O Conselho da
Procuradoria Geral do Estado comunica que se realizará
sessão pública extraordinária para escolha de vagas,
referente ao Procedimento de Alteração de Classificação
a Pedido, aberto nos termos da Deliberação CPGE nº063/12/07,
no dia 19 de dezembro de 2007, às 09h30min, no Auditório
do Centro de Estudos da Procuradoria Geral do Estado, à
Rua Pamplona, nº227 - 3º andar, Bela Vista - São
Paulo-SP. Comunica, ainda, que na hipótese do Procurador
do Estado não poder comparecer à sessão pública de
escolha, poderá fazê-lo por procurador com mandato
outorgado por instrumento particular, contendo poderes
específicos para aquele fim.
Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I,
seção PGE, de 12/12/2007
Pauta da 43ª Sessão Ordinária do Conselho da PGE
Data da
Realização: 13/12/2007
Hora do
Expediente
I - Leitura e
Aprovação da Ata da Sessão Anterior
II- Comunicações da Presidência
III- Relatos da Diretoria
IV- Momento do Procurador
V- Manifestações dos Conselheiros Sobre Assuntos
Diversos
Ordem do Dia
Processo: GDOC
n.º 18575-652317/2004
Interessado:
Conselho da Procuradoria Geral do Estado
Localidade: São
Paulo
Assunto:
Regulamenta a realização do concurso de promoção na
carreira de Procurador do Estado, nos termos da
legislação vigente.
Relatora:
Conselheira Regina Celi Pedrotti Vespero Fernandes
Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I,
seção PGE, de 12/12/2007
Serra prevê investir R$ 41,5 bi até 2010
O governo de
José Serra (PSDB) pretende investir R$ 41,5 bilhões de
2007 até 2010, um crescimento de 72% em relação ao que
foi investido no Estado de São Paulo nos quatro anos
anteriores (R$ 24,1 bilhões). Os recursos irão para
saúde, educação, transportes (Rodoanel, metrô, trens),
habitação, saneamento, construção de presídios e
equipamentos para as polícias civil e militar.
A expansão dos
investimentos na comparação com a gestão Alckmin-Lembo
deve-se a ações para reduzir despesas e ao aumento de
receitas, diz Mauro Ricardo Machado Costa, 45,
secretário da Fazenda paulista, que acompanha Serra há
cerca de 12 anos.
Os R$ 41,5
bilhões que o governo paulista pretende investir
equivalem a 61% dos investimentos novos previstos no PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento) até 2010, da
ordem de R$ 67,8 bilhões.
Ao fazer um
balanço de quase um ano de governo, Costa disse que, de
janeiro a outubro, as receitas aumentaram em 12,1%, para
R$ 78,18 bilhões, e as despesas, em 4,5%, para R$ 60,98
bilhões, na comparação com igual período do ano
passado.Só a alienação da folha de pagamento gerou R$
2,08 bilhões de recursos adicionais ao Estado. Um
programa de parcelamento incentivado de dívidas
tributárias resultou em mais R$ 6 bilhões ao Tesouro
estadual, dos quais R$ 1 bilhão entram no caixa já neste
ano (25% será destinado aos municípios).
A eliminação de
4.439 cargos comissionados na administração direta e nas
autarquias gerou outros R$ 78 milhões anuais de economia
no Estado, que também poupou R$ 600 milhões em
reavaliações e renegociações de contratos."Esse governo
não tem compromisso com contratos anteriores. Fizemos
negociações importantes para aumentar receitas e reduzir
despesas."
Ações para
combater as fraudes, principalmente no setor de
combustível, e a sonegação de ICMS e de IPVA serão
mantidas, diz o secretário. De janeiro a outubro, 196
postos de combustíveis foram fechados no Estado por
irregularidades. Leia a seguir os principais temas
discutidos com Costa:
AJUSTE - Este
ano foi de ajuste. Quando chegamos aqui, não
imaginávamos que poderíamos alavancar tantos recursos
para investimentos. As ações que implantamos de
ampliação de receita e de contenção de despesa criaram
espaço para investimentos. O Estado não tinha
autorização para fazer novas operações de crédito desde
1997, e conseguimos neste ano recursos de terceiros de
R$ 6,7 bilhões.
RECEITAS E
DESPESAS - A redução de despesas se deu pela redução de
cargos comissionados e renegociação de contratos que
gerou uma redução de R$ 602 milhões. Fizemos
levantamento de haveres e dívidas de tal forma que
pudéssemos começar a fazer encontros de contas entre
devedores e credores para que pudéssemos ajustar
balanços e efetuar ajustes entre débitos e créditos.
Fizemos renegociações importantes na área de transporte,
em relação ao Rodoanel, ao Metrô e à aquisição de trens.
INVESTIMENTOS -
Estamos ampliando significativamente os investimentos
nas áreas de serviços. Na saúde, vamos ampliar a
produção e o fornecimento de medicamentos. O governador
Serra lançou um programa de incentivos às Santas Casas
para melhorar os serviços à comunidade. Na educação, a
intenção é implantar um programa de gestão por
resultados, com metas a serem alcançadas e com
remuneração variável atrelada ao alcance das metas. Na
habitação, a idéia é recuperar favelas, construir
presídios [44 presídios vão demandar investimentos de R$
340 milhões].
CARGA TRIBUTÁRIA
- Estamos reduzindo a carga tributária. Recentemente
reduzimos de 18% para 12% o ICMS para o setor
petroquímico da primeira e da segunda gerações. Já
fizemos essa redução para o setor de biodiesel e de
equipamentos para monitoramento e rastreamento de
veículos. Estamos analisando redução de ICMS para outros
setores, como autopeças, cosméticos, material de
construção e jóias. Mas terá contrapartida. Os setores
vão ter de elevar faturamento e, no mínimo, manter a
arrecadação. Estamos acreditando que isso é possível.
NOTA FISCAL
PAULISTA - Vai levar à redução da carga tributária
individual, já que 30% do que for recolhido pelo
estabelecimento comercial será devolvido aos
consumidores no valor proporcional ao da nota fiscal. Já
foram transmitidas para a Fazenda 1 milhão de notas
fiscais e já há 76 mil empresas cadastradas. Começamos
em outubro com restaurantes. Depois, com bares,
lanchonetes e padarias. Neste mês começam as lojas de
brinquedos, CDs e de artigos esportivos.
Idéia é ter até
maio de 2008 750 mil empresas comerciais dentro do
programa. O prazo final de transmissão das compras
efetuadas em outubro e novembro é 19 de dezembro.
Para as compras
de dezembro, o prazo final é 19 de janeiro. Se o
comerciante não fizer a transmissão, o consumidor não
terá direito ao crédito.
IPVA - Na
Operação Rosa Negra, vimos que 326 empresas frotistas
utilizavam endereços falsos em outros Estados para não
pagar IPVA em São Paulo. A expectativa é que todas elas
transfiram o registro dos seus veículos para São Paulo.
Na operação De Olho na Placa, realizada com a Secretaria
de Segurança Pública, foram feitos 212 bloqueios no
Estado para identificar veículos que estavam utilizando
comprovadamente endereços falsos nos Estados do
Tocantins e do Paraná. Notificamos 1.826 donos de
veículos que usavam endereços falsos e foram feitas
ocorrências policiais por crime de falsidade ideológica.
BANCO DE FOMENTO
- Estamos vendo a possibilidade de aportar até R$ 1
bilhão para a agência de fomento que está na fase de
estruturação. Nossa expectativa é que a agência comece a
operar no final do primeiro semestre de 2008 para
atender principalmente micro e pequenas empresas.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
12/12/2007
Advogado defende advocacia particular em defesa do
Estado
O advogado e
escritor Rubens Naves acredita que o poder público deve
e pode contratar assistência jurídica particular para
tornar o Estado mais eficiente e menos burocrático.
“Caso contrário, enterraremos, ainda mais, a máquina
administrativa brasileira”, justifica Naves, que
desenvolve o tema no livro Advocacia em Defesa do
Estado.
O pensamento de
Naves, porém, não tem o respaldo do Ministério Público
do estado de São Paulo. Segundo o escritor, para o MP,
havendo um jurídico interno (procuradorias), não se pode
contratar advogados externos.
Com experiência
de 40 anos em advocacia, Rubens Naves diz que são vários
os exemplos de que a parceria entre público e privado
rende excelentes resultados. Naves citou, por exemplo, a
Caixa Econômica Federal e a Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) que,
segundo o advogado, já contrataram, com sucesso,
serviços jurídicos externos para a recuperação de
créditos.
Naves explica
que é preciso diferenciar os serviços especializados dos
rotineiros. “Quando for rotineiro, a contratação se
daria em situações especiais”, como os casos da Caixa e
da CDHU, por exemplo. “Mas, em casos especializados, em
que se exige uma definição de profissional com
capacidade regular, o Estado pode e deve fazer a
contratação.”
Porém, afirma o
advogado, o Ministério Público costuma agir com
represália contra a administração pública e o
profissional quando há uma contratação. “O Ministério
Público abre inquérito e o administrador público, que já
tem dificuldades em contratar uma obra ou um serviço,
pensa duas vezes antes de contratar um advogado.”
Para Naves, o
Ministério Público aplica com muita rigidez a Lei de
Licitações (8.666/93) sem observar, porém, que existem
exceções, por exemplo, nas hipóteses de singularidade de
serviço, onde o advogado acredita se encaixar a
prestação de serviço jurídico.
O escritor
defende a assistência jurídica particular em favor do
Estado baseando-se, inclusive, na jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal. “O STF reconhece — em se
tratando de serviço singular — e coloca a confiança como
uma questão fundamental. Se tem um profissional
notoriamente capacitado, [a administração pública] pode
escolher livremente por confiança, caracterizando
singularidade.”
A leitura rígida
da necessidade de licitação para assistência jurídica
“às vezes prejudica e enfraquece o Estado”, afirma o
advogado e escritor. Rubens diz que, antes, o Estado era
mais burocrático e rígido no controle dos seus
procedimentos. Porém, a “Emenda 19, que introduziu o
princípio da eficiência, torna mais flexível a busca dos
resultados”.
É esta adequação
da eficiência que o livro Advocacia em Defesa do Estado
propõe debater com o Ministério Público, os gestores e
os profissionais do Direito. O lançamento será nesta
quinta-feira (13/12), às 18h30, na Livraria Cultura, no
Conjunto Nacional, em São Paulo.
Fonte: Conjur, de 12/12/2007
Assembléia paulista mantém ICMS maior
O governador
José Serra (PSDB) conseguiu aprovar ontem na Assembléia
um projeto de lei que renova, por mais um ano, aumento
da alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) de 17% para 18% nas operações internas
em São Paulo. O acréscimo de arrecadação, estimado em R$
850 milhões, vai para a habitação. O PT cobrou dos
tucanos a mesma posição na votação da CPMF. A elevação
do ICMS para custear a habitação ocorre desde 1989, mas
tem de ser aprovada todos os anos. O placar foi folgado
a favor do governo: 53 dos 94 deputados votaram a favor.
O PT se absteve na votação.
Fonte: O Estado de S. Paulo, de
12/12/2007
Honorários de ações do governo vão ficar no caixa do
município
O prefeito Tuga
Angerami vai incluir na lista de projetos a serem
enviados à Câmara Municipal de Bauru para realização de
sessões extraordinárias na próxima semana a proposta de
eliminação da distribuição de honorários devidos aos
procuradores jurídicos para as ações judiciais entre
órgãos do próprio governo. A data indicada para as
sessões é o próximo dia 20, mas também pode ser agendada
para o dia 21 deste mês.
Conforme a
proposta em discussão pelo Executivo, o objetivo da
medida é proibir o rateio das verbas relativas aos
serviços dos advogados dos órgãos públicos entre os
profissionais, com os recursos sendo destinados para o
caixa da repartição que vencer a demanda.
Ou seja, se o
Departamento de Água e Esgoto (DAE) vencer uma demanda
contra a prefeitura, o honorário fixado pelo juiz vai
para a autarquia e vice-versa. De outro lado, um decreto
a ser publicado pelo prefeito vai tentar restringir
demandas judiciais entre órgãos internos, exigindo que
as demandas sejam submetidas a todas as possibilidades
de acordo administrativo disponíveis.
Para que este
objetivo seja alcançado na lei enviada ao Legislativo, o
prefeito Tuga Angerami escalou o assessor de Gabinete
Célio Parisi para convencer os vereadores do texto mais
adequado para a proposta. É que alguns parlamentares
consideram que o projeto original tenta disciplinar
honorários não previstos em lei específica para órgãos
da gestão indireta.
Parisi, então,
vai se colocar à disposição dos parlamentares
interessados para argumentar que a proposta tem direção
exatamente inversa, ou seja, na verdade pretende deixar
claro que os órgãos também da administração indireta ou
independente (como DAE, Funprev, Cohab e Emdurb) não
poderão mais distribuir as verbas honorárias para seus
procuradores. Todos esses órgãos contam com norma
interna editada com base na lei em vigor, o que permite
a distribuição das verbas obtidas dos trabalhos
exercidos nos processos.
Na lista da
pauta a ser enviada à Câmara na próxima segunda-feira,
Tuga Angerami antecipou que vai incluir o projeto que
atualiza a aplicação de multas por sujeira urbana, como
mato alto, o que disciplina a construção e manutenção de
calçadas e o que pede autorização para parcelar pouco
mais de R$ 7 milhões em precatórios (sentença judicial
de cobrança definitiva) da prefeitura devidos ao DAE.
O prefeito
estuda junto à sua assessoria a legalidade de
estabelecer o acordo sem a fixação de juros, conforme
reivindicado por vereadores. A presidência da Câmara
poderá incluir outros projetos nas sessões extras.
Fonte: Jornal da Cidade, Bauru, de
12/12/2007
Governo do Estado antecipa 13º de servidores
O governador
José Serra anunciou hoje que o Estado vai antecipar o
pagamento do 13º salário dos servidores públicos
estaduais para a próxima sexta-feira, 14. O pagamento
estava previsto inicialmente para o dia 20 de dezembro.
Serão beneficiados 1,062 milhão de servidores civis,
militares, ativos, inativos e pensionistas dos três
poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). “Até o
final desta semana, o servidor já poderá contar com esse
dinheiro”, afirmou o governador.
A medida
representa uma injeção antecipada de R$ 1 bilhão na
economia paulista, e vai permitir aos funcionários
públicos que façam suas compras de Natal com
antecedência. Uma parte dos servidores receberá a
íntegra do 13º salário, e outra parcela apenas a metade,
já que o restante foi recebido antecipadamente no mês de
aniversário do servidor.
A antecipação do
13º salário encerra um ano com um grande número de
medidas de valorização dos funcionários públicos
estaduais. O Governo do Estado já anunciou, em 2007,
ações que incluem aumento salarial para policiais,
professores e pesquisadores, prêmios de valorização e
auxílio para compra da casa própria.Polícia
Na área da
Segurança Pública, o Estado concedeu aumento salarial de
até 23,43% para policiais civis, militares e
técnico-científicos, além da conversão de 30 dias de
licença-prêmio em dinheiro para as polícias civil e
militar. Instituiu a Gratificação por Acúmulo de
Titularidade (GAT) para os Delegados de Polícia e também
promoveu alteração do Adicional de Local de Exercício
para todas as carreiras civis e militares, atingindo
125,6 mil funcionários. Outro benefício oferecido aos
policiais foi a cobertura integral do salário do
policial ferido no exercício da atividade.
Outra medida
adotada foi a absorção, a partir de janeiro de 2008, da
Gratificação por Atividades da Polícia (GAP) e proventos
dos integrantes das carreiras policiais civis e
militares, beneficiando 125,6 mil servidores ativos e
50,2 mil inativos.
Fonte: site do governo do Estado
de SP, de 12/12/2007
Moradores e PMs entram em confronto
A reintegração
de posse do terreno da Favela Real Parque, na Marginal
do Pinheiros, zona sul de São Paulo, praticamente parou
a cidade ontem. Desavisadas, as famílias que ocupavam
parte dos 140 barracos destruídos revoltaram-se e
invadiram a marginal. A polícia interveio e houve
confronto. A pista local da marginal ficou fechada por
dez horas. O congestionamento chegou a 154 quilômetros
às 11h30 - recorde do ano no período da manhã desde o
início da nova medição da Companhia de Engenharia de
Tráfego (CET).
Moradores foram
acordados às 6 horas pelo oficial de Justiça e, segundo
o subprefeito do Butantã, Maurício Pinterich, tiveram
uma hora e meia para deixarem as casas. "Estava me
preparando para trabalhar quando vi a movimentação dos
policiais. Não é justo fazerem desse jeito. Nem acabei
de pagar o material de construção", lamentava a servente
Silvania Gomes, de 28 anos.
A arquiteta
Heloísa Diniz, que atua na favela pela ONG Usina, diz
que a operação foi violenta. "Não houve aviso ou
preparação. O oficial de Justiça chegou com a decisão do
juiz e, uma hora depois, a polícia já estava soltando
gás pimenta em crianças e bala de borracha em mulher
grávida."
O terreno de 17
mil metros quadrados pertence à Empresa Metropolitana de
Águas e Energia (Emae). Como o Estado revelou no dia 24,
há cerca de três meses houve uma proliferação de
barracos, mas apenas 40 eram ocupados, com 180
moradores. Os demais haviam sido erguidos por
interessados em conseguir cheque-despejo de R$ 5 mil da
Prefeitura.
Revoltados com o
despejo, um grupo de moradores invadiu a pista expressa
da Marginal do Pinheiros às 10h20. Antes, só a pista
local estava fechada. Crianças e adultos sentaram-se no
meio da via, impedindo a passagem dos veículos. A Força
Tática da Polícia Militar soltou bombas de efeito moral
e gás pimenta para dispersar manifestantes. Quem estava
nos barracos atirou pedras nas viaturas e os policias
reagiram com mais bombas.
Lázaro de
Oliveira, de 14 anos, teria sido ferido por bala de
borracha. "Ele estava sentado na escada, quando os
policias vieram jogando bomba e atirando. Não vi na
hora, mas depois me avisaram que meu filho tinha sido
atingido por bala de borracha", contou a desempregada
Ledjane de Oliveira Neves. O garoto foi atendido pelo
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e
liberado.
Nervosa com a
falta de notícias dos três filhos, Maria Lúcia Lopes da
Silva, grávida de 8 meses, foi levada para o Hospital do
Campo Limpo. "Ela ouviu o barulho das bombas e achou que
estavam atirando nos filhos dela. Quando saiu de casa,
ficou sufocada com a fumaça das bombas", contou a
vizinha Luciana Souza Pereira.
Maria morava
havia três meses no barraco que construiu com a ajuda de
freqüentadores da Igreja Deus é Amor. "Ela não tinha
parentes. Antes, vivia em São Miguel Paulista, onde
pagava R$ 180 de aluguel. Foi despejada e a ajudamos a
vir para cá", contou a dona de casa Helena Maria de
Souza Matos.
"MAIS HUMANA
POSSÍVEL"
Segundo o
capitão Ezequiel Morato, do 16 º Batalhão da PM, não
foram usadas balas de borracha. Ele disse, porém, que as
bombas de efeito moral podem causar ferimentos. Em nota,
a Emae informou que a reintegração foi feita da "forma
mais humana possível, respeitando as necessidades
básicas e as dificuldades dos moradores".
A Defensoria
Pública de São Paulo tentaria ainda ontem revogar a
reintegração. Segundo a defensora Carolina Pannain, a
área designada na liminar inclui moradias construídas
desde 2002 e os moradores já teriam direito de
usucapião.
Entre policiais,
guardas civis metropolitanos, agentes da Prefeitura e da
CET, 378 pessoas participaram da operação. "Nesses
casos, não se avisa com antecedência os moradores",
disse o subprefeito. As autoridades envolvidas, porém,
planejaram tudo com um dia de antecedência.
Fonte: O Estado de S. Paulo, de
12/12/2007
Ministro mantém ação penal contra ex-secretário de
segurança de SP
O ex-secretário
de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu
Filho, teve negado pedido de suspensão da ação penal que
tramita contra ele na justiça paulista por abuso de
autoridade. A decisão foi do ministro Eros Grau, relator
do Habeas Corpus (HC) 93224.
Segundo consta
na ação, no dia 14 de maio de 2005, o então secretário
de segurança ia em seu carro particular (seguido por
escolta), junto com sua esposa e um casal de amigos, a
um restaurante japonês em São Paulo. Um cavalete de
trânsito interditava a via pública nas proximidades do
restaurante, para o atendimento privativo dos clientes.
Cita o HC que
diante da situação o secretário Saulo de Castro, preso
no congestionamento, teria solicitado ao delegado geral
da Polícia Civil que verificasse a causa da interdição
da rua e regularizasse a situação no local. O fato levou
alguns funcionários do restaurante à prisão. O
Ministério Público paulista iniciou a investigação dos
fatos e denunciou Saulo de Castro por crime de abuso de
autoridade, previsto na Lei 4.898/65.
Pedido de
liminar
A defesa alega a
inépcia da denúncia apresentada pelo Ministério Público
estadual, sob o argumento de que ela estaria “amparada
em elementos colhidos de forma ilícita”. Sustenta ainda
afronta ao devido processo legal e ausência de justa
causa para o prosseguimento da ação penal.
Ao reforçar o
pedido de liminar, a defesa alega o perigo de demora na
decisão, uma vez que no próximo dia 7 de dezembro está
marcado o interrogatório de Saulo de Castro Abreu Filho.
Assim, pede a suspensão do curso da ação penal e,
conseqüentemente, do interrogatório marcado. No mérito,
requer o arquivamento do processo.
Decisão
Em decisão, Eros
Grau relata que recebeu o “volumoso processo de 695
páginas” somente no último dia seis, quinta-feira, às
18h. Na liminar, considerando o periculum in mora, a
defesa pediu urgência na decisão a fim de evitar o
interrogatório marcado para o dia seguinte (7), às 13h.
O relator afirma que nos últimos dias recebeu dezenas de
habeas corpus, com pedido de liminar. E que, entre eles,
a preferência deve ser dada aos que tratam de réu preso.
Segundo o ministro, o fato do ex-secretário não estar
preso explica a não apreciação da liminar antes da
realização do interrogatório.
Fonte: site do STJ, de 11/12/2007
TJ cassa decisão sobre indenização por gravidez
atribuída à pílula de farinha
A 1ª Câmara
Cível do TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás) cassou
sentença do juízo da 4ª Vara de Família, Sucessões e
Cível de Goiânia que negou pedido de indenização por
danos materiais e morais formulado por uma dona de casa
contra o laboratório Schering do Brasil Química e
Farmacêutica. Eva de Oliveira Alves entrou com a ação
por sua gravidez depois de supostamente usar
anticoncepcionais feitos de farinha.
A autora da ação
alegou que consumia regularmente o anticoncepcional
Microvlar, cuja produção, distribuição e comercialização
era de responsabilidade do laboratório, mas que em razão
da sua negligência foi vítima de uma gravidez não
planejada. Ela argumentou ainda que foram distribuídas
pela Schering 650 mil cartelas de "pílulas-placebo",
causando danos irreparáveis a diversas mulheres em todo
o país.
O caso das
“pílulas de farinha” é resultante da fabricação de
pílulas para o teste de uma máquina embaladora do
laboratório, mas que acabaram chegando ao mercado para
consumo, em 1998.
O juízo singular
negou pedido sob o argumento de que não houve nexo de
causalidade, requisito indispensável para o
reconhecimento da responsabilidade civil do laboratório.
Citando o artigo
82 do CPC (Código de Processo Civil), João Ubaldo tmbém
explicou que a intervenção do MP (Ministério Público) é
condição indispensável ao desenvolvimento válido e
regular do processo. "A não abertura de vista ao MP para
se manifestar antes da prolação de sentença é motivo de
sua nulidade, uma vez que se faz necessária a
intervenção em todas as fases", esclareceu.
Fonte: Última Instância, de
11/12/2007
Prisão por dívida vale apenas em pensão alimentícia, diz
TJ-SP
A Defensoria
Pública obteve, junto ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de
São Paulo), decisões favoráveis para aquele que, ao não
pagar sua dívida, corre o risco de ter sua prisão
decretada.
Os acórdãos são
das 26ª e 36ª Câmaras de Direito Privado e se baseiam na
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San
Jose da Costa Rica), ratificada pelo Brasil em setembro
de 1992. A Convenção prevê que ninguém pode ser preso
por dívida, exceto o devedor de pensão alimentícia.
Os habeas corpus
foram impetrados pelos defensores públicos, Wander
Benassi Júnior e Pedro Pereira dos Santos Peres, para
garantir que duas pessoas, que financiaram carros
mediante alienação fiduciária (veja abaixo), não fossem
presas após terem os veículos furtados e ficarem
desempregadas.
Casos
O atendente
P.L.A. financiou o carro com o HSBC Bank Brasil e o
marceneiro P.S.L., com o ABN Amro. Após o furto dos
veículos, P.L.A. e P.S.L ficaram desempregados e não
puderam mais arcar com o restante das parcelas.
Sendo assim, o
HSBC e o ABN Amro entraram com pedido de busca e
apreensão dos veículos. Como haviam sido furtados, os
juízes da 4ª Vara Cível de São Miguel Paulista e da 7.ª
Vara Cível de São Paulo deram o prazo de 24 horas para
que P.S.L. e P.L.A devolvessem cada qual o carro que
financiaram ou o equivalente em dinheiro aos bancos.
Caso contrário, seriam presos, como depositários
infiéis.
Defesa
Nos habeas
corpus, os defensores públicos, alegaram a
inconstitucionalidade da prisão por dívida nos termos do
Pacto de San Jose da Costa Rica e que os réus não foram
devidamente cientificados na assinatura do contrato que
poderiam ser presos. Além disso, os defensores
argumentaram que, como os furtos dos veículos não
poderiam ser previstos, a responsabilidade pelo ocorrido
não caberia a eles.
Para os
defensores “as decisões obtidas deixaram claro que a
forma de restituição monetária do credor pode ser uma
ação de cobrança, mas nunca a privação de liberdade do
devedor. A idéia de privar a liberdade de alguém porque
é devedor remonta ao período anterior à consolidação do
Direito Romano, que já havia esclarecido ser a liberdade
de locomoção absolutamente intangível para a satisfação
de qualquer dívida. Modernamente, a prisão civil por
dívida só é admitida ao devedor de alimentos e, mesmo
assim, em situações excepcionais previstas em lei e em
convenções internacionais.”
Alienação
fiduciária
Nesse tipo de
contrato, o banco permanece como proprietário do bem
adquirido, até que o pagamento da dívida seja efetuado.
Em caso de inadimplência, pode solicitar busca e
apreensão.
Com base no
decreto-lei 911/69, a ordem de busca e apreensão poderia
ser convertida em uma ação de depósito, o que, em tese,
permitiria a prisão civil do devedor, que se equipararia
ao depositário infiel, caso ele não pagasse a dívida ou
não restituísse o bem que adquiriu.
Fonte: Última Instância, de
11/12/2007