Aberto
Concurso para Procurador do Estado
A
Procuradoria Geral do Estado de São Paulo (PGE) publicou hoje (17.07.2009),
no Diário Oficial do Estado de São Paulo – Poder Executivo – Seção
I, páginas 82 a 85, o Edital nº 01/2009 de abertura de inscrições para o
Concurso de Ingresso na Carreira de Procurador do Estado. As inscrições
devem ser feitas, exclusivamente, no site da Fundação Carlos Chagas
(www.concursosfcc.com.br), entre as 9h do dia 27.07.2009 e às 14h do dia
14.08.2009. São cem vagas para Procurador do Estado Nível I, com
vencimentos iniciais mensais num total de R$ 12.331,79.
Os
candidatos aprovados prestarão serviços nas áreas de Consultoria Geral,
Contencioso Geral e Contencioso Tributário-Fiscal, com atuações no município
de São Paulo, doze regionais espalhadas pelo território estadual e também
na Procuradoria Geral do Estado de São Paulo em Brasília-DF. Conforme
disposto em lei específica, 5% (cinco por cento) das vagas destinam-se às
pessoas portadoras de deficiência.
O
candidato deve ser Bacharel em Direito e a inscrição sai por R$ 200,00,
equivalentes às despesas para execução do Concurso. Serão realizadas três
provas de seleção. Duas escritas (Prova Objetiva e Prova Discursiva) e uma
Prova Oral. Na última etapa do processo seletivo, será realizada a Avaliação
de Títulos, apenas para definir a classificação final. Todo o processo
acontecerá na Capital do Estado.
A
1ª prova escrita (Prova Objetiva) terá duração de quatro horas em um único
período e será composta por cem questões objetivas de múltipla escolha.
Ela está prevista para acontecer no dia 30.08.2009 (último domingo do mês
de agosto). A 2ª prova discursiva acontecerá em duas etapas, cada uma com
duração de quatro horas, nos períodos da manhã e da tarde de um único
dia.
Todas
as provas escritas serão eliminatórias às provas seguintes. A Prova Oral
consistirá da arguição pública dos candidatos a ela admitidos, pelos
membros da Comissão de Concurso.
A
confirmação das datas e as informações sobre horários e locais serão
divulgados oportunamente por meio de edital de convocação e de cartões
informativos que serão enviados aos candidatos através de correio eletrônico.
No
Edital nº 01/2009, da abertura de inscrições, os candidatos conseguirão
informações detalhadas do Concurso, como a distribuição de perguntas por
cada prova e, no Anexo I do edital, os programas das seguintes matérias que
comporão o certame: Direito Constitucional; Direito Processual Civil;
Direito Civil e Deontologia Jurídica; Direito Administrativo; Direito de
Pessoal e Previdenciário Público; Direito Ambiental; Direito Tributário,
Direito do Trabalho e Processual do Trabalho; e Direito Financeiro Econômico
e Empresarial Público.
Fonte:
Conjur, de 17/07/2009
Ministro
Marco Aurélio não admite intervenção de entidade como “amicus
curiae” em processo sobre fornecimento de medicamento
O
ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), não permitiu
que o Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite C ingresse como
“amicus curie” em processo que discute a obrigatoriedade ou não de o
Estado fornecer medicamento de alto custo não incluído na lista do SUS
(Sistema único de Saúde).
A
figura do “amicus curiae” é permitida pela Lei 9.868/99 e significa a
intervenção de terceiros no processo, na qualidade de informantes,
permitindo que o Supremo venha a dispor de todos os elementos informativos
possíveis e necessários à solução da controvérsia, além de ser um
fator de legitimação social das decisões da Corte constitucional.
Ao
todo, o ministro Marco Aurélio permitiu o ingresso de seis entidades nesse
processo, um Recurso Extraordinário (RE 566471) em que o governo do Rio
Grande do Norte contesta decisão da 4ª Vara da Fazenda Pública de Natal
que o obrigou a fornecer o medicamento a uma paciente. Outras sete
entidades, incluindo o Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite C, não
foram admitidas.
Ao
negar o pedido do Grupo Otimismo, o ministro Marco Aurélio explicou “que
já se conta, no processo, com manifestações suficientes ao esclarecimento
da matéria”. Segundo ele, “a admissão, sem limites, de terceiros,
acaba por prejudicar a tramitação do processo, repercutindo no
julgamento”.
As
seguintes entidades participarão como “amici curiae” no RE: o Instituto
de Bioética, Direito Humanos e Gênero (Anis), a Defensoria Pública da União,
o estado do Rio de Janeiro, o estado de São Paulo, a Associação
Brasileira de Assistência à Mucoviscidose (Abram) e o Conselho Federal da
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Além
do Grupo Otimismo, não foram admitidos o Grupo de Pacientes Portadores de
Hipertensão Arterial Pulmonar dos Hospitais Públicos do Rio de Janeiro, o
Instituto Canguru – Grupo Especializado em Doenças Metabólicas, a
Associação Paulista dos Familiares e Amigos dos Portadores de
Mucopolissacaridoses, a Associação dos Familiares e Amigos dos Portadores
de Doenças Graves, e os municípios de Boa Vista e do Rio de Janeiro.
Repercussão
geral
Em
dezembro de 2007, o Supremo reconheceu, por unanimidade, a existência de
Repercussão Geral na matéria. Segundo o voto do ministro Marco Aurélio,
relator do recurso, o caso trata da assistência do Estado na área da saúde,
um assunto de inegável interesse coletivo.
“Em
síntese, questiona-se, no [recurso] extraordinário, se situação
individual pode, sob o ângulo do custo, colocar em risco o grande todo, a
assistência global a tantos quantos dependem de determinado medicamento, de
uso costumeiro, para prover a saúde ou minimizar sofrimento decorrente de
certa doença”, disse o ministro ao admitir a repercussão geral na matéria.
Fonte:
site do STF, de 17/07/2009
Que
se dane o(a) sucessor(a)
BRASÍLIA
- O Congresso está paralisado de pânico com a crise, os escândalos, a
irritação da opinião pública, mas as bombas-relógio para o futuro
governo continuam andando, sinuosamente.
Num
levantamento feito pelo tucano Eduardo Graeff, da órbita de FHC e de Serra,
dois desses projetos são na área da Previdência:
1)
A emenda do senador Paulo Paim (PT-RS), estendendo o reajuste do salário mínimo
a todos os benefícios, aumenta as despesas em 48,7%, de R$ 201,4 bi em 2008
para R$ 299,6 bi em 2011, quando assume o sucessor de Lula. O déficit pula
R$ 3,8 bi de 2009 a 2011.
2)
Projeto para atualizar aposentadorias e pensões com base no número de salários
mínimos na data da concessão cria gastos adicionais de R$ 5,89 bi por mês,
ou de R$ 76,6 bi por ano (com o 13º).
Três
outros são sob medida para categorias específicas:
1)
A "PEC dos delegados de polícia" concede à categoria a mesma
remuneração dos membros do Ministério Público. Como são cerca de 14 mil
delegados no país, isso pode virar um balão inflável que vai estourar no
bolso do contribuinte.
2) O que transforma a remuneração da Polícia Militar do DF em base para
policiais militares dos Estados, para os integrantes do Corpo de Bombeiros e
para os inativos.
3) O que restabelece o adicional por tempo de serviço como componente da
remuneração da magistratura e do Ministério Público, com efeitos
retroativos e extensão da vantagem para inativos e pensionistas. E as
outras carreiras de Estado também não vão querer?
A
arrecadação continua caindo pelo sexto mês consecutivo, enquanto a
expectativa é que os aumentos de vagas e de remuneração em várias faixas
do funcionalismo vão explodir em R$ 16 bi a mais só no primeiro ano do
futuro governo.
Isso não é brincadeira. Dilma, Serra e Aécio certamente querem ser Lula
ontem, mas duvido que Lula queira ser um deles amanhã.
ELIANE
CANTANHÊDE
Fonte:
Folha de S. Paulo, seção Opinião, de 19/07/2009
PEC
que enxuga Constituição recebe parecer favorável
Greve
de servidores públicos, incidência de contribuição social sobre o lucro
das exportações, cortes nos orçamentos dos estados. Estas matérias podem
deixar a Constituição Federal e, consequentemente, a pauta do Supremo
Tribunal Federal, no que depender do deputado Regis de Oliveira (PSC-SP).
Ele é autor de uma proposta de emenda constitucional que pretende enxugar a
Constituição Federal excluindo nada menos que 189 artigos.
A
PEC já recebeu parecer favorável do relator na Comissão de Constituição
e Justiça da Câmara dos Deputados, Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA). Se
aprovada, a mudança dará maior poder de fogo aos parlamentares, que poderão
legislar sobre um maior número de assuntos sem a necessidade de votações
expressivas exigidas para a aprovação de emendas constitucionais. O STF
também terá sua competência reduzida, ficando responsável apenas por
temas ligados à estrutura do Estado e às garantias individuais — os únicos
que ainda preencherão os 70 artigos restantes da Constituição desinchada
por Régis de Oliveira.
O
parecer do relator Sérgio Barradas Carneiro foi dado nessa terça-feira
(14/7) a favor da PEC 341/09. Carneiro apresentou dois substitutivos, que
aperfeiçoam o projeto. Segundo ele, há temas hoje previstos na Constituição
que não têm natureza constitucional e por isso precisam ser excluídos.
“Isso [o inchaço da Constituição] diminui a importância da Carta
Magna, relativiza a força dos seus dispositivos e impede a sua adequação
à realidade”, afirmou no parecer.
O
autor da ideia, deputado Regis de Oliveira, explica que a atual Constituição
Federal nasceu, em 1988, em meio a um trauma causado pelo desrespeito às
garantias individuais por parte do governo militar, recém terminado. Por
esse motivo, foram incluídas no texto previsões que não tinham perfil
constitucional. Nessa lista entram matérias ligadas a esportes, meio
ambiente, política fundiária, ciência, tecnologia, sistemas financeiro e
tributário, funcionalismo público e população indígena.
Com
a estabilização política, porém, o país precisa de mais espaço para
tomar decisões. “Precisamos de uma Constituição material, que tenha
apenas a estrutura do Poder — como princípios de Estado e sistema de
governo — e os direitos e garantias individuais, que são a resistência
ao poder. O restante deve ser regulado por leis, cuja criação é função
do Legislativo”, diz. Ficam, portanto, as cláusulas pétreas, que são
imutáveis.
Desde
que foi promulgada, com 250 artigos, a Constituição já sofreu 63 emendas
— seis delas chamadas “de revisão”. Foram alterados, suprimidos e
acrescentados 90 artigos, 312 parágrafos, 309 incisos e 90 alíneas. Os
temas alterados passam pela admissão de cientistas estrageiros no país,
permissão de participação estrangeira no capital social de empresas
jornalísticas e iluminação pública de municípios — que poderiam
facilmente ser disciplinados em leis. Entre as propostas de emenda que ainda
tramitam no Congresso, o número é mais assustador. São 1.119 na Câmara
dos Deputados e 393 no Senado Federal. A Câmara já arquivou outros 1.344
projetos desse tipo.
“Por
que dizer na Constituição que o juiz precisa residir na comarca da qual é
titular?”, exemplifica Regis de Oliveira. Segundo ele, exageros como esse
assoberbam as casas legislativas, que não dão conta de criar leis para
regulamentar tantas previsões. “Devido à falta de regulamentação de 60
a 70 artigos da Constituição, os direitos não podem ser usados.” É o
caso do direito de greve dos servidores públicos. Sem uma lei
regulamentadora, o Supremo Tribunal Federal foi obrigado a aplicar, em
julgamento feito no início do ano, a mesma regra vigente para os empregados
da iniciativa privada. “A participação dos empregados no lucro das
empresas é outro exemplo de direito que não pôde ser usado devido à
falta de uma lei”, afirma.
Outra
mudança proposta é o aumento da margem de autonomia dos estados da federação.
Um dos exemplos citados por Regis de Oliveira é o foro privilegiado de
parlamentares, prefeitos e governadores. “São as cortes estaduais que
devem julgá-los, e não o Supremo, que deve reservar-se à função de
corte constitucional”, afirma. “O Supremo terá que mudar algumas posições.”
Pela
proposta, os artigos excluídos, porém, não perderão a eficácia
imediatamente. “Enquanto não forem editadas leis que substituam os
dispositivos, a Constituição atual continua em vigor”, diz Oliveira.
“Caso a proposta seja rejeitada, teremos que continuar a regulamentar os
artigos. Não adianta o assunto apenas estar declarado na Constituição.”
Alguns
questionamentos já surgiram em relação ao projeto. Há quem acredite que
tantas mudanças só passariam com a convocação de uma nova Assembleia
Nacional Constituinte. “Não vejo necessidade, já que não se está
alterando nada, mas apenas tirando o que não é constitucional para que
seja confirmado em leis complementares”, explica o autor da proposta.
Segundo ele, o rito de aprovação de leis complementares também garante a
segurança das normas já estabelecidas, uma vez que exige a maioria dos
votos dos parlamentares de ambas as casas do Congresso. “Estão achando
que quero fazer uma minirreforma constitucional. Se é possível mudar um,
dois, três artigos, por que não 200? Não se pode medir isso com uma
trena.”
Fonte:
Conjur, de 19/07/2009
ANAPE
em alerta em relação à nova PEC que enxuga a CF e joga nossas atribuições
para lei ordinária
Desde
a propositura da PEC abaixo, a ANAPE vem acompanhando sua tramitação,
apesar de não acreditar que um assunto desse evolua a partir de certo ponto
devido sua complexidade. Os grupos de interesses comtemplados na CF
dificilmente deixarão a Carta deixar de citá-los e garanti-los.
Mas,
a ANAPE prestou atenção no texto desde o início e está seguindo de perto
a presença dos Procuradores em tal PEC. No texto, continuamos
constitucionalizados, todavia, nossas atribuições são retiradas e jogadas
para a lei ordinária. Custamos conseguir introduzir o art. 132 na CF. Quem
era da ANAPE à época lembra-se, v.g.,(ministro Humberto Gomes de Barros
(DF), ex-Presidente do STJ, Nunes do RN, Michel Temer (SP) apoiando, Mario
Sesta (RS), Marcos Bernardes de Mello (AL), Odacir França (RS), Eraldo Bulhões
(AL), Diogo de Figueiredo (RS) e diversos outros que citaremos e
homenagearemos em breve, pois não caberia aqui o nome de tantos colegas de
todo o Brasil que há décadas lutam pela Carreira, o que nos permite hoje
orgulhar em muitos Estados de sermos a mais atrativa de TODAS, recebendo
subsídios no teto, advogando e ainda recebendo honorários etc... O que
somos não é fruto do trabalho individual, de uma gestão ou de ninguém
especificamente; é fruto de um trabalho coletivo e árduo. Inclusive,
aproveitamos, e recomendamos aos colegas aposentados e mais velhos na
carreira que contem a hístória para os mais novos para que eles se
preparem, com senso histórico, para uma contínua consolidação de um
trabalho que passa de geração em geração sem solução de continuidade.
A anape felizmente tem como tradição honrar seus ex-dirigentes, não tem
pretensão de desmoralizar ou diminuir as outras administrações com
tentativa de assim se fortalecer; isto não fortalece, enfraquece e não
soma. Nossa força está na união e simplesmente neste momento estamos
dando continuidade, sempre juntos, a uma estrutura sólida deixada pelos que
se foram e sempre serão lembrados. Parabéns e obrigado aos antigos
colegas, aos hoje aposentados e aos que já faleceram.
Lembramos,
ademais, que a entidade esteve presente no Congresso diurturnamente e nossa
constitucionalização foi fruto do trabalho coletivo da categoria, não
ingressamos no texto graciosamente.
Por
isso, já colocaremos o assunto na próxima reunião com as Carreiras
tipicas de Estado para simplesmente observarmos, pois há tanta PEC e PL no
Congresso Nacional que trata de tanto assunto que temos que priorizar alguns
e observar outros enquanto não passam de certa fase. Tenham a certeza que
agimos e agiremos em tudo que nos afeta.
Fonte:
site da Anape, de 19/07/2009
Empresas
questionam fisco de SP
A
ampliação do regime de substituição tributária no Estado de São Paulo
colocou empresários e entidades de classe em pé de guerra com o Governo
Serra. Desde o ano passado, 23 novos setores foram incorporados ao sistema,
que já cobrava ICMS na origem da produção de outros segmentos, como
bebidas, cigarros, combustíveis e veículos. O objetivo é evitar a sonegação
fiscal e a concorrência desleal, ao mesmo tempo que dá mais eficiência à
arrecadação.
Por
outro lado, a sistemática tem revelado alguns efeitos colaterais negativos
para a atividade econômica, que resultou numa onda de ações judiciais e
transferência de negócios para outros Estados. O secretário da Fazenda de
São Paulo, Mauro Ricardo, atribui o movimento a sonegadores. "De fato,
quem sonega está muito chateado com esse regime. Esses podem ir embora de São
Paulo mesmo", dispara ele, destacando que a arrecadação cresceu R$ 3
bilhões em 2008 por causa do regime.
MUDANÇA
A
substituição tributária consiste em deslocar para um único contribuinte
(em geral a indústria) a responsabilidade de recolher o ICMS de toda a
cadeia de comercialização, desde a saída do produto da fábrica até o
consumidor final. Para isso, o imposto é calculado em cima de uma base
presumida de preço final, e de quanto cada empresa na cadeia de produção
teria adicionado ao valor da mercadoria. Esses números são projetados pelo
fisco a partir de pesquisas de mercado.
Eis
aí a primeira grande crítica das empresas: em muitos casos, os números
dos valores adicionados projetados pelo fisco são incompatíveis com a
realidade, diz a advogada da Federação do Comércio do Estado de São
Paulo (Fecomércio), Sarina Sasaki Manata. Há situações em que o valor
projetado representa o dobro do praticado. Além disso, a diferença de preço
entre os produtos que entraram no sistema de cálculo da Receita estadual é
grande.
No
setor de cosméticos, por exemplo, um batom pode custar R$ 10 ou R$ 300. O
imposto será calculado sobre uma média ponderada. Na prática, quem vende
o produto abaixo dessa média, acaba pagando mais imposto. Segundo um
renomado tributarista, que prefere não se identificar, numa margem de 40%
sobre um produto de R$ 100, o ICMS será de R$ 25. "Vendendo a R$ 140,
a alíquota continua em 18%. Se vender por R$ 110, a alíquota sobe para
22,9%, e por R$ 160, cai para 15,75%. Isso inibe as promoções e liquidações."
PESQUISAS
Mauro
Ricardo diz que as pesquisas são feitas pelas próprias associações.
"Se quiserem fazer o levantamento todo mês e nos enviar, elas
podem." Tributaristas avaliam que não é tão simples. As pesquisas de
preços têm de ser feitas em instituições definidas pelo governo e pode
levar até 20 meses.
"A
situação provocou a migração de uma série de distribuidores e
atacadistas para outros Estados onde as alíquotas são menores e não há
substituição tributária", afirma o advogado da Lacerda & Lacerda
Advogados, Nelson Lacerda. Ele diz que nos últimos meses sua empresa
auxiliou clientes na abertura de 15 filiais fora de São Paulo. "Eles não
fecharam as operações aqui, mas transferiram parte dos negócios. Virou
uma guerra fiscal", avalia.
O
presidente do Sindicato de Distribuidores e Atacadistas de Produtos
Industrializados do Estado de São Paulo (Adasp), Sandoval Araújo, confirma
que o sistema tributário tornava mais competitiva a empresa que estava fora
daqui. A reportagem do Estado procurou alguns grupos, mas eles evitaram
comentar o assunto por medo de represálias.
Essa
estratégia começou a ser minada com acordos que o governo paulista tem
feito com outros Estados. "Até agora já temos dez protocolos com
Estados que vão promover a substituição tributária", destaca Mauro
Ricardo. De toda forma, o fluxo de mercadorias destinado a outros Estados
continuará sendo feito a partir das unidades instaladas fora de São Paulo.
Outra
reclamação entre os empresários é o fato de o governo ter revogado uma
lei que permitia, até dezembro de 2008, restituir o imposto cobrado a mais
pelo fisco. As empresas dizem que muitas vezes praticam preços menores do
que os arbitrados na cobrança antecipada do imposto e, por isso, teriam
direito a ressarcimento.
Redes
de supermercados como Wal-Mart e Pão de Açúcar, e montadoras questionam
na Justiça o fim da restituição desse imposto pago a mais. "As
empresas não são contra a substituição tributária. O que elas não
querem é não ter direito ao ressarcimento", diz o advogado da Leite,
Martinho Advogados, Leandro Martinho Leite.
Ele
destaca outro problema: o acúmulo de crédito de ICMS por contribuintes
paulistas que fazem operações interestaduais. "Na prática, como o
procedimento para restituição é muito lento e burocrático, as empresas têm
acumulado créditos, que chegam a R$ 10 milhões, o que afeta de forma
expressiva o caixa das companhias nesse momento de crise."
Fonte:
Estado de S. Paulo, de 20/07/2009
O
inchaço do MP
É
por vários motivos um despropósito o projeto de lei enviado ao Congresso
pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), objetivando criar
10.479 novos cargos no Ministério Público (MP) Federal, do Distrito
Federal e Territórios, Militar e do Trabalho, com aumento de custo
previsto, na folha de pagamentos, de R$ 762,8 milhões por ano. Sem entrar
em pormenores e nem mesmo questionar os critérios que levaram à fixação
precisa dessa volumosa quantidade de novos cargos - exatos 10.479 -, não
parece que na elaboração dessa proposta tenha sido usada a lógica
elementar que, no serviço público ou na atividade privada, preside
qualquer decisão que envolva a criação ou aumento de custos permanentes:
a verdadeira necessidade de quem recebe e a verdadeira possibilidade de quem
paga.
Quanto
à necessidade de o Ministério Público Federal mais que dobrar seu número
de cargos - pois passaria de 8.364 integrantes para 18.863 -, há que se
dizer que qualquer organização, pública ou privada, que precise duplicar
o número de seus servidores numa penada é porque está à beira da inoperância,
desempenhando apenas marginalmente as funções que lhe incumbem.
Seguramente, este não é o caso do Ministério Público, que tem sido
atuante em todas as áreas e, se peca, será mais por excesso de intromissão
do que por omissão. Na verdade, a duplicação de quadros funcionais, em
qualquer área do serviço público, só se justificaria com um aumento
excepcional de funções. Mas no Ministério Público Federal isso não
ocorreu nem quando, há 21 anos, a nova Constituição Federal ampliou as
suas funções, incumbindo-o da defesa dos "interesses sociais e
individuais indisponíveis", além do que já lhe cabia, na defesa da
ordem jurídica e do regime democrático.
Do
ponto de vista da possibilidade de quem paga, tal aumento de despesas também
não se justifica, em vista da situação fiscal em que se encontra o Estado
brasileiro. A crise, seja porque provocou a redução da atividade econômica,
seja porque forçou a adoção de medidas de estímulo ao consumo, resulta
em substancial queda da arrecadação. E não é hora de se promover um
volumoso aumento de despesas correntes. No mínimo, as consequências do
quadro recessivo sobre a arrecadação federal exigiriam a postergação de
contratações em massa, principalmente numa categoria que é uma das mais
bem pagas do serviço público.
É
bem verdade que a filosofia do governo petista contraria o bom senso.
Justamente quando deveria estar enxugando a máquina pública, liberando
para os investimentos em infraestrutura demandados pelo setor produtivo os
recursos escassos que hoje são usados para cobrir despesas correntes, o
governo federal contrata e concede generosos aumentos salariais. Note-se que
o enxugamento não deveria ser feito apenas no Executivo, mas abranger todos
os Poderes do Estado.
Acresce
que, no caso específico do Ministério Público Federal, a remuneração
inicial de seus quadros é das mais elevadas entre as carreiras do
funcionalismo público. A propósito, levando em conta uma tendência do
governo petista de contratar e conceder reajustes acima das possibilidades
dos cofres públicos - mesmo que o Executivo não tenha responsabilidade
quanto ao Ministério Público, que é autônomo -, disse com oportunidade o
deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP): "Esse é um governo que só pensa
em criar cargos. Vai haver um grande problema no futuro, por causa dessa prática."
Entende o deputado que, apesar da autonomia administrativa do Ministério Público,
não dá para dissociar o pleito que mais que dobra o número de seus
servidores da visão "expansionista" que tem do serviço público
um governo que fez subir para três dúzias a quantidade de seus Ministérios
e multiplicou o número de servidores em praticamente todos os setores da
administração.
Só
resta acrescentar que na milionária proposta de mais do que dobrar os
cargos do Ministério Público Federal há também um aspecto que bem
reflete a ética destes tempos bicudos: dos novos cargos a serem criados,
6.804 vão ser preenchidos por concurso público e 3.675 são para funções
gratificadas. Quer dizer, 35% dos contratados serão empregados por livre
escolha, a critério subjetivo do procurador! É preciso dizer mais?
Fonte:
Estado de S. Paulo, seção Opinião, de 20/07/2009
Fazenda
de São Paulo quer cobrar ICMS de Tania Bulhões
A
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo vai investigar se a loja Tania
Bulhões, alvo da Operação "Porto Seguro", sonegou ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) entre 2004 e 2006.
A
loja está na mira da Receita Federal, do Ministério Público Federal de São
Paulo e da Polícia Federal por suspeita de importar móveis e objetos de
decoração de luxo de forma fraudulenta e subfaturar os preços em até 70%
para burlar o pagamento de imposto de importação e de IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados).
Quando
a Daslu foi fiscalizada por prática de importação irregular em 2005, a
Fazenda paulista identificou sonegação de ICMS e autuou a butique em cerca
de R$ 500 milhões. Parte desse valor já foi paga e parte está em discussão.
A
Fazenda já pediu formalmente cópia dos documentos e do material apreendido
em computadores, notebooks e pen drives recolhidos pelos policiais nas duas
lojas da empresária Tania Bulhões, em dois escritórios de contabilidade e
em duas residências na última terça-feira. A partir dessas informações,
o fisco paulista vai calcular o montante do ICMS devido e cobrar Tania Bulhões.
A
Receita Federal e a Secretaria da Fazenda paulista têm convênio para
compartilhar informações quando ocorrem ações de fiscalização.
Em
estudo
Não
há estimativa ainda de quanto a loja Tania Bulhões sonegou de impostos
federais e estadual. Auditores da Receita encontraram notas fiscais entre
2004 e 2006 que mostram que a loja importava mercadorias da Europa por meio
de duas empresas localizadas em um mesmo endereço em Miami (EUA) e de
quatro tradings, com a intenção de driblar o pagamento de impostos.
Nas
declarações de importação, o nome da loja de Tania Bulhões era omitido.
Essa prática, segundo fiscais, contraria instrução normativa nº 225 da
Receita, de 2002, que determina que o verdadeiro importador seja
identificado nos documentos de importação.
Agilidade
A
Polícia Federal deve encerrar em até 60 dias o inquérito que investiga o
esquema que envolveu a loja Tania Bulhões.
O
que os policias analisam neste momento é se a prática de importação
irregular, que ocorreu entre 2004 e 2006, se estende até agora. Também
querem saber se o pagamento das mercadorias compradas de fornecedores
europeus era feito somente pelo sistema de remessa de dinheiro conhecido
como dólar-cabo ou se a empresária mantinha conta no exterior, abastecida
por doleiros e não por operações regulares declaradas ao Banco Central.
Pelo
sistema dólar-cabo, um doleiro recebe dinheiro em uma conta no exterior e
coloca à disposição o mesmo valor no Brasil, em troca de uma comissão. Não
há movimentação física de valores nem transações eletrônicas, para
evitar o rastreamento das operações.
Os
envolvidos no caso Tania Bulhões, segundo a PF, são suspeitos de cometer
crimes de descaminho (importação de mercadoria sem passar pela alfândega),
sonegação fiscal, falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de
dinheiro.
Desde
o dia da Operação "Porto Europa", a Folha tem procurado a empresária
Tania Bulhões, por meio de sua assessoria de imprensa, para comentar a ação
fiscal em suas lojas. Segundo a assessoria, a empresária está em férias
na França.
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 19/07/2009
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