Serra
tira do contribuinte chance de pagar dívidas com bens
penhorados
O
governador José Serra (PSDB) editou decreto, publicado
no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (19/6),
que acaba com a possibilidade de débitos fiscais serem
pagos com bens e ativos penhorados de contribuintes.
“A
partir do momento que o governador veda de maneira geral
e irrestrita a adjudicação de bens penhorados nas
execuções fiscais movidas pelo Estado, há um prejuízo
duplo: tanto para o contribuinte, como para a administração
pública, que irá eternizar uma dívida”, comentou
Ana Cláudia Queiroz, do escritório Maluly Jr.
Advogados.
Segundo
Queiroz, esse recurso de pagamento era usado em diversos
procedimentos junto às secretarias. O que representava
para o Estado uma forma de reaver débitos e também de
obter um custo mais barato sobre alguns produtos, porque
bens penhorados têm seus valores determinados pelos
oficiais de Justiça e podem ser inferiores aos de
mercado.
“É uma
medida contraproducente e como não tem fundamento é
preciso esperar para ver o que vem por aí”, disse.
Segundo a
advogada, dados da Procuradoria Geral do Estado mostram
que só em 2003, a Secretaria de Segurança Pública
recebeu R$ 11 milhões em produtos de informática e R$
2,5 milhões em vidros blidados pelo processo de
adjudicação. “Os processos corriam pela Procuradoria
que determinava a adjudicação quando havia interesse
do Estado aprovando o pagamento parcial ou integral dos
débitos”, explicou.
A adjudicação,
segundo Queiroz, é um instrumento que o Estado dispunha
para satisfazer alguma de suas necessidades. “No caso,
por exemplo, da Secretaria de Saúde precisar de algum
medicamento, a procuradoria fazia uma busca nos
processos e se houvesse algum laboratório farmacêutico
com dívidas, elas poderiam ser quitadas com o remédio”,
contou.
Contrariado
O decreto
de Serra revoga o Decreto 47.908, de 2003, do seu
companheiro de partido, Geraldo Alckmin, que
regulamentou o processo de adjudicação no Estado. Essa
não é a primeira iniciativa do governador que
“desmonta” a gestão de seu antecessor. Corre nos
bastidores que os tucanos ligados a Alckmin andam
contrariados com a série de “ações” que Serra tem
realizado para desfazer o trabalho de Alckmin.
Reportagem
produzida pelo jornal DCI e reproduzida por Última Instância
com autorização concedida por contrato de
licenciamento de conteúdo
Fonte:
Última Instância, de 22/06/2007
São
Paulo conclui reforma da Previdência
Deputados
votam o terceiro e último projeto de lei sobre o tema,
em discussão na Assembléia há dois anos
Silvia
Amorim
Após
aguardar durante dois anos a tramitação no
Legislativo, o governo de São Paulo concluiu a aprovação
da reforma da Previdência paulista. Os deputados
votaram ontem o terceiro e último projeto de lei, que
ajusta os critérios de concessão de aposentadoria e
pensão dos policiais militares à legislação federal.
Com a base
de apoio em massa no plenário, o governador José Serra
(PSDB) conseguiu encerrar as mudanças no sistema
previdenciário sem dificuldades. A votação foi simbólica
e registraram voto contra a proposta as bancadas do PT e
do PSOL e o deputado major Olímpio Gomes (PV).
Na galeria
do plenário, o clima também foi tranqüilo. Não
ocorreu protesto, apesar de o projeto votado ontem ter
reduzido o rol de pensionistas de policiais militares.
Os filhos de integrantes da corporação perderam o
direito de receber pensão até os 25 anos se estiverem
cursando a universidade, como ocorre hoje. O limite para
pagamento do benefício passa a ser de 21 anos, esteja o
pensionista cursando ou não faculdade.
O projeto
também muda o critério para cálculo das pensões.
Hoje todo pensionista recebe o valor equivalente a 75%
dos rendimentos do policial. A partir de agora, haverá
duas categorias. Os beneficiários daqueles policiais
que tinham como salário valores até o teto do INSS (R$
2.894,28) receberão a pensão no valor integral do
vencimento. No caso daqueles cujos rendimentos superarem
o teto, o pensionista receberá R$ 2.894.28 acrescido de
70% da parcela excedente.
Segundo o
governo, a medida beneficia a maioria dos pensionistas
militares, que têm vencimentos abaixo do teto do INSS.
O projeto
assegura aos atuais pensionistas o direito adquirido.
Diferentemente do regime dos servidores civis, não foi
reconhecido no regime previdenciário dos militares a
união homossexual para efeito de pagamento de pensão.
TESTE
A aprovação
das mudanças no sistema previdenciário foi o maior
teste enfrentado até agora pela base de sustentação
de Serra na Assembléia. Apesar de contar com ampla
maioria, o governador enfrentou dificuldades na votação
da primeira parte do projeto - o mais polêmico, que
criou o órgão de gestão da Previdência de São
Paulo, a SPPrev. Muitas entidades protestaram contra a
medida e pediram a retirada dos projetos do Legislativo.
Com a
reforma, o governador acaba com uma das principais
amarras financeiras do Estado, garantindo para São
Paulo a emissão do Certificado de Regularidade
Previdenciária (CRP). O documento, concedido pelo
Ministério da Previdência Social, atesta que o Estado
está de acordo com as regras do setor e autoriza a
transferência automática de recursos voluntários da
União.
NÚMEROS
R$ 10 bilhões
é o valor
do rombo anual da Previdência paulista R$ 2,5
bilhões é quanto
o Estado arrecada por ano com as contribuições 132 mil
é o número
de pensionistas do Estado 250 mil
é o número
de aposentados do Estado
Fonte:
O Estado de S. Paulo, de 22/06/2007
ANAPE
aprova desagravo a Procurador de São Paulo ofendido por
Juíza
Na reunião
de ontem da Diretoria da ANAPE foi aprovado ato de
desagravo a ser praticado pela entidade em defesa do
colega Roberto Ramos de SP, inclusive se dispondo a
acionar o Conselho Nacional de Justiça.
Da mesma
forma, o Colegiado da entidade apoiou o ato de desagravo
promovido pelo Conselho da Procuradoria Geral do Estado,
que foi feito na data de hoje, a partir da 9 horas, em
razão do desrespeito as prerrogativas de procurador e
dignidade profissional perpetradas pela dr.ª Regina
Nostre Marques, Juíza de Direito da 1.ª Vara Criminal
da Comarca de São Bernardo do Campo.
Fonte:
Anape, de 22/06/007
Processo
em papel deixará de existir em quatro anos
Quinta, 21
de Junho de 2007
Em quatro
anos, no máximo, todos os novos processos judiciais
tramitarão eletronicamente, via web. A previsão foi
feita pelo secretário-geral do Conselho Nacional de
Justiça, juiz Sérgio Tejada, em entrevista à rádio
CBN, na tarde desta quarta-feira, para o jornalista
Adalberto Piotto. O CNJ desenvolveu um sistema de
tramitação eletrônica de processos, via web, em
software livre, o Projudi, que vem sendo distribuído
gratuitamente a tribunais de todo o país.
Em nove
tribunais, o sistema já está em uso experimental, e
outros 16 devem implementar o serviço até o final do
ano. O processo virtual também já é realidade,
segundo Tejada, em cerca de 80% dos juizados especiais
federais.
Uma das
grandes vantagens do processo virtual é o combate à
morosidade da Justiça, segundo o magistrado. "Este
sistema tem se mostrado a ferramenta mais eficiente para
combater a morosidade. Mais de 60% de todo o tempo de
tramitação do processo são perdidos pela burocracia.
O processo virtual, quando não abole totalmente estas
tramitações, as transforma em frações de segundo.
Por isso, o Projudi permite que os processos tramitem até
cinco vezes mais rapidamente que o processo em
papel", disse Tejada.
O secretário-geral
do CNJ também anunciou que o Projudi será estendido às
delegacias de polícia. "Com o uso do Projudi, um
termo circunstanciado que é lavrado na polícia pode
ser digitado diretamente na Justiça, o que permite
grande economia de tempo", informou.
As partes
também têm ganhos com o uso do sistema, disse Tejada.
"Como o processo passa a tramitar em tempo real,
via internet, as pessoas podem consultar o processo em
qualquer momento, sem problema de horário. Elas podem
ver o processo de noite, no sábado, no domingo. Com o
processo virtual, a justiça fica disponível 24 horas
por dia, sete dias por semana".
Os
investimentos para a implementação do sistema, de
acordo com o secretário-geral, se pagam em menos de um
ano. "O investimento inicial é baixo. Hoje, a
maioria das repartições da Justiça já tem
computadores, redes e os equipamentos básicos. Precisa,
claro, de máquinas mais modernas. O programa é cedido
gratuitamente pelo CNJ, que também ajuda com a compra
de equipamentos os tribunais mais necessitados. É um
investimento que se paga em menos de um ano só com o
que se economiza com papel", disse.
Fonte:
CNJ, de 21/06/2007
Corte
Federal inicia uso de sistema eletrônico de ações
brasília
- O Supremo Tribunal Federal (STF) inaugurou ontem o
sistema eletrônico de tramitação de processos (e-STF),
que deverá ser concluído em cerca de quatro anos. A
estimativa do órgão é de que o sistema reduza em
cinco vezes o tempo de tramitação dos processos e
elimine a maior parte das 680 toneladas de papel usadas
em recursos apresentados no ano passado à Corte. O lançamento
oficial do e-STF se deu com a distribuição de 22
recursos extraordinários, os primeiros em meio digital
, enviados pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF-1) e pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Fonte:
DCI, de 22/06/2007
Conselho
da Justiça Federal tem nova composição
Com a
posse do ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), no cargo de coordenador-geral da Justiça
Federal, na última quarta-feira (20), e da
desembargadora federal Sílvia Goraieb, como presidente
do Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF4), nesta
quinta (21), a composição do Conselho da Justiça
Federal se altera. No colegiado do CJF, o ministro Dipp
assume a vaga deixada pelo ministro Fernando Gonçalves,
e a desembargadora Goraieb substitui a desembargadora
federal Maria Lúcia Luz Leiria como presidente do TRF4.
Na vaga de
suplente deixada pelo ministro Dipp, assume o ministro
Paulo Gallotti. O desembargador federal João Surreaux,
empossado como vice-presidente do TRF4, torna-se, do
mesmo modo, membro suplente do CJF.
Confira a
nova composição do CJF:
Presidente:
Ministro
Raphael de Barros Monteiro Filho (presidente do STJ)
Vice-presidente:
Ministro
Francisco Peçanha Martins (vice-presidente do STJ)
Coordenador-geral
da Justiça Federal, diretor do Centro de Estudos Judiciários
e presidente da Turma Nacional de Uniformização da
Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais:
Ministro
Gilson Dipp (STJ)
Membros
efetivos:
Ministro
Felix Fischer (STJ)
Ministro
Aldir Guimarães Passarimho Júnior (STJ)
Desembargadora
Federal Assusete Magalhães (presidente do TRF1)
Desembargador
Federal Joaquim Antonio Castro Aguiar (presidente do
TRF2)
Desembargadora
Federal Marli Marques Ferreira (presidente do TRF3)
Desembargadora
Federal Sílvia Maria Gonçalves Goraieb (presidente do
TRF4)
Desembargador
Federal José Baptista de Almeida Filho (presidente do
TRF5)
Membros
suplentes:
Ministro
Hamilton Carvalhido (STJ)
Ministra
Eliana Calmon (STJ)
Ministro
Paulo Gallotti (STJ)
Desembargador
Federal Carlos Olavo Pacheco de Medeiros
(vice-presidente do TRF1)
Desembargador
Federal Fernando José Marques (vice-presidente do TRF2)
Desembargadora
Federal Suzana de Camargo Gomes (vice-presidente do
TRF3)
Desembargador
Federal João Surreaux Chagas (vice-presidente do TRF4)
Desembargador
Federal Paulo de Tasso Benevides Gadelha
(vice-presidente do TRF5)
Secretário-geral:
Alcides
Diniz da Silva
Fonte:
STJ, de 21/06/2007
Informatização
de processos vai revolucionar administração do Judiciário,
afirma Ellen Gracie
O Supremo
Tribunal Federal (STF) oficializou hoje (21) a instalação
do e-STF, nome dado ao sistema que coloca a Corte em
definitivo na era da informática. A presidente do
Supremo, ministra Ellen Gracie, afirmou que o dia é
histórico para o Judiciário. “Estamos deixando o método
do passado para ingressar na Justiça do futuro.”
No
Supremo, o primeiro serviço oferecido totalmente em
meio digital é o recurso extraordinário, um
instrumento jurídico em que se contesta decisões de
outros tribunais que supostamente feriram a Constituição.
A partir de hoje, o serviço passa a funcionar em
conjunto com quatro tribunais – o Tribunal Superior do
Trabalho (TST), o Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF 1ª Região), e os Tribunais de Justiça do Espírito
Santo e de Sergipe.
Segundo
Ellen Gracie, toda a sociedade brasileira ganhará com a
informatização dos processos judiciais, que vai
provocar uma “revolução na forma de administrar o
Judiciário". Ellen divulgou dados que dão conta
que quase 70% do tempo gasto em processos é despendido
em atos relativos ao andamento, como a expedição de
certidões, protocolos, registros, ou até mesmo a
costura dos autos e os carimbos obrigatórios. “A este
tempo denomino de tempo neutro do processo”, disse a
ministra. Para ela, ao entrar na era virtual, todo o
tempo gasto no processo se transformará em "tempo
nobre, em atividade criativa, em típica atividade
jurisdicional".
O meio
ambiente também ganhará com a informatização. A
ministra informou que foram gastas cerca de 46 mil
toneladas de papel nos 23 milhões de processos
ingressados na Justiça em 2006. “Para produzir essa
quantidade de papel, é necessário o sacrifício de 690
mil árvores. Isso corresponde ao desmatamento de uma área
aproximada de 400 hectares e ao consumo de 1,5 milhão
de metros cúbicos de água, quantia suficiente para
abastecer uma cidade de 27 mil habitantes durante
ano”, revelou ela.
Atualmente,
a Justiça mais informatizada é a Federal, que tem mais
de 80% de seus juizados especiais virtualizados. Nela,
60% dos novos casos são ingressados em via eletrônica,
sendo que 2 milhões e meio de processos tramitam
totalmente de forma digital.
Em seu
discurso, Ellen Gracie fez menção especial à Associação
dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), que apresentou
ao Congresso Nacional o projeto que originou a Lei
11.419, que em 2006 tornou viável a total informatização
dos processos judiciais.
Entre os
que participaram da cerimônia, o presidente do Tribunal
de Justiça do Espírito Santo, desembargador Jorge Goes
Coutinho, informou que o tribunal criou um setor específico
responsável pela remessa virtual e já enviou ao
Supremo 22 REs eletrônicos. Segundo ele, o método vai
conferir celeridade à subida dos recursos para o STF e
eliminar custos operacionais com o deslocamento dos
autos.
Alexandre
Atheniense, presidente da Comissão de Tecnologia da
Informação do Conselho Federal da OAB, afirmou que o
novo modelo beneficia advogados e jurisdicionados com a
economia de tempo na tramitação. “A partir do
momento em que a peça processual já sai do tribunal de
origem digitalizada para o STF, determinadas rotinas
burocráticas desaparecerão, teremos conseqüentemente
um trâmite processual mais rápido”.
Segundo
ele, a prioridade dada pelo Supremo “para tornar o
processo sem papel uma realidade”, fará com que
outros tribunais tenham a mesma iniciativa. Quanto aos
escritórios de advocacia, dentro do universo de 640 mil
advogados no país, Atheniense acredita que eles deverão
se adaptar gradativamente às inovações.
A
presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região,
Assusete Magalhães, que enviou os primeiros processos
eletrônicos ao STF, ressaltou que “a digitalização
dos processos traz maior eficiência ao serviço
judicial, porque é possível agilizar o movimento
processual e proporcionar a racionalização do trabalho
e o melhor aproveitamento de recursos humanos e
materiais”.
Parceiro
do Supremo na implantação do sistema, o TRF-1, segundo
a presidente, “entende que a virtualização
representa hoje um instrumento valioso para a modernização
e o aperfeiçoamento do Poder Judiciário brasileiro,
contribuindo para a celeridade processual e a eficiência”,
afirmou. “Temos a obrigação e o dever de usar de
todos os meios ao nosso alcance para contribuir para o
aperfeiçoamento do Poder Judiciário”, concluiu
Assusete.
Entrevista
da ministra Ellen
Em
entrevista concedida a jornalistas após a cerimônia de
lançamento do processo eletrônico, a ministra Ellen
Gracie classificou o dia de hoje como “muito
importante para o Judiciário brasileiro”. “É um
momento de mudança de rumo, com uma Justiça que era
burocratizada por praxes antiquadas e repetidas durante
muitos anos para tornar-se uma Justiça que utiliza os
recursos tecnológicos que já estão disponíveis”,
declarou.
A ministra
esclareceu que o processo eletrônico teve início
apenas em relação ao recurso extraordinário, mas ela
revelou que, posteriormente, poderá se estender para as
outras categorias processuais. No momento, somente os
quatro tribunais (TST, TRF1, TJ-ES e TJ-SE) que compõem
o piloto enviarão os REs para o Supremo. “Estamos
incentivando que outros tribunais venham aderir à mesma
forma de trabalho”, disse Ellen Gracie.
Ela
destacou que, com a novidade, os Tribunais irão poupar
tempo, recursos humanos e “recursos naturais, que
correspondem a um ganho para a natureza: menos papel,
menos energia elétrica, enfim, menos insumos que são
lançados à natureza”. “Tudo isso tem um preço
significativo para o futuro do planeta”, concluiu a
presidente do Supremo.
Fonte:
STF, de 22/06/2007