Presidente
da ANAPE encontra-se com Renan Calheiros em Maceió - PEC 210
Hoje
o Presidente da ANAPE conversou longamente com o Senador Renan
Calheiros em Maceió sobre as pretensões da Carreira, em
especial sobre a PEC 21, que trata dos quinquênios.
Bicca
tratou com o Senador um encontro, que deverá ocorrer entre os
dias 29 e 30 próximos para conversar mais longamente sobre a
questão e levar por escrito o que pretendemos.
Vale
salientar que Renan disse claramente por ocasião da Reforma do
Judiciário que se era credor da Carreira, dizendo isto em Plenário.
Bicca
também aproveitou a oportunidade e conversou sobre outros
assuntos para amenizar, como amizades em comuns em Portugal
etc...
Fonte:
site da Anape, de 19/06/2009
Cabe honorário advocatício na fase de cumprimento de sentença
A
mudança no Código de Processo Civil introduzida pela Lei n.
11.232/05 gerou dúvidas quanto ao cabimento de honorários
advocatícios no “cumprimento de sentença”. Essa fase
substituiu o processo autônomo que era necessário para receber
um crédito reconhecido na condenação. A lei passou a tratar a
execução de sentença como fase complementar do mesmo processo
em que o crédito foi assegurado.
De
acordo com a jurisprudência firmada pela Segunda Seção do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), essa alteração não
trouxe nenhuma modificação quanto aos honorários advocatícios.
De acordo com o ministro Sidnei Beneti, presidente da Terceira
Turma, que, com a Quarta Turma compõe a Segunda Seção, embora
o capítulo do cumprimento de sentença seja omisso quando à
fixação de verba honorária, a interpretação sistemática da
norma leva ao entendimento de que é cabível o arbitramento de
honorários.
Esse
entendimento foi aplicado no recurso especial ajuizado por um
grupo de advogados contra acórdão do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios. Por unanimidade, os
desembargadores suspenderam o arbitramento de honorários
advocatícios no cumprimento de sentença. Para eles, essa fase
é uma mera continuação do processo de conhecimento.
A
decisão do tribunal local foi reformada no STJ. O relator do
recurso, ministro Sidnei Beneti, ressaltou que o advogado da
parte, quando continua atuando no processo para que o cliente
receba o seu crédito, deve ser remunerado por esse trabalho.
Para ele, a fixação dos honorários na sentença leva em
consideração apenas o trabalho desenvolvido até aquela fase
do processo.
Seguindo
as considerações do relator, a Terceira Turma, por
unanimidade, deu provimento ao recurso para que incida verba
honorária no valor de R$ 5 mil sobre a parte da sentença não
cumprida voluntariamente pelo devedor.
Fonte:
site do STJ, de 18/06/2009
TJ mantém na web salário de servidor
O
presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador
Roberto Antônio Vallim Bellocchi, cassou ontem a liminar que
suspendia a publicação da remuneração dos 147 mil servidores
ativos da administração direta da Prefeitura de São Paulo. A
decisão foi tomada com base em ação da Procuradoria-Geral do
Município, cujo pedido era a suspensão da decisão provisória
concedida anteontem pela 8ª Vara da Fazenda Pública a favor da
Federação das Associações Sindicais e Profissionais da
Prefeitura.
No
fim da tarde, porém, uma nova liminar, emitida pelo juiz
Ronaldo Frigini, da 1ª Vara da Fazenda Pública, voltou a
determinar a retirada dos dados de 52 mil professores associados
ao Sindicato dos Professores Municipais (Sinpeem). "Essa
liminar dos professores é uma decisão à parte e precisa ser
respeitada. Os salários dos professores têm de sair da
internet", afirmou Cláudio Fonseca (PPS), vereador e
presidente do Sinpeem.
O
governo deve pedir hoje a cassação da liminar favorável aos
docentes. O mais provável é que seja solicitado ao
desembargador Vallim Bellocchi a extensão dos efeitos da decisão
de ontem à liminar favorável aos docentes. O argumento da
Prefeitura para manter a publicidade da remuneração dos
servidores é de que a decisão de vetar o site De Olho nas
Contas estaria ferindo o interesse público.
Caso
Vallim Bellocchi casse a liminar dos professores, como preveem
especialistas em Direito Administrativo, aos servidores vai
restar o pedido para que o desembargador reconsidere a decisão
ou um recurso a instâncias superiores em Brasília.
Ontem
à noite, o governo não havia sido notificado sobre a liminar
da 1ª Vara. Mas o que mais o preocupava era a notícia de que
os servidores teriam obtido outra liminar, desta vez na 13ª Câmara
de Direito Público do TJ em mandado de segurança no qual
Kassab e não o secretário de Gestão, Rodrigo Garcia,
figuraria como responsável pela divulgação. É que em caso de
liminar concedida no TJ, só caberia à Prefeitura recorrer ao
Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou ao Supremo Tribunal
Federal (STF).
Pela
manhã, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) voltou a defender o uso
do site. "A Prefeitura está convencida do mérito dessa
iniciativa. Trata-se de um dos maiores orçamentos municipais do
mundo e quanto mais transparência e visibilidade, melhor. Tudo
será feito com muito cuidado, ética e respeito. Tanto é que
as informações do holerite são sigilosas e não serão
divulgadas. A única informação que disponibilizaremos é
quanto a Prefeitura gasta com os servidores", disse o
prefeito.
Segundo
Kassab, a visibilidade é uma importante ferramenta para
identificar a existência de funcionários fantasmas.
"Acredito que não tenha, mas vamos admitir que exista alguém
que é remunerado e não trabalha. Com o portal, será mais fácil
de se fiscalizar." Parte dos sindicatos e associações
ligadas aos servidores promete uma série de protestos no centro
a partir de segunda-feira, contra a divulgação dos salários.
Fonte:
Estado de S. Paulo, de 19/06/2009
TJ anula liminar que proibia Kassab de divulgar salários
O
presidente do Tribunal de Justiça paulista, Roberto Antonio
Vallim Bellocchi, derrubou ontem a liminar que proibia a publicação
na internet dos salários dos servidores da Prefeitura de São
Paulo.
A
liminar havia sido concedida anteontem pelo juiz Luiz Sergio
Fernandes de Souza, da 8ª Vara da Fazenda Pública da Capital,
a pedido da Fasp-PMSP (federação que representa os
servidores).
Na
noite de ontem, os dados sobres os salários já estavam no site
http://deolhonascontas.prefeitura.sp.gov.br.
A
federação afirma que a divulgação põe em risco a segurança
dos servidores e cria constrangimentos, além de haver diversos
erros na listagem, como revelou a Folha ontem.
O
TJ não divulgou os argumentos de Bellocchi.
A
presidente da Fasp-PMSP, Berenice Gazoni, disse que ainda tentará
outras medidas judiciais. "Lamento muito essa decisão [do
TJ]. Somos a favor da transparência, mas não da forma como foi
feita pela prefeitura. Não precisava expor o salário do
servidor", afirmou.
Também
a pedido da Fasp-PMSP, o promotor Luiz Fernando Rodrigues Pinto
Júnior instaurou ontem um inquérito civil para investigar
eventual improbidade administrativa do secretário de Gestão,
Rodrigo Garcia, responsável pela divulgação das informações.
O
promotor disse ainda ser cedo para ter uma opinião consolidada
sobre a legalidade da decisão da prefeitura.
A
divulgação dos dados na internet, aliada ao reajuste de até
80% dado nos últimos meses ao alto escalão de estatais da gestão
Gilberto Kassab (DEM), reforçou a mobilização de alguns
grupos de funcionários da prefeitura que estão em fase de
negociação do dissídio salarial.
"Isso
criou uma insatisfação danada", disse Geraldo Abílio de
Meirelles, presidente do Sindficot (que representa funcionários
da fiscalização da SPTrans).
Diretores
e presidentes de estatais passaram a ganhar no mês passado R$
18.500 e R$ 19.500, respectivamente -antes, ganhavam valores próximos
de R$ 10 mil e R$ 14.500.
Na
CET, a reivindicação do sindicato dos empregados é por um
reajuste de 7,43%. Na SPTrans, entre 10% e 11%.
O
portal De Olho nas Contas foi lançado na tarde de terça e
recebeu 71.125 visitantes, segundo a prefeitura. Na quarta,
foram 722.431 visitantes. Em média, o site da prefeitura recebe
350 mil visitantes diários.
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 19/06/2009
Lista é parte da e-democracia
Listas
de salários de servidores como a divulgada pela Prefeitura de São
Paulo resultam do improvável casamento entre conceitos
iluministas do século 18 e avanços tecnológicos da década
passada. Inscrevem-se em movimentos que atendem por nomes como
e-democracia, transparência radical e governo aberto.
A
ideia fundamental foi desenvolvida por pensadores como James
Madison (1751-1836) e, principalmente, Immanuel Kant
(1724-1804), que, denunciando as chamadas "razões de
Estado", enfatizaram necessidade de tornar públicas as ações
do poder. Para Kant, essa não era apenas uma exigência política,
mas também moral. É esse o ponto que marca a passagem do
Estado absolutista para o Estado de Direito.
Foi
preciso esperar dois séculos até que a revolução na informática
fornecesse os meios para radicalizar essa ideia. Cidadãos agora
podem acompanhar "on line" a execução orçamentária,
fiscalizar salários do setor público e concorrências, entre
outras facilidades.
Em
princípio, poderiam até tornar-se deputados cibernéticos,
aprovando diretamente projetos de lei de seu interesse. Na prática,
é claro, as coisas são mais complicadas. Nenhum país chegou a
ponto de estabelecer a democracia direta virtual, e existem
respeitáveis objeções teóricas quanto à oportunidade de fazê-lo.
Seja como for, há experiências interessantes que vale a pena
conferir.
Reação
corporativa
Embora
inédita no Brasil, a iniciativa paulistana pode ser considerada
tímida na comparação com outros países. Nos EUA, por
exemplo, é possível saber quanto ganha cada funcionário público
na imensa maioria dos Estados. São poucas as administrações
que divulgam diretamente as listas, mas, por tratar-se de
informações públicas, jornais e ONGs as requisitam com base
na Foia (a lei que garante acesso a dados) e as colocam na
internet.
Foram
os países escandinavos, porém, que levaram a prática ao
paroxismo. Na Suécia, Noruega e Finlândia, a tradição de
transparência é tão forte que as declarações de renda de
todos os cidadãos são abertas.
Até
onde vai a e-democracia? Difícil dizer. Mas não há muita dúvida
de que ela vai avançar, o que faz a grita contra a lista de
Kassab soar como uma reação corporativa de fôlego curto.
HÉLIO
SCHWARTSMAN
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 19/06/2009
Mais uma greve insensata
Inaugurada
pelos funcionários administrativos da Universidade de São
Paulo (USP), que estão de braços cruzados desde o dia 5 de
maio, a temporada anual de greves no poder público prossegue,
agora com a ameaça de paralisação parcial, por tempo
indeterminado, dos serviços essenciais de saúde, trabalho,
previdência e assistência social no âmbito da União, por
parte dos servidores do setor.
A
exemplo dos servidores da USP, o funcionalismo federal também
justifica a greve invocando reajustes salariais e reivindicações
políticas. Eles pleiteiam a incorporação das gratificações
aos vencimentos, aumento do valor do tíquete-refeição e
manutenção da paridade salarial entre ativos e aposentados. E
exigem medidas contra o que chamam de assédio moral, melhores
condições de trabalho e um projeto de reestruturação de
cargos e carreiras. Um dos principais alvos dos grevistas é o cálculo
para o pagamento de bônus. Até recentemente, o cálculo levava
em consideração o tempo de serviço e os cursos realizados
pelos servidores. A partir de uma resolução do INSS baixada na
semana passada, o cálculo também levará em conta a avaliação
de desempenho feita pelos chefes.
A
reivindicação mais importante, no entanto, é política. Com a
greve, o funcionalismo federal das áreas de saúde, trabalho,
previdência e assistência social quer pressionar o governo a
contratar mais 20 mil servidores para o setor e reduzir a
jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais, sem qualquer
redução da remuneração. Os grevistas alegam que as
autoridades já haviam prometido acolher as duas pretensões,
tendo recuado em seguida. O problema começou quando os postos
do INSS passaram a ficar abertos oito horas por dia. A direção
da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde,
Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) propôs
que as agências ficassem abertas 12 horas por dia, com dois
turnos de seis horas, o que não foi aceito pela autarquia. Por
isso, os grevistas acusam o governo de decidir sem ouvir a
categoria, desrespeitando "conquistas e direitos dos
servidores".
O
argumento é tão absurdo e a paralisia do trabalho é tão
extemporânea que, ao julgar um pedido de liminar impetrado pela
direção do INSS, o Superior Tribunal de Justiça não se
limitou a proibir a greve. Ele também fixou uma multa de R$ 100
mil por dia, a ser aplicada à Fenasps caso o "atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade seja suspenso".
Para a Corte, a Fenasps não cumpriu as determinações do
artigo 3º da Lei nº 7.783/89, que impõe a obrigatoriedade de
negociação entre empregadores e empregados antes da realização
de uma greve. Ao analisar o caso, o ministro Og Fernandes acatou
o argumento do INSS de que a redução da jornada de trabalho só
é válida com a redução proporcional do salário. Mesmo
assim, os sindicatos filiados à entidade decidiram deflagrar a
greve.
A
iniciativa se dá na mesma semana em que o relator da comissão
especial da Câmara que discute o projeto de redução da
jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais sem redução
de salário, deputado Vicente Paulo da Silva (PT-SP), prometeu
apresentar seu relatório. O projeto tramita há 14 anos, tem
forte oposição de entidades patronais e é defendido pelas
centrais sindicais, que há um ano encaminharam ao Legislativo
um abaixoassinado com 1,5 milhão de assinaturas, apoiando-o.
Para Vicentinho, que é ex-presidente da CUT e dará parecer
favorável à medida, ela poderá criar 2,2 milhões de novos
postos de trabalho, atenuando o aumento do desemprego causado
pela crise. O parecer deve ser votado este mês e a previsão da
bancada sindical no Congresso é que ele seja votado pelo plenário
no segundo semestre.
A
insensatez prevalece nos dois casos. Enquanto os servidores
federais convertem os usuários de seus serviços em reféns de
interesses corporativos, a bancada sindical no Congresso não
está preocupada com os efeitos nocivos que a redução da
jornada de trabalho sem redução salarial pode causar à
economia brasileira, aumentando seus custos de produção e
comprometendo sua competitividade.
Fonte:
Estado de S. Paulo, seção Opinião, de 19/06/2009