Precatório
pode ser usado para pagar dívidas fiscais
por
Nelson Lacerda
Em
garantia de execuções fiscais oferece as seguintes
vantagens: (a) é obtido com grande deságio; (b) a
atualização dá-se nos mesmos índices da dívida; (c)
a aceitação já está pacificada nos tribunais
superiores, relativizando inclusive a ordem de preferência
pela espécie de crédito que representa; (d) após as
reduções legais do total da dívida, o precatório é
sub-rogado pelo credor.
Neste
momento em que entrou em vigor a penhora fiscal on-line
deixar execuções sem garantias é um risco. Deixar o
parco patrimônio da empresa à mercê das execuções
significa perdê-lo, uma vez que seu valor não atualiza
conforme a dívida. E ainda que se reduzam eventuais
abusos fiscais, com passar do tempo o saldo devedor será
muito maior que o bem, enquanto o precatório, por ser dívida
pública, possui atualização nos mesmos índices
fiscais.
Devido
ao velho hábito de não pagar contas herdado do tempo
do Império, o Governo tem 1 trilhão em dívida pública,
contra 1,6 trilhões em créditos públicos devido à
crescente carga fiscal e ao enfraquecimento da economia
pela falta de competitividade no mercado global, onde a
carga fiscal é a metade da brasileira, sem contar
outros fatores que aguardam, há décadas, por reformas
modernizadoras.
As
importações aumentam assustadoramente. Quase tudo o
que se compra hoje é made in china, com preços e
qualidade inacreditáveis. 90% das empresas brasileiras
têm um grande passivo fiscal e estão fechando seus
balanços com prejuízos, aumentando a dívida com o
fisco por "indiscutível falta de capacidade
contributiva". O PIB não cresce, mas a arrecadação
fiscal bate recordes sucessivos graças à voracidade e
aos mecanismos medievais de “confiscar os ovos e matar
a galinha”.
As
empresas estão encurraladas. Os empregos e impostos
também. A globalização tornou o “mundo plano”.
Concorremos no mercado global em absoluta desigualdade.
O mundo foi reinventado e o Brasil, mesmo com a invasão
das importações, ainda não descobriu esta mudança.
Setores inteiros como o calçadista e o moveleiro estão
quebrando. Estamos usando produtos que não fabricamos e
não geram empregos. Se continuarmos assim, logo não
teremos empresas gerando empregos e impostos.
Temos
que salvar as empresas, pois elas são "patrimônio
social". Para tanto, é necessária a imediata redução
da carga fiscal. Entretanto, os institutos de estudos e
pesquisa predizem que redução de carga fiscal só a
partir de 2021!
Assim,
a grande solução para a problemática é a compensação
e a quitação via garantia das dívidas com créditos públicos
(precatórios). É solução para as empresas, para os
empregos e para a eterna dívida pública, que será
paga através do acerto de contas.
A
compensação (leia-se: "débitos e créditos
quitam-se entre si") tem efetivamente o condão de
reduzir a carga fiscal, salvando as empresas e as
tornando competitivas.
A
compensação é um direito natural. Nasceu antes mesmo
da existência da própria Lei. Há extensa previsão
legal no Direito Brasileiro e, por tratar-se de matéria
constitucional, já contamos com várias decisões do
Supremo Tribunal Federal.
Por seu
turno, a garantia das dívidas fiscais via nomeação de
precatórios já é matéria pacificada pelo Superior
Tribunal de Justiça, por tratar-se de matéria
infraconstitucional.
Fonte:
Conjur, de 19/07/2007
Comunicado
do Centro de Estudos
Abertura
de Inscrições para Admissão ao 1º Curso de Pós-Graduação
“Lato Sensu” em Direito Tributário O
Diretor da Escola Superior da Procuradoria Geral do
Estado
faz saber aos servidores públicos estaduais a abertura
de
inscrições para processo seletivo visando matrícula
no Curso de
Especialização - Pós-Graduação lato sensu - em
Direito Tributário,
a ser realizado a partir do mês de agosto de 2007,
com término
em novembro de 2008, para preenchimento de 16 (dezesseis)
vagas, nas condições abaixo assinaladas.
Fonte:
D.O.E. Executivo I, de 20/07/2007, publicado em
Procuradoria Geral do Estado - Centro de Estudos
Proposta
para Previdência deve sair em setembro
De
acordo com Marinho, mudanças atingirão apenas
trabalhadores que ainda não contribuem com sistema
Vinícius
Pinheiro
A
proposta de reforma da Previdência, que está em
discussão no fórum criado pelo governo, deve ser
concluída em setembro. O ministro da Previdência, Luiz
Marinho, antecipou, contudo, que o projeto deve ter
mudanças apenas para os futuros trabalhadores, que
passarem a contribuir para o novo sistema. “Não há
por que fazer qualquer mudança para os atuais
trabalhadores”, afirmou o ministro ontem, em São
Paulo.
Marinho
garantiu que o Sistema Público de Previdência está
“equilibradíssimo”, com um saldo negativo de R$ 4
bilhões - o déficit é de 1,8% do Produto Interno
Bruto (PIB). Ele rebateu acusações de críticos e
assegurou que, hoje, dizer que a Previdência está
quebrada faz parte da “lógica neoliberal”.
O valor
de R$ 4 bilhões citado por Marinho considera apenas o
resultado puro, ou seja, a diferença entre o total de
contribuições e os benefícios pagos. O ministro
explicou que o déficit total do sistema, de R$ 42 bilhões,
inclui débitos que não deveriam ser registrados na
conta da Previdência, como a aposentadoria do setor
rural e os incentivos de exportação do agronegócio.
O
ministro disse que a proposta do fórum deve incluir a
separação de todas essas contas e determinar que haja
previsão de receita orçamentária específica para
pagar esses débitos. Ele acredita que essa previdência
“pura” deve apresentar déficit zero já no fim de
2008. “O crescimento do mercado formal de trabalho
permitirá o equilíbrio das contas.”
O fórum,
que é formado por representantes do governo, dos
trabalhadores e dos empresários, iniciou nova fase de
debates há cerca de um mês, já para definir as
propostas a serem incluídas na reforma previdenciária
a ser enviada ao Congresso.
POLÍTICA
SOCIAL
O
secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer,
vem defendendo a necessidade de mudar as regras do
sistema. Segundo ele, se nada for alterado, o déficit
pode saltar de 1,8% do PIB para 5,21% do PIB em 2050,
considerando a expectativa crescente de vida da população.
O déficit
do sistema previdenciário é resultado da política
social garantida pela Constituição de 1988, que prevê
concessão de aposentadoria para trabalhadores rurais e
benefícios para portadores de deficiência.
O
presidente Lula já deixou claro, porém, que o governo
não vai retirar do bolo previdenciário os programas
sociais. “Quero avisar a todos que acham que a Previdência
é insolúvel que ela vai ser consertada sem que a gente
jogue no colo dos pobres a responsabilidade pelo déficit”,
afirmou ele, em março.
FRASE
Luiz
Marinho
Ministro
da Previdência
“Não
há por que fazer mudança para os atuais
trabalhadores”
“O
crescimento do mercado formal de trabalho permitirá o
equilíbrio das contas”
Fonte:
O Estado de S. Paulo, de 20/07/2007
Melhoradinha
Depois
de muita confusão na Zona Franca de Manaus, a LG, pelo
jeito, resolveu quadruplicar o pagamento de ICMS, que
está sendo questionado pela Justiça. De R$ 2 milhões
mensais, estaria pagando agora R$ 8 milhões.
Segundo
cálculo do mercado, porém, ainda muito aquém dos R$
25 milhões que deveria pagar para se equiparar às
concorrentes.
Fonte:
O Estado de S. Paulo, de 20/07/2007