Ministro determina que
Ministério Público fiscalize greve de policiais civis de São Paulo
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo
Tribunal Federal (STF), decidiu na noite dessa sexta-feira (17) que cabe ao
Ministério Público de São Paulo fiscalizar, em caráter provisório, o
cumprimento da liminar concedida pelo relator da Reclamação 6568, ministro
Eros Grau, quanto à greve dos policiais civis do estado. A decisão foi
tomada em um pedido de extensão na Reclamação feito pela Procuradoria Geral
do Estado e é válida até o julgamento final da ação pelo STF.
Essa fiscalização da greve dos policiais civis
paulistas, segundo o ministro, "há de ser feita pelo Ministério Público
estadual, sem prejuízo da ação de outras autoridades locais eventualmente
competentes".
Lewandowski lembrou, ainda, que no julgamento
do Mandado de Injunção 708, que tratou da greve dos servidores públicos, o
relator do caso, ministro Gilmar Mendes, em seu voto condutor, "assentou
que, por aplicação analógica do art. 6º da Lei 7.701/88, as questões
oriundas de greves de servidores públicos, restritas ao âmbito estadual ou
municipal, devem ser dirimidas pelo Poder Judiciário local".
Pedido
A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo
pedia a extensão da medida liminar já concedida pelo ministro Eros Grau na
Reclamação 6568, em que se discute a competência para o julgamento da greve
da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Anteriormente, Eros Grau, relator da citada
Reclamação, concedeu liminar pleiteada para “(i) suspender o trâmite do
Dissídio Coletivo de Greve n. 20199.2008.000..02.00-7, em curso perante o
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, até o julgamento final desta
reclamação; (ii) manter a liminar concedida pelo TRT 2ª Região, em que foi
determinada a continuidade dos serviços e a manutenção de 80% (oitenta por
cento) do efetivo dos profissionais da Polícia Civil do Estado de São
Paulo”.
Ocorre que, de acordo com a Procuradoria Geral
do Estado de São Paulo, a decisão vem sendo desrespeitada pelo movimento
grevista deflagrado pelos policiais civis paulistas, o que tem acarretado
“graves danos para a população que necessita ser atendida nas unidades da
Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo”, uma vez que a
categoria não vem mantendo o funcionamento de 80% de seus serviços
regulares.
Alega, ainda, que “considerando a expressa
recusa já manifestada pelo Ministério Público do Trabalho (de poder
fiscalizar a greve) e a reiterada jurisprudência dessa Suprema Corte, que
reconhecem a competência da Justiça comum para processamento das demandas
envolvendo relação de natureza estatutária entre o poder público e seus
servidores", que cabe ao Ministério Público estadual encarregar-se
provisoriamente de fiscalizar o cumprimento da liminar concedida
anteriormente pelo ministro Eros Grau.
Ricardo Lewandowski aceitou os argumentos do
MP paulista e declarou que essa é a melhor decisão a ser tomada, pois se o
próprio Ministério Público do Trabalho, por meio da Procuradora Regional do
Trabalho da 2ª Região, teria declarado a sua incompetência para zelar pelo
cumprimento e execução da liminar proferida pelo Ministro Eros Grau,
"forçoso é convir que tal mister deve ser atribuído a outro órgão estatal,
sob pena de ficar sem eficácia a decisão do STF, exarada por um de seus
membros, em sede de jurisdição cautelar", sentenciou
Fonte: site do STF, de
19/10/2008
Caberá ao MP fiscalizar
greve da Polícia Civil paulista
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo
Tribunal Federal, decidiu na noite de sexta-feira (17/10) que cabe ao
Ministério Público de São Paulo fiscalizar, em caráter provisório, a greve
dos policiais civis do estado. A decisão foi tomada no julgamento de um
pedido de extensão na Reclamação que suspendeu, liminarmente, o Dissídio
Coletivo de Greve de nove categorias profissionais da Polícia Civil e
determinou a continuidade dos serviços e a manutenção de 80% do efetivo da
Polícia paulista durante o movimento grevista.
O pedido de extensão foi feito pela
Procuradoria Geral do Estado de São Paulo que alegou que a decisão liminar
não vem sendo respeitada, o que tem acarretado “graves danos para a
população que necessita ser atendida nas unidades da Secretaria de Segurança
Pública do Estado de São Paulo”.
Alegou também que o Ministério Público do
Trabalho não teria competência para fiscalizar a greve e que o STF já
afirmou diversas vezes a competência da Justiça comum para processamento das
demandas envolvendo relação de natureza estatutária entre o poder público e
seus servidores. Por isso, caberia ao Ministério Público estadual
encarregar-se provisoriamente de fiscalizar o cumprimento da liminar
concedida pelo ministro Eros Grau.
Ricardo Lewandowski aceitou os argumentos da
Procuradoria-Geral do Estado e declarou que essa é a melhor decisão a ser
tomada, pois se o próprio Ministério Público do Trabalho, por meio da
Procuradora Regional do Trabalho da 2ª Região, teria declarado a sua
incompetência para zelar pelo cumprimento e execução da liminar proferida
pelo ministro Eros Grau. “Forçoso é convir que tal mister deve ser atribuído
a outro órgão estatal, sob pena de ficar sem eficácia a decisão do STF,
exarada por um de seus membros, em sede de jurisdição cautelar”, decidiu.
Os policiais civis paulistas estão em greve há
mais de um mês. A categoria reivindica reajuste salarial.
Reclamação 6.568
Fonte: Conjur, de 19/10/2008
Esquema é maior que
Avalanche, diz fiscal
A operação da Polícia Federal que prendeu o
publicitário Marcos Valério e mais 16 pessoas, em 10 de outubro, revelou
parte de um megaesquema de sonegação fiscal. É o que diz Antonio Carlos
Campos, diretor-adjunto da Administração Tributária da Secretaria da Fazenda
do Estado de São Paulo. Ele diz que tem sido coagido a abandonar a
investigação desde que autuou a Cervejaria Petrópolis em R$ 104 milhões. A
cervejaria disse que não vai comentar as declarações do fiscal.
FOLHA - O sr. sabia da Operação Avalanche da
PF?
ANTONIO CARLOS CAMPOS - Não, foi uma surpresa
muito agradável para o Friedman [Eduardo Friedman, fiscal, também alvo do
inquérito falso] e para mim, porque nossa reputação estava abalada com
notícias falsas nos acusando de extorsão, lavagem de dinheiro e evasão de
divisas.
FOLHA - A operação da PF cruza com a apuração
da Fazenda?
CAMPOS - Cruza na medida em que mostra parte
de um esquema muito maior. A autuação da Cervejaria Petrópolis foi da área
do Friedman, que é supervisor de fiscalização de bebidas e tomou medidas que
desagradaram o grupo. Estou no caso porque fiz um relatório sobre fraudes
fiscais na Zona Franca de Manaus, que foi usado para o auto de infração e
anexado como prova da acusação.
FOLHA - Qual o envolvimento da cervejaria
nessas fraudes fiscais?
CAMPOS - Operações fraudulentas. São operações
simuladas, mas não posso falar mais. Já sofri uma representação por abuso de
autoridade, que está no Ministério Público, e fui alvo de denúncias
apócrifas na Corregedoria de Fiscalização.
FOLHA - Quando começou a investigação da
Fazenda?
CAMPOS - Em 2005. Documentos apreendidos na
Operação Soja [que investigou fraude na exportação] nos levaram a uma
segunda investigação, desta vez relacionada a empresas de bebidas. A partir
daí, produzimos um relatório, em dezembro de 2007, que faz referências a
várias empresas, entre elas, a Petrópolis. Foi aberto um inquérito na
Secretaria da Fazenda.
FOLHA - Como é o esquema?
CAMPOS - Existe um grupo de pessoas,
normalmente advogados, que faz oficialmente planejamento tributário. Mas,
sob o rótulo de planejamento, engendram esquemas de sonegação fiscal. O
esquema é vendido a empresas. O relatório que escrevi mostra o
relacionamento entre as pessoas e o uso de laranjas. Há uma rede formada por
empresas de medicamentos, bebidas e cigarros voltada a operações de
sonegação fiscal. A Cervejaria Petrópolis era cliente, entre outras seis ou
sete empresas médias e grandes.
FOLHA - Quanto foi sonegado?
CAMPOS - Pelo o que já levantamos na dívida
ativa, são R$ 300 milhões, em 15 anos. É um grupo especializado em evasão
fiscal no ramo de bebidas, que monta empresas e faz sucessivas alterações
societárias, com laranjas ou testas-de-ferro.
FOLHA - Marcos Valério faz parte desse grupo?
CAMPOS - Foi uma surpresa. Acho que Marcos
Valério foi contratado para operacionalizar uma vingança. Não acho que
querem desmoralizar os fiscais para poderem se livrar das autuações. O auto
de infração se mantém se as provas são boas. O objetivo era nos abalar
moralmente para abandonarmos a investigação.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
19/10/2008
Ex-governador e delegado
defendem reformulação
O presidente da Associação dos Delegados de
Polícia do Estado de São Paulo, Sergio Marcos Roque, 66, diz concordar com a
necessidade de uma mudança na estrutura do aparato policial brasileiro e,
também, com uma grande depuração na polícia paulista.
Uma mudança importante na estrutura da
segurança seria, para ele, a desvinculação da Polícia Civil do Poder
Executivo, à qual pertence hoje, para subordiná-la ao Poder Judiciário. "A
Polícia Civil, uma polícia judiciária, precisa ser independente para
investigar. Não pode ser a guarda pretoriana de um governo do Estado. Cargos
de confiança não conferem ao delegado de polícia uma liberdade de
investigação", afirma Roque.
Para isso, seria necessário, porém, uma
mudança na Constituição Federal -que define o modelo da Segurança Pública e
a subordinação de cada instituição policial.
Na opinião do delegado, o sucesso da
reformulação feita em Nova York, além da demissão dos maus policiais, também
passou pela valorização da carreira com melhora nos salários.
Essa transformação da polícia também passou
pela mudança da corregedoria, que passou a ser pró-ativa, investigando o
policial e não esperando as denúncias serem apresentadas -como ocorre na
Polícia Civil paulista. Roque defende essa mudança, mas não é apoiado por
outras entidades sindicais.
Roque disse que concorda com as medidas porque
hoje os maus policiais são em menor número que os bons e, com isso, a greve
da categoria está com uma grande adesão.
"É uma minoria barulhenta. Então, [se não
fosse assim], nós não estaríamos brigando pelo salário. Existe, lógico, como
em qualquer segmento, uma parte podre. Na polícia, a corrupção não é
admitida", diz ele.
O ex-governador e ex-secretário da Segurança
Pública de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, disse que também vê a
necessidade urgente de uma mudança no sistema da segurança pública
brasileira.
Para Fleury, porém, a mudança deve atingir,
além das polícias, as políticas de atuação do Ministério Público e do Poder
Judiciário. "Você tem cada um puxando de um lado, e não há um sistema de
resposta penal. Qual é o projeto de segurança e de combate à criminalidade
do Ministério Público e do Poder Judiciário? São todos atores de uma mesma
peça. É fácil jogar a culpa só na polícia."
A unificação das polícias, para Fleury, é
inviável e poderia trazer mais prejuízos do que benefícios, porque não há
uma estrutura de fiscalização eficiente. "Nós estamos no meio de uma crise
de criminalidade. Não podemos nos dar ao luxo de fazer qualquer tipo de
experiência, porque iremos correr o risco de o descontrole aumentar", diz.
Ele diz defender um bom salário para os policiais.
Para o ex-governador, ou se cria uma nova
Polícia Civil, com setores uniformizados e não-uniformizados, ou se cria um
comando único para as duas polícias -Civil e Militar.
O ex-governador não concorda, porém, com uma
"caça às bruxas" contra os maus policiais. Para ele, a depuração deve ser
constante e efetiva. "Não seria possível fazer a depuração no Brasil como
foi em Nova York. Os policiais daqui têm mais garantias legais que os
americanos. Eles não podem ser demitidos, a não ser por um processo
administrativo, tem uma série de procedimentos e ritos a serem seguidos."
Fonte: Folha de S. Paulo, de
19/10/2008
Associações da PM saem em
defesa dos policiais civis
As quatro principais associações da Polícia
Militar do Estado de São Paulo resolveram se solidarizar aos policiais civis
em greve e afirmaram que até os PMs da Tropa de Choque, "no íntimo",
concordam com os manifestantes. "Pois sofrem igualmente as conseqüências
desta política descabida, mas discordando dos métodos utilizados para valer
esse direito comum a ambos", diz uma nota assinada pelas associações dos
Oficiais da PM, dos Oficiais da Reserva, dos Subtenentes e Sargentos e dos
Cabos e Soldados. O principal alvo foi a postura do governo José Serra para
lidar com o problema salarial das polícias e com a crise que levou à batalha
de quinta-feira no Morumbi, na zona sul.
Segundo as entidades, o conflito entre
policiais civis e militares às portas do Palácio dos Bandeirantes, que
deixou 32 feridos, foi resultado da "política salarial perversa adotada pelo
governo do Estado endossada pela Assembléia Legislativa".
Além de acusar o governo de se furtar "da
responsabilidade de ter provocado esta situação vexatória", a nota diz que a
gestão Serra tentou "justificar-se à população afirmando que ninguém está
reivindicando salários, mas que são ?partidos de oposição? que estão se
aproveitando do momento". O governo culpa CUT, Força Sindical, PT e PDT.
As entidades, as mais representativas da PM,
compararam a marcha dos policiais civis até o Palácio dos Bandeirantes a
outra marcha, em 1961, executada pela antiga Força Pública de São Paulo -
que mais tarde absorveu a Guarda Civil e se transformou na PM. O levante da
Força Pública em direção ao Palácio dos Campos Elísios, então sede do
governo paulista, foi reprimido pelo Exército.
As quatro entidades informam que vão
encaminhar com urgência à Assembléia um projeto de política salarial com "as
necessidades e os méritos dos integrantes da Polícia de São Paulo,
verdadeiros heróis". Por fim, afirmaram que cabe a Serra "amenizar a
situação", "mesmo porque o secretário da Segurança Pública (Ronaldo Marzagão)
ignorou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo (Luiz
Flávio Borges D?Urso), como mediador".
D?Urso havia se oferecido para mediar o
conflito. Um dia antes da batalha, afirmou que havia sido ignorado pelo
governo. A Secretaria de Segurança Pública informou que o governo não
negociava enquanto a greve durasse. Nos bastidores, porém, o secretário da
Gestão Pública, Sidney Beraldo, e deputados da base do governo na
Assembléia, como Mauro Bragato (PSDB), se reuniam com representantes de
associações da Polícia Civil. A estratégia não conseguiu pôr fim à greve nem
impedir que as lideranças sindicais do movimento, que o governo pretendia
isolar, conduzissem a marcha até o Palácio dos Bandeirantes.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
19/10/2008
A Constituição e a
estabilidade democrática
PARA CIDADÃOS de países regidos por vetustas
Constituições, podem até parecer estranhas tantas comemorações pelos 20 anos
da nossa Carta. Mas quem conhece a história pátria há de bem dimensionar a
significância dessas duas décadas de estabilidade, mormente se confrontada
com o acidentado trajeto percorrido pelo país até o Estado democrático de
Direito.
A Constituição de 1988, mais do que assinalar
o término de um regime de exceção, simbolizou o afã da mudança em favor de
mais equilíbrio em todas as vertentes -sociais, políticas, econômicas,
institucionais. A Constituição Federal fez-se, assim, eivada da força
simbólica do recomeço. O gigante parecia despertar com vontade de compor a
galeria dos grandes -e não só em potência econômica.
Daí o extenso catálogo de direitos
fundamentais -um dos mais amplos do mundo-, cuja efetividade é garantida por
mecanismos judiciais consistentes, previstos no texto constitucional. As
criticas quanto a certa propensão para o dirigismo econômico foram superadas
com as mudanças aprovadas pelo Congresso Nacional.
De fato, a normalidade democrática assegurada
pela Constituição de 1988 demonstrou ser à prova de choques tão
perturbadores quanto um confisco radical da poupança, tão graves quanto o
impeachment do presidente eleito pelo povo, isso sem mencionar crises agudas
de hiperinflação e corrupção. Não houve turbulência interna ou externa que
não tenha sido resolvida dentro dos parâmetros fixados pela Carta.
A partir dessa solidez constitucional, na qual
o Supremo figura como órgão-chave moderador nos embates democráticos, o país
pôde crescer de forma organizada. A segurança institucional traduziu-se em
dividendos econômicos e políticos, além de elevar a auto-estima do
brasileiro. É da legitimidade que advém a força dessa Constituição,
doravante não mais associada a outorgas ou tutelas de qualquer ordem, não
mais compatível com degolas ou golpes.
De 1988 até hoje, o país passou por
transformações visíveis: o atraso institucional cedeu lugar a um aprendizado
da cidadania corroborado por eleições seguras. A renovação do processo
eleitoral a cada biênio funciona como força realimentadora do regime. E o
melhor: todos os atores políticos comungam das regras do jogo democrático. A
democracia tornou-se um valor em si mesmo. E isso é alvissareiro, pois
garante que, por estas plagas, diferentemente do viés de retrocesso político
que teima em reaparecer em certas nações sul-americanas, haveremos de
vivenciar o privilégio de sermos uma forte e soberana democracia.
Isso não significa estar a tarefa completa.
Lançando mão de usual metáfora, preparamos o terreno para a colheita -que já
começou, a julgar pela melhoria nos indicadores sociais da última década. E
a experiência dos últimos anos indica que as mudanças necessárias podem ser
realizadas dentro dos marcos existentes, dispensada a aventura de processos
constituintes especiais, parciais ou totais.
No Judiciário, a antiga estrutura processual e
administrativa consubstancia desafio a ser enfrentado a partir da
perspectiva do planejamento estratégico de todos os tribunais, coordenado
pelo Conselho Nacional de Justiça, dirimindo o renitente problema de
lentidão processual, bem como aumentando a transparência e o acesso dos
cidadãos -sobretudo dos mais carentes- à prestação de justiça.
Tal racionalização está em andamento com a
informatização de todos os órgãos. Não se trata de mera opção técnica, mas
de escolha inspirada nos direitos humanos. No caso das varas de execução
criminal, a informatização permitirá o controle adequado da situação dos
presos e evitará a manutenção da prisão além do tempo determinado e fora das
condições impostas pela condenação judicial.
A Justiça brasileira realmente tornou-se mais
forte com a autonomia administrativa e financeira obtida a partir da Carta
de 1988, cujos 20 anos coincidem com os 200 anos da criação do primeiro
órgão de cúpula da Justiça nacional, hoje personificado no Supremo Tribunal
Federal, corte que vem a ser a própria representação da constitucionalidade,
da ordem institucional.
Dia após dia, o Supremo Tribunal Federal vem
assumindo a responsabilidade política de aplicar a Carta de modo a tornar
concretos os inúmeros direitos e garantias fundamentais constitucionalizados
em 1988. E a corte tem respondido -o fará sempre- demonstrando profundo
compromisso com o desenvolvimento desses direitos e corroborando, assim, a
opção do constituinte pelo renovador princípio da esperança.
GILMAR FERREIRA MENDES, 52, mestre pela UnB
(Universidade de Brasília) e doutor em direito do Estado pela Universidade
de Münster (Alemanha), é presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do
CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Fonte: Folha de S. Paulo,
seção Tendências e Debates, de 19/10/2008
OAB-SP lança cartilha de
prerrogativas e campanha Reaja
A OAB-SP lança neste sábado (18/10) a Cartilha
de Prerrogativas da advocacia. O lançamento acontece na 32ª Reunião de
Presidentes de Subsecções, em Campinas. A cartilha é a primeira ação da
campanha Reaja, encabeçada pelo presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges
D´Urso.
“A Cartilha pretende cristalizar o conceito de
que as prerrogativas profissionais não são privilégios, mas constituem um
conjunto de regras fundamentais para os advogados exercerem sua profissão e
assegurarem o direito à ampla defesa e ao contraditório a todos os
cidadãos”, explica D´Urso.
Para o presidente da Comissão de Direitos e
Prerrogativas da OAB-SP, Sergei Cobra Arbex, a “cartilha não interessa
apenas aos advogados, mas a todos os operadores do Direito e ao
jurisdicionado. Tenho a convicção de este trabalho realizado por um grupo de
advogados responde muitas dúvidas sobre o assunto”.
O texto com 18 tópicos explica o que são as
violações das prerrogativas profissionais dos advogados e as reações legais
possíveis para esses casos. “Algumas autoridades e agentes do Estado, por
meio de atitudes autoritárias e abusivas, violam essas prerrogativas quando
negam ao advogado o acesso aos autos, atacam sua honra, desrespeitam seu
mister, coíbem o contato com os clientes, não recebem o profissional no
interesse do processo e invadem escritórios”, afirma o presidente da OAB SP.
A OAB lembra que a legislação brasileira
assegura aos advogados direito de representar contra as autoridades que
violam dispositivos constitucionais. A cartilha explica que não há
hierarquia entre juízes, promotores e advogados. Ela esclarece dúvidas sobre
a liberdade do exercício profissional, da defesa e do sigilo. Diz também que
é assegurada a permanência dos advogados em repartições públicas e
assembléias. "É um guia prático de como o advogado deve exercer suas
prerrogativas na sua militância diária nas mais diversas situações em que
elas se fazem necessárias”, diz Arbex.
A cartilha e um CD serão enviados a todos os
280 mil advogados de São Paulo. Segundo D´Urso, eles “devem ficar sobre a
mesa do escritório como uma ferramenta de trabalho, um instrumento de defesa
e de conscientização da classe, sempre lembrando que a OAB-SP exige respeito
aos advogados na busca de uma justiça mais igualitária”.
Arbex espera que a cartilha promova uma
mudança cultural na comunidade jurídica. “Se no futuro não forem mais
registrados casos de violação de prerrogativas dos advogados no exercício de
suas atividades, certamente esta cartilha e as reações que ela desencadeará
terão contribuído de forma decisiva para um novo tempo”, diz o advogado.
Fonte: Conjur, de 19/10/2008
PGE integrará o CONDEPHAAT
O Governador do Estado, José Serra, por meio
do Decreto Estadual n. 53.571, de 17.10.2008 (DOE de 18.11.2008), incluiu a
Procuradoria Geral do Estado de São Paulo entre os membros do Conselho de
Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do
Estado – CONDEPHAAT.
O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico – CONDEPHAAT tem a finalidade de
proteger, valorizar e divulgar o patrimônio cultural no Estado de São Paulo.
Trata-se de mais uma importante conquista
institucional, que se soma à recente inclusão da Procuradoria Geral do
Estado como membro do Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA, por meio
do Decreto n. 53.027, de 26.5.2008, antiga aspiração dos procuradores do
Estado de São Paulo que atuam na área do ambiental.
Para Marcos Nusdeo, Procurador Geral do
Estado, a inclusão da Instituição em importantes e representativos Conselhos
Estaduais, como o CONSEMA e o CODEPHAAT, representa o prestígio e o
reconhecimento alcançado pela Procuradoria Geral do Estado neste Governo.
Fonte: site da PGE SP |