Lista de
antiguidades – nível substituto
O Procurador Geral do Estado, divulga a lista de
classificação por antiguidade dos Procuradores do Estado
Substituto, referente ao 1º semestre de 2008, para
conhecimento dos interessados, os quais poderão, dentro
de 5 dias, apresentar reclamação.
DADOS PARA
PROMOÇÃO NA CARREIRA DE PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO,
REFERENTES AO 2º SEMESTRE DE 2007
Frequência
período : 21.12.07 a 31.12.07
Clique aqui para acessar a lista
Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I,
seção PGE, de 5/01/2008
Parreira quer ação popular contra os honorários do DAE,
Cohab e Emdurb
O vereador João
Parreira (PSDB) estuda ingressar com uma ação popular na
Justiça contra o pagamento dos honorários de sucumbência
- aqueles determinados pelos juízes para uma das partes
arcarem com os custos - feitos pelo Departamento de Água
e Esgoto (DAE), Companhia de Habitação Popular (Cohab),
Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de
Bauru (Emdurb) e Fundação de Previdência Municipal (Funprev)
aos seus procuradores.
O parlamentar
informou que ainda discute com seu advogado a
possibilidade de acionar a Justiça e que deverá tomar a
decisão dentro dos próximos dez dias. O que levou
Parreira a questionar o caso foi o fato dos órgãos
públicos basearem-se em resoluções internas, e não em
legislação específica, para amparar o pagamento dos
honorários aos advogados. “Há lei municipal que permite
a prefeitura distribuir a sucumbência entre os
procuradores. Mas o DAE, Cohab, Emdurb e Funprev, por
resolução interna, também fazem a distribuição, o que é
questionável porque a lei não fala nesses órgãos, que
são entes com personalidade jurídica distintas, e sim
apenas na prefeitura”, enfatizou o tucano. E
acrescentou:
“Sou favorável à
distribuição da sucumbência quando as ações da
prefeitura são contra os particulares, como também sou a
favor em relação aos procuradores do DAE, Cohab, Emdurb
e Funprev, desde que sejam contra os particulares. Só
que essa distribuição que tem sido feita pelo DAE,
Cohab, Emdurb e Funprev não é sustentável juridicamente
e, se o pagamento não é legal, precisa ser questionado
na Justiça. A princípio, a ilegalidade é nítida.”
Para o
parlamentar, o projeto de lei que disciplinará o
pagamento dos honorários de sucumbência em ações
intragoverno tem de deixar clara a possibilidade de
recebimento pelos procuradores do DAE, Cohab, Emdurb e
Funprev no caso de ações particulares. “Quando a ação
for em relação ao privado, que prevaleçam os critérios
de hoje. Mas, em relação ao que foi feito até hoje entre
o DAE, Cohab, Emdurb e Funprev, isso é extremamente
questionável”, sustentou Parreira.
Para analisar a
possibilidade de ingressar com a ação popular, Parreira
solicitou parecer a um jurista especializado no ramo
tributário, que pediu para não ter seu nome divulgado,
sobre os honorários de sucumbência. No documento, o
jurista é enfático ao alegar que o recebimento pelos
procuradores dos órgãos públicos citados pode realmente
ser questionado por meio de ação popular.
“Quanto a verba
que já vinha sendo distribuída pelo DAE, Emdurb, Cohab e
Funprev, há entendimento bastante apreciável de que não
tinham direito pela lei municipal existente, sendo
questionável até o que já vinham recebendo. Talvez até
alguém poderia questionar os polpudos honorários do DAE
e da Cohab, porque não havia, e não há, qualquer lei
autorizando. A lei existente diz respeito apenas aos
procuradores da prefeitura”, destacou.
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru,
de 11/01/2008
Para MP, negligência do Via Amarela pode ter causado
mortes na cratera
O Ministério
Público Estadual (MPE) tem indícios de que houve
negligência por parte do Consórcio Via Amarela no
desabamento da Estação Pinheiros da Linha 4 do metrô,
que matou sete pessoas e completa um ano amanhã. Segundo
o promotor responsável pela investigação criminal,
Arnaldo Hossepian, até ontem, o consórcio não havia
apresentado o plano de emergência previsto para o
entorno da estação em caso de um acidente no canteiro de
obras. "Estou convencido de que talvez tivéssemos
diminuído pelo menos o número de vítimas", disse. "É
quase impossível que alguém não seja responsabilizado
criminalmente."
Em maio,
Hossepian fez a reconstituição do percurso do
mestre-de-obras no dia do acidente. Calculou que, do
momento em que ele foi avisado de que havia uma
instabilidade grave no canteiro da estação e correu para
ver o que estava acontecendo, passaram-se 4 minutos e 45
segundos. O mestre-de-obras estava no túnel de
ventilação na Rua Ferreira de Araújo - a 400 metros da
futura Estação Pinheiros - quando foi avisado. De acordo
com o promotor, o operário chegou ao local da tragédia
40 segundos antes do desabamento.
"Não sei dizer
se o tempo em que fiz a caminhada e mais aquele que é
objeto de apuração, do momento em que o obreiro se deu
conta (do problema), era suficiente para que as medidas
fossem adotadas a ponto de evitar que o transeunte por
lá caminhasse, que o veículo por lá passasse", disse
Hossepian, referindo-se aos pedestres e à van engolidas
pela cratera. o Via Amarela alegou que o acidente "foi
abrupto, com duração aproximada de 1 minuto,
impossibilitando a evacuação total".
Tanto o
consórcio quanto o Metrô afirmam que têm um plano de
emergência e o procedimento foi aplicado em duas
situações anteriores. A primeira foi em 3 de dezembro de
2005, na Rua Amaro Cavalheiro, quando ruas foram
bloqueadas e 17 famílias retiradas de casa. Segundo
comunicado do Via Amarela, houve três horas entre a
constatação da emergência e o desabamento de uma das
casas. A segunda emergência se deu em 18 de abril de
2006, na Rua João Elias Saad, próximo da Estação
Pinheiros. No caso, foram removidas sete famílias e não
houve desmoronamento.
"O plano faz
parte do contrato e, quando foi preciso, funcionou.
Agora, quem vai dizer se havia tempo para usá-lo é o
laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas)",
disse o diretor de Assuntos Corporativos do Metrô,
Sérgio Avelleda. Ele observou que o acionamento do
alarme sonoro estava previsto apenas antes das
detonações previamente marcadas.
CHECK LIST
Desde a
tragédia, o esquema de emergência usado na obra foi
aperfeiçoado, de acordo com do IPT. Por sugestão dos
engenheiros e técnicos encarregados da investigação,
criou-se um check list, preenchido e assinado pelo
responsável do canteiro. "Havia uma gestão de risco, mas
os procedimentos eram muito esparsos", explicou o
geólogo Djalma Luiz Sanchez, do MPE.
A expectativa
dos promotores é de concluir a investigação em meados do
ano e entregar acusação formal à Justiça. Além da
investigação criminal, o promotor de Habitação e
Urbanismo, Carlos Amim Filho, acompanha o
desenvolvimento das obras no restante da linha. Dois
Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) já foram
firmados; por meio de um deles, o consórcio é obrigado a
apresentar explicações para os atrasos na liberação do
canteiro. Caso os argumentos não sejam aceitos, a multa
diária é de R$ 70 mil. Até agora, 73 dias já foram
justificados. O laudo do Instituto de Criminalística
deve ficar pronto apenas em agosto.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
11/01/2008
Um ano depois, MP-SP não aponta responsáveis por cratera
no Metrô
Um ano após o
acidente no canteiro de obras da futura estação
Pinheiros do Metrô paulista, que causou a morte de sete
pessoas por soterramento em janeiro de 2007, o MP-SP
(Ministério Público de São Paulo) ainda não tem como
apontar culpados pela tragédia.
Não existe um
prazo para o oferecimento da denúncia, mas o MP-SP prevê
que deve se pronunciar em agosto de 2008.
De acordo com
Hossepian, o MP-SP trabalha com a hipótese de liberar o
canteiro de obras em meados de março. Liberada a área, o
IPT (Insituto de Pesquisas Tecnológicas), juntamente com
o IC (Instituto de Criminalística), deve elaborar o
laudo. “Temos a possibilidade de que a investigação seja
concluída, com o Ministério Público formando juízo de
valor. E, sendo o caso, responsabilizando criminalmente
quem de direito até meados de 2008”, afirmou.
Assim, os
trabalhos na área do acidente possivelmente terminarão
no dia 19 de março. O laudo do IPT deve sair um mês
depois. A hipótese inicial era de que o terreno fosse
liberado em meados de outubro de 2007.
"A nossa
expectativa é que no final de abril o IPT já se
pronuncie e o IC, até agosto", destacou Carlos Alberto
Amin Filho, promotor de habitação e urbanismo.
Segundo
Hossepian, responsável pelas investigações na área
criminal, algumas certezas sobre o acidente foram
firmadas, mas ainda não podem ser divulgadas. Por
enquanto, o que se pode afirmar é que havia uma
instabilidade no canteiro de obras uma semana antes do
ocorrido.
A conclusão das
investigações é baseada em uma reunião que aconteceu um
dia antes do acidente. “Falta concluir se uma
instabilidade em uma obra dessas proporções era normal
ou se seria preciso fazer alguma coisa, como paralisar a
construção”, diz Hossepian.
Outra dúvida é
se havia sistema de contingenciamento do entorno, que
parasse a movimentação de carros e pessoas no local.
“Até hoje, não há nenhuma informação se havia um plano,
mas isso não me autoriza a concluir que não existia. Com
base nesse fato ainda não é possível concluir por
negligência”, ressalva o promotor.
Um plano de
contingenciamento foi adotado após o acidente, por
exigência do IPT.
Foram prestados
56 depoimentos durante as investigações do acidente. Em
janeiro, o MP-SP deve continuar a ouvir mais versões de
pessoas que trabalhavam no local.
Os possíveis
culpados poderão ser enquadrados por negligência,
imperícia e imprudência. De acordo Hossepian, os
envolvidos na investigação estão convencidos de que as
causas do acidente envolvem mais de uma dessas
modalidades de culpa. A pena mínima para os crimes
apurados é de um ano e quatro meses e a máxima, de
quatro anos. Eles prescrevem no período de quatro a oito
anos.
Acidente
No dia 12 de
janeiro de 2007 o canteiro de obras da futura estação
Pinheiros desabou, por volta das 15h, provocando a morte
de sete pessoas por soterramento e comprometendo
residências da região.
Foram feitos
acordos com todas as famílias das vítimas fatais do
acidente. Apenas uma família que morava no entorno da
estação Pinheiros ainda não chegou a acordo.
A investigação
das causas do acidente é feita pelo Ministério Público e
pelo IC (Instituto de Criminalística).
A obra
O projeto da
Linha 4 prevê a construção de 11 estações, ligando a Luz
(centro) à Vila Sônia (zona oeste), e tem previsão
inicial de ser entregue por completo em 2012. A Linha
Amarela terá 12,8 km de extensão, e a estimativa é de
que atenda a 970 mil pessoas por dia. As obras tiveram
início em março de 2004.
No trecho
inicial, previsto inicialmente para 2008, serão
inauguradas estações no Butantã, em Pinheiros, na Faria
Lima e na Paulista, além das conexões nas estações
República e Luz.
As obras deverão
atrasar quase dois anos. A previsão de conclusão nas
estações Butantã, Faria Lima e Paulista é para novembro
de 2009. Outras duas estações, República e Luz, serão
entregues em 2010.
As obras são
divididas em três lotes, num custo total de cerca de R$
1,8 bilhão. O Consórcio Via Amarela venceu a licitação
para os lotes 1 (R$ 868,4 milhões) e 2 (R$ 730,5
milhões), onde ocorreu o acidente. O lote 3 (R$ 219,8
milhões) foi vencido pelo Consórcio Camargo Corrêa.
Fonte: Última Instância, de
10/11/2008
SP transfere 40 presas de cadeia superlotada
Cadeia Pública
Feminina de Monte Mor, na região de Campinas, tem
capacidade para 12 presas, mas abrigava ontem 119
Em 2005, juíza
determinou que o local fosse interditado parcialmente,
mas o Estado recorreu e conseguiu mandar mais presas
para lá
O governador
José Serra (PSDB) determinou ontem a transferência de 40
das 119 presas da Cadeia Pública Feminina de Monte Mor
para outras cadeias públicas com celas femininas na
região de Campinas.
A decisão foi
tomada um dia após a Folha revelar as condições em que
as presas eram mantidas. Além da superlotação [a cadeia
tem capacidade para 12 pessoas], elas dizem que há
infestações de ratos, piolhos e sarna no local.
Segundo nota da
assessoria de imprensa de Serra, "40 delas serão levadas
para unidades da região com melhor capacidade de
atendimento" ainda hoje. Os locais não foram divulgados
por questões de segurança, de acordo com a assessoria da
Secretaria da Segurança Pública do Estado. O órgão
também não revelou se há vagas suficientes nos locais
que irão receber as detentas.
Segundo a
secretaria, além das 40, outras três serão transferidas
em breve. A cadeia, porém, continua superlotada -76
presas onde cabem 12. No local, há duas celas de 25
metros quadrados cada uma. Com a superlotação, as presas
ocupam ainda um pátio de 50 metros quadrados -sem
cobertura-, onde a maioria dorme.
A ONU
(Organização das Nações Unidas) determina um mínimo de
seis metros quadrados para cada preso. Em Monte Mor, há
0,84 metro quadrado para cada presa, incluindo as celas
e o pátio. Das 43 presas que serão transferidas, 9 são
condenadas. A assessoria não revelou se as grávidas
estão nesse grupo.
O delegado
seccional de Americana (SP), Paulo Jodas, responsável
pela cidade de Monte Mor, disse ontem que todas as
cadeias das nove cidades sob sua jurisdição estão
interditadas ou parcialmente interditadas e, portanto,
impedidas de receber presas. Elas devem ir para Campinas
e região.
"O número de
mulheres presas vem aumentando. A maioria delas é presa
por tráfico de drogas, crime que não permite que a
Justiça dê liberdade provisória", disse Jodas.
Segundo nota da
assessoria de Serra, estão em construção oito presídios
femininos.
Em 2005, a
Justiça determinou que a Cadeia Pública Feminina de
Monte Mor fosse interditada parcialmente por
superlotação, mas o governo de São Paulo recorreu da
decisão e conseguiu continuar a mandar presas para o
local. Na época, a cadeia tinha 79 mulheres.
Na sentença em
primeira instância, a juíza Lissandra Dias Reis, de
Monte Mor, afirma que o Estado era "omisso" e decidiu
obrigá-lo a promover obras "para que atendessem às
normas de segurança e às exigências de salubridade" e a
"remover da cadeia para estabelecimento adequados todos
os condenados definitivos".
A assessoria do
governador não comentou o fato de o Estado ter recorrido
da interdição em 2005. Na época da decisão em primeira
instância, o governador era o também tucano Geraldo
Alckmin. O processo continua em trâmite no Tribunal de
Justiça de São Paulo.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
11/01/2008
Cobrança de ICMS em venda de veículos por leasing gera
disputa entre Estados
Uma disputa
entre São Paulo e outros Estados pela arrecadação do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) deu origem a uma fiscalização contra as
montadoras. Goiás, Paraíba e Rio Grande do Norte estão
entre os Estados que querem que os fabricantes de
veículos paguem nos locais de destino o ICMS sobre a
venda direta de automóveis via leasing. Hoje esse
imposto é recolhido predominantemente em São Paulo, onde
se concentram as sedes das financeiras, mesmo quando o
consumidor final do veículo está em outro Estado.
O setor
automotivo teme que outros Estados adotem o mesmo
procedimento. Caso isso aconteça, a cobrança de ICMS
pode chegar a R$ 1,2 bilhão. O cálculo das montadoras
leva em consideração a cobrança generalizada pelos
Estados do que foi vendido nos últimos cinco anos.
Segundo fontes
próximas às negociações, representantes de montadoras já
marcaram uma reunião no início da próxima semana com o
governo paulista para tentar uma solução. Caso São Paulo
não desista da arrecadação do imposto, o setor deverá
buscar um desfecho junto ao Conselho Nacional de
Política Fazendária (Confaz), órgão que reúne as
Fazendas de todos os Estados.
A disputa está
centrada na interpretação do Convênio Confaz nº 51,
assinado em setembro de 2000. Esse acordo surgiu para
definir uma nova divisão da arrecadação do ICMS sobre as
vendas diretas, que começaram a crescer com o avanço do
comércio pela internet. Até então o ICMS ficava todo no
Estado de origem.
O convênio
determinou a divisão da arrecadação entre o Estado
produtor e o do domicílio do comprador do veículo. No
caso das vendas do Sul e Sudeste para Norte, Nordeste e
Centro-Oeste, a alíquota de 12% de ICMS, relativa às
operações interestaduais, ficou partilhada da seguinte
forma: uma média de 5% para os Estados produtores e 7%
para os compradores, dependendo da cobrança do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI).
O conflito está
nas vendas por leasing, operação em que a propriedade do
automóvel permanece com a financeira até o pagamento
final do contrato. Esta modalidade tem crescido e tende
a se expandir ainda mais depois que o governo federal
decidiu aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras
(IOF) nas operações de crédito. O leasing é isento desse
imposto. A disputa entre os Estados, porém, se restringe
ao leasing aplicado às vendas diretas do fabricantes.
Não estão incluídas as operações de arrendamento
contratadas nas concessionárias.
Procurada, a
Secretaria da Fazenda de São Paulo defendeu, em nota ao
jornal, que a repartição de receitas previstas no
convênio não se aplica às vendas diretas via leasing. Os
demais Estados, porém, não concordam com a interpretação
de São Paulo. Alguns Estados reivindicam a sua parte.
As "cegonhas" ,
caminhões que transportam os carros, já começam a ser
fiscalizadas nas divisas dos Estados que se sentem
prejudicados. Segundo o diretor administrativo e
financeiro da Fiat para a América Latina, José Silva
Tavares, a empresa chegou a recolher para a Paraíba o
imposto já pago a São Paulo. O ICMS foi recolhido,
porque os fiscais da Paraíba bloquearam a entrada das
carretas. Além disso, a fazenda paraibana autuou a Fiat
em R$ 10 milhões relativos ao imposto devido no
passado.
O executivo
considera inviável uma solução pelo Judiciário. Os
tribunais responsáveis para julgar o ICMS são estaduais,
o que torna suas decisões efetivas somente dentro do seu
próprio território. E os tribunais superiores não podem
ser acionadas para esse tipo de assunto. "Não estamos
protegidos pela lei e corremos o risco de pagar sempre o
imposto para dois Estados", afirma Tavares.
O secretário da
Receita da Paraíba, Milton Soares, diz que o Estado
ainda não tem um programa de fiscalização específico
para as montadoras. Mas admite que houve bloqueio de
carretas de montadoras na entrada ao território
paraibano. "Trata-se de uma fiscalização comum, do
dia-a-dia." O secretário, porém, diz que o Estado
entende que o ICMS deve ser dividido com o local de
destino e a cobrança das montadoras deve se estender aos
últimos cinco anos.
Segundo Soares,
o assunto não chegou a entrar na pauta oficial de
discussão do Confaz, mas tem estado em "conversas
paralelas" nas últimas reuniões. Diz que o tema não
chegou a ser debatido diretamente com a Fazenda
paulista. "É um tema delicado que entrará com certeza na
próxima reunião, em março. Se nenhum outro Estado levar
proposta, a Paraíba o fará."
"Não há lógica
nenhuma em ficar para São Paulo o ICMS de um veículo que
vem para o Rio Grande do Norte poluir o nosso ambiente,
estragar as nossas estradas e causar acidentes aqui",
diz Américo Nobre de Mariz Maia, coordenador de
tributação e assessoria técnica da Secretaria de
Tributação do Rio Grande do Norte. Segundo ele, o Rio
Grande do Norte ainda não autuou nenhuma montadora, mas
está se preparando para começar a fiscalizar o assunto.
O departamento de comunicação da Fazenda de Goiás também
confirma que o Estado irá reivindicar seu ICMS.
Segundo a
indústria, as autuações começaram em setembro.
Coincidentemente, um mês antes, foi extinta, sem
julgamento de mérito, uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (Adin) na qual Minas Gerais
questionou o convênio Confaz nº 51. Na ação, o governo
mineiro defendeu que todo o ICMS deveria ficar no Estado
de origem. O Supremo Tribunal Federal entendeu que Minas
não poderia contestar o convênio, porque não foi um de
seus signatários.
A disputa
promete se acirrar num momento em que o leasing ganha
espaço no crescente mercado automotivo. A modalidade é
muito usada pelos frotistas e locadoras de veículos,
principais clientes da venda direta das montadoras. O
leasing já representa 26% do comércio de automóveis
novos do país. Cálculos da indústria indicam que a
disputa do ICMS envolve 6,5% do mercado brasileiro,
percentual que representou 150 mil veículos em 2007.
A dificuldade em
resolver a questão dos Estados no Judiciário leva a
indústria a buscar uma solução política. Na reunião da
próxima semana, os representantes do setor automotivo
esperam convencer o governo paulista a aceitar uma
proposta dos demais Estados. Em caso de resistência, as
montadoras se preparam para levar ao Confaz uma
determinação que os proteja de pagar imposto duas
vezes.
Para Américo
Maia, da Fazenda do Rio Grande do Norte, é quase certo
que o tema fará parte da pauta oficial da próxima
reunião do Conselho. "Isso deverá ser discutido pelos
grupos técnicos entre 17 e 19 de março."
Fonte: Valor Econômico, de
11/01/2007
Em São Paulo, corte de R$ 2,5 bi preocupa juízes
Vice-presidente
da AMB diz que com redução de 36,4% não haverá nenhum
investimento no Judiciário estadual
O Tribunal de
Justiça de São Paulo queria R$ 7,25 bilhões para 2008,
mas vai ter que se contentar mesmo com R$ 4,65 bilhões,
que é quanto o governo José Serra (PSDB) destinou para a
maior corte estadual do País no Orçamento deste ano.
A supressão na
proposta orçamentária do tribunal atingiu 36,4%, o que
provocou reações de desembargadores. "A conseqüência é
uma só: não vai haver investimento nenhum e o Judiciário
fica sempre de chapéu na mão, pedindo, pedindo...",
declarou o desembargador Sebastião Luís Amorim,
vice-presidente da Associação dos Magistrados
Brasileiros (AMB). "Depois vêm as críticas, dizem que o
Judiciário está atrasado. De quem é a culpa? É dos
Poderes, que têm obrigação de dotar o Judiciário com
verba adequada para as suas necessidades."
"As necessidades
de um Estado como São Paulo são infinitas, não há como
fazer omelete sem quebrar ovos", pondera o líder do
governo na Assembléia Legislativa, deputado Barros
Munhoz (PSDB). "A verdade é que todos acabam achando que
sua dotação é muito inferior. Não há uma única
secretaria satisfeita, nem o Ministério Público e o
Tribunal de Contas. É dramático, não tem coisa mais
desagradável. É difícil fazer orçamento onde falta
muito."
Oficialmente, o
TJ não se manifestou sobre a limitação, mas são muitos
os magistrados que têm criticado a medida. No exercício
passado o tribunal foi contemplado com R$ 4,21 bilhões.
Os R$ 4,65 bilhões de 2008 - incluídos nesse montante R$
43,6 milhões de verba suplementar que Serra autorizou -
representam um acréscimo de R$ 435,49 milhões, ou 9,4% a
mais na conta da toga em relação a 2007. "O aumento
efetivo de arrecadação tributária é de 9,3%", informou o
líder do governo.
É colossal a
estrutura do TJ paulista. São 660 prédios sob sua
responsabilidade, 45 mil servidores, 3 mil juízes, 362
desembargadores, 26 mil novos processos a cada dia útil,
ou 3,2 mil por hora. Não há nada igual em todo o País,
nem na América Latina. A única semelhança com outras
cortes é a lentidão.
"O orçamento é o
nosso maior gargalo", desabafa o desembargador Celso
Limongi, que presidiu o TJ no biênio 2006/2007. "As
verbas devem ser administradas profissionalmente. Para
muitos é bom que o Judiciário seja lento, principalmente
quando se sabe que o nosso maior cliente é o próprio
poder público, na condição de maior devedor."
AUTONOMIA
Limongi prega
efetiva autonomia financeira do Judiciário. Na
Assembléia foi constituída a Frente Parlamentar de Apoio
à Autonomia Judiciária do Estado, sob coordenação do
deputado tucano Rodolfo Costa e Silva. "Sem autonomia
vamos ficar a vida inteira esperando", alerta Limongi.
"Autonomia é proteção à nossa sociedade, aos direitos
fundamentais. O Judiciário é o grande guardião, mas
nossos juízes são obrigados a trabalhar acima de suas
condições humanas."
Ele observa que
o tribunal precisa de mais 3 mil oficiais de Justiça. Em
sua gestão, Limongi admitiu 300 magistrados. "Precisamos
de pelo menos outros 270", ressalta.
Com o orçamento
espremido, ele valorizou os juizados especiais, que
adotam rito mais célere. Criou 178 varas, das quais 98
para juizados. Deu fim a um calhamaço de 77 anos ao
inaugurar a versão eletrônica do Diário da Justiça,
aberta a qualquer cidadão. "Estamos poupando 340 árvores
e 17 toneladas de papel por dia. Mas precisamos de muito
mais e dependemos da sensibilidade do governo."
Barros Munhoz
disse que respeita os argumentos de Limongi, mas
ressaltou: "A posição do governo é correta.Todo mundo
tem demandas importantíssimas, saúde, educação,
transporte. É um absurdo quando dizem que o transporte
não é investimento social."
O deputado
acenou com a possibilidade de fazer repasses
suplementares para o TJ. "O governador Serra é muito
sensível à questão", disse. "Ele tem esse dom, é
criativo, busca alternativas. Se tem pouco, ele não se
conforma, vai atrás."
NÚMEROS
660 prédios
estão sob a responsabilidade do Tribunal de Justiça de
São Paulo
45 mil
servidores trabalham para o tribunal do Estado
3 mil juízes
atuam no TJ paulista
362
desembargadores fazem parte dos quadros do tribunal
26 mil novos
processos surgem a cada dia útil na corte de São Paulo,
ou 3,2 mil por hora
R$ 4,65 bilhões
é o valor do orçamento previsto para o TJ-SP este ano
R$ 43,6 milhões
é o valor da verba suplementar que o governador José
Serra autorizou para a corte
Fonte: Estado de S. Paulo, de
11/01/2008
Fim de nepotismo só vale para conselheiros
A decisão dos
conselheiros do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de
São Paulo de demitir, em até três meses, todos os
parentes contratados sem concurso não atinge familiares
de diretores e de assessores.
A proibição,
editada após reportagem da Folha que revelou nomeações
de parentes sem concurso e para salário líquido de, em
média, R$ 12 mil, é exclusiva para pelo menos 12
familiares dos sete conselheiros.
Os parentes do
diretor-geral do TCE, Carlos Magno, do
secretário-diretor-geral, Sérgio Ciquera Rossi, e de
diretores e de assessores do órgão não são atingidos
pela medida.
Magno, que
administra o tribunal, nomeou, em outubro de 2007, o
filho Guilherme Uttmann de Oliveira como motorista, com
salário de cerca de R$ 2,5 mil. Dois dias depois, foi
transferido para o departamento do pai.
Há pelo menos
seis anos, Elisane Rossi Cedano, filha do
secretário-diretor-geral e concursada pela Sabesp, foi
nomeada assessora técnica procuradora (salário líquido
de cerca de R$ 12 mil).
Segundo
servidores do tribunal, outros diretores e assessores
também têm parentes contratados sem concurso público.
Entre os conselheiros, o novo presidente do TCE, Eduardo
Bittencourt Carvalho, terá de demitir cinco filhos. O
chefe-de-gabinete dele, Marcos Renato Böttcher, disse à
Folha não saber se eles trabalham.
A reportagem
apurou que os parentes dos demais conselheiros atuam no
órgão. Edgard Rodrigues tem um filho, Fúlvio Biazzi,
dois filhos, Cláudio de Alvarenga, uma nora, Robson
Marinho, uma irmã, Renato Martins Costa, uma nora (já
exonerada), e Antonio Roque Citadini, um irmão (concursado
e que irá retornar à polícia).
O
secretário-diretor-geral, Rossi, disse que o TCE estuda
eventual extensão da proibição aos demais servidores.
Para ele, os funcionários não têm poder de indicar
parentes. "A minha filha, que é concursada pela Sabesp e
está, há quase dois anos, na lista de espera de
contratações do TCE, foi convidada por um conselheiro."
Cláudio Abramo, diretor-executivo da Transparência
Brasil, diz que a demissão deveria atingir todos os que
não têm concurso público.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
11/01/2008