Dá nova redação
ao inciso V do artigo 1º do Decreto nº 40.177, de 7 de
julho de 1995, que dispõe sobre o pagamento de despesas
sem cobertura contratual ou decorrentes de contrato
posteriormente declarado inválido
ALBERTO GOLDMAN, Vice-Governador, em Exercício no Cargo
de Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas
atribuições legais, Decreta:
Artigo 1º - O inciso V do artigo 1º do Decreto nº
40.177, de 7 de julho de 1995, passa a vigorar com a
seguinte redação:
“V - autorização prévia do Secretário de Estado, do
Procurador Geral do Estado ou do Superintendente de
autarquia, exarada em autos de processo contendo os
elementos arrolados nos incisos precedentes e
manifestação preliminar do respectivo órgão jurídico,
devendo ser observado, ainda, o seguinte:
a) a autorização de indenização, nos termos deste
decreto, deverá ser comunicada à Corregedoria Geral da
Administração, da Casa Civil;
b) os processos indenizatórios que envolvam valores
acima de R$ 100.000,00 (cem mil reais), antes da decisão
das autoridades de que trata este inciso, deverão ser
encaminhados ao Procurador Geral do Estado para
manifestação.”.(NR)
Artigo 2º - Este decreto entra em vigor na data de sua
publicação, ficando revogado o artigo 1º do Decreto nº
53.326, de 15 de agosto de 2008.
Palácio dos Bandeirantes, 19 de agosto de 2008
ALBERTO GOLDMAN
Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I,
seção Decretos, de 20/08/2008
Mantega apresenta pacote para abater dívida tributária
O ministro da
Fazenda, Guido Mantega, apresentou ontem ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião do conselho
político do governo, em Brasília, a proposta de um novo
modelo de cobrança da dívida tributária federal com o
objetivo de promover limpeza ampla, geral e irrestrita
no estoque total de créditos da União com o setor
privado.
A proposta
apresentada por Mantega é composta por nove itens e
prevê, entre outras medidas, a eliminação das dívidas
até R$ 10 mil, a facilitação e desconto no pagamento
antecipado de dívidas e alterações no parcelamento
ordinário de tributos.
Será o terceiro
programa de refinanciamento de dívida do governo Lula
-os outros dois foram o Paes e o Paex.
Segundo a
apresentação de Mantega ontem às lideranças políticas, o
valor total dos créditos da União soma R$ 1,3 trilhão. O
montante é dividido da seguinte forma: R$ 624 bilhões
inscritos na dívida ativa; R$ 649 bilhões não-inscritos
na dívida ativa; e R$ 43 bilhões de créditos
não-tributários. Ao todo, existem hoje 11,6 milhões de
processos correndo na Justiça nessa área.
Apesar do valor
exorbitante, Mantega mostrou na reunião que esses
créditos são de difícil recebimento. No ano passado, só
foram resgatados R$ 3 bilhões por meio de cobrança
judicial e R$ 10 bilhões em depósitos judiciais.
Pela
apresentação do ministro, o tempo médio de cobrança de
um crédito da União é de cerca de 16 anos, sendo 4 anos
de processo administrativo e os 12 anos restantes de
processo na Justiça.
O objetivo da
Fazenda é aumentar a arrecadação desses recursos com a
série de incentivos que estarão sendo criados para a
liquidação desses créditos da União. Pela apresentação
de Mantega, o governo deve encaminhar a proposta ao
Congresso por meio de medida provisória. Alguns
parlamentares que estavam ontem na reunião pediram que a
proposta fosse encaminhada por meio de projeto de lei.
De acordo com a
proposta de Mantega, só a extinção dos débitos antigos e
de pequeno valor -de até R$ 10 mil, em 31 de dezembro de
2007, vencidos há cinco anos ou mais- eliminaria 2,1
milhões de processos, 18,1% do total.
A medida também
iria reduzir em R$ 3,6 bilhões o total de créditos da
União.
Outra medida
importante é a de incentivo aos pagamentos à vista e ao
parcelamento dos débitos relativos à alíquota zero e ao
crédito-prêmio do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados). As empresas que desistirem do
contencioso envolvendo o IPI teriam uma série de
reduções na cobrança de multas de mora e de ofício, de
juros de mora e de encargos legais relativos a esses
débitos.
Se o pagamento
desses débitos for parcelado em até 24 prestações
mensais, por exemplo, a redução chega a 80% nas multas
de mora e de ofício, a 30% nos juros de mora e a 100%
nos encargos legais.
Outra medida do
pacote tributário de Mantega é a de promover alterações
no parcelamento ordinário de tributos. O pacote prevê a
possibilidade de parcelamento das dívidas tributárias de
acordo com o fluxo de caixa do contribuinte. O principal
objetivo dessa medida é o de possibilitar o
reparcelamento de débitos para empresas em atraso.
Também está
previsto no pacote tributário uma depuração da base de
dados do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).
Uma das medidas compreende o cancelamento de ofício do
cadastro de pessoas jurídicas que, nos últimos cinco
anos ou mais, não apresentaram declarações de Imposto de
Renda e não observaram os requisitos estabelecidos pela
Receita Federal. A medida prevê ainda anistia de multas
por descumprimento de obrigações acessórias.
Outra medida
considerada importante pela Fazenda é a de unificação
dos órgãos de cobrança dos créditos judiciais da União.
Hoje, existem três Conselhos de Contribuintes e uma
Câmara Superior de Recursos Fiscais. A idéia é fundir
esses órgãos e criar o Conselho de Recursos
Administrativos Fiscais para agilizar os julgamentos dos
tributos na esfera administrativa.
Segundo a Folha
apurou, Lula pediu empenho a Mantega e a colaboração das
lideranças políticas para imprimir velocidade ao
encaminhamento da proposta.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
20/08/2008
União perdoará dívidas antigas de até R$ 10 mil
O governo vai
perdoar todas as dívidas com a União de até R$ 10 mil
que venceram há mais de cinco anos. A medida vinha sendo
discutida no Ministério da Fazenda, e a proposta foi
apresentada ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva pelo ministro Guido Mantega durante reunião do
Conselho Político.
Isso corresponde
a cerca de R$ 3,6 bilhões e representa 0,3% do total da
dívida ativa, que é de R$ 1,3 trilhão.
O governo
encaminhará dentro de 20 dias ao Congresso Nacional
quatro projetos de lei e uma medida provisória para
permitir a anistia e para possibilitar a negociação das
dívidas superiores a R$ 10 mil. Cerca de 50% do total
devido corresponde a dívidas cobradas
administrativamente, e o restante está em fase judicial.
Aos deputados
que estavam na reunião, Lula disse que quer limpar o
cadastro de cobrança de todos os setores. Segundo
interlocutores, o presidente reclamou da burocracia para
renegociar as dívidas e disse que os débitos dão muito
trabalho aos advogados para se obter, na prática, muito
pouco resultado
Fonte: Folha de S. Paulo, de
20/08/2008
Súmulas da TNU não têm efeito vinculante
Por falta de
previsão constitucional, não existe efeito vinculante
nas súmulas editadas pela Turma Nacional de
Uniformização da Jurisprudência (TNU) dos Juizados
Especiais Federais (JEFs). Este foi um dos motivos pelos
quais o seu presidente, ministro Gilson Dipp, não
conheceu de reclamação movida por beneficiária do INSS
que questionou decisão da Turma Recursal de Pernambuco,
a qual, segundo ela, teria se recusado a adaptar o
acórdão ao entendimento de súmula da TNU.
De acordo com o
ministro Dipp, apenas nas hipóteses em que há
determinação para que as Turmas Recursais adaptem o
acórdão à jurisprudência já consolidada pela TNU, caso a
decisão da Turma Nacional seja descumprida, cabe
reclamação à TNU, prevista na Questão de Ordem n° 16. No
entanto, este não é o caso do pedido da autora.
Diante, ainda,
da impossibilidade da aplicação do princípio da
fungibilidade (que recomenda seja um recurso conhecido
por outro se ausente a má-fé) e da falta de indicação de
divergências do acórdão da Turma Recursal de Pernambuco
com decisão de outra região, súmula ou jurisprudência
dominante do Superior Tribunal de Justiça – requisito
para a apresentação de incidente à TNU -, o ministro
Dipp entendeu não ser possível receber a reclamação como
incidente de uniformização de jurisprudência.
Processo n°
2005.83.03.500698-3
Fonte: site da Justiça Federal, de
20/08/2008
SP paga o menor piso do país para delegado
São Paulo paga o
menor salarial do país para delegados da Polícia Civil
em início de carreira, segundo levantamento realizado
pela Folha a partir de informações oficiais de governos
e secretarias de Segurança Pública de todos os Estados.
Quem assume o cargo em uma cidade pequena do interior
paulista recebe R$ 3.708,18, contra os R$ 4.108,42 pagos
de piso em Minas Gerais, o penúltimo do ranking. Se for
considerado o menor salário da capital, São Paulo passa
à frente de Minas Gerais e fica em penúltimo lugar no
ranking nacional. A questão salarial é hoje o principal
ponto de divergência entre o governo de José Serra
(PSDB) e 19 entidades sindicais que representam
delegados, investigadores e escrivães. Na semana
passada, aos sindicatos promoveram uma greve que durou
quase sete horas na quarta-feira da semana passada.
Hoje, as partes se reúnem para uma rodada de negociação
no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Outra
paralisação não está descartada. No topo do ranking está
o Distrito Federal, onde um delegado em início de
carreira recebe R$ 12.992,70. Porém, segundo a
Secretaria de Segurança do DF, o salário é uma
incumbência do governo federal -diferente do que ocorre
nos Estados, onde a responsabilidade é dos governadores.
A segunda maior remuneração inicial para delegados é
paga pelo governo do Paraná (R$ 9.599,63). Estados como
Acre, Amazonas e Pará pagam, respectivamente R$
6.196,40, R$ 6.100 e R$ 5.755,55. O levantamento da
Folha considera o salário propriamente dito somado às
gratificações, que alguns Estados prefere chamar de
"adicional". Sempre considerando a menor remuneração, o
piso. No Estado de São Paulo, por exemplo, a remuneração
dos policiais civis é composto pelo salário base e
gratificações extras por "regime especial de trabalho"
(ou seja, que podem ser chamados a qualquer hora para o
trabalho), "localidade" e "insalubridade".
Três pisos
Existem em São
Paulo três pisos salariais, que variam de acordo com o
tamanho da cidade onde o policial trabalha. Em cidades
com menos de 200 mil moradores, o salário inicial para
delegado é R$ 3.708,18. Em municípios com população
entre 200 mil e 500 mil habitantes, como Diadema (Grande
São Paulo), a remuneração é de R$ 3.926,18. Nas cidades
com mais de 500 mil habitantes, o delegado em início de
carreira recebe R$ 4.275,18, segundo a Secretaria de
Gestão Pública. Em alguns Estados, delegados de cidades
do interior acabam recebendo mais adicionais em
comparação aos que trabalham na capital, para compensar
dificuldades de acesso ou a distância. "Hoje a Polícia
Civil de São Paulo é reconhecida como uma das melhores
do mundo. Somos nós que fornecemos treinamento para as
polícias de outros Estados, mas, quando vamos ao
Nordeste para dar palestras, por exemplo, ficamos com
vergonha de falar sobre os nossos salários", disse o
delegado Sérgio Marcos Roque, presidente da Adpesp
(Associação dos Delegados de Polícia do Estado de SP).
Investigadores
No caso dos
investigadores, cujos salários iniciais são R$ 1.757,82
em cidades com menos de 200 mil habitantes, São Paulo
ficaria na 15ª colocação, na frente do Rio de Janeiro e
Rio Grande do Sul, entre outros. Se a comparação fosse
feita com salários em cidades paulistas médias (R$
1.975,82) e com o das cidades com mais de 500 mil
habitantes (R$ 2.324,82), as posições no ranking seriam
a 10ª e a 6ª, respectivamente. João Batista Rebouças da
Silva Neto, presidente do Sipesp (Sindicato dos
Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo),
contesta o valor do salário inicial informado pela
Secretaria de Gestão. Segundo ele, o salário mais baixo
pago a investigadores em São Paulo é de R$ 1.458, e não
R$ 1.757,82. Para Silva Neto, o salário dos
investigadores de São Paulo é o penúltimo do ranking
nacional.
Estado diz que
reforma da carreira melhorará salários
A Secretaria de
Gestão Pública do Estado de São Paulo afirmou ter
enviado à Assembléia Legislativa um projeto de lei que
prevê a extinção da faixa salarial mais baixa da Polícia
Civil, a 5ª classe. Essa reforma da carreira, se
aprovada, pode levar a aumentos entre 9,4% e 27,99% nos
salários de policiais que ingressam na instituição.
O órgão não
comentou o levantamento que indicou que o governo
paulista paga o menor piso do país para delegados.
Informou apenas que o salário médio da categoria dos
delegados é de R$ 7.085,85. Ou seja, o salário médio no
Estado é menor que o piso pago a delegados em 12
Estados. Perde, por exemplo, para Piauí (R$ 7.141,50) e
Roraima (R$ 8.500).
"Nós estamos na
média. Não estamos nem entre os primeiros nem lá
embaixo", disse na semana passada o secretário Sidney
Beraldo (Gestão Pública), em entrevista no dia da
paralisação dos policiais.
Segundo ele, os
sindicatos não levam em conta os adicionais quando
comparam os salários de São Paulo com os dos outros
Estados -o levantamento da Folha considerou.
A secretaria diz
que, pela proposta de reforma da carreira, o maior
índice de aumento será para a faixa salarial mais baixa
entre os delegados. Os que trabalham em cidades com
menos de 200 mil habitantes receberão reajuste de 27,99%
(de R$ 3.708,18 para 4.746,12).
Delegados de 5ª
classe que trabalham na capital receberiam um aumento de
24,28%, passando dos atuais R$ 4.275,18 para R$
5.313,12. O menor aumento seria para investigadores de
cidades com mais de 500 mil habitantes: de R$ 2.324,82
para R$ 2.543,58.
Segundo a
Secretaria de Gestão Pública, o governo está negociando
com entidades sindicais e oferece a possibilidade de
criação de um grupo de trabalho -com representantes do
governo e dos sindicatos- que discutirá por 90 dias
revisões nas carreiras e nos salários.
Entre as
propostas a serem analisadas está a incorporação das
gratificações aos salários. Os maiores beneficiados
seriam os aposentados.
Benefícios
A secretaria de
Gestão Pública afirma ainda que já tomou uma das medidas
para beneficiar os policiais civis: publicou decreto
regulamentando o pagamento do GAT (Gratificação por
Acúmulo de Titularidade), que prevê maior remuneração a
delegados que acumulam funções em mais de um município.
O órgão diz
ainda que uma lei sancionada em outubro do ano passado
garante reajuste de até 23,43% para policiais civis,
militares e técnico-científicos, retroativo a 1º de
setembro.
Governo e
policiais têm reunião hoje para tentar acordo
Representantes
dos policiais civis e membros do governo de São Paulo
devem participar hoje no TRT (Tribunal Regional do
Trabalho) de mais uma rodada de negociações sobre a
questão salarial. A partir do resultado, a
desembargadora Dora Vaz Treviño deve decidir se faz
outra audiência de reconciliação entre as partes ou se
leva o caso da greve a julgamento.
A reunião deve
acontecer às 10h e não terá a presença da desembargadora.
O TRT será representado por um assessor econômico, que
depois se reportará à desembargadora.
O objetivo é que
os sindicatos especifiquem a pauta de reivindicações e
que o governo volte a explicar sua proposta. A reunião
foi marcada há uma semana, durante uma audiência.
Representantes
dos sindicatos disseram que, se não houver uma proposta
concreta de reajuste, a Polícia Civil voltará a
paralisar as atividades.
A categoria pede
reajuste de 58% a 200% e reivindica participar da
eleição do delegado-geral de polícia, hoje nomeado pelo
governo. A gestão de José Serra (PSDB) classificou as
exigências dos policiais de "irrealistas" e disse que a
folha de pagamento mais do que dobraria se as atendesse.
Segundo João
Batista Rebouças da Silva Neto, presidente do Sipesp
(sindicato dos investigadores de polícia), os sindicatos
farão uma avaliação da proposta do governo. Depois,
podem convocar uma assembléia geral para amanhã. Só em
seguida é que pode haver paralisação.
A Secretaria de
Gestão Pública afirmou que está sempre aberta para
negociar.
Atualmente,
segundo os sindicatos, a polícia está em estado de
greve, mas o atendimento à população é mantido.
Se os policiais
decidirem parar, serão suspensas as investigações e o
registro de ocorrências menos graves, como furtos,
estelionatos, ameaças e perdas de documentos. Isso
ocorreu parcialmente na quarta-feira.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
20/08/2008
As queixas da Polícia Civil
Se os números
citados pelo presidente da Associação dos Delegados de
Polícia do Estado de São Paulo, Sérgio Marques Roque, ao
criticar a política salarial do governo paulista para o
setor, estiverem certos, é realmente preocupante a
situação atual da Polícia Civil de São Paulo. Em
entrevista publicada pelo Estado nessa segunda-feira,
ele afirmou que cerca de 90% dos investigadores da
Secretaria da Segurança Pública exercem outra profissão
para completar a renda. É por isso, segundo ele, que a
atividade policial tende a se converter em "bico",
comprometendo a segurança da população.
Na semana
passada, investigadores e delegados fizeram uma greve
parcial de 40 horas, acusando o governo estadual de
tratá-los a pão e água, pedindo aumento real e
reivindicando a correção das aposentadorias. Os
delegados alegam que seus vencimentos sofreram uma
desvalorização de 58% nos últimos cinco anos, e que não
receberam qualquer reajuste em 2006 e 2007. Os
investigadores alegam não ter aumento real há 14 anos.
Além da greve de
advertência, as duas categorias, integradas por
servidores estatutários, entraram com um pedido de
negociação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o que
é inédito. Isso só foi possível porque há quase um ano o
Supremo Tribunal Federal mandou aplicar à administração
pública a mesma legislação que disciplina as greves da
iniciativa privada, até que o Congresso regulamente o
direito de greve do funcionalismo público.
A exemplo dos
sindicatos de delegados e investigadores paulistas,
outras entidades sindicais do funcionalismo público
descobriram nessa decisão do Supremo a brecha jurídica
que lhes permite levar questões salariais para a Justiça
do Trabalho. Graças a essa estratégia, uma vez aceito o
pedido de negociação pelo TRT, o Executivo é obrigado a
se manifestar formalmente. Esse foi um dos motivos que
levaram a Secretaria da Segurança Pública a divulgar, no
final da semana passada, uma nota refutando os números
da Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo. A
nota informa que o governador José Serra "nunca evitou o
diálogo", que as autoridades estaduais já realizaram
sete reuniões este ano com entidades representativas da
Polícia Civil e que os 125 mil policiais civis,
militares e técnico-científicos receberam um aumento
médio de 23,43% em 2007. "O menor salário de
investigador subiu de R$ 444,64 para R$ 1.757,82, um
aumento real de 57,79%", diz o documento.
Investigadores e
delegados dizem que a informação é incorreta e que o
aumento foi concedido a título de gratificação, não
sendo extensivo a aposentados e pensionistas. Eles
também alegam que o governo vem investindo
proporcionalmente muito mais na Polícia Militar do que
na Polícia Civil. Citando um estudo do Instituto São
Paulo Contra a Violência, uma conceituada ONG do setor,
o delegado Sérgio Marcos Roque afirma que, por falta de
recursos e condições de trabalho, apenas 5% das
ocorrências policiais são investigadas. "Não dá para
mascarar. Suponhamos que a pessoa vá ao distrito
policial à noite. Tem lá um delegado, um escrivão e dois
investigadores. A pessoa diz que a casa foi furtada ou
roubada. A lei manda que o delegado se desloque para o
local e colha todos os vestígios do crime, junto com a
perícia. Só que o delegado não pode sair da unidade",
conclui.
A nota oficial
do governo rebate essas críticas, lembrando que as
estatísticas da Secretaria da Segurança Pública têm
registrado um acentuado declínio em quase todos os
índices de criminalidade. "Ele (o delegado Sérgio Roque)
parece acreditar que quanto menos a polícia investiga,
mais esclarece crimes. Será por falta de investigação
que a Polícia Civil recuperou os quadros do Masp e da
Pinacoteca em tempo recorde, além de ter esclarecido o
caso Isabella?", diz a nota.
Esse é o tipo de
polêmica em que os dois lados podem ter razão. De fato,
os números mostram que aumentou a eficiência da polícia
no combate à criminalidade. Mas os vencimentos dos
delegados e investigadores paulistas estão muito abaixo
daqueles que são pagos pela Polícia Federal e por outros
órgãos policiais no resto do País.
Fonte: Estado de S. Paulo, seção
Opinião, de 20/08/2008
Prorrogado prazo para pagamento da 13ª parcela do
Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) do ICMS
Foi prorrogado
para o dia 22 de agosto de 2008 o prazo para o
recolhimento da GARE ICMS, relativa à 13ª parcela do
Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) do ICMS, cujo
débito em conta corrente bancária estava previsto para o
dia 11/08. A parcela não foi debitada por causa de
problemas no sistema informatizado do PPI. O
recolhimento poderá ser feito mediante a emissão de GARE
ICMS pelo site do PPI (www.ppidoicms.sp.gov.br). Não
haverá cobrança de multa por atraso.
Eventuais
acréscimos de mora já recolhidos, em caso de pagamento
da 13ª parcela por meio de GARE ICMS emitida no site do
PPI depois de 11 de agosto e antes da implementação da
prorrogação pela Resolução Conjunta nº 04, serão
considerados antecipação de pagamento. Nesse caso, o
saldo do PPI será recalculado com redução dos valores
das parcelas subseqüentes.
Fonte: site do Governo de SP, de
20/08/2008
STJ mantém bloqueio on-line sobre contas e aplicações de
empresas
A Quarta Turma
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão do
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que determinou o
bloqueio on-line de valores depositados em contas e
aplicações da Themag Engenharia e Gerenciamento Ltda,
Energ Power S/A e EIT Empresa Industrial Técnica S/A até
o limite da execução, devidamente atualizada, de título
judicial resultante de sentença arbitral movida pela
Indústrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.I.C.Y.F - Impasa.
As três empresas
recorreram ao STJ alegando, entre outros pontos, que o
acórdão do TJSP violou as disposições do art. 525, I, do
Código de Processo Civil, porque não foi juntada ao
agravo a cópia da procuração outorgada aos advogados das
partes, peça indispensável ao seu conhecimento. Também
apontou a existência de dissídio jurisprudencial com
decisões do próprio STJ.
Sobre a suposta
violação por falta de cópia da procuração outorgada aos
advogados das recorrentes, o relator do processo,
ministro Fernando Gonçalves, ressaltou que o acórdão
recorrido comprova que a "eventual lacuna" decorrente da
falta de cópia da procuração foi devidamente suprida por
outra cópia, estando a questão superada.
Segundo o
relator, o acórdão dispõe que houve indicação dos nomes
dos advogados constituídos, sendo eles regularmente
intimados de todos os atos. “Nesta altura, e diante dos
termos do acórdão recorrido, outro direcionamento
reclamaria investigação probatória, vedada pela súmula 7
do Superior Tribunal de Justiça”, destacou em seu voto.
Fernando
Gonçalves também rejeitou a suposta divergência de
decisões entre Turmas do STJ apontada no recurso. Para
ele, não se debate no acórdão falta da cópia, como o faz
o acórdão paradigma citado pelos recorrentes, mas o
suprimento desta falta mediante outro documento. Assim,
por unanimidade, a Turma rejeitou o recurso especial.
Fonte: site do STJ, de 20/08/2008