O Supremo
Tribunal Federal (STF) manteve hoje (10) decisões da
presidente da Corte, ministra Ellen Gracie, que
mantiveram o respeito ao teto salarial do serviço
público em seis estados brasileiros.
Em todos os
casos, a presidente deferiu pedidos de suspensão de
segurança feitos por governantes contra decisões
judiciais que impediram a aplicação do teto a servidores
públicos. Contra essas decisões, os servidores
recorreram por meio de agravos regimentais, recurso
apropriado para levar a questão ao Plenário do Supremo.
“Entendi
presente [nos casos] lesão à ordem jurídica, por ofensa
à Emenda Constitucional 41 [que impôs o teto]”, disse a
ministra ao explicar suas decisões originais. Ela disse
que também levou em consideração a lesão à ordem
pública, além do efeito multiplicador das sentenças,
diante de outros servidores na mesma situação daqueles
que conseguiram receber vencimentos acima do teto.
Somente o
ministro Marco Aurélio votou contra. Para ele, recorrer
direto ao Supremo por meio de suspensão de segurança é
queima de etapa.
O julgamento foi
com relação a agravos regimentais em Suspensões de
Segurança do estado de São Paulo (SS 2692, 2815, 2902,
2910, 2972, 2996, 3020 e 3402), do estado da Bahia (SS
2385), do estado de Mato Grosso (SS 2777), do estado do
Amazonas (SS 2808), do estado do Ceará (SS 3155) e do
município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro (SS 2688).
Fonte: site do STF, de 11/03/2008
Só 5 companhias disputarão leilão da Cesp
Alvo da maior
polêmica até o momento em relação à privatização da Cesp
(Companhia Energética de São Paulo), estatais federais e
estaduais desistiram de recorrer à Justiça para
participar do negócio e ficaram na disputa apenas 5 das
13 empresas inicialmente interessadas na geradora
paulista de energia. Pelas regras do leilão, as estatais
não poderiam participar da privatização.
Seguem na
corrida pela Cesp a franco-belga Suez/Tractebel, a
brasileira-espanhola Neoenergia/Iberdrola, a brasileira
CPFL, a portuguesa EDP e a americana Alcoa. Todas elas
entregaram até ontem à Bovespa a documentação exigida no
processo de pré-identificação.
Na sexta-feira,
os coordenadores divulgam se todos os pré-identificados
estão qualificados para a concorrência. A Cesp vai a
leilão no dia 26 ao preço mínimo de R$ 6,6 bilhões.
O motivo alegado
pelas estatais para desistir da Cesp foram as incertezas
em relação à prorrogação dos contratos de concessão das
usinas hidrelétricas. Das seis hidrelétricas da Cesp,
apenas a usina Porto Primavera teve a renovação de
concessão por mais 20 anos recomendada pela Aneel. Em
2011, vence a concessão de Três Irmãos e, em 2015, a de
Jupiá.
Na reta final da
disputa, desistiram os fundos americanos de "private
equity" Blackstone e KKR, que representariam os
interesses da Elektro, distribuidora no litoral e
interior de São Paulo e que pertencia ao extinto grupo
Enron. Também saiu do páreo o fundo brasileiro Pátria. A
ítalo-espanhola Enel/Endesa também não apresentou a
documentação.
A surpresa ontem
ficou por conta da desistência da distribuidora
fluminense Light, da qual a Cemig tem participação.
Também surpreendeu a entrada da Alcoa, produtora
americana de alumínio e grande consumidora de energia.
"O cadastramento
[da Alcoa] apenas revela a intenção de continuar a
participar do processo, não representando um firme
compromisso de participação no leilão, o que dependerá
de decisão a ser tomada em fase mais adiantada do
processo. A decisão de participar do leilão,
provavelmente em parceria com outras empresas públicas
ou privadas, está alinhada com a estratégia energética
da Alcoa no Brasil", afirmou a empresa em nota.
Os cinco
pré-identificados negociam entre si a formação de pelo
menos dois consórcios, podendo ainda formar um terceiro.
Um dos consórcios será liderado pela Suez/Tractebel,
dona da Gerasul, a maior geradora privada de energia no
país. A Suez deve entrar no leilão com a Neoenergia, que
tem entre os sócios a Iberdrola.
O segundo
consórcio será encabeçado pela CPFL Energia,
distribuidora do interior de São Paulo, e que teria a
participação da Light. A CPFL tem capital dos grupos
Votorantim, Camargo Corrêa, Bradesco e da Previ.
A Energias de
Portugal, dona das distribuidoras Bandeirantes (SP),
Enersul (MS) e Excelsa (ES), negocia a adesão a um dos
grupos ou a formação de um consórcio próprio. Os
portugueses estavam acertando a associação com os
italianos e espanhóis do grupo Enel/Endesa, que não
apresentaram a documentação exigida.
Os qualificados
terão de depositar garantias no valor de R$ 1,74 bilhão
um dia antes do leilão. Os lances serão feitos por meio
de envelopes fechados. A Bovespa só abrirá o leilão em
viva-voz se a segunda maior oferta pela Cesp for de pelo
menos 90% do valor do maior lance pela geradora
paulista.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
11/03/2008
Governadores do PMDB resistem à reforma e preocupam
Mantega
Ao mesmo tempo
em que disputam entre si novos investimentos para seus
Estados, inclusive com a farta concessão de incentivos
fiscais, os governadores do PMDB ensaiam uma reação
conjunta contra a reforma tributária proposta pelo
governo. Além de boa parte deles estar empenhada em
manter a liberdade para conceder incentivos fiscais, há
também a preocupação com a perda de receita, já que o
PMDB governa Estados exportadores. É este o cenário que
aguarda o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que começa
hoje pela bancada do PMDB na Câmara sua peregrinação em
defesa da reforma, cujo foco é o fim da guerra fiscal.
O governador do
Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), que desembarca
hoje pela manhã em Brasília, telefonou na semana passada
ao presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer
(SP), para alertar a direção partidária de que o texto
proposto pelo governo não pode ser aprovado sem
modificações. "Do jeito que está, o Espírito Santo perde
25% de sua receita", queixou-se o governador. Por
enquanto, Hartung foi o mais enfático nas reclamações a
Temer. "Mas isso pode ser o início de uma reação em
cadeia", prevê o presidente do PMDB.
O partido
governa sete Estados, localizados nas Regiões Sul,
Sudeste, Norte e Centro-Oeste. A avaliação preliminar da
bancada peemedebista hoje é de que só o Nordeste terá
ganhos com a reforma nos moldes propostos pelo governo.
A contabilidade mais precisa será feita no dia 25,
quando Temer pretende reunir em Brasília o Conselho
Político do partido. O colegiado, de cerca de 50
integrantes, inclui os sete governadores (Santa
Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rio de
Janeiro, Espírito Santo e Amazonas), os 27 presidentes
de Diretórios Estaduais, líderes, ex-presidentes e o
atual presidente da legenda.
O jogo de
pressão sobre o governo já começou. A etapa preliminar
na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara,
que analisa a "admissibilidade" da proposta, está nas
mãos de um relator peemedebista: o deputado Leonardo
Picciani (PMDB-RJ), que já apresentou um pleito do Rio
de Janeiro a Mantega, na semana passada. Ele quer que
seja expressamente permitido no texto da emenda
constitucional que o governo fluminense fique com 2% do
ICMS incidente sobre o petróleo.
COMISSÃO
ESPECIAL
Em outra ponta,
o PMDB se articula com outros partidos da base para
comandar a comissão especial que vai analisar a proposta
de reforma tributária. A cúpula do partido quer o
deputado Edinho Bez (PMDB-SC) na presidência da
comissão, em parceria com o PR do deputado Sandro Mabel
(GO), que seria indicado relator.
A principal
guerra fiscal hoje se dá em torno das grandes
montadoras, pois a indústria automobilística brasileira
nunca cresceu tanto, e as empresas projetam novos
investimentos. O governador de Santa Catarina, Luiz
Henrique da Silveira, briga com seu correligionário do
Paraná, Roberto Requião, pela nova fábrica da General
Motors. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral,
que desembarca nas próximas horas no Japão, quer levar a
segunda fábrica da Toyota no Brasil para o município
fluminense de Resende.
A disputa por
novas fábricas é feita na base do adiamento, em até 10
anos, do recolhimento do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) devido pela empresa. Em
alguns casos, os municípios também adiam a cobrança do
Imposto sobre Serviços (ISS) e do Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU). Os parlamentares
peemedebistas desses Estados não estão sensíveis à tese
do governo federal de que chegou a hora de acabar com a
guerra fiscal.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
11/03/2008
ICMS e divisão de receitas são focos de divergências
Levantamento
feito pelo Estado com 16 governadores mostra que a
proposta de reforma tributária enviada ao Congresso tem
dois focos de divergência. A cobrança integral do ICMS
no destino foi rechaçada por cinco governadores e a
falta de mudanças a curto prazo nos Fundos de
Participação de Estados e Municípios, alvo de
discordância de oito deles. Os governadores dos 27
Estados foram procurados pela reportagem.
No caso do ICMS,
autoridades de Estados exportadores acreditam que o
mecanismo proposto onera os que têm maior capacidade
produtiva. O mineiro Aécio Neves (PSDB) afirma que as
ferramentas de reposição da renda de Estados com balança
fiscal negativa, como o Fundo de Equalização de Receitas
(FER), ainda não estão garantidas, e Minas pode ter
prejuízos. "Poderemos perder de R$ 200 milhões no
primeiro ano da transição da origem para destino a R$ 1
bilhão no último." Ele propõe a adoção de uma alíquota
interestadual única de 4%.
O governador do
Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), se diz satisfeito
com a alíquota de 2% para o Estado de origem, desde que
o petróleo seja incluído na lista dos produtos assim
tarifados. O petróleo, hoje, é tributado apenas no
destino, e o Rio detém cerca de 80% da produção
brasileira. Ele esteve com Mantega e saiu do encontro
defendendo o debate sobre a reforma. "Ela tem de ser
feita dessa maneira: ouvindo os governadores, pois a
questão do ICMS é o principal imbróglio", declarou.
Assim também
pensam os governadores do Amazonas, Eduardo Braga
(PMDB), e de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR). Segundo
Braga, a produção da Zona Franca de Manaus atende
principalmente ao mercado interno. "O pólo de Manaus
evoluiu, substituiu as exportações e não vai gerar
nenhuma receita para o Estado", afirma. Maggi, por sua
vez, prevê que seu Estado, grande produtor de grãos,
perca R$ 850 milhões por ano.
Preocupados em
evitar perdas ainda maiores, governadores discordaram do
tratamento dado aos Fundos de Participação de Estados e
Municípios.
Maggi frisa que
o repasse tem sido "mutilado", com queda de 55% para 45
% da base de receitas federais. Além disso, ressalta que
os índices utilizados hoje são provisórios, fixados em
1992 para vigorar apenas até 1993.
Outro que pede
uma reavaliação é o secretário da Fazenda do Paraná,
Heron Arzua. "Há melhores estudos sobre isso",
argumenta. Aécio resume a questão: "O projeto avança
pouco nesse sentido e perpetua a descapitalização dos
Estados e municípios."
PONTOS
POSITIVOS
Quatro das oito
principais medidas sugeridas no texto receberam
avaliação positiva por todos os governadores
consultados. A unificação das legislações estaduais
sobre o ICMS e o novo Imposto sobre Valor Adicionado (IVA)
federal, assim como a criação do Fundo de Equalização de
Receitas (FER) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento
Regional (FNDR) causaram boa impressão.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
11/03/2008
Inchado, STJ dispensa defesa oral de advogado
Após ser eleito
na quinta-feira presidente do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), o ministro Humberto Gomes de Barros
afirmou que vive uma "anomalia jurídica". Ele reclamou
dos mais de 1,5 mil processos que chegam por dia,
quantidade praticamente impossível de administrar.
Última instância infra-constitucional do país, o STJ é
responsável por decidir todas as ações individuais nas
esferas estadual e federal. Com essa larga competência,
o STJ recebe recursos dos Tribunais de Justiça dos 27
Estados e do Distrito Federal e dos cinco Tribunais
Regionais Federais do país.
No TRF da 1ª
região, por exemplo, com sede em Brasília, existem 250
mil processos em andamento, segundo cálculos da
presidente do tribunal, desembargadora Assussete
Magalhães. A expectativa é que todos sejam repassados em
grau de recurso ao STJ.
O tribunal
tornou-se a instância mais inchada do Judiciário. No ano
passado, atingiu recorde indesejado: os recursos
especiais chegaram à casa do milhão. "O STJ precisa
reverter esta anomalia jurídica, com novas leis
processuais, para que possa retornar a sua principal
missão", diz Gomes de Barros.
Os gabinetes dos
ministros estão tão lotados de processos que eles não
estão mais conseguindo atender aos advogados. Tornou-se
comum, durante os julgamentos, o advogado levantar-se
para fazer a defesa oral de seu cliente e ser
interrompido pelo ministro-relator do processo, pedindo
que não o faça, pois já chegou a uma convicção. Na
verdade, os ministros não querem ouvir os advogados para
ganhar tempo nas sessões plenárias. Mais do que isso:
alguns ministros não estão conseguindo nem atender
advogados em audiências.
No Supremo,
muitas audiências são realizadas no intervalo das
sessões, onde o advogado fala em pé e deve sintetizar
sua tese em poucas frases. No STJ, um advogado constatou
que no gabinete de um ministro, onde antes havia sofás e
mesas para receber os visitantes, hoje há apenas uma
cadeira com rodinhas. A mensagem é clara: os ministros
simplesmente não têm tempo para atender aos advogados,
pois passam o dia lendo processos e assinando decisões
preparadas por funcionários.
No gabinete do
ministro Sidnei Benetti chegam entre 60 a 70 processos
diariamente. "Me sinto como se estivesse no meio do
furacão Katrina, tentando conter uma enchente que não
acaba nunca."
Para o ministro
César Asfor Rocha, é preciso ter visão estratégica para
administrar o problema. "Temos que identificar os
principais clientes do Judiciário, aqueles que provocam
o maior número de causas repetitivas, e dialogar com
eles." Rocha, que também é corregedor no Conselho
Nacional de Justiça, acredita que é preciso trazer para
o STJ os instrumentos de contenção de recursos
recém-inaugurados pelo STF: a súmula vinculante e a
"repercussão geral".
Fonte: Valor Econômico, de
11/03/2008
Expediente eletrônico permite entrar com ação no STF
pela internet
Às 19h de 13 de
dezembro passado, o Supremo Tribunal Federal recebeu uma
ação direta de inconstitucionalidade contra o uso de
arma de fogo no Distrito Federal. Seria mais uma ação
das milhares que chegam todos os dias à Corte, mas para
a ministra Ellen Gracie foi um momento especial: marcou
a primeira vez em que o Supremo recebeu uma ação pela
internet na história. "Eu espero que os ministros
recebam menor quantidade de processos, mas de forma
eletrônica", disse a ministra.
Para a
presidente do STF, não se trata de uma alteração
meramente tecnológica, mas de mentalidade. Com a
digitalização, não haverá mais a noção de expediente
pela qual o advogado só pode acessar o STF em Brasília
até as 19h, quando fecha o protocolo. Dias antes, o
ministro Carlos Ayres Britto decidiu, pela primeira vez,
um processo que correu sem a impressão de uma folha de
papel em todas as instâncias da Justiça.
O autor da ação,
o procurador-geral da República, Antonio Fernando de
Souza, poderia ter ingressado de seu gabinete, de sua
residência em Brasília ou mesmo de sua casa de praia,
mas preferiu ir ao STF para fazê-lo diante dos ministros
e, com isso, reforçar a posição a favor do processo
eletrônico. "A informatização do Judiciário elimina
entraves burocráticos e permite a agilização dos
processos", disse.
Antes da
implementação do expediente eletrônico, alguns ministros
ficaram receosos quanto ao cumprimento de leis, que
tratam, por exemplo, da citação por fax, ou mesmo de o
sistema "cair". Mas acabaram se convencendo da
viabilidade do sistema, em cuja base de dados cabem 320
Tribunais de Justiça de São Paulo - o maior do país.
Hoje, os ministros do Supremo possuem uma senha
eletrônica pela qual podem decidir os processos de
qualquer lugar, desde que estejam conectados ao
tribunal.
A expectativa é
que a digitalização reduza o tempo gasto na expedição de
certidões, protocolos, registros e carimbos. Hoje,
perde-se 70% do tempo nestes atos. No futuro, tudo será
feito no carimbo eletrônico. (JB)
Fonte: Valor Econômico, de
11/03/2008
Câmara derruba recesso e honorário
A Câmara
Municipal de Bauru aprovou ontem, em segundo turno, o
projeto de lei que elimina a distribuição de verba
honorária para ações entre órgãos do governo, já com
emenda que retira apenas a Empresa Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Rural (Emdurb) e a Companhia de
Habitação Popular de Bauru (Cohab) da medida. Também foi
aprovado ontem, por unanimidade, o projeto da própria
Câmara que acaba com as interrupções em julho, mês em
que voltam a ser realizadas sessões e votações.
O fim da
distribuição das verbas honorárias nos processos de
órgãos públicos municipais, produto de fixação por ordem
judicial em favor do vencedor da causa, ocorreu sem
polêmica. A Câmara esperou uma mensagem do Executivo
para retirar da norma a Emdurb e Cohab. Como isso não
ocorreu, o vereador Antonio Carlos Garmes (PTB) assinou
emenda retirando esses órgãos do projeto.
A emenda
supressiva atendeu a uma posição jurídica em discussão
no Supremo Tribunal Federal (STF) de que apenas a
administração direta, autarquia e fundação poderiam
sofrer mudanças na forma de disciplinar a distribuição
dos honorários na prefeitura. Ou seja, a lei federal que
modificou o chamado estatuto do advogado poderia sim, em
tese, fixar o fim dos honorários para advogados
públicos, caso dos procuradores municipais.
No projeto do
prefeito, aprovado ontem com a emenda, não ocorre o fim
da fixação do honorário, mas a mudança na regra de sua
distribuição. Com a lei, a verba honorária vinda de
ações intragoverno vai para o caixa da prefeitura. As
demais receitas de honorários continuam sendo rateadas
entre os procuradores e funcionários do setor jurídico
municipal. Os procuradores indicam que podem ir ao
Judiciário contra o projeto.
Ainda na sessão
de ontem, os vereadores aprovaram em primeiro turno, sem
resistência e com apoio de todos, o projeto que acaba
com o chamado recesso de julho. No meio do ano os
parlamentares não realizavam sessões ordinárias. O
texto, porém, mantém o impedimento para as sessões
ordinárias serem promovidas da segunda quinzena de
dezembro de cada ano até 1 de fevereiro do ano seguinte.
A propositura de
projeto de lei para por fim ao recesso de julho foi
apontada pelo JC no mês de janeiro passado, quando 14
vereadores se posicionaram a favor da medida. Depois,
todos os 15 parlamentares assinaram o texto apresentado
pela Mesa Diretora, composta pelos vereadores Paulo
Madureira (PP), Majô Jandreice (PC do B) e Benedito da
Silva (PSDB).
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru,
de 11/03/2008
Justiça paulista tem mais de 17,1 milhões de processos
em andamento
A Justiça de São
Paulo recebeu 377 mil novos processos em janeiro
passado. Os dados referem-se às áreas Cível, Criminal,
Infância e Juventude, Execução Fiscal e juizados cíveis
e criminais. A estatística mostra que mais de 17,1
milhões (17.158.287) de processos estão em andamento em
São Paulo.
No período foram
registradas cerca de 230 mil sentenças e realizadas 58
mil audiências, além de cumpridas 55 mil precatórias. O
Tribunal do Júri realizou 194 sessões. Foram efetivadas
315 adoções, das quais 309 por brasileiros e seis por
estrangeiros. Houve cerca de 5,4 mil acordos nos
juizados especiais cíveis. Desse total, 1,2 mil foram
feitos por conciliadores e 988 por juízes em audiências.
O restante são acordos extrajudiciais comunicados ao
juízo, num total de 3,2 mil. Foram registradas 9,2
execuções de títulos extrajudiciais e nos juizados
especiais criminais foram oferecidas 542 denúncias, das
quais 512 recebidas e apenas 30 foram rejeitadas.
No mesmo mês,
foram efetuados 13 mil atendimentos e orientações a
causas de fora da competência dos juizados especiais
cíveis. Nos juizados informais de conciliação, foram
recebidas 2.349 reclamações, com 404 acordos, sendo 82
extrajudiciais, 310 obtidos por conciliadores e 12 por
juízes em audiências.
Fonte: site do TJ, de 11/03/2008
STF disponibiliza aos juizados especiais federais
procedimentos da repercussão geral
Considerado um
instrumento de grande potencial para racionalizar o
trabalho do Judiciário, o requisito da repercussão geral
nos recursos extraordinários (REs) foi tema da exposição
da juíza federal Taís Shilling Ferraz aos coordenadores
dos juizados especiais federais. Eles se reuniram no dia
29 de fevereiro, no Conselho da Justiça Federal, durante
encontro da Comissão Permanente dos JEFs, presidida pelo
ministro Gilson Dipp, coordenador-geral da Justiça
Federal. A repercussão geral, ou seja, a exigência de
relevância social, econômica, política ou jurídica que
ultrapasse os interesses subjetivos da causa nos REs
dirigidos ao Supremo Tribunal Federal, tornou-se um
pressuposto de admissibilidade a partir da Emenda
Constitucional n° 45/2004.
O principal
objetivo da juíza Taís Ferraz, que trabalha em função de
auxílio junto à Presidência do STF, foi explicar o
funcionamento do Plenário Virtual (sistema utilizado
pelos ministros do STF para o exame da repercussão
geral), e do canal da repercussão. Este último é um
espaço reservado no portal do STF para intercâmbio de
informações entre a Corte, os tribunais superiores, os
tribunais de segundo grau e as turmas recursais de
juizado especial no que se refere aos procedimentos de
implantação da repercussão geral.
Vantagens
Desde o início
da vigência do novo requisito, em 3 de maio de 2007
(data da entrada em vigor da Emenda Regimental 21/07 que
estabeleceu as normas necessárias à execução das
disposições legais e constitucionais sobre repercussão
geral), o mecanismo já permitiu a redução de 33,17% na
distribuição de REs e de 18% na de agravos de
instrumento (AIs) entre os dois semestres de 2007.
Segundo as regras de processamento instituídas, os
tribunais só devem encaminhar ao STF cerca de três
recursos extraordinários de cada matéria que esteja
sendo questionada em sua jurisdição nos casos dos
processos múltiplos. Os demais devem permanecer
sobrestados, inclusive os respectivos agravos. O STF
analisará cada questão em um único processo. Caso seja
negada a repercussão geral, o recurso extraordinário é
recusado, assim como todos os outros sobre o mesmo tema.
Mas se o instituto for reconhecido, os ministros deverão
julgar a matéria e o resultado final terá reflexos em
todos os recursos extraordinários pendentes. O objetivo
é reduzir sobremaneira a distribuição de REs no STF e
racionalizar o seu processamento em todo o Poder
Judiciário, ao permitir que a Corte decida uma única vez
cada questão constitucional, não se pronunciando em
outros processos com idêntica matéria.
Para a
presidente do STF, ministra Ellen Gracie, a repercussão
geral, aliada à súmula vinculante, permitirá mudar a
face do Judiciário brasileiro. Segundo ela, ambas as
ferramentas farão com que o magistrado desempenhe suas
atividades de maneira mais leve e com satisfação, além
de gerar prestação célere ao jurisdicionado.
Segundo dados do
STF, 17 matérias já tiveram declaradas a repercussão
geral; sete não foram admitidas. Os recursos ainda
aguardam decisão de mérito. Entre eles, os que tratam do
fornecimento de medicamento de alto custo pelo Estado
(questiona-se se situação individual pode, sob o ângulo
do custo, colocar em risco a assistência global aos que
dependem de medicamento de uso costumeiro) e o critério
de aferição do estado de pobreza para concessão de
benefício assistencial a idoso, diante da perspectiva de
grande prejuízo econômico à Previdência Pública.
Comunicação
O canal da
repercussão geral é área reservada no portal do STF, com
acesso mediante cadastramento permitido aos tribunais e
coordenadorias de Juizados Especiais (www.stf.gov.br/portal/repercussaogeral).
O objetivo é divulgar e uniformizar procedimentos,
indicar as matérias em que já houve exame de repercussão
geral e as que estão em julgamento, além de ser uma via
para o encaminhamento de questionamentos e sugestões.
Segundo a juíza Taís Ferraz, é importante que os
tribunais e turmas recursais encaminhem ao STF, por meio
desse canal de comunicação, informações sobre o número
de processos sobrestados na origem, no aguardo do
pronunciamento dos ministros. “Sabendo o que é mais
representativo, em volume de processos, o STF pode
avaliar a necessidade de priorizar os julgamentos”,
explica.
Por se tratar de
procedimento novo (o canal da repercussão geral iniciou
seu funcionamento em 3 de fevereiro), Taís Ferraz tem
percorrido os Estados para divulgar os critérios e as
vantagens da repercussão geral. “Tendo em vista as
características do novo instituto, uma comunicação mais
direta entre os órgãos do Poder Judiciário, no
compartilhamento de informações sobre os temas em
julgamento e feitos sobrestados, é condição
indispensável para que os objetivos da reforma
constitucional sejam plenamente alcançados,
garantindo-se a necessária segurança aos
jurisdicionados, destinatários maiores da mudança que
ora se opera”, destaca.
Todo cidadão
pode acompanhar os resultados do exame de repercussão
geral das matérias sob análise do STF. Basta entrar no
portal do STF (www.stf.gov.br), clicar no menu
“Jurisprudência” e acessar “Repercussão Geral”.
Fonte: Portal da Justiça Federal,
de 11/03/2008