A
morte do Espanhol
MORREU
WALDIR Troncoso Peres, talvez o mais brilhante advogado de júri que conheci
nestes 50 anos de advocacia -pela eloquência, pelo brilho de sua oratória
e pelo conteúdo de seu discurso. Era uma figura admirável.
Emociono-me
ao lembrar-me dele, do seu tão grande talento, porque o Waldir era incomparável,
uma torrente maravilhosa de palavras e frases, sempre envolvendo e
apaixonando o ouvinte. Por diversas vezes repeti que, se um dia, por
"madrastaria do destino", adotando a sua linguagem, viesse a matar
alguém, teria como minha maior aspiração que o Waldir se encarregasse de
me defender, ainda que usando só o tempo da tréplica.
Mas
se o Espanhol -como carinhosamente era tratado pelos que conviviam no
ambiente do fórum criminal- era o gigante como advogado que soube ser, isso
não se devia somente ao grande talento como orador capaz de empolgar e
convencer os jurados, ainda que não tivesse conhecido a prova dos autos em
todas as suas minúcias. E a lenda efetivamente era essa. Mas a verdade é
que era insuperável em sua capacidade de absorver o sumo do processo, de
condensar o essencial e arrebatar o ouvinte com argumentos e análises que
enveredavam pelo campo da psicologia, da filosofia, da literatura, do
conhecimento da alma humana. Isso tudo o Waldir fazia como ninguém.
E
que aprumo ético demonstrava o Waldir com os advogados, estimulando os mais
jovens, aconselhando-os sem que as lições tivessem o travo do mestre
ensinando, mas sempre do colega opinando, com humildade e simplicidade. Não
só com os advogados era assim, mas com todos -a devoção aos clientes, a
forma de lidar com os humildes, a sua simpatia, o seu senso de humor.
Não
posso me esquecer de uma importante causa em que nos defrontamos, eu como
assistente de acusação do cantor Lindomar Castilho, que matara Eliana de
Gramond. O Waldir, em todas as audiências, voltava à carga com uma frase
dita com a entonação típica dele: "Eu vou contar uma coisa pra você:
o que me angustia, baixinho, é essa sua crueldade em acusar.
Você
deveria ser tolerante com o amor, que, ao lado do ciúme, do medo e do ódio,
é um dos quatro gigantes da alma", parafraseando Mira y López, e se
punha a sorrir com aquela sua capacidade de tornar leve o que seria pesado e
fastidioso.
Afinal,
não pude ter a alegria de enfrentá-lo no júri, que iria ficar a cargo de
Márcio Thomaz Bastos, a quem substabeleci a procuração quando fui
convidado por Franco Montoro para assumir a Secretaria da Justiça do Estado
de São Paulo.
Waldir
foi o grande defensor dos pobres, como procurador da assistência judiciária
que antecedeu a Defensoria Pública de hoje. Lembro-me bem de que oferecemos
um banquete ao Waldir quando se estimou que ele tinha completado mil júris,
a maior parte em favor de gente humilde.
A
morte de Waldir aconteceu depois de longo período em que sofreu a
impossibilidade de mostrar o brilho de sua palavra.
Com
a partida do Waldir, fica-nos a bela lembrança de tempos bons em que nos
reuníamos no velho fórum criminal, na esquina de dois corredores que
apelidamos de "Praça da Alegria", nos finais de tarde, presentes
grandes vultos da advocacia, da magistratura e do Ministério Público
-tantos outros que envelheceram na lida do direito, numa camaradagem engraçada
e respeitosa que alimentava, naquela época, o cotidiano da Justiça
criminal.
JOSÉ
CARLOS DIAS, 69, advogado criminal, foi secretário da Justiça do Estado de
São Paulo (governo Montoro) e Ministro da Justiça (governo FHC).
Fonte:
Folha de S. Paulo, seção Tendências e Debates, de 15/04/2009
"Advocacia
Paulista" lembra Waldir Troncoso Peres
Criminalista
atuou na PGE por 36 anos, quando se aposentou.
O
corpo do advogado criminalista Waldir Troncoso Peres foi sepultado na tarde
desta terça-feira, 14 de abril, em sua cidade natal, Vargem Grande Paulista
(236 km de São Paulo). Procurador do Estado aposentado desde 1986, ele
atuou no meio jurídico por mais de meio século até 2004, quando sofreu um
AVC (Acidente Vascular Cerebral). Troncoso Peres tinha 85 anos e morreu vítima
de insuficiência renal no último domingo, no Hospital Albert Einstein.
Nascido
em 30 de outubro de 1923, o criminalista foi bacharelado em Direito em 1946,
na Faculdade do Largo de São Francisco. Quatro anos mais tarde seria
nomeado advogado interino do Departamento Jurídico do Estado (órgão
precursor da Procuradoria Geral do Estado).
Atuou na Procuradoria de Assistência Judiciária (PAJ), foi
presidente da Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo (Apesp).
Aposentou-se na Carreira em agosto de 86.
O
livro Advocacia Pública – Apontamentos sobre a História da Procuradoria
Geral do Estado de São Paulo (coordenação editorial e texto de Cássio
Schubsky; Imprensa Oficial; 405 páginas; 50,00 reais), em suas páginas 186
e 187 traz o registro da passagem dele pela PGE.
Fonte:
site da PGE SP, de 14/04/2009
Deputado
Flávio Dino recebe Procuradores da Cidadania
Hoje
às 20 hs e 15, o Deputado Flávio Dino, do PC do B do Maranhão, autor da
PEC 82 (autonomia da Advocacia Pública), recebeu os Procuradores da
Cidadania. Vários temas pertinentes à Advocacia Pública foram discutidos
na entrevista.
O
Deputado revelou, em primeira mão, que não existe clima para a votação
do projeto de lei de majoração dos subsídios dos ministros do STF. No
entanto, observou que aumenta a receptividade da PEC 210, de autoria do
Deputado Regis de Oliveira, que viabliliza a percepção das vantagens
pessoais, juntamente com os subsídios, para as carreiras da Magistratura e
do Ministério Público.
A
crescente aceitação da PEC 210 se deve, segundo o Deputado Flávio Dino,
à atuação incisiva das várias entidades de classe da Magistratura e do
Ministério Público no Congresso Nacional.
A
íntegra da entrevista com o Deputado Flávio Dino será publicada neste
blog na quarta-feira da próxima semana, dia 22 de abril.
Fonte:
blog Procuradores da Cidadania (www.procuradoresdacidadania.blogspot.com),
de 15/04/2009
CNJ
discute novas regras para magistratura
O
presidente da Comissão de Prerrogativas da Magistratura do Conselho
Nacional de Justiça, conselheiro João Oreste Dalazen, vai submeter ao plenário,
nesta terça-feira (14/4), pedido do Tribunal de Contas da União para que
seja aperfeiçoada a Resolução 34 do Conselho. O TCU quer que as instituições
de ensino forneçam informações quanto ao regime de trabalho e à jornada
cumprida pelos juízes, para a constatação de eventual acumulação ilegal
de cargos envolvendo o exercício do magistério e da magistratura.
A
pauta da sessão plenária inclui também um pedido de providências do
Ministério Público do Trabalho, que investiga se o Tribunal de Justiça da
Paraíba usou empresas terceirizadas para burlar o concurso público e
contratar parentes e “afilhados”. Os conselheiros também vão analisar
o pedido do Sindicato dos Servidores de Pernambuco, para que seja realizado
concurso público para o Judiciário do estado.
Em
outro processo, um advogado de Rondônia reclama ao CNJ a publicação de
portaria do fórum da comarca de Vilhena, que estaria impedindo o ingresso
de pessoas vestindo trajes que ferem o decoro. Segundo o advogado, pessoas
carentes estão sendo impedidas de ingressar no fórum por trajar bermudas
abaixo do joelho e camiseta velha. No Paraná, outro advogado questiona
medida da Corregedoria do Tribunal de Justiça do estado que proíbe Cartórios
Distribuidores dos Foros integrantes da Comarca da Região Metropolitana de
Curitiba de receberem processos de outra competência territorial.
Os
conselheiros também avaliarão mudanças na Resolução 51 do CNJ, que
trata da concessão a menores de autorização para viagem ao exterior. A
pauta também inclui o julgamento do pedido do Sindicato dos Servidores do
Judiciário do Maranhão (Sindjus-MA) para que o tribunal do estado seja
obrigado a incluir no próximo concurso de remoção de servidores efetivos
todos os cargos atualmente vagos de oficial de Justiça.
Fonte:
Conjur, de 14/04/2009
STJ
completa 20 anos com quase 3 milhões de processos julgados
O
STJ (Superior Tribunal de Justiça) comemora hoje 20 anos de funcionamento,
completados oficialmente no dia 7 de abril, com uma sessão solene, às 18h,
em sua sede, em Brasília. Desde que foi instalado no país, o órgão já
julgou quase 3 milhões de processos.
Trata-se
do segundo tribunal mais importante do Brasil, responsável pelo julgamento
de processos em terceira instância. Está abaixo em importância apenas do
Supremo Tribunal Federal.
Na
cerimônia de hoje discursarão Cesar Britto, presidente da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), Antônio Fernando de Souza, procurador-geral da República,
e o ministro Cesar Asfor Rocha, atual presidente do STJ.
O
órgão foi criado pela Constituição de 1988 e instalado no ano seguinte.
Era composto por ministros do extinto Tribunal Federal de Recursos e membros
nomeados pelo então presidente da República, José Sarney. Atualmente,
os ministros são nomeados pelo presidente da República mediante aprovação
do Senado.
Além
dos julgamentos, o STJ já editou 376 súmulas de jurisprudência dominante,
que dão velocidade aos processos. A súmula é um resumo de decisões
reiteradas de tribunais superiores sobre uma determinada matéria. Com ela,
questões já decididas são aplicadas em processos semelhantes a fim de dar
mais celeridade às decisões.
Vários
foram os casos de grande interesse que já passaram pelo STJ. A manutenção
da data de privatização da Telecomunicações Brasileiras S/A, a Telebrás
é um exemplo. A estatal foi a leilão na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro
em julho de 1998.
Também
passou pela análise dos ministros do tribunal o caso do massacre de
Eldorado dos Carajás, quando ficou decidido que o julgamento dos acusados
pelo assassinato dos 19 sem-terra seria em Belém, no Pará.
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 15/04/2009
Comunicado
do Centro de Estudos
Pauta
da 14ª Sessão Ordinária-Biênio 2009/2010
Data
da Realização: 16/04/2009
Hora
do Expediente
I
- Leitura e Aprovação da Ata da Sessão Anterior
II
- Comunicações da Presidência
III
- Relatos da Diretoria
IV
- Momento do Procurador
V
- Manifestações dos Conselheiros Sobre Assuntos
Diversos
Ordem
do Dia
Processo:
GDOC 18575-652317/2004
Interessado:
Conselho da Procuradoria Geral do Estado
Localidade:
São Paulo
Assunto:
Regulamenta a Realização do Concurso de Promoção
na Carreira de Procurador do Estado, Nos Termos da Legislação
Vigente.
Relator:
Conselheiro Antonio Augusto Bennini
Fonte:
D.O.E, Caderno Executivo I, seção PGE, de 15/04/2009
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