Empresas descumprem
exigências e podem perder concessão de rodovias
Três das cinco empresas vencedoras do leilão
de concessão das rodovias paulistas, realizado em 29 de outubro pelo governo
do Estado de São Paulo, estão perto de serem desqualificadas por dificuldade
na obtenção de crédito, problemas financeiros e descumprimento das regras do
edital. Na mira da Comissão de Processamento e Julgamento das Propostas, sob
coordenação da agência reguladora Artesp, estão Triunfo Participações,
BRVias e Brasinfra.
Elas arremataram, respectivamente, 974
quilômetros das rodovias Ayrton Senna-Carvalho Pinto, Marechal Rondon Oeste
e Marechal Rondon Leste, com deságios que variaram de 13,09% a 54,9%. Mas,
de acordo com informações obtidas pelo Estado, duas das empresas não
conseguiram fechar uma estrutura de financiamento com os bancos para honrar
compromissos do programa de concessão e a outra não entregou todos os
documentos exigidos.
A situação põe o governo paulista numa
situação delicada. Além de contar com o dinheiro para fazer vários
investimentos na área de transporte, o anúncio de desclassificação das
empresas pode ser entendido como um fracasso do leilão, o que seria uma
publicidade negativa para o governo de José Serra. Apesar disso, o
governador avisou que não vai interferir na decisão da Artesp sobre o caso.
Ao darem seus lances no leilão em outubro, as
três vencedoras concordaram em pagar juntas ao governo paulista R$ 1,52
bilhão referente à outorga onerosa (valor pago pela concessionária pelo
direito de operar a estrada), sendo 20% na assinatura do contrato (previsto
inicialmente para hoje) e o restante em 18 parcelas. Além disso, aceitaram
investir, juntas, R$ 3,8 bilhões durante 30 anos, sendo 95% desse montante
aplicado em oito anos.
Para isso, os participantes tinham de dar
garantias por meio de carta de crédito de curto prazo (para pagar a outorga)
e de longo prazo (para honrar os investimentos), que posteriormente seriam
avaliadas pela Comissão de Processamento e Julgamento. Segundo fontes
oficiais, as propostas das três empresas não se sustentam do ponto de vista
financeiro.
A Triunfo Participações, por exemplo, não
teria uma carta firme de financiamento de longo prazo. Sem resposta das
instituições financeiras, a empresa se propôs a aportar os recursos
necessários para a totalidade dos desembolsos no primeiro ano por meio de
integralização de capital social e parte como um mútuo dos acionistas. Para
o ano seguinte, a companhia contrataria uma operação de longo prazo.
Mas os indicadores financeiros e econômicos
não favorecem a empresa. Desde a abertura de capital da Triunfo, em agosto
de 2007, as ações já despencaram 89%, de R$ 9,38 para R$ 0,96, o que reduziu
o valor de mercado do grupo para cerca de R$ 134 milhões. Além disso, o
endividamento da Triunfo está elevado comparado ao de outras empresas do
setor.
Enquanto a relação dívida líquida/geração de
caixa do setor está entre 1,5 e 2 vezes, o da Triunfo está em 3,1 vezes e
subiria para 4 vezes com a Ayrton Senna, avalia a equipe de análise da
Planner Corretora. Com a retração no mercado de crédito, os bancos estão
escolhendo a dedo as empresas para quem emprestar, afirma um consultor do
setor, que prefere não se identificar. Por isso, a qualidade do balanço das
empresas é minuciosamente avaliada.
No dia do leilão, após arrematar a Ayrton
Senna, o presidente da Triunfo, Carlo Botarelli, explicou que o deságio de
54,9% sobre a tarifa seria compensado com o aumento de 20% do fluxo de
veículo que viria da Dutra. No caso da carta de crédito de curto prazo, a
empresa conseguiu financiamento do Banco Votorantim, de R$ 200 milhões.
Procurada, a companhia afirmou que entregou todos os documentos exigidos no
processo e não comentaria rumores.
Fontes afirmam que, ao contrário da Triunfo, o
consórcio BRVias, formado por duas empresas do grupo Gol, não conseguiu
carta de crédito de curto prazo nem de longo prazo. Na proposta, a empresa
explica que "planeja pleitear junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) o empréstimo". Os representantes do consórcio não
responderam aos pedidos de entrevista feitos pelo Estado.
O outro consórcio com problema seria o
Brasinfra, composto por Cibe (Bertin e Equipav), Ascendi e Leão & Leão.
Neste caso, fontes admitem que seria possível contornar a situação, já que a
empresa teria a carta de crédito de longo prazo, mas que, por erro, não
incluiu na proposta. Em nota, o consórcio informou que a carta de
financiamento existe e não vai entrar em detalhes sobre o assunto enquanto a
homologação da licitação não for publicada no Diário Oficial do Estado. A
inclusão de novos documentos no processo, porém, poderia ser contestada na
Justiça pelos concorrentes.
Na semana passada, uma das integrantes do
consórcio, a Cibe, já teve um pedido negado para prorrogação do prazo de
entrega das garantias para construir seis usinas térmicas. O valor dessas
garantias é de R$ 196 milhões. Além disso, a empresa tem de apresentar
outros R$ 380 milhões em garantias até 26 de dezembro, referentes a 15
usinas, cuja energia já foi vendida em leilão.
SOLUÇÃO
De acordo com as regras do programa, no caso
de uma empresa ser desclassificada, avalia-se a proposta da segunda
colocada. Nesse ponto surge outro problema. No trecho da Rondon Oeste,
vencida pela BRVias, a segunda colocada foi a Triunfo Participações. A
solução estaria na terceira colocada, a Invepar/OAS. Na Rondon Leste,
arrematada pela Brasinfra, a segunda é a BRVias. Neste caso, o problema é
ainda pior pois o lote foi disputado apenas pelas duas empresas. Na Ayrton
Senna, da Triunfo, a segunda melhor proposta foi da Ecorodovias.
Outro desgaste para o governo paulista é que a
desqualificação trará aumento de até 21% nas tarifas de pedágios oferecidas
pelas vencedoras. Apesar das dificuldades, há expectativa de que a solução
para o problema seja divulgada nesta semana no Diário Oficial.
Fonte: site Estado de S.
Paulo, 15/12/2008
Governo de São Paulo lança
pacote anticrise
O governador de São Paulo, José Serra,
anunciou na sexta-feira (12/12) um pacote de medidas fiscais e financeiras
para ajudar na redução dos impactos da crise financeira global. O anúncio
foi feito no dia seguinte ao pacote do governo federal. Entre as medidas
tomadas pelo governo paulista, segundo reportagem da Folha Online, estão uma
linha de crédito de R$ 1,2 bilhão para empresas de autopeças e máquinas e
mudanças nos regulamentos do ICMS e da Nota Fiscal Paulista.
De acordo com a Folha, Serra revelou que há a
possibilidade de que sejam tomadas novas medidas caso a situação econômica
de São Paulo se mostre ruim. “Agravando a crise econômica e dependendo da
conjuntura, a gente vai [tomando novas medidas]. Essa não será nem a
primeira nem a última vez que nós vamos adotar medidas contra a crise”,
disse o governador após a cerimônia de assinatura dos decretos. Entre os
setores que poderiam ser beneficiados por novas decisões estão o imobiliário
e o de agronegócio.
Foram seis as medidas tomadas pelo governo
paulista. A única que depende de aprovação na Assembléia Legislativa trata
das mudanças implantadas no programa da Nota Fiscal Paulista. Pelo novo
projeto, todas as microempresas — com faturamento de até R$ 240 mil anuais —
terão direito à devolução, em dinheiro, do ICMS pago nas compras feitas na
indústria e no atacado. Atualmente, o programa só se aplica às operações de
varejo.
Por meio de decretos, Serra irá implantar
outras cinco medidas. A mais importante delas trata da disponibilização de
linha de crédito na Nossa Caixa de R$ 1,2 bilhão para os setores de
autopeças (R$ 1 bilhão) e máquinas e equipamentos (R$ 200 milhões).
A proposta permite que os recursos sejam
usados através de linhas de financiamento do banco, como o cheque-empresa,
antecipação de recebíveis, conta garantida, capital de giro e financiamentos
de bens e serviços. Para levar os recursos até as empresas, foram assinados
protocolos de cooperação com a Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e com a Sindicato Nacional da Indústria de
Componentes para Veículos (Sindipeças). Porém, apenas empresas paulistas
associadas à essas entidades poderão usufruir do benefício.
As demais medidas apresentadas hoje são
referentes ao ICMS. Um decreto do governo irá modificar a data de
recolhimento do imposto, que hoje é feito integralmente em janeiro. A nova
medida irá dividir o pagamento do ICMS entre os meses de janeiro e
fevereiro. O governo estadual espera que cerca de R$ 2 bilhões em impostos
sejam adiados para fevereiro, o que segundo Serra "irá ajudar no capital de
giro das empresas."
O governo do estado prorrogou ainda a vigência
de um decreto que reduziu a carga tributária para alguns setores industriais
— couro, vinho, perfume, cosméticos, higiene pessoal, instrumentos musicais,
brinquedos e produtos alimentícios — para 12%. O atual acordo terminaria em
31 de dezembro deste ano, mas será ampliado para 30 de junho de 2009.
Outra prorrogação que consta no pacote do
governo paulista é sobre o decreto que concedeu prazo de 60 dias apara
cobrança do ICMS de empresas que sofrem substituição tributária — pagamento
antecipado do imposto.
O pacote tributário de Serra ainda prevê ainda
a prorrogação para 1º de março de 2009 o início da vigência da substituição
tributária de operações com medicamentos, produtos de higiene pessoal,
produtos de limpeza, produtos da indústria alimentícia e materiais de
construção.
Fonte: Conjur, de 13/12/2008
Justiça de SP realizou
3.614 videoconferências desde 2005
Desde a promulgação da Lei nº 11.819, assinada
em janeiro de 2005 pelo então governador Geraldo Alckmin, a Justiça do
Estado de São Paulo já realizou 3.641 audiências sem que réus, vítimas e
testemunhas tenham que estar na presença do juiz.
Dentre esses interrogados pelo sistema, está
Marcos Willians Camacho, o Marcola, um dos principais chefes da facção
criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
De acordo com dados da Secretaria de
Administração Penitenciária, o Estado conta com 16 salas preparadas para
videoconferência, sendo 12 no âmbito da Justiça estadual e quatro na Justiça
Federal.
O governo paulista encara as teleaudiências
como meio indispensável para agilizar o andamento dos processos, minimizar
os riscos com transporte de presos e diminuir os gastos com escoltas, além
de liberar parte do efetivo de policiais militares que fazem atualmente
fazem esse serviço.
Para o secretário estadual de Justiça e
Cidadania, Luiz Antônio Marrey, as críticas ao mecanismo se baseiam em uma
visão “anacrônica, marcada por um conservadorismo jurídico inaceitável”. Ele
compara a oposição à videoconferência com a resistência à introdução da
máquina de escrever e da estenotipia no sistema forense.
“Isso já vem sendo praticado nos países
democráticos da Europa há muitos anos. Mas aqui no Brasil, qualquer medida
no sentido de modernizar o Judiciário sofre forte resistência”, reclama o
secretário.
Direito de defesa
A principal fonte de críticas em relação ao
projeto é a possibilidade de restrição do direito constitucional de ampla
defesa dos réus. Advogados argumentam que o momento em que os acusados se
colocam diante do juiz é essencial para a formação de seu entendimento.
“O interrogatório não é um ato burocrático, em
que o cidadão vai simplesmente apresentar uma versão dos fatos. É o momento
em que o juiz tem que fazer não só um juízo, mas também analisar a pessoa. O
erro judiciário não é tão comum quanto parece”, afirma o advogado
criminalista e ex-delegado de polícia João Ibaixe Jr.
Para o coordenador da Comissão de Direitos
Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil —seccional de São Paulo),
Mário de Oliveira Filho, “nada substitui o contato pessoal entre aquele que
tem o poder de julgar e aquele que esta sendo julgado, por melhor que seja a
tecnologia que esteja sendo empregada”.
Não compartilha dessa visão o ex-juiz e
especialista em direito penal Luiz Flávio Gomes. “O método em si não é nada
abominável. Por meio da videoconferência, o juiz vê o réu, o réu vê o juiz,
vê a todos e vê inclusive em close, coisa que não é possível
presencialmente”, ressalta.
Ele ainda lembra que já existem métodos não
presenciais de audiência judicial. “Hoje já há atos na Justiça em que o juiz
não vê o réu, por exemplo, o interrogatório por carta precatória, quando o
réu mora em outra comarca. Não é tão imprescindível ver o réu”, completa.
Fonte: Última Instância, de
15/12/2008
Governo paulista luta para
evitar anulação de mais de 3.000 audiências criminais
Com a aprovação pelo Congresso, esta semana,
do projeto de lei que autoriza o uso de videoconferências em interrogatórios
judiciais, não há motivo para a anulação dos processos em que o recurso foi
utilizado no Judiciário paulista. Essa é a opinião do secretário de Justiça
e Cidadania de São Paulo, Luiz Antônio Marrey. A nova lei federal foi
aprovada na terça-feira (9/12) e agora só depende de sanção do presidente
Lula.
“Acredito que qualquer análise depende da
demonstração de prejuízo, o que acho muito difícil que aconteça. Não vejo
razão para se anular milhares de processos com base num prejuízo
hipotético”, afirmou o secretário, em entrevista a Última Instância.
A polêmica começou em outubro, quando o STF
(Supremo Tribunal Federal) declarou inconstitucional a lei estadual que
regulamentava o uso do mecanismo, por entender que o tema deve ser tratado
por legislação federal. Após a decisão, a seccional paulista da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil) orientou seus integrantes a pedirem a anulação dos
processos em que houve interrogatório por vídeo.
Desde 2005, quando a Assembléia Legislativa
paulista aprovou a lei 11.819, desautorizada em outubro pelo Supremo, já
foram realizadas no Estado 3.641 audiências sem que réus, vítimas e
testemunhas tenham que estar na presença do juiz. São essas audiências a que
Marrey se refere e que podem ser anuladas, apesar da nova lei federal, por
serem anteriores a ela, sendo que muitas dessas sessões resultaram em
condenação do réu. Leia mais aqui.
No entanto, para Marrey, que já foi
procurador-geral de Justiça do Estado, não haverá mais impedimento para a
realização de audiências com videoconferência no país. “Agora que o
Congresso Nacional se manifestou, o principal argumento para a
inconstitucionalidade, que era a ausência de lei federal, estará resolvido
com a provável sanção do projeto pelo presidente da República”, observa.
Tem a mesma opinião o especialista em direito
penal e ex-juiz Luiz Flávio Gomes. “Essa lei vai convalidar esses atos [os
interrogatórios] e dificilmente o Supremo vai invalidar outros processos. A
Justiça deve julgar caso a caso e anular somente quando houver violação dos
direitos do acusado”, assegura.
Não é o que pensam o advogado criminalista e
ex-delegado de polícia João Ibaixe Jr. e o coordenador da Comissão de
Direitos Humanos da OAB-SP, Mário de Oliveira Filho.
Para Ibaixe, os julgamentos feitos antes da
edição da lei federal ainda podem ser anulados. E mesmo aqueles que forem
realizados depois não estão totalmente imunes. “Os questionamentos contra o
interrogatório on-line vão aumentar, em especial em relação às
justificativas falhas que podem ser apresentadas pelos juízes para dispensar
a audiência presencial”, afirma.
O criminalista ressalta que a videoconferência
foi criada para ser uma exceção, mas pode acabar virando regra devido à
pressão do governo por causa da economia causada pelo procedimento.
Já para Oliveira Filho, todos os processos em
que houve “interrogatório virtual” são automaticamente nulos, pois foram
realizados sob um marco ilegal.
Fonte: Última Instância, de
15/12/2008
Operação Naufrágio
COM A proximidade das festas de fim de ano, é
comum que muitas pessoas já se entreguem a excessos alimentares, projetando
apenas para o ano que vem a retomada de hábitos mais comedidos. Também é
próprio a estes dias de dezembro que se estreitem os laços familiares, num
espírito universal de celebração.
Mas daí a discutir em família a encomenda de
89 pedaços de bolo de chocolate, e ainda achar pouco, eis um exagero de
apetite que em nenhuma época do ano se justifica.
Foi em torno desse mais do que suspeito item
de sobremesa que se deu a conversa telefônica entre uma funcionária do Poder
Judiciário do Espírito Santo e seu cunhado, juiz de primeira instância e
filho de Frederico Guilherme Pimentel, então presidente do Tribunal de
Justiça daquele Estado.
As fatias do bolo corresponderiam, afirma a
polícia, ao quinhão a ser destinado a cada um dos membros da família em
troca da criação de um cartório no município capixaba de Cariacica.
Criado o cartório, o clã desentendeu-se na
hora de distribuir os ganhos obtidos na operação. "O meu bolo está "descompleto'",
diz a funcionária. Queria cem pedaços, e não só 89.
O cunhado, sem deixar de ser juiz, dá uma
resposta em que confluem as equanimidades da magistratura e as tradições do
nepotismo: "É sempre o mesmo número de pedaços para cada irmão". As contas
devem ter sido complexas: o presidente agora afastado do TJ empregava duas
filhas, além da cunhada do filho, no tribunal, enquanto seu filho e sua nora
são juízes de primeira instância.
Esse foi apenas um dos 11 casos de indícios de
corrupção na mais alta instância da Justiça do Espírito Santo, investigados
pela Operação Naufrágio da Polícia Federal.
Diferentemente de tantas ações policiais
conduzidas sob o signo do espalhafato e da incompetência, tudo transcorreu
sob rigoroso sigilo, diminuindo-se as possibilidades de contestação judicial
das investigações.
Da desarticulação do verdadeiro "balcão de
negócios" instalado no Tribunal de Justiça capixaba, resultou a detenção
temporária de vários investigados, entre os quais três desembargadores.
Um deles teve grampeada uma conversa
telefônica na qual se congratulava: "Sem falsa modéstia, isso aí, abaixo de
Deus, nós é que botamos para quebrar".
Nem tanto. O fato é que, mesmo em áreas antes
consideradas intocáveis, como as altas instâncias do Judiciário, alguns
avanços na luta contra a impunidade podem ser detectados.
Exemplo recente disso foi a abertura de ação
penal contra Paulo Medina, ministro do Superior Tribunal de Justiça, sob a
acusação de favorecer bicheiros e donos de bingos.
Tudo depende, como é óbvio, da seriedade das
investigações e do sigilo em que são mantidas até seu desfecho. Vazamentos,
pirotecnias e abusos de poder, que tantas vezes alimentam o desejo da
opinião pública pelo fim da impunidade, terminam por constituir-se, não
raro, em cúmplices de sua manutenção.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
15/12/2008 |