 2003. A procuradora alega que tomada de contas
especial, realizada pelo Tribunal de Contas da União, apontou “várias
irregularidades no âmbito da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão
Estratégica da Presidência da República”.
O
advogado Henrique Araújo Costa, que defende Duda Mendonça, rechaçou a
acusação. Segundo ele, o caso “já foi julgado pelo TCU de forma favorável
à agência publicitária”. Ele cita as conclusões do acórdão, de 107 páginas,
relatado pelo ministro Ubiratan Aguiar, demonstrando que “a agência não
foi considerada culpada”. “A instrução dessa ação é equivocada
porque amparada apenas em parecer prévio que não foi acolhido pelo acórdão.
O Ministério Público só juntou parecer prévio que diverge das conclusões
firmadas no julgamento”.
Segundo
o advogado, o “TCU concluiu que a agência atuou de forma totalmente
regular, pois apenas seguiu o que estava determinado em contrato”. “Os
termos do contrato quem dita é a administração pública, e não as agências.
Esse é um caso normal de controle de contas públicas, que investiga
qualquer agência que tenha prestado serviço ao governo federal. Além
disso, a Justiça não deu o pedido liminar de bloqueio de contas solicitado
pelo Ministério Público, ou seja, a Justiça não viu plausibilidade no
pedido”
Fonte:
Diário de Notícias, de 23/07/2009
Diagnóstico
da Advocacia Pública do Ministério da Justiça - Questionário - Atenção!
Segue,
abaixo, texto enviado para os e.mails cadastrados na anape conclamando a
categoria para participar da feitura do questionário a ser enviado para
toda a carreira pelo Ministério da Justiça, visando nossa avaliação. Os
anexos mencionados no texto também foram enviados.
Texto:
Prezados
Senhores(as) Procuradores(as),
CARREIRA
MOBILIZADA - DIAGNÓSTICO DA ADVOCACIA PÚBLICA
Em
dezembro do ano passado, o Ministério da Justiça instituiu a Portaria nº
2.483 que constituiu uma Comissão composta pelos representantes das
Entidades da Advocacia Pública, na qual a ANAPE figura representando os
Procuradores de Estado, com o fito de propiciarem a realização do "I
Diagnóstico da Advocacia Pública no Brasil", visando, com os
resultados obtidos por este, a elaboração de propostas para as mudanças
legislativas pertinentes à Carreira.
Para
tanto, encarecidamente, pedimos a participação de todos os Procuradores de
Estado, para que nos auxiliem em mais essa tarefa em prol da implantação
das prerrogativas da nossa Classe, bem como, para adotarmos medidas
consistentes em busca da melhoria de qualidade do trabalho do Procurador de
Estado, lembrando a todos os colegas que a ANAPE luta pela isonomia no trato
institucional entre os que acusam e os que julgam o Estado e àqueles que
procedem a defesa dos Membros Federativos, razão pela qual exigimos iguais
condições com o Ministério Público e a Magistratura, tanto em questões
institucionais, quanto de prerrogativas e corporativas.
Assim,
encaminhamos a Vossas Senhoria abaixo o termo que nos foi enviado pelo
Ministério da Justiça, constando em anexo os questionários elaborados
para os Defensores Públicos Estaduais e solicitamos que Vossas Senhorias teçam
as devidas considerações em relação à pertinência desses
questionamentos para serem adotados também para os Procuradores de Estado,
sugerindo que Vossas Senhorias participem com a elaboração de
questionamentos que sejam de interesse da Classe e perguntas que sejam
pertinentes à Carreira e as encaminhe às respectivas Associações
Estaduais até o dia 30 de julho, pois, na data de 31 de julho, sexta-feira,
a ANAPE procederá uma reunião do seu Conselho Deliberativo para debater
essa questão. Daí, a entidade fará uma síntese das propostas
apresentadas e apresentará uma sugestão de questionário ao Ministério da
Justiça. A participação da classe é muito importante, pois seremos
diagnosticados pelo questionário que propusermos.
PARTICIPEM
!!!
Atenciosamente,
ANAPE
"Prezados(as)
Senhores(as),
A
pedido do Dr. Marcelo Vieira de Campos, encaminho os Questionários da
Defensoria Pública, o termo de referência da contratação da empresa META
e a Portaria nº 2.483, de 11 de dezembro de 2008, que nomeou a comissão no
âmbito do MJ para deliberações acerca do I Diagnóstico da Advocacia Pública.
Conforme
restou ajustado em nossa última reunião (21/07/2009), ficou decidido que o
questionário para o Advogado-Geral da União e Advogados Públicos da União
(Procuradores Federais, Procuradores da Fazenda Nacional etc.) serão
sistematizados em reuniões entre os órgãos das carreiras da União
representadas na Comissão.
Quanto
aos Procuradores de Estado, ficou assentado que as sistematizações
pertinentes aos questionários a serem respondidos pelos Procuradores-Gerais
e pelos Advogados/Procuradores Estaduais, autárquicos e fundacionais serão
realizados pelo Colégio de Procuradores-Gerais de Estado e pela Associação
Nacional dos Procuradores de Estado – ANAPE.
Da
mesma forma, as sistematizações no âmbito municipal ficarão a cargo da
Associação Nacional de Procuradores Municipais – ANPM em conjunto com o
Colégio dos Procuradores-Gerais das Capitais, a fim de proporem as adequações
aos questionários voltados aos Procuradores-Gerais e/ou Secretários
Municipais, demais dirigentes de Órgãos Municipais a aos Procuradores /
Advogados Municipais.
Vale
ressaltar ainda que as reuniões setoriais serão agendas dentre 10 a 15
dias a partir desta data.
Atenciosamente,
Ana
Carolina Tomé Pires
Secretaria
de Reforma do Judiciário
Ministério
da Justiça
Tel
(61) 2025 9118"
Fonte:
site da Anape, de 22/07/2009
Comunicado
do Centro de Estudos
Clique
aqui para o anexo
Fonte:
D.O.E, Caderno Executivo I, seção PGE, de 23/07/2009
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