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STF mantém subteto para remuneração de procuradores aposentados

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Ellen Gracie deferiu o pedido de Suspensão de Segurança (SS) 3291, requerida pelo estado de São Paulo contra decisão da 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que não aplicou, aos proventos de procuradores estaduais aposentados, o subteto de vencimentos  estabelecido por meio da Emenda Constitucional (EC) 41/03 e do Decreto estadual 48.407/04.

A Procuradoria estadual (PGE-SP) sustenta a ocorrência de grave lesão à ordem pública, por violação ao artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, na redação dada pela EC 41/03, bem como a possível ocorrência de grave lesão à economia estadual se outras decisões similares não forem suspensas. A Fazenda estadual projeta uma economia adicional de cerca de R$ 716,6 milhões se todas as decisões proferidas no mesmo sentido da presente sejam cassadas. Com esses argumentos, a PGE -SP demonstra a real possibilidade de ocorrência do “efeito multiplicador”, à vista da existência de inúmeros servidores em situação similar à dos procuradores nesses autos.

A ministra Ellen Gracie deferiu o pedido com base no entendimento de que as alegações do estado de Sâo Paulo são procedentes em relação à grave lesão à ordem pública e ao “efeito multiplicador”. A presidente da Corte informou também que os fundamentos da decisão constestada – não auto-aplicabilidade da EC 41/03, direito adquirido e afronta ao princípio da irredutibilidade de vencimentos – não são passíveis de “análise com profundidade e extensão”, pois se trata de “matéria de mérito, analisada na origem”, não cabível em pedido de suspensão de segurança. 

Fonte: STF, de 13/07/2007 

 


Procurador aposentado deve receber no máximo R$ 22,1 mil

O salário dos procuradores estaduais aposentados de São Paulo deve respeitar o subteto de R$ 22,1 mil estabelecido pela Emenda Constitucional 41/03 e pelo Decreto estadual 48.407/04. A ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal, deferiu o pedido de Suspensão de Segurança apresentado pelo estado contra decisão da 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça paulista.

O TJ-SP concluiu pela não auto-aplicabilidade da EC 41/03, direito adquirido e afronta ao princípio da irredutibilidade de vencimentos.

Para a Procuradoria-Geral do Estado, a decisão do tribunal gera grave lesão à ordem pública, por violação ao artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, de acordo com a redação dada pela EC 41/03. A PGE ainda alerta para possível grave lesão à economia estadual se outras decisões similares não forem suspensas.

A Fazenda estadual projeta uma economia de R$ 716,6 milhões caso todas as decisões que permitem pagamentos acima do subteto sejam cassadas. Com esses argumentos, a PGE demonstra a real possibilidade de ocorrência do “efeito multiplicador”, por conta da existência de inúmeros servidores em situação similar à dos procuradores envolvidos neste processo.

A ministra Ellen Gracie entendeu que são procedentes as alegações de grave lesão à ordem pública e “efeito multiplicador”. Para ela, os fundamentos da decisão contestada não são passíveis de “análise com profundidade e extensão”, pois se trata de “matéria de mérito, analisada na origem”, não cabível em pedido de suspensão de segurança. 

Fonte: Conjur, de 12/07/2007


AGU impede União de pagar R$180 mi pela compra de árvores

A Secretaria-Geral de Contencioso (SGCT) da Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) suspender o pagamento pela União de um precatório no valor de R$ 180 milhões, pela compra de 200 mil pinheiros no estado do Paraná. A decisão que havia determinado o pagamento havia sido concedida à empresa pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre (RS).

As árvores foram adquiridas da Companhia de Madeiras do Alto Paraná pela extinta Superintendência de Empresas Incorporadas ao Patrimônio Nacional (SEIPN). A decisão que fixou o valor da indenização à Cia de Madeiras já transitou em julgado, mas a AGU e o Ministério Público Federal (MPF) moveram uma ação civil pública contra os credores.

O STF acolheu os argumentos da SGCT de que o pagamento pode causar danos de difícil reparação aos cofres da União e grave lesão à economia pública, porque existem erros nos cálculos da indenização e no laudo pericial realizado para definir o diâmetro e a altura dos pinheiros adultos existentes em Santa Catarina. A altura aproximada e verdadeira dos pinheiros é de 20,40m e não 28m como dizia o laudo.

Segundo professores e engenheiros florestais do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), normalmente o tamanho dos pinheiros da região é de 51,76cm de diâmetro aproximadamente, 30% a menos que os 80cm cobrados pelos autores da ação. Os especialistas da UFPR ainda informaram que 95% das árvores da floresta têm diâmetros menores que 60cm e só 5 % têm diâmetros maiores que 60cm.

Desta forma, ficou demonstrado na ação que está totalmente errado o valor cobrado pelos pinheiros, já que ele é calculado de acordo com o tamanho das árvores. A SGCT defendeu também que já foram pagos três precatórios. O primeiro em 1990, outro em 1992 e o último em 2005. Como há erros nos cálculos, a dívida da União com a madeireira já deve ter sido quitada e o pagamento da indenização pode gerar o enriquecimento ilícito dos donos da companhia. 

Fonte: Diário de Notícias, de 13/07/2007

 


Manobras legislativas

Grupos que controlam o Senado e a Assembléia paulista dão as costas à sociedade e ao bom senso para proteger aliados

A S BASES governistas se parecem nos momentos de apuro, não importa o selo partidário. Em Brasília e em São Paulo, os blocos majoritários do Senado e da Assembléia Legislativa tratam de protelar investigações que podem tornar-se incômodas. Quem é oposição e denuncia as manobras na esfera federal trata de promovê-las em âmbito estadual -e vice-versa.

Após a mais recente tentativa frustrada de enterrar sem a devida apuração o processo contra Renan Calheiros (PMDB-AL), os partidários do presidente do Senado adotam agora a tática de ganhar o maior tempo possível. Reforçam sua aposta em que o caso seja esquecido ou perca força na opinião pública com o passar de algumas semanas.

Com fiéis correligionários ocupando postos estratégicos no Conselho de Ética -Leomar Quintanilha (TO) é o presidente e Almeida Lima (SE) compõe o esdrúxulo triunvirato de relatores-, a comissão conseguiu a proeza de consumir uma semana de trabalho para realizar uma solicitação. Trata-se do pedido de complementação da perícia policial nos documentos que o investigado apresentou com o fito de demonstrar que tinha condições de bancar a pensão de sua filha.

Cabia à Mesa da Casa o ato protocolar de remeter o pedido do Conselho de Ética à Polícia Federal. Em vez de despachar rapidamente, Renan Calheiros agendou a reunião da Mesa para terça que vem. "Só marca reunião quem ganha eleição", afirmou o presidente do Senado, à vontade para invocar um privilégio institucional em causa própria. Com isso, apenas em meados de agosto, se tudo correr bem, a PF terá concluído a perícia.

As bases governistas se parecem. Também por meio de um ato de seu presidente, Vaz de Lima (PSDB), a Assembléia Legislativa de São Paulo empurrou para a frente -e bem para a frente- uma CPI para investigar a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), do governo estadual.

Em meados de maio, a Polícia Civil prendeu 17 pessoas sob a acusação de integrarem um esquema de fraude em licitações de casas populares no interior paulista. A coleta de documentos e testemunhos levantou suspeitas sobre o envolvimento do atual líder dos tucanos na Assembléia, Mauro Bragato. O deputado, que foi secretário estadual da Habitação sob Geraldo Alckmin, nega participação no esquema.

Há relevância e urgência notórias no pedido de CPI para apurar a atuação da estatal paulista. Segundo a polícia e a Procuradoria, o esquema funcionava em 21 cidades havia pelo menos sete anos e movimentava R$ 2 milhões por mês. Mas, sob o pretexto de que é preciso obedecer a uma ordem cronológica para a instalação de CPIs -já havia 14 na fila de espera-, a presidência da Assembléia empurrou o inquérito para, quem sabe, o segundo semestre de 2008.

Como visto, os grupos que controlam o Senado e a Assembléia paulista se parecem em mais um aspecto. Ambos não hesitam em dar as costas à sociedade e ao bom senso para proteger aliados. 

Fonte: Folha de S. Paulo, de 13/07/2007



Promotoria pede dados bancários de líder tucano em SP

Bragato é investigado sob a suspeita de recebimento de dinheiro de uma empresa que construiu casas da CDHU. 

CATIA SEABRA 

Responsável pela investigação na Promotoria da Cidadania, o promotor Antônio Celso Faria solicitou ontem ao líder do PSDB na Assembléia, Mauro Bragato, seus dados bancários e fiscais. O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar se Bragato cometeu ato de improbidade administrativa como secretário-adjunto de Habitação (2003/2004) ou à frente da Secretaria, já no período eleitoral de 2004.

Encarregado do caso, Faria baixou portaria para informar Bragato sobre a investigação e pedir os dados, lembrando que deputado se comprometera a abrir mão do sigilo bancário e fiscal na semana passada, durante discurso na Assembléia Legislativa. "Ele está oficiado para tomar conhecimento da investigação e para, querendo, nos forneça esses dados bancários e fiscais, uma vez que publicamente ele declarou dessa forma", disse.

Após a explosão do caso da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), Bragato - que é investigado sob a suspeita de recebimento de dinheiro de uma empresa contratada para a construção de casas populares no Estado - ocupou a tribuna para se defender. No discurso, prometeu autorizar a quebra de seu sigilo fiscal e disponibilizar as declarações de renda de 2003 a 2006.

Ontem, reafirmou: "Estou esperando o banco mandar para mim [os dados]. Assim que o Ministério Público solicitar, e se solicitar, está aberto. Não tenho o que esconder".

Apesar do gesto, Faria, que, durante suas férias, será substituído pelo promotor Eduardo Reighant, admite que Bragato "pode eventualmente se negar a fornecer". Além disso, não há garantia de registro de suposto recebimento de dinheiro.

Esse inquérito foi aberto exclusivamente para investigar se Bragato cometeu improbidade administrativa no comando da Secretaria de Habitação. Além disso, a Procuradoria-geral de Justiça pediu ao Tribunal de Justiça autorização para que Bragato seja investigado do ponto de vista criminal. Como Bragato é deputado, é necessária permissão da Justiça.

Mas, segundo o procurador-geral da Justiça, Rodrigo Rebello Pinho, "por improbidade administrativa, não existe foro por prerrogativa de função". "Ele responde na primeira instância", explicou.

Configurado o ato de improbidade, o agente público está passível a sanções que variam de suspensão dos direitos políticos a multa. Bragato, no entanto, afirma que o inquérito não cabe a seu caso.

"Do ponto de vista objetivo, administrativo, não tenho nenhum vínculo. Nunca assinei nenhum contrato da CDHU. Se tiver problema na CDHU, não cabe a mim. Mas à diretoria".

No fim da noite de quarta-feira, o presidente da Assembléia Legislativa, Vaz de Lima, instalou cinco CPIs, segundo ordem de apresentação. Com isso, a da CDHU deverá ficar para o ano que vem.

Fonte: Folha de S. Paulo, de 13/07/2007

 



SP terá 5 CPIs, mas CDHU é poupada

Presidente da Assembléia descarta possibilidade de investigar neste ano máfia que agia em empresa estadual. 

Silvia Amorim  

Em sessão coruja da Assembléia Legislativa paulista na véspera do recesso parlamentar, o presidente da Casa, Vaz de Lima (PSDB), anunciou a criação das cinco primeiras comissões parlamentares de inquérito (CPIs) deste ano. Por outro lado, enterrou qualquer possibilidade de apuração até 2008 da máfia da CDHU - assunto inconveniente para o Executivo. 

O deputado decidiu que as comissões serão instaladas conforme a ordem em que foram protocoladas. A da CDHU é a última de uma fila de 15 CPIs protocoladas na atual legislatura. Ou seja, se nenhum deputado abrir mão de sua CPI, a investigação sobre as denúncias de desvio de recursos em obras de casas populares da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano no interior será instalada só no segundo semestre de 2008. Cada CPI tem 90 dias para a apuração, podendo ser prorrogada pelo mesmo período. 

Todas as comissões criadas anteontem tratarão de assuntos amenos e passarão a quilômetros de distância da sede do governo paulista (veja quadro). Entre as investigações autorizadas há uma para reavaliar os prazos para a eliminação da queima da palha da cana-de-açúcar e outra para discutir a má qualidade dos serviços de telefonia no Estado.

Das cinco CPIs, quatro são de deputados da base governista. A única encaminhada pela oposição é a da Eletropaulo. Elas devem começar a funcionar em agosto, quando os parlamentares retornam do recesso.

PLENÁRIO VAZIO 

O líder do PT na Assembléia, Simão Pedro, acusa a base aliada de entupir a fila de comissões com investigações favoráveis ao governo para empurrar as CPIs da oposição para o fim da fila. Principal entusiasta da CPI da CDHU, o PT promete questionar no Supremo Tribunal Federal o critério usado por Vaz de Lima para definir as primeiras CPIs deste ano. 

A decisão polêmica do presidente foi anunciada pouco antes da meia-noite de quarta-feira, após a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2008, com o plenário praticamente vazio. “Entendo que a ordem cronológica dos requerimentos deve prevalecer. É o que se depreende, por analogia, das normas adotadas pelo regimento interno para ordenar o processo legislativo”, justificou Vaz de Lima. 

Desde o início desta legislatura, o deputado estava sendo pressionado pelo PT para instalar CPIs na Casa. Esse foi um dos compromissos do tucano em troca do apoio dos petistas na eleição à presidência da Assembléia. Na legislatura passada, o critério da ordem cronológica também foi usado para definir as CPIs a serem criadas. 

AS NOVAS COMISSÕES 

Eletropaulo: Investigar a venda do controle acionário da empresa
Receita Tributária: Apurar perda de receita na arrecadação
Bingos: Apurar o funcionamento das casas de jogos
Cana-de-açúcar: Reavaliar prazo para a eliminação da queima da palha da cana-de-açúcar
Telefonia: Apurar a qualidade dos serviços de telefonia fixa e móvel 

Fonte: O Estado de S. Paulo, de 13/07/2007